D'Castro 11

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Editorial

De boas falsas intenções,

o inferno já está satisfeito por Eduardo Gusmão, castrense, jornalista e editor

Nada mais assustador do que constatar a telinha em branco, ou mesmo a folha

Com apostas na esperança de que nenhum lugar mais digno para se viver, em

de uma nova agenda sem nenhuma linha, para quem escreve, diante de tantas im-

que impere a honestidade, decência e a vergonha na cara, está tão longe assim de

pressões, leituras ou releituras do cotidiano, quando a gente percebe que ‘nada sei,

se concretizar, lembramos aqui que não poderemos tropeçar, novamente, elegendo

nada somos’. Aqui nos encontramos novamente na condição de eternos aprendizes

qualquer cidadão que venha a jogar nosso voto na lixeira, ou levando pelo ralo toda

pelo mundão de informações que assaltam nossos olhares e mentes sobre e sob to-

aquela nossa vontade em mudanças que nunca chegam ou são cumpridas pós-elei-

das as influências que nos deixam cada vez mais atônitos a respeito da humanida-

ções. Mas agora não podemos titubear, de jeito nenhum, quando outubro chegar

de e seus contrastes pelos quatro cantos do planeta. Enquanto ainda assistimos a

para a escolha de nosso próximo presidente, governadores, senadores, deputados

corrupção de toda espécie que se descobre e se avoluma, diuturnamente, causando

federais e estaduais. Isso tudo porque está em jogo, mais uma vez, aquele Brasil

a indignação da sociedade em geral, também não podemos deixar de acreditar que

que você quer presenciar melhor para o futuro das próximas gerações, sem a inse-

deverá haver uma solução para tantos problemas enfrentados pelos governos dos

gurança vivida hoje pela população do Rio de Janeiro e outros estados, em meio à

estados – e máxime pelo planalto central -, no momento em que começamos a pen-

‘guerrilha civil organizada’ pelo tráfico de drogas e milicianos. Afinal de contas,

sar em mudar tantos desgovernos com a única arma que dispomos, o voto em 7 de

quem matou ou mandou matar a vereadora Marielle Franco?

outubro vindouro.

Sem entrar no mérito da questão, vamos deixar para as polícias e canais competentes toda a investigação que vem sendo feita a respeito do assassinato da vereadora carioca. Mesmo assim, todos já devem saber, há de se levar em consideração que ela corria riscos, defendendo as comunidades pobres e mortos inocentes, embora alguns a vissem como defensora de bandidos e adversária de policiais. Em

EXPEDIENTE Barbiero Comunicações Ltda Editor: Eduardo Gusmão (mtb 019) Reportagem/Redação: Ceres Vieira (mtb 3443) e Luciana Westphal Direção de Arte e Diagramação: André Waiga Ilustrações e Capa: André Waiga Consultoria Jurídica: Luís Alberto Kubaski Comercial e Marketing: João Barbiero - Eduardo Vaz - Átila Fadel Contato Comercial: (42) 3028-0016 - (42) 99827-0009 e-Mail: atila@revistadp.com.br Redação e Administração: Rua Balduíno Taques, 459 - Vila Estrela - Ponta Grossa

todo caso, ninguém está aqui para julgar ou estar na condição de professor de Deus, como dizem, mas apenas comentar e lembrar que tudo isso por que passam as cida-

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D´CASTRO

ABR 2018

des mais violentas do país, com certeza, encontra resposta na desigualdade social, a determinante causa da violência, que faz com que a bandidagem se agigante e busque seu lugar perdido em sociedade. Culpa de quem, hein? De governos em seus desgovernos que não conseguem enxergar além de seus próprios umbigos. Mas fazer o quê? Simplesmente, mandar seu voto valer e deletar de uma vez por todas •

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as chances de eleição ou reeleição de políticos mal intencionados. Aliás, de boas intenções em campanha, o inferno já está saciado. Boa leitura, de ponta a ponta.

“O interesse dos governantes deve ser o mesmo que o dos governados.” - José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), político paulista



Cena Local

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‘Capão Alto’ sedia mostra “Infinitos Campos Gerais”

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Apreciadores das artes plásticas e demais interessados da comunidade em geral poderão visitar a exposição coletiva de arte contemporânea Infinitos Campos Gerais, instalada na centenária Fazenda Capão Alto, lugar que exerceu importante influência na formação da cidade de Castro, e que foi tombado como Patrimônio Cultural do Paraná. Com visitação aberta ao público de todas as idades até 27 de maio próximo, há de se destacar que a curadoria da mostra Infinitos teve como base o conceito do site-specific, uma abordagem em que as obras dialogam com o ambiente em que estão inseridas, seja o espaço construído, a natureza ao redor ou mesmo as camadas históricas, sociais, econômicas e simbólicas presentes no local. Utilizando linguagens como pintura, instalação e intervenção, sete artistas visuais curitibanos participam da ocupação temporária: Constance Pinheiro, Fran Ferreira, Gio Soifer, Marcos Frankowicz, Maria Baptista, Ricardo Leiva e Willian Santos. Segundo a artista Maria Baptista, coordenadora do projeto, a escolha da Fazenda Capão Alto, enquanto lugar específico, é um convite para se discutir a arte contemporânea em seus cruzamentos com a história, ecologia, patrimônio material e imaterial. “A intenção visa também promover o intercâmbio cultural e artístico em escala regional, especialmente, entre as cidades de Castro e Curitiba”, comenta.

D’CASTRO SERVIÇO Exposição Infinitos Campos Gerais Onde: Fazenda Capão Alto, Castro-PR – (42) 3232-5856 Quando:1º de abril a 27 de maio de 2018 Horário: terça a domingo, das 9h às 17h30 Entrada: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)


“Virado Tropeiro”

Mais um prato típico de Castro Durante reunião do setor de cultura da Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG Cultura), a Diretoria de Indústria, Comércio, Turismo e Cultura de Castro apresentou, em março último, mais um prato típico de Castro, o virado tropeiro. Para Augusto Beck, titular da diretoria, os costumes e a tradição tropeira são fortes no município. Ele destaca que Castro já tem o castropeiro como prato típico oficial do município, porém, por ser uma receita que exige mais tempo em seu preparo, fica mais difícil para os restaurantes servirem todos os dias. “O ‘castropeiro’ é um prato típico da época dos tropeiros, e que se mantém até hoje, mas não é uma iguaria cotidiana na mesa dos castrenses. Já o virado é uma comida mais do dia a dia de todos”, explica. De fácil elaboração, o ‘virado tropeiro’ é feito com feijão preto, farinha de milho, bacon e torresmo, juntamente com seus devidos acompanhamentos: arroz branco, ovo frito, couve refogada, linguiça e torresmo frito.


Cena Local

Castro 314 Anos

‘Festa de Peão de Boiadeiro’

tem público de 70 mil pessoas Depois de 16 anos, Castro retoma tradição de rodeios para comemorar seus 314 anos

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Das Assessorias

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Um público de 70 mil pessoas em quatro dias de programação festiva no Parque Dario Macedo. Assim foi a primeira edição da Festa de Peão de Boiadeiro de Castro, promovida pela Prefeitura Municipal, em comemoração ao aniversário de 314 anos da cidade. O público castrense, em meio a visitantes de outras cidades da região, prestigiou em massa a realização do rodeio, retomado depois de 16 anos. Quem passou pelo parque pode acompanhar provas de tambor, team roping, rodeio em carneiros e em touros, além de show piromusical. Shows com grandes nomes da música brasileira animaram as noites do público, que também aproveitou uma ampla e diversificada praça de alimentação. Não faltaram atrações para as crianças com o parque infantil e recreação. As atrações musicais da festa ficaram por conta das duplas Antony e Gabriel, Jeann e Julio, Grupo Ira e Luan Santana. A ‘Festa de Peão de Boiadeiro’ contou ainda com uma vasta programação esportiva, envolvendo campeonatos de futebol, futsal, corrida rústica, reinauguração de quadra, torneio de voleibol e recreação infantil. “Queríamos um evento comemorativo que agradasse crianças, jovens e adultos. Oferecemos atrações para todas as idades, e todos os dias tivemos o parque lotado”, comemora Augusto Beck, diretor de Indústria, Comércio, Turismo e Cultura de Castro. A segurança do evento foi feita pela Polícia Militar, Cavalaria, Companhia de Choque, Pelotão de Motociclistas, Policiamento Velado (P2) Rádio Patrulha, Polícia Rodoviária e Guarda Municipal. O Corpo de Bombeiros deu apoio com suporte de caminhão, ambulância e brigadistas. A realização da ‘Festa de Peão’ também contou com segurança particular. Diariamente, 142 homens atuaram em todas as áreas do parque. Nenhuma ocorrência foi registrada.



Entrevista

/ Maísa de Paiva

‘Angariando fundos’ para melhorar a vida

de pessoas que vivem com deficiências físicas A castrense Maísa Lopes Gomes de Paiva conquistou prêmio máximo do setor na Austrália, onde atua como gerente de Legados da Cerebral Palsy Alliance

| por Ceres Vieira

Com formação em Design Gráfico pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a castrense Maísa Lopes Gomes de Paiva resolveu aperfeiçoar seus estudos em Sidney, na Austrália, em 2003. Encantada com a metrópole cosmopolita, ela decidiu continuar estudando e trabalhando no continente australiano, até que conquistou o posto de gerente de Legados da CPA-Cerebral Palsy Alliance [Aliança da Paralisia Cerebral], organização que presta atendimento à crianças e adultos com deficiências físicas e neurológicas naquele país e desenvolve pesquisas na área. Recentemente, Maisa ganhou o FIA Awards for Excellence in Fundraising, prêmio nacional do setor de angariação de fundos australiano, vencendo organizações como a Cancer Council NSW, Peter McCallum Cancer Foundation e Australian Red Cross. Em entrevista exclusiva para a revista D’Castro, Maísa contou um pouco mais do seu trabalho.

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Como você decidiu ir para a Austrália? Sou formada em Design Gráfico pela PUC Paraná. Na verdade, fui estudar por um período de seis meses em 2003. Com o tempo, percebi que gostava muito de Sydney e das oportunidades que a cidade oferecia. Decidi continuar estudando e trabalhando como consultora de design e marketing dentro do que era permitido para meu visto da época, que era de estudante. Estudei Artes, Administração, Mídias Digitais e Marketing. No entanto, com o passar do tempo, adquiri os critérios necessários para conquistar o visto permanente, continuei trabalhando e hoje sou cidadã australiana, assim como brasileira.

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De que maneira chegou a esse trabalho e qual seu objetivo? Por volta de 2005, com muita persistência, eu consegui ter renda fixa através do meu trabalho com design, marketing e consultoria. Em 2010, decidi que gostaria de ter a experiência de trabalhar no ambiente corporativo de impacto social, e concorri a uma vaga na Cerebral Palsy Alliance. Comecei como coordenadora de Marketing, e com o tempo subi de posição e hoje sou gerente de Legados. Nosso programa tem como objetivo garantir uma receita futura e

essencial, para que possamos oferecer nossos serviços cruciais para pessoas que vivem com deficiências físicas na Austrália, e também para a pesquisa em paralisia cerebral em todo o mundo. Com quantas pessoas você trabalha em sua área? Eu sou a única pessoa do time de Legados, o que demonstra o quanto a nossa organização é enxuta, pois alguns dos nossos competidores têm mais de seis pessoas nos times de legados. Contudo, os bons resultados do programa se estendem à excelente equipe que trabalha comigo. Minha chefe e os demais superiores dão todo o apoio para o planejamento e implementação das minhas estratégias, o que é absolutamente essencial. Recentemente, com o crescimento de 105% no número de apoiadores, nos últimos três anos, contratamos uma pessoa que está sob o meu comando para oferecer o atendimento primordial para esse grupo. O que significa uma doação por legado? Uma doação por legado é um valor deixado em testamento. É uma das formas mais inspiradoras e duradouras para se investir em uma causa social, ambiental ou de pesquisa. Legados é um dos


Fotos: Divulgação


Entrevista

/ Maisa de Paiva

principais canais de angariação de fundos na Austrália, Inglaterra, Estados Unidos, entre outros países. Trata-se de uma forma maravilhosa e contínua de deixar a sua marca ou contribuição para uma causa que lhe foi importante em vida. De outro lado, eu também faço parte do Comitê de Conselho da Include a Charity, uma iniciativa de mudança social que tem o objetivo de aumentar o número de doações por legados na Austrália. Nosso propósito é chegar a A$ 1bilhão em notificações de receita futura em dez anos. Somos uma iniciativa irmã da Remember a Charity, no Reino Unido. Como vocês motivam as pessoas a doarem? Geralmente, trata-se de uma causa que tem um relacionamento próximo com os valores das pessoas. Algo que as motiva a buscar um mundo melhor, como elas mesmas definem. No caso da Cerebral Palsy Alliance, acredito que seria a empatia de muitos apoiadores que são pais de famílias com algum membro afetado por uma deficiência física.

desses pesquisadores beneficia diversos países pelo mundo, inclusive o Brasil e Portugal. Nos últimos dez anos, conseguiu-se reduzir a incidência de paralisia cerebral em 20% por causa das descobertas. Como é possível fazer uma doação para a Cerebral Palsy Alliance, e qual seu conselho para quem quer trabalhar nessa área no Brasil? Se houver interesse, a pessoa pode acessar o site http://donate. cerebralpalsy.org.au/ Agora, para conhecer nossa fundação, basta também acessar o endereço https://research.cerebralpalsy.org.au/ Mas se você pensa em atuar nessa área, trabalhe para uma causa que seja próxima das suas convicções. Entenda os fundamentos de cada canal de angariação de fundos, para que você possa fazer o melhor.

A que atribui a conquista de um prêmio nacional, concorrendo com grandes organizações? O Fundraising Institute of Australia (FIA) é um órgão que premia vários setores de angariação de fundos. Concorremos com três organizações maiores do que a nossa. Nosso programa ganhou esse prêmio, porque conseguimos desenvolver um modelo sustentável de alcance e comunicação com nossos apoiadores. Desde a explicação do conceito de legados até informações quanto ao impacto. Foi um plano inovador e usamos múltiplos canais de comunicação, inclusive as redes sociais. Nós desenvolvemos uma marca específica para o programa e convidamos os apoiadores para selecioná-la, dentro de três opções. Outro ponto muito legal foi que criamos uma conexão direta entre os apoiadores e os deficientes físicos que ajudamos. Nós temos um workshop de artes para adultos com paralisia cerebral. Essas pessoas, às vezes, não conseguem se comunicar verbalmente, e suas pinturas são uma das formas mais fortes de comunicação. O que faz a Cerebral Palsy Alliance e quantas pessoas atende? A Cerebral Palsy Alliance atua na área de serviços e equipamentos para pessoas com deficiências físicas, prestando apoio a portadores de paralisia cerebral com serviços como fisioterapia e fonoaudiologia. Como organização devidamente reconhecida, oferece ainda serviços para pessoas com outras deficiências físicas e neurológicas como autismo, esclerose múltipla e parkinson, entre outras. São 55 centros no estado de Nova Gales do Sul e no território da capital australiana. Em 70 anos, mais de 150 mil crianças e adultos já foram atendidos. Graças a uma doação por legados, surgiu a Fundação de Pesquisa em 2005, que passou a investir em pesquisadores em todo o mundo que trabalham para encontrar as melhores formas de intervenção e, quem sabe um dia, a cura para a paralisia cerebral. O trabalho

Maísa de Paiva: ‘prêmio nacional’ pelo programa da Cerebral Palsy Alliance (CPA) na Austrália



Capa

/ Jonathan Barros

A missão de ser professor | por Ceres Vieira

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ABRIL 2018 | D´CASTRO

le decidiu optar pela carreira do magistério, logo após a conclusão do ensino médio, no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/Ponta Grossa), em 1999. Cinco anos depois, Jonathan Barros se formou em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG/2004), iniciando oficialmente, no ano seguinte, a sua trajetória como professor, profissão a qual se

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dedica de corpo e alma, com a missão de melhorar a educação. Hoje, exercendo a função como diretor da Escola Municipal Professor José Antônio Flygare Telles / CAIC (Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente), escola com 460 alunos, situada no Jardim das Araucárias, em Castro, Jonathan observa a educação do Brasil com muita preocupação, pela falta de valorização dos professores, pela de-

sestruturação das famílias e mais ainda pelos alunos desmotivados. Mas não pense que isso desanima sua luta diária para cumprir a meta de educar a criança para ser um cidadão responsável, consciente e, principalmente, com valores. Com a hashtag #TudodeBom gravada no vidro colocado recentemente no corredor que une os blocos da escola, Jonathan leva essa mensagem para toda a comunidade escolar.


Ajudar o próximo é o que move Jonathan Barros. Há cinco anos na direção do CAIC, ele deu uma nova cara à escola, literalmente, reorganizando a administração. Entre as conquistas mais importantes, Jonathan destaca a garantia da hora-atividade para todos os professores ‘nem que chova canivete’, licença remunerada para todos que tinham direito e a manutenção periódica da escola, que foi totalmente reformada. Nesse período, foram

R$ 700 mil investidos em melhorias com dinheiro de promoções e a colaboração dos pais e parceiros da escola. “Fazemos o possível para que a escola seja a melhor para todos. E como recompensa, os alunos recebem professores e funcionários extremamente comprometidos. Mas isso nos custa muito. Não pense que cai do céu. Porém, tudo o que decidimos é sempre em conjunto”, assinala. Se na escola Jonathan se depara com muitos problemas, ele encontra também muita disposição e vontade nos professores e funcionários para mudar a realidade dos alunos. “Na escola em tempo integral, onde a criança passa o dia por lá, nós professores, temos que ensinar e educar o aluno. Fazemos boa parte do papel dos pais, nos conflitos da idade, no ensino da disciplina, na prática da cooperação, do respeito e da religiosidade. Somos nós, na maioria das vezes, o único porto seguro da criança”, conta. Problemas com indisciplina? A escola já teve bastante, porém, hoje, a realidade é bem diferente. Basta o professor chegar ao pátio – extremamente limpo e mantido assim pelas crianças - e iniciar uma oração, para que uma das turmas que saiu para o intervalo, imediatamente, comece a acompanhar. Ele pede e os alunos atendem. Pelos corredores, já se tornou comum as crianças virem abraçá-lo. Tudo com muito respeito. E respeito é palavra de ordem nesse ambiente, pois ninguém entra na sala de aula sem a permissão do professor. Nem mesmo ele. Os conflitos são resolvidos com muito carinho, e Jonathan não vê outra forma de intervir para solucionar os problemas. “Não temos alunos com problemas de indisciplina. Já tivemos, mas criamos uma cultura diferente dentro da escola. Crianças e professores, todos se respeitam”, diz. TRABALHO RECONHECIDO As mudanças, a persistência e a dedicação por uma escola melhor para todos, sob a supervisão de Jonathan Barros, ganharam reconhecimento. Foram cinco menções honrosas da Câmara Municipal de Castro, uma do Ministério da Educação e, mais recente-

Jonathan e os alunos do CAIC: respeito e carinho para resolver os conflitos Fotos: Ceres Vieira

mente, da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, que foi entregue pessoalmente pelo deputado federal Aliel Machado. Pelo trabalho de resgate dos pais na participação da vida escolar, Jonathan foi um dos entrevistados da reportagem de capa da revista Escola, uma das publicações mais respeitadas do país na área da educação. Ele conseguiu elevar de 35% para 96% o índice de presença dos pais na escola em reuniões e entregas de boletins. Para tanto, contou com a colaboração das empresas, onde alguns pais trabalhavam, providenciou carona para outros pais e adequou o horário das reuniões, para que todos pudessem participar. “Dessa forma, trouxemos novamente os pais para dentro da escola para participarem mais da vida escolar dos seus filhos”, comemora. E se uma imagem vale mais que mil palavras, Jonathan Barros tratou de cuidar da imagem da escola com muita seriedade e estratégia para uma comunicação eficiente com a comunidade. Em seus perfis nas redes sociais ‘facebook’ e ‘instagram’, Jonathan faz postagens em horários pré-determinados para maior abrangência da divulgação. Pelas redes, torna-se possível acompanhar o dia a dia da escola. Em março deste ano, o número de ‘curtidas’ chegou a um milhão, desde 2013. Essa linha direta com a comunidade rendeu a Jonathan a participação, junto com o professor Renato Casagrande, doutor em Educação, na ‘formação de gestores’. Ele acompanha o profissional em algumas de suas viagens pelo país, para contar como é a divulgação do nome do CAIC nas redes sociais e como a imagem da escola é trabalhada junto à comunidade escolar. FUTURO Para Jonathan Barros, que espera mais respeito e investimentos para o futuro da educação, se a escola de hoje está longe de desenvolver plenamente a capacidade dos alunos, a única alternativa é continuar avançando para promover as transformações na sociedade. “A criança é o que temos de melhor, e isso nos traz uma responsabilidade enorme no constante avanço e adaptação da escola”, avalia. Continuar lutando para uma educação com cada vez mais qualidade se coloca como finalidade precípua no cotidiano profissional de Jonathan, que, quando questionado sobre o que gostaria de ser, se não fosse professor, prontamente responde: “seria professor.


Especial / Sicredi

Fotos: Divulgação

Nova agência de Tibagi

Sicredi Campos Gerais

expande atuação com ABRIL 2018 | D´CASTRO

nova agência em Tibagi

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esde a segunda quinzena de março, moradores do município de Tibagi, na região dos Campos Gerais, contam com uma moderna agência da Cooperativa Sicredi Campos Gerais. A inauguração da nova agência ocorreu em 16 de março último, colocando à disposição dos associados um novo local, com mais de 520 metros quadrados construídos, para fazer suas operações monetárias. A agência está instalada na Rua Machadinho, 111, no centro da cidade. Como um presente à comunidade tibagiana, a inauguração aconteceu no fim de semana em que Tibagi completou 146 anos, e no ano em que a Sicredi completa dez anos de operações na cidade.


Gerente da agência de Tibagi, Kelly Rebolho, ao lado do prefeito Rildo Leonardi, presidente da Sicredi Campos Gerais, sr. Fredy, e do diretor executivo, Márcio Zwierewicz

Equipe da agência de Tibagi

Prefeito Rildo Emanoel Leonardi

O investimento faz parte do plano de renovação da Sicredi Campos Gerais. O aporte da cooperativa foi de aproximadamente R$ 1 milhão para equipar a agência – o prédio foi edificado por um parceiro, que fez o investimento estrutural. Com essa agência, a Sicredi encerra o ciclo de horizontalização, em que investiu cerca de R$ 50 milhões, nos últimos anos, na renovação de todas as agências já existentes, seja na ampliação ou realocação – o que inclui também a sede regional com a agência Nova Rússia, inaugurada em 2017, onde foram aplicados R$ 36 milhões. No ano passado, o desembolso da cooperativa foi na casa de R$ 27 milhões. Agora, a agência em Tibagi, com a nova identidade visual da Sicredi, passa a incluir espaço para atendimento de pessoa física e jurídica, além de um estacionamento privativo para associados, com o qual a área total atinge 700 m². O espaço foi projetado para atender, com segurança e conforto, mais de 1,8 mil associados na cidade, com capacidade para atender mais que o dobro disso, já que a meta é dobrar de tamanho em cinco anos. A necessidade de ampliar ocorreu pelo crescimento da cooperativa na cidade. Com um número de associados próximo a dois mil, a estrutura física já existente, de aproximadamente 220 metros quadrados, estava pequena. “Diante disso, a diretoria executiva e o Conselho Administrativo preferiram fazer essa ampliação. Como não tinha como fazer no local, buscamos um novo investidor, que construiu uma ampla estrutura, moderna e com visual clean. É uma agência muito bonita e a comunidade abraçou a causa”, destaca Tilene Farina, diretora de operações da cooperativa.

Prefeito Rildo, com diretor Márcio Zwierewicz, diretora Tilene, presidente Fredy, diretora Leila e gerente Kelly

NOVA AGÊNCIA EM PONTA GROSSA Agora, para 2018, há a previsão de novas agências, entre duas e três na região metropolitana de Curitiba e uma em Ponta Grossa, no bairro de Uvaranas. Na cidade sede da Sicredi Campos Gerais, a nova agência será instalada entre o Tozetto e o Chafariz. O acesso poderá ser feito tanto pela Avenida Carlos Cavalcanti quanto pela Dom Geraldo Pellanda. “Em Ponta Grossa, já temos 11 mil associados. Como Uvaranas tem em torno de 60 mil habitantes, com muitos atrativos em termos de expansão, e temos mil associados naquela região, o local se mostrou viável”, informa. A agência terá cerca de 700 metros quadrados de edificação, ou seja, com porte semelhante à unidade de Oficinas. INAUGURAÇÃO PRESTIGIADA Além de dezenas de cooperados, a inauguração da Sicredi Tibagi foi marcada pela presença de diversas personalidades representativas da região, assim como por diretores da Cooperativa Sicredi. Além da anfitriã, a gerente da agência de Tibagi, Kelly Rebolho, e do prefeito Rildo Leonardi, estiveram presentes Andreas Los, presidente da Fundação ABC; Luiz Henrique de Geus, diretor da Frísia Cooperativa Agroindustrial; Adauto Carneiro Prestes, presidente do Sindicato Rural, entre outros. De parte da Sicredi ainda, marcaram presença Popke Ferdinand Van der Vinne, presidente da Sicredi Campos Gerais; Márcio Zwierewicz, diretor executivo; Tilene Farina, diretora de Operações; Leila Grik, diretora de Negócios; e Gilberto Zardo, vice-presidente.


Social Club Fotos: Luciana Westphal

Especial Registro

Festa continua

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na ‘boca’

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do povo | por Luciana Westphal

Embora já se tenham passado algumas semanas, desde sua realização pela Prefeitura Municipal, a primeira Festa de Peão de Boiadeiro de Castro, em homenagem aos 314 anos da cidade, continua ainda na memória dos castrenses, especialmente, pelo tudo que rolou em seus quatro dias de entretenimento ao público que prestigiou o resgate do rodeio, após 16 anos de interrupção (16 a 19/3). Bem antes da festa pelo Parque Dario Macedo, as comemorações do aniversário do município começaram com a eleição da Rainha do Rodeio, em concurso que elegeu Letticia de Oliveira, concorrendo com outras 12 participantes. Além de sua majestade Letticia, o júri do certame escolheu Lytsen Thaniely dos Santos Pedroso (1ª Princesa), Brígida Rafaele Bueno de Oliveira (2ª Princesa) e Hérika Marcela Barbosa (Miss Simpatia). O corpo de jurados foi formado pelo prefeito Moacyr Elias Fadel; Augusto Beck, diretor de Indústria, Comércio, Turismo e Cultura; Maicon Alves, hair stylist; e pelas

fotógrafas Fabiana Guedes e Márcia Ferraz – em disputa, foram avaliados quesitos como beleza, plástica corporal, desenvoltura, elegância, simpatia e capacidade de comunicação. Depois de eleita sua rainha, a Festa de Peão de Boiadeiro começou pra valer e encantou plateias com atrações como Antony e Gabriel, Jeann e Julio, Grupo Ira, Pedro Paulo e Alex e Luan Santana, além de show piromusical e concorridas provas de tambor, team roping, rodeio em carneiros e em touros. Satisfeita com o sucesso da festa, a organização do evento relatou que recebeu cerca de 70 mil pessoas. “Foi uma festa bonita, segura e que atraiu um grande público daqui e de outras cidades. Os castrenses compareceram em peso, trouxeram seus filhos para brincar no parque, assistir ao rodeio e se divertir. Esse era nosso objetivo. Comemorar os 314 anos de Castro com a família castrense e conseguimos. Parabéns a todos”, comentou o prefeito Moacyr Fadel.


‘Níver’ ao som de Isabela Huk A cirurgiã-dentista Fabiana Parise Chagury comemorou, ainda recentemente, seus 40 anos bem vividos. Rodeada de amigos e familiares, Fabiana teve sua festa animada por nada mais, nada menos, com a presença da cantora Isabela Huk, ex-participante do programa The Voice Brasil (Rede Globo). Em noite das mais agradáveis e descontraídas, a chegada da nova idade foi celebrada no salão de festas do Hotel Buganville, onde a fotógrafa Márcia Ferraz se fez presente e registrou alguns momentos do evento que marcou a temporada para Social Club/ D’Castro.

Fabiana Parise Chagury entre amigas


Social Club

Encontro-jantar

da Adhonep

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Sócios, convidados e demais interessados se reuniram no Buganville Palace Hotel em Castro (11/4), para mais um encontro-jantar da Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno). Entidade fundada nos EUA em 1952, a Adhonep reúne empresários, profissionais liberais e autoridades civis e militares. “Não se trata de uma religião ou associação de classe; não tem função de igreja, visto que seu objetivo principal visa reunir amigos que compartilhem Jesus Cristo com outros amigos”, explica Francisco Edmilson de Oliveira, presidente da Adhonep, em Castro. Confira a seguir como foi a reunião-jantar da associação, com flashes de Márcia Ferraz.

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‘Recorde de público’ em

festa Open Bar do Jaffar Sucesso de público e vendas, a terceira edição da festa Aleluia é Open Bar movimentou a noite castrense no último mês, alcançando seu melhor resultado, desde que foi lançada. Cerca de 1.020 pessoas passaram pelo local, superando as expectativas da organização do evento. A festa contou com apresentações da dupla Laini e Rodolfo, Banda Mixturô e DJ Reinaldo. Habitués da casa se mantiveram animados até o final do evento, que começou às 23h e terminou às 4 da manhã. Aleluia Open Bar teve ingressos vendidos em quatro cidades da região. Khalil Safaoui, idealizador do evento e proprietário do Jaffar Bar e Restaurante, através de suas redes sociais, agradeceu ao público que compareceu e já prometeu outra balada open bar, com ainda mais novidades. “Mais uma vez, passamos de 1000 pessoas, e hoje é só dia de agradecer. Obrigado a todos os presentes, do fundo do coração, vocês são sensacionais! Trabalhamos arduamente para que tudo ocorresse da melhor forma possível. Até a próxima, em 17/8, com a Open Agro”. Em seguida, veja pelas imagens um pouco mais do que rolou pelo Jaffar, sob a lente de Luciana Westphal.



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