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Rui Figueiredo, Agente Principal

O nosso trabalho é estar presente e intervir

RUI FIGUEIREDO

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AGENTE PRINCIPAL - Polícia de Segurança Pública

A serenidade de uma luz de presença

Para Rui Figueiredo, “um herói é alguém que faz um serviço para o qual não lhe pagam. Que cumpre a sua missão porque tem amor à causa”. Fazendo o seu trabalho por gosto, Rui certamente já ganhou o título de “Herói” para muitos daqueles que o encontraram pelo caminho.

Rui Figueiredo é agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) desde 1998. Iniciou a sua carreira em Lisboa, tendo sido depois transferido para Espinho, onde começou o percurso pelo qual se iria diferenciar. Aqui fazia o acompanhamento de idosos, trabalho que continuou quando se mudou para a esquadra de Aveiro. Quando iniciou a sua função, os números de acompanhamento eram escassos, com apenas 4 casos sinalizados. Atualmente, o grupo conta com 90 casos, o que demonstra o impacto que Rui teve.

Com uma apetência e um talento natural para ajudar o próximo, Rui lida também com vítimas de violência doméstica. Dada a fragilidade dos grupos de atuação, a preparação emocional é de extrema importância. Rui confidencia: “Tenho que ter bastante controlo emocional. Nunca sabemos como vai ser o nosso dia”. O papel de um polícia é o de tentar amenizar as situações, “em casos de violência doméstica somos como que o controlo do agressor e a salvação da vítima”.

Todos aqueles que salvam a vida de alguém, vão ser sempre um herói para aquela pessoa

Após 22 anos de serviço com grupos de saúde mental delicada, Rui deparou-se com inúmeras situações que o marcaram. No entanto, destaca um episódio que envolveu uma criança vítima de violência doméstica: “A menina vivia com a mãe numa casa sem condições. Dada a situação de emergência, a criança foi retirada e encaminhada para a esquadra”. Dali a criança sairia para uma instituição. Contudo, a mãe advertiu a menina de que a assistente social a levaria para um lugar horrendo. Perante o medo que a menina sentia, Rui explica, “fiquei com ela até que o transporte chegasse”. Rui teve que se ausentar por momentos, mas ela recusou-se a ir embora sem se despedir dele. “Fez-me um desenho, que ainda hoje guardo. Abraçou-se a mim quando se foi embora. Fui para casa o caminho todo a pensar nisso”.

Apesar de nem sempre ser fácil e de muitas destas ocorrências acabarem por ficar consigo, Rui Figueiredo não trocaria o seu trabalho. Quer seja zelar pelos outros, encontrar um idoso que a família não sabe o paradeiro ou apoiar vítimas de violência doméstica, “o nosso trabalho é estar presente e intervir”.