AIRHEAD MAGAZINE- Dezembro 2015

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airhead ยบ


[ SUMÁRIO ] ARTE

Yayun Cheng

(texto: Ana Strapazon) LITERATURA

Especial Jane Austen- Razão e

Sensibilidade

(texto: Ana Schmidt)

EDITORIAL

Museum Dead

P. 06

of

the

(fotos e seleção: Lara Emerich) CINEMA

The Diaries

Basketball

(texto: Luiza Müller) THROWBACK

Retrospectiva: 2015

(texto: Francesco Felix, Luiza Müller e Manoela Morel // ilustrações: Manoela Morel) Foto de capa: Lara Emerich Layout e arte final: Manoela Morel


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“Segura em suas Camaras de Alabastro”, de emily dickinson . Segura em suas Câmaras de Alabastro Intocadas pela Manhã e intocadas pelo meio dia Dormem os membros mansos da Ressureição, Vigas de Cetim e Teto de Pedras A briza ri de leve em seu castelo de pôr do sol A abelha balbucia em um ouvido sólido; Os doces pássaros assobiam em uma cadência ignorante, Ah, que sagacidade pereceu aqui! O grande passar dos Anos, Na Crescente acima deles Palavras cavam seus Arcos e os Céus se alinham Diademas se soltam E Doges rendem-se, Silenciosos como pontos Em um disco de neve. - Traduzido por Ana Schmidt



Yanjun Cheng é uma artista de Boston. Ela cria ilustrações usando um método que é cada vez mais comum: o Photoshop, junto de uma mesa digitalizadora. Passando de obras que vêm da memória, até a Mathilda, de O Profissional, ela cria obras que, mesmo sendo de um realismo extremo, são facilmente reconhecíveis. O minimalismo das obras de Yanjun são, provavelmente, o mais impressionante. É tudo pintado de uma forma suave, como se tivesse algum filtro de câmera na frente. Os maiores detalhes estão nos rostos das pessoas retratadas, enquanto o resto fica quase embaçado, lembrando a técnica de Vignetting (trazer o foco para o cen tro da imagem tirando asaturação ou o brilho

dos cantos da foto). O mais característico no trabalho de Yanjun são as pinceladas de cores entre os rostos, ás vezes mais aparentes, como em “150325” (ao lado) ou então, mais sutil, em “20150504” (abaixo). Essas cores trazem um toque inusitado, que deixa tudo no imaginário. Elas ainda revelam um pouco sobre a técnica dela, que começa com uma camada em preto e branco e depois adiciona as cores conforme ela se sente confortável. Com isso, Yanjun cria um trabalho que já atraiu muitas pessoas pelas suas páginas em redes sociais. Uma coisa em comum entre todos esses fãs é que todos eles acabam impressionados pelo seu talento.

-por ana strapazon


museum of the dead -fotos por lara emerich







-por ana schmidt


Razão e Sensibilidade foi escrito por Jane Austen em 1785 e foi publicado em 1811, tornando-se assim a primeira obra publicada da autora. Anteriormente um romance epistolar e depois editado para a forma tradicional, foi publicado sob o pseudônimo da autora, By a Lady. O livro tem como personagens principais das irmãs Dashwood: Elinor, de 19 anos, e Marianne, de 17. Enquanto a mais velha é realista e racional, a mais nova é sensível e tende a agir impulsivamente - daí, inclusive, saiu o nome do livro, que antes era Elinor e Marianne e acabou virando Razão e Sensibilidade. Quando o pai delas morre, quase toda a herança recai sobre o meio-irmão mais velho, filho do primeiro casamento do sr. Dashwood e que, sob a influência da sua esposa - bem "venenosa", se me permitem dizer -, deixa as duas, junto com a irmã mais nova e a mãe, quase sem nenhum dinheiro. Já que no século XIX mulher da alta sociedade trabalhando era um horror, as quatro se veem obrigadas a se mudarem para a cidade de Devonshire, numa casa mil vezes menor (se bem que naquela época uma casa considerada relativamente pequena é basicamente uma mansão nos dias de hoje) e a alterarem seu estilo de vida confortável. O núcleo da história são os conflitos internos e externos das duas irmãs mais velhas, principalmente de Marianne. O que ela sente, ela demonstra. Que nem a protagonista disse, simplesmente não dá para sentir pela metade. Tudo gira em torno de seus sentimentos e, mais importante, de seu amadurecimento bem visível ao desenrolar dos capítulos. A garota, assim que chega em seu novo lar, conquista as atenções do rico coronel Brandon, que, é, bem, quase 20 anos mais velho do que ela. Como era de se esperar de tal adolescente completamente sonhadora, Marianne ignora completamente o pobre homem e apaixona-se perdidamente por quem ela acha ser seu príncipe encantado: o sr. Willoughby, que obviamente não é mais do que um - desculpem o palavreado nada apropriado para uma dama - babaca, mas ninguém além de Elinor aparenta perceber isso. Ah, Elinor. Vamos falar sobre Elinor. Admito, gosto muito dela. A personagem mais pé no chão da coisa toda. Mesmo sendo ela também apaixonada pelo sr. Edward Ferrars - que é irmão da "venenosa", aliás -, ela é bem esclarecida e põe tudo em primeiro lugar: sua complicada situação primeiro, possível namorado e noivo depois. Embora ele também pareça gostar dela, todo o resto acaba deixando a relação dos dois em segundo plano. É um amor maisracional, se é que isso faz algum sentido. De qualquer forma, Elinor realmente é um contraste em relação a toda a exuberância de Marianne. Ela vê as coisas com certa frieza e tende a controlar seus sentimentos de maneira bem competente estratégia que a garota considera a melhor. Inclusive, está aí uma das questões exploradas no livro: é melhor sentir tudo por inteiro e demonstrar sem guardar nada para si mesmo(a) ou simplesmente deixar transparecer tão pouco que às vezes parece que não se tem nenhum sentimento? Usar a cabeça ou o coração? A Razão ou a Sensibilidade? Austen não só faz um uso magistral do conflito entre ser racional ou sentimental como o encaixa numa situação muito bem construída: a chegada das duas irmãs numa sociedade guiada por dinheiro e status enquanto tentam elas mesmas conviver com suas personalidades tão fortes. Enfim, concluo essa resenha com uma frase da autora que, de fato, se encaixa para todas as suas obras: "Se um livro é bem escrito, eu sempre vou achá-lo muito curto."


the basketball diaries (1995) The Basketball Diaries é uma adaptação cinematográfica da biografia de Jim Carroll, dirigida por Scott Kalvert. Em Nova York, Jim, um ambicioso jogador de basquete, se desvia de seu futuro e família para viver ao lado das drogas. Dos roubos a prostituição, a queda do menino é documentada em seu caderno, exibindo seu talento com as palavras. As cenas são fortes e carregadas de emoção, o glamour cinematográfico das drogas é abandonado para dar um choque de realidade no espectador, que espera o filme terminar para poder respirar normalmente outra vez. As cores são escuras e a fotografia é instigante, levando a intensidade necessária que a história pede. Tudo no filme se encaixa do jeito certo, deixando o espectador em agonia após sua conclusão. A atuação é impecável. Leonardo DiCaprio se mostrou violento e extasiante, não fazendo o papel de Jim Carroll, mas sendo o homem em si; o que ajudou a criar uma empatia incomum com seu personagem. O filme também conta com Mark Wahlberg, James Madio e Lorraine Bracco. Em toda sua revolta, Basketball Diaries ainda retrata uma história real, um filme forte que grita por ajuda de dentro da televisão. Vemos a ruína rápida e atroz do menino, sentimos sua dor e aguardamos um desfecho espetacular para o senso real e áspero que o filme nos concede. - Por luiza müller


cinema


Um dos aspectos mais marcantes dos meses de dezembro ao longo dos anos é a tradicional reflexão sobre o ano que acaba de se passar. Pensando nisso, a Airhead decidiu dedicar algumas páginas para nos lembrarmos dos melhores acontecimentos culturais de 2015. No ano de 2015 o cinema manejou emocionar os mais inúmeros aspectos de cada pessoa, que adentraram salas semi-iluminada pelo brilho das grandes telas e saíram com a sensação de algo novo, a herança das boas histórias. De janeiro a junho, ganhamos obras indeléveis para a história das telas prateadas, com: Divertida Mente, uma das animações mais espetaculares da Pixar; Cidades de Papel, entretendo os fas do autor John Green e da modelo Cara Delavigne, que partilhou a tela com Nat Wolff.; Cinderela, uma adaptação interessante da antiga fábula, tendo como fada madrinha ninguém menos que Helena Bonham Carter; Jurassic World, uma das maiores expectativas para 2015, estrelando Chris Pratt; e por fim, Victoria, marcado pela ação e mistérios, seguindo a história da menina com um homem cheio


de segredos. Já de agosto a dezembro, mais algumas produções épicas tomaram forma, com: Que Horas Ela Volta, um dos mais emocionantes filmes brasileiros já feitos; Suffragette, exibindo o melhor elenco já visto, com Carey Mulligan, Meryl Streep e Helena Bonham Carter; Mistress America, o mais novo filme do diretor de Frances Ha; e A Esperança: Parte 2 o filme final da série Jogos Vorazes. Além disso, dia 17 de dezembro estréia um dos filmes mais aguardados do ano, Star Wars: O Despertar da Força, sétimo filme da franquia e que promete agradar os fãs e conquistar a geração mais nova. Para finalizar, The Danish Girl será lançado dia 25 de dezembro, minha maior expectativa para 2015 e uma das histórias mais importantes e incríveis de todo o ano, estrelando Eddie Redmayne e Alicia Vikander. Quanto no mundo da podemos citar entre os sucessos comerciais Mark Drake, Taylor Swift Weekend.

música maiores Ronson, e The

Vimos a volta de diversas bandas, tais como o Iron Maiden, os ingleses do The Libertines e o Blur, lançando The Magic Whip, um dos pontos altos do ano. Na cena da música indie inglesa, vimos diversas bandas novas ganhando cada vez mais espaço. Entre elas podemos citar Slaves, Peace, Gengahr, Swim Deep e


Wolf Alice, esta última, cujo primeiro album,lançado neste ano, My Love Is Cool, surpeendeu críticos, conquistou diversos fãs e entrou em primeiro lugar na minha lista de melhores do ano. Entre os maiores sucessos do mercado indie também podemos citar excelentes albuns, como How Big, How Blue, How Beautiful da Florence and the Machine, Currents, do Tame Impala e In Colours, do Jamie XX, disco solo do integrante da banda The XX. Além disto, tivemos discos novos de Bjork, Sufjan Stevens, Adele, Muse, New Order, The Vaccines, Foals, CHVRCHES e Kendrick Lamar. No Brasil, vimos diveros shows excelentes e para todos os públicos. Passando pelos festivais, Lollapalooza foi o responsável pela vinda de artistas gigantescos como Jack White, Robert Plant, Pharell Williams, Skrillex, Foster the People, The Kooks, Smashing Pumpkins, e por aí segue a lista. No Monsters of Rock vimos shows de Ozzy Osborne, Judas Priest e Kiss. Além disso, tivemos Foo Fighters, Pearl Jam, Morrissey, Ed Sheeran, Mac Demarco, entre outras milhares de atrações.


O ano de 2015 marca mais um da 'era dourada' da televisão. Muitas séries tiveram incríveis temporadas novas, enquanto algumas terminaram suas histórias e outras apenas começaram. A grade televisiva refletiu o que aconteceu na tela do cinema, com múltiplas séries sobre super heróis e derivadas de outras aventuras.É claro que, no entanto, as que mais se destacaram foram as que trouxeram originalidade para o telespéctador A Netflix, plataforma destreaming, marcou força com séries originais, como a estréia de Sense8, história criada pelas mentes por trás de Matrix, e Unbreakable Kimmy Schmidt, comédia criada por Tina Fey. O que foi mais marcante na Netflix, no entanto, foi o contrato que a empresa fez com a Marvel, que resultou no lançamento das séries Demolidor, Agente Carter e Jessica Jones. Também houveram grandes séries, tanto originais como 'spinoffs'. Exemplos dessa última categoria podem ser Better Call Saul, inspirada em Breaking Bad, e Fear The Walking Dead', inspirada em The Walking Dead'. Algumas originais que se tornaram hits da cultura pop são, por exemplo, Empire, Mr. Robot e Scream Queens. Estas causaram discussão e foram muito marcantes. 2015 foi importante para a televisão, mas as aventuras começadas nele prometem se tornarem ainda melhores no ano de 2016. -por Francesco Feix, Luiza Muller e Manoela Morel


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Playlist do mEs- museum of the dead 1. In the land, nicole dollanganger 2. Pretty girls make graves, the smiths 3. My boy builds coffins, florence and the machine 4. Dead souls, joy division 5. Cemetery gates, the smiths 6. Poacher’s pride, nicole dollaganger 7. Cemeteries of london, coldplay 8. Death is a girl, mini mansions 9. Nail in my coffin, the kills 10. You’re so dark, arctic monkeys *voce^ pode conferir esta e outras playlists no nosso usuario ´ no spotify, @airheadmagazine


alguns crÉ´ditos... :// ://

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