Revista APM - edição 09 - 2016

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PERSPECTIVA

Bye, 2016! Welcome, 2017! 2016 tem sido um ano intenso e bastante polêmico. Acompanhamos escândalos nas instituições políticas, fomos abatidos pela crise econômica, vivenciamos uma catastrófica epidemia de dengue e zika vírus, nos vimos inseridos em um cenário de insegurança, descrédito e impunidade, além de termos enfrentado desafios diversos. A desestruturação da máquina pública prejudicou todos os setores da sociedade, como a educação, a segurança, a saúde e, obviamente, a economia. Mas, ao mesmo tempo, participamos de momentos importantes. Sediamos as Olimpíadas e os Jogos Paralímpicos, tomamos as ruas para protestar politicamente, fomos às urnas para eleger os próximos governantes municipais,

vimos políticos e representantes da elite empresarial serem presos e condenados por corrupção, e também fomos impulsionados a empreender para driblar as dificuldades financeiras e garantir o próprio sustento. Como diz o ditado popular: “somos brasileiros que não desistem nunca”. Nestes últimos meses, foi preciso engajamento para superar as dificuldades e otimismo para acreditar que dias melhores estarão por vir. A fim de conhecer perspectivas distintas sobre este ano que se encerra e saber quais são as expectativas para o 2017 que se aproxima, conversamos com dois renomados profissionais de Medicina de Taubaté. Confira as críticas e as esperanças dos colegas médicos.

SOBRE 2016: “Foi um ano difícil para todos os brasileiros, principalmente para os que pagam impostos. E não poderia ser diferente para os médicos, que se tornaram, nos últimos anos, verdadeiros operários das instituições públicas e privadas. Os colegas que mantém clínica ou consultório particular também sentiram no bolso a recessão pela qual passamos. Necessidade de demissões e ajustes no orçamento pessoal foram pautas em 2016. Não foi um ano de ganhos, ao contrário, de sobrevivência. Para quem estava no serviço público, teve que trabalhar mais e sem ajustes na remuneração. Para quem atuou apenas em área privada ou particular, trabalhou menos e com expressiva redução de ganhos. Para muitos também foi um ano de reflexão do por quê nos encontramos nesta situação após tanto tempo de estudo, trabalho e esforço. Mas, apesar de tudo, os médicos não engrossaram as fileiras de desemprego. Ainda somos uma classe privilegiada.” Dr. Alexandre Serafim

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“O ano de 2016 foi e ainda está sendo muito difícil para todos os brasileiros, excetuando apenas os políticos. Todos os escândalos amplamente divulgados pela mídia fizeram com que o nosso país entrasse em paralisia socioeconômica e, para piorar, ficasse desacreditado em todo o mundo. Mas a verdade um dia teria que aparecer, mesmo que isso custasse muito. Hoje, pela primeira vez em toda a minha vida, observo como muita esperança para os mais jovens o início da moralização que vem sendo demonstrada com prisões de corruptos, que tanto mal fizeram a nossa nação, e que num passado recente passavam desapercebidos. O país começa a ser reerguido, levará muito tempo para se recompor, mas tenho certeza que chegaremos lá.” Dr. Nelson Franco Filho


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