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bem vindas ao clube lesbos
“Quando a gente lê ouve a voz dessas mulheres mesmo que seja ficção”. Lídia Bizio
Texto : Simone Almeida Fotos: Vanessa Siqueira e Arquivo Pessoal Clube Lesbos
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O Clube Lesbos nasceu da resposta para a seguinte questão : E se existisse um espaço para discutir literatura e filmes produzidos por autoras lésbicas com o objetivo de conectar e fortalecer lésbicas e mulheres bissexuais ? Foi uma realização pessoal de Lídia Bizio, pois buscava um lugar onde as lésbicas sentiam-se acolhidas e o Clube é um espaço

para discussão de vivências lésbicas e divulgação de escritoras.
Lídia Bizio: 22 anos, pisciana, tem dois cachorros, sempre foi habitué de clubes de leituras, estudante de Astrologia, formada em Editoração e trabalha em redes sociais.
Paula Splendore: (Sol Guiné ,nome recebido pelo Xamanismo), 22 anos, leonina, formada em Turismo e Terapia Holística, tem dois cachorros e dois gatos, devora livros, ama desafios, é a integrante “zoeira” e a responsável pela maior parte da organização dos eventos do Clube. Paula teve a idéia de buscar um espaço físico para as discussões lésbicas, e após muitas conversas Lídia publica no grupo “A parada no Brejo”, uma proposta para organizar o 1º encontro do Clube Lesbos.

Michele Vieira: 22 anos, canceriana, responsável pelas fotografias, eventos e contabilidade conheceu Lídia e Paula em um terceiro encontro do Clube. O detalhe sobre a aproximação entre Michele e Lídia foi através de um erro no CTRL V em um aplicativo de relacionamentos.
Thaylla Nayyza: 22 anos, sagitariana, cursa Radiologia e “ingressou” no Clube através de mais uma reunião de organização.
A PARTE FINANCEIRA DO CLUBE LESBOS
O Clube não possui fins lucrativos ou gastos fixos, os espaços não cobram locação e há um baixo investimento (em alguns encontros há sorteio de livros) as integrantes repõem os valores investidos com a venda de camisetas e botons vale ressaltar que o Clube Lesbos é favorável às Políticas Públicas.
PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Há os pontos positivos como a segurança e suporte de um local para as lésbicas discutirem suas vivências, a reversão da bifobia entre as integrantes do Clube e amenizar a discriminação contra as bissexuais. Lídia comenta emocionada:”Sentir que me dá prazer em mudar a vida de mulheres tenho um retorno superior ao financeiro”. Temos também a TK rapper, bissexual, designer das nossas peças e trata da barbearia em alguns eventos “. 41
OS TÍTULOS, OS ESPAÇOS
De início as escolhas dos títulos dos livros eram realizadas por votação online o que não decolou, a partir daí as integrantes do Clube passaram a escolher os títulos. O primeiro encontro com a presença aproximada de 14 pessoas e discussão do filme “Elena Undone” data de 24/09/2017 no Centro Cultural de Terapias Holísticas em São Paulo onde realizam mais três encontros com a colaboração de Danielle Ferrer. Logo depois o Clube Lesbos fixa-se durante o ano de 2018 no Centro Cultural Artemis com todos seus ingredientes: literatura, poesia, séries, filmes, discussão das vivências lésbicas e bissexuais. O público neste período é crescente e por isso são incluídos na programação do Clube Lesbos cursos de panificação e HQs ministrados por e para lésbicas e bissexuais. A dinâmica das ações no Clube junto com um público participativo leva o Clube Lesbos para uma “filial” na cidade de Curitiba-PR com a colaboração de Ísis e Rosa nas terras do sul. Em Agosto de 2018 o encontro foi realizado no Museu da Diversidade Sexual na capital paulista com a publicação “Frente e Verso “ que contou com a participação de uma das autoras Hannah Korich (Editora Malagueta) e da Equipe Alternativa L.
DESEJOS
Michele: “Ampliar o Clube com novas parcerias “. Sol: ”Mais visibilidade ao Clube Lesbos e que as mulheres tenham espaços
para vivências desejamos ter o Clube em todos os lugares do país, e que não perca sua essência intimista e acolhedora.Ter laços com mulheres escritoras, leitoras, livrarias especializadas, ter um trabalho em rede com as lésbicas e mulheres bissexuais queremos expandir os cursos e auxiliar outras mulheres na busca da sua independência financeira”.
QUAL FOI A PERGUNTA QUE ALTERNATIVA-L NÃO FEZ PARA O CLUBE LESBOS ?
Lídia nos responde, “Qual a importância da Literatura lésbica? “Precisamos mudar para não cometermos os mesmos erros e é importante ler, pois quando lemos ouvimos a voz dessas mulheres mesmo que seja ficção, por exemplo: a discussão sobre a sexualidade de Virgínia Woolf sabemos que no contexto de sua época era difícil assumir ou divulgar sua orientação sexual.
Ler as publicações da editora Malagueta é ouvir autoras lésbicas, e as mulheres lésbicas precisam ser ouvidas no meio heterossexual ou LGBTTQI+, pois somos ignovradas. Há muito mais produções sobre gays e menos sobre lésbicas. Precisamos divulgar literatura lésbica, quanto mais lermos essas mulheres mais pessoas irão ouví-las; a divulgação dessa literatura possibilita que outras escrevam e façam suas artes. Editoras lésbicas como a Malagueta e PEL em São Paulo são de extrema relevância, pois são textos escritos por lésbicas e para lésbicas”. Nota: Até o fechamento desta edição o Clube Lesbos está com desembarque marcado na segunda quinzena de Janeiro em mais uma “filial” em Salvador-BA com a discussão do livro” Carol “, de Patricia Highsmith.
