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Excelência para Novas Lideranças em Pesquisa Estudo sobre Mecanismos de Reparo de DNA confere prêmio a Nicolas Carlos Hoch

O Prêmio Excelência para Novas Lideranças em Pesquisa é uma realização da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) que busca reconhecer e estimular a dedicação acadêmica dos pesquisadores da Universidade de São Paulo. São 8 áreas premiadas: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias e Linguística, Letras e Artes.

O Prof. Dr. Nicolas Carlos Hoch, do Departamento de Bioquímica do IQUSP, foi laureado na categoria Ciências Biológicas por suas contribuições acerca dos mecanismos de homeostase do DNA. A celebração desta conquista ocorreu no dia 1º de novembro de 2022, na Sala do Conselho Universitário.

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Criado em 2019, esta é a segunda edição do prêmio que, este ano, recebeu 71 trabalhos em conformidade com os critérios de avaliação. A banca julgadora é composta por 24 integrantes, entre docentes da USP e pesquisadores externos. No informe do pró-reitor da PRPI Paulo Nussenzveig, que divulgou os resultados da premiação, é destacado o “altíssimo nível das carreiras dos candidatos revelado pelo processo de análise”.

A pesquisa

É no Laboratório de Estabilidade Genômica que o docente Nicolas Hoch realiza suas pesquisas sobre os mecanismos de reparação do DNA. Ele conta que trabalha com o tema desde a graduação, nos projetos de iniciação cientí ca, estudando como a célula responde, sinaliza e repara lesões no DNA.

Como explica o docente do departamento de Bioquímica, é necessário que o DNA tenha seus mecanismos de resposta para que a célula seja funcional.

Em seu grupo de pesquisa, existem três linhas de abordagens para esses meios de reparo. A primeira trata do impacto que o acúmulo dessas lesões tem em doenças degenerativas — focando em um recorte fundamental para entender as implicações clínicas de determinados mecanismos. A segunda linha trabalha com doenças genéticas raras. Hoch descreve que essa abordagem apareceu em seu pós-doutorado na Inglaterra, quando se deu o início da pesquisa sobre pacientes portadores de mutações nos genes de reparo do DNA. “Em partes, queremos entender esse mecanismo que causa a doença; o porquê que um defeito naquele gene x causa aquela doença em particular. E também podemos usar as células dos pacientes para entender qual a função de um determinado gene, ver o que está acontecendo de errado”, conta o docente.

A terceira e mais recente abordagem teve início na pandemia e está relacionada à forma como a célula sinaliza o dano no DNA.

“Com a pandemia de coronavírus, começamos a ver na literatura alguns indícios de que essa sinalização de dano é um pouco semelhante com a resposta da célula ao coronavírus. O interessante é que a célula busca sinalizar a presença do vírus e o vírus busca impedir a célula de avisar que ele está lá; então, uma das formas que a célula tem de sinalizar essa presença é parecida com o que a gente estudava em reparo de DNA. O vírus tem uma enzima que remove essa ‘noti cação’. E a gente sabe que, quando essa enzima do vírus que tira a noti cação não está funcionando, o vírus não causa mais a doença. A partir daí, nós começamos a procurar compostos que miram nessa enzima do vírus, porque aí poderíamos ter um tratamento potencial para o coronavírus”, diz Hoch.

O docente explica que o que faz o DNA ser passível a essas mudanças é sua exposição a alguns tipos de agentes, como a radiação ultravioleta. Por se tratar de uma molécula química, ela pode reagir com outros componentes dentro da célula, o que acarreta nesses danos. Por isso a importância de se estudar os mecanismos de reparo do DNA. “Uma célula que não repara seu DNA não é viável. Todos os seres vivos têm mecanismos de reparar seu DNA, porque isso é essencial para manter a informação de qualidade. O DNA é o nosso manual que informa o funcionamento das células”, destaca Nicolas.

O Prêmio

Acerca do Prêmio conquistado, que é conferido aos pesquisadores da Universidade de São Paulo de até 40 anos, Nicolas Carlos Hoch destaca o papel que este tipo de iniciativa tem para os docentes e pesquisadores mais jovens. “Isso é bem importante, a gente ca batalhando contra muita coisa e esse tipo de reconhecimento é essencial para manter a gente empolgado em dar continuidade. Principalmente para quem é mais jovem, isso faz muita diferença, porque você está em um momento em que você quer demonstrar para as pessoas que você sabe fazer ciência; é isso que você precisa para dar continuidade na carreira. Então, esse tipo de prêmio dá um gás muito grande, quei muito contente”, conta ele.

Além da trajetória acadêmica que desenvolveu, ele destaca o papel do trabalho em equipe e do apoio de todos os envolvidos nesta conquista. “A gente recebe esse tipo de Prêmio, mas não é só para a gente. São coisas que não se fala, mas muito tem que acontecer nos bastidores: com meus alunos do laboratório; a família, que é muito importante. A gente tem que agradecer todo mundo que participou disso. É um reconhecimento do nosso trabalho. Dentro da USP é recente, mas muito importante que deem continuidade”, diz Nicolas.

Para conferir os demais vencedores do Prêmio, acesse este link.

Mais informações: nicolas@iq.usp.br