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menstruação


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Texto: Sheila Costa Propagandas: fonte internet Foto: Larissa Rocha
Substantivo feminino
1. Fluxo de sangue e restos de mucosa uterina periodicamente eliminados pela vagina (geralmente a cada período de cerca de quatro semanas), nas mulheres não grávidas, entre a puberdade e a menopausa. Incômodo, de Chico , de vermelho, naqueles dias, monstruada, entre outras.


Em média uma mulher menstruará por 30 anos!
Somos consumidoras maravilhosas para todos os fabricantes de absorventes industrializados que tentam nos fazer acreditar em propagandas e promessas inconcebíveis durante “aqueles dias”.
As formas de esconder nosso sangue são diversas, desde as antigas toalhas higiênicas aos copos coletores. (este último nem tão novo assim, sua primeira versão confeccionado em látex data de 1937).
Faz algum tempo que as questões ligadas à menstruação me deixam “incomodada”. As propagandas de absorventes nos retratam vivendo um momento de alegria, proporcionada pelo produto, caminhamos sorridentes entre campos de lavandas, mas a realidade é bem diferente: Pegamos ônibus lotados, horas e horas de trânsito, mau humor alheio, calor, frio, trabalhamos em pé ou sentadas o dia todo, sofremos com mudanças drásticas de humor causadas pelo sobe e desde hormonal e quando perdemos a paciência somos taxadas de loucas.
Ser mulher e vivenciar o ciclo menstrual a cada 28 ou 30 dias é realmente travar uma 18 guerra para manter-se nos padrões sociais aceitáveis de humor e paciência sem querer matar alguém. AS propagandas de absorventes no Brasil desde os anos 30 do século XIX mostram a solução para esse descompasso feminino durante a menstruação: trocar as antiquadas toalhinhas por um moderno absorvente higiênico descartável.
Os primeiros absorventes descartáveis chegaram ao Brasil na década de 1930, mas popularizaram-se na década de 1950.
Veja algumas propagandas dos anos 40 e 50 no Brasil.


Há muitos produtos, industrializados ou confeccionados artesanalmente para atender a todos os tipos de necessidades das mulheres, mesmo com tanta tecnologia alguns podem causar alergias e estas mulheres precisam de materiais alternativos. Independente do produto que você escolha para usar durante a sua menstruação é importante sentir-se confortável com este produto, industrializado ou não. O que mais me choca em alguns discursos é tornar quase uma obrigatoriedade que a mulher, de novo, carregue nas costas a culpa pelas “desgraças” do mundo. O Nosso absorvente, criado pela indústria, deveria ter tecnologias para ser biodegradável e não poluir ainda mais o meio ambiente, mas alguns produtos também industrializados colocam nas nossas contas a poluição do meio ambiente e nos faz acreditar, de novo, que somos a culpada pela degradação do planeta, pois esses poluentes em grande escala fazem parte do universo tido como feminino: absorventes
higiênicos e fraldas descartáveis.



Deixo aqui uma provocação, querida leitora:

N ão seria mais óbvio os fabricantes de absorventes higiênicos desenvolverem um material biodegradável do que a mídia e esses próprios fabricantes culpar-nos pela poluição do planeta?
Lançamento da 11ª edição da Revista Alternativa-L e Tia Concha
No dia 15 de dezembro de 2018, no Ella Cantinho Rosa Bar em uma rua histórica para o movimento lésbico paulista, a Martinho Prado, rua do antigo Ferro’s Bar, lançamos a 11ª edição da Alternativa L e a 2ª edição da nossa irmã caçula: a Tia Concha !
