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Criadores de e bem-e

Babap Cybelle Or nella

Subestação Elétrica de Nyom II (Camarões) médias empresas. Este segmento empresarial, no qual assenta uma boa parte da economia moçambicana e dos nossos territórios ultramarinos do Oceano Índico, está particularmente interessado nas perspectivas comerciais nesta região. Sentimos também que o mercado moçambicano está à procura de uma retoma dinâmica, após os dois anos de pandemia. As recentes medidas tomadas pelo Governo moçambicano para acelerar a economia nacional são disso testemunho.

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Levamos água potável às famílias e, com ela, saúde. Damos-lhes luz e calor, substituindo as energias poluentes por energias sustentáveis que não esgotam os recursos do planeta. Levamos-lhes tecnologiae, através dela, conhecimento e oportunidades. Todas as manhãs, com o nosso trabalho, mudamos o que há de mais importante na vida das pessoas: o seu bem-estar e o seu futuro.

Num mundo em plena transformação, somos os protagonistas da mudança.

O Fórum de Negócios Moçambique-França suscitou muito interesse entre os empresários nacionais. Além da solidez das relações que evoca, quais são, na sua opinião, as outras razões para esse sucesso?

Quer seja através da implantação das suas empresas emblemáticas ou da exportação do seu savoir-faire, a França deseja reforçar o seu lugar na região da África Austral e do Oceano Índico. E Moçambique é uma terra de muitas oportunidades. Algumas áreas são objecto de investimentos maciços e, a este respeito, o papel desempenhado pela TotalEnergies desde 2019 é impulsionador, ao arrastar consigo numerosas empresas, e não apenas francesas.

Mas ainda há muitos outros sectores de actividades por explorar. Era esse o desafio do fórum organizado pela Câmara de Comércio e Indústria França-Moçambique, a mais importante câmara de comércio "bilateral" do País: iniciar trocas comerciais entre as empresas francesas presentes na região, nomeadamente das ilhas da Reunião e de Mayotte e as do mercado moçambicano.

Em suma, este fórum chegou na hora certa! E o seu sucesso deve-se também muito ao apoio muito eficaz da Confederação das Associações Económicas de Moçambique de que pudemos beneficiar.

Qual é para o Senhor Embaixador o desa o mais importante para o futuro das relações económicas entre Moçambique e França?

Estiveram presentes muitas pequenas e

Os desafios sociais e económicos que o conjunto das nações têm de enfrentar hoje são em grande parte ditados pela necessidade absoluta e urgente de se lutar contra as consequências do aquecimento global, tentando limitar significativamente a sua extensão. Para se conseguir isso, é necessário, em primeiro lugar, cumprir da melhor forma possível os compromissos do Tratado de Paris assinados em 2015 pela quase totalidade dos Países.

Entre as acções prioritárias, empenhar-se cada vez mais na descarbonização das economias avançadas e na procura de soluções adequadas para os Países emergentes e de baixo rendimento. A produção de energias renováveis e a limitação da exploração do carvão, do petróleo e do gás são, portanto, inevitáveis. Mas é preciso permitir que os Países que precisam de viver destes recursos para se desenvolverem, possam apoiar-se em mecanismos inovadores a fim de oferecer-lhes uma perspectiva que corresponda à urgência da situação, dentro do respeito dos compromissos internacionais, ao mesmo tempo que se facilita o seu financiamento.

Este foi o próprio tema da Cimeira Mundial para um Novo Pacto Financeiro realizado em Paris em 22 e 23 de Junho último, no qual e a convite do Presidente Emmanuel Macron, o Primeiro-Ministro moçambicano Adriano Maleiane participou activamente. Neste quadro geral, Moçambique não é apenas uma das principais vítimas do aquecimento global com uma série de desastres recorrentes. Moçambique beneficia também de condições climáticas bem como de recursos sustentáveis excepcionais.

Graças aos seus trunfos, nos últimos anos as autoridades moçambicanas puderam tomar importantes decisões para que o País se tornasse um actor energético ainda mais importante e responsável na região da África Austral. A França orgulha-se por acompanhar Moçambique nesta via com a escolha de empresas como a Electricité De France, por exemplo, que, associada à TotalEnergies e a duas grandes empresas japonesas, Sumitomo e Kansai, foi escolhida para a construção da segunda barragem hidroeléctrica no Zambeze.

Gostaria igualmente de sublinhar o papel fundamental desempenhado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) na sua capacidade de gerir o programa PROLER, a partir de financiamentos europeus. Este programa inovador é um multiplicador eficaz de transformação e de desenvolvimento do tecido económico nacional.

Diria, portanto, que o eixo principal que caracteriza a nossa relação económica, a saber, a produção de energias cada vez mais limpas, é um eixo essencial vantajoso para todos (win-win) não só para as nossas empresas e para os nossos respectivos desenvolvimentos industriais e tecnológicos, mas um bom exemplo para a região.

Entrevista

Mencionou as ilhas francesas da Reunião e de Mayotte, quais são as vantagens concretas desta proximidade geográ ca entre os dois Países?

Para além das relações económicas que acabamos de evocar, a proximidade das autarquias francesas do Oceano Índico e de Moçambique exprime-se em muitos domínios: formações profissionais, com é o caso da parceria realizada este ano com empresas francesas e moçambicanas especializadas no sector portuário, dentre as quais a Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), intercâmbios universitários ou colaborações nos sectores culturais (música e belas-artes). É também com as Ilhas Reunião e Mayotte que a cooperação nas áreas da biodiversidade e dos parques nacionais marinhos vai ganhar terreno, tal como as nossas reflexões comuns com os nossos parceiros moçambicanos sobre “a economia azul”.

A vizinhança entre os nossos dois Países assume tanto a forma de intercâmbios entre as nossas forças armadas, aquando de escalas navais ou de seminários organizados na Ilha Reunião pelas Forças Armadas da Zona Sul do Oceano Índico (FAZSOI), por exemplo, assim como permite à França contribuir para a missão de formação europeia (EUTM) que vem apoiar a luta contra o terrorismo, conduzida pelo Governo moçambicano.

Esta contribuição francesa para os esforços da União Europeia para a resolução da crise de segurança em Cabo Delgado vem juntar-se à ajuda humanitária que é prestada há vários anos pelas ONG francesas “Solidarités International”, “Handicap International”, “Action contre la Faim” e “Acted”, em benefício, especialmente, das pessoas deslocadas. Nos próximos meses, a Agência Francesa de Desenvolvimento financiará nesta província um projecto de vários milhões de Euros destinado a distribuir água corrente a várias centenas de milhares de pessoas.

Entrevista

A França organizará em breve dois eventos desportivos mundiais: o Mundial de Rugby em Setembro e os Jogos Olímpicos em Julho de 2024. Em que ponto se encontra a cooperação entre Moçambique e França neste domínio?

Organizámos vários eventos com a Federação Moçambicana de Rugby para promover e desenvolver esta modalidade desportiva, nomeadamente em parceria com a Escola Francesa de Maputo. Estaremos igualmente atentos ao desenvolvimento de novas parcerias até ao próximo ano. E depois, claro, seremos apoiantes fervorosos dos atletas moçambicanos qualificados para as Jogos Olímpicos! Desejo a Moçambique que possa trazer medalhas de Paris, como no boxe ou na vela, nos quais os atletas moçambicanos já se destacaram.

Para além do seu carácter estritamente desportivo, espero que este evento de alcance mundial permita aos moçambicanos e aos franceses conhecerem-se melhor e que os intercâmbios turísticos se desenvolvam.

Esta é também uma das motivações que permeiam a maioria das acções de cooperação conduzidas pela embaixada francesa em Maputo: atrair mais visitantes franceses para Moçambique, que serão embaixadores ao serviço dos nossos dois Países.

Na verdade, quem poderia resistir ao senso de acolhimento dos moçambicanos, à sua energia contagiosa, bem como aos trunfos e beleza do País?

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