Agir e Calar | Junho de 2010

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O rosto de Murialdo no

Rio de

Janeiro Rio de Janeiro cidade maravilhosa, cheia de encantos mil... já diz a canção de André Filho. É no subúrbio desta cidade maravilhosa que se encontra Murialdo, no bairro Quintino Bocaiúva. Nossa paisagem é de muitos morros, onde sobem muitas casinhas aglomeradas: ambiente, ora chamado comunidade, ora temido como favela. No fundo, trata-se de um bairro que pouco favorece os seus moradores, inclusive os que moram no asfalto. Os serviços públicos são raros, assim como são em tantos outros bairros do Rio de Janeiro. Aqui prefiro falar de comunidade, local onde todos se conhecem, participam das vidas uns dos outros: seja em momentos de aperto, quando a chuva põe abaixo um telhado ou uma casa; ou em um churrasquinho na esquina... na casa do vizinho! Festa de aniversário, almoço de batizado... sempre há alegria, não importa a carência; é preciso levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima . Há, contudo, momentos em que cada família se fecha em sua casa e nem mesmo as crianças podem sair para brincar, pois a violência tranca a todos; é a mesma violência que enjaula os condomínios luxuosos da zona Sul da cidade. Somos todos, independente da classe social, apreciadores das belezas de nossa cidade e também expectadores e vítimas da violência. A Obra Social Murialdo no Rio de Janeiro quer intervir nessa realidade. Das muitas missões que nos cabem, uma chama muito a atenção, que é desvendar a existência das belezas da vida. Buscamos mostrar que a vida é boa para se viver:

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nas oficinas de reforço escolar, na sala de leitura, nos momentos de formação humana onde se trabalha ética e conscientização. Nessas oficinas transparece o rosto de Murialdo em sua pedagogia do amor, incentivando, assim, o cuidado com a mente e o coração. Identificamos o rosto murialdino amigo e irmão na linguagem recreativa, onde vemos brotar sorrisos, olhares atentos e curiosos através de jogos interativos e

educativos, gincanas e muito movimento, às vezes até com música! A mesma que toca em nosso radinho na hora do almoço, no café da manhã, na oficina de flauta ou de violão. E o rosto de pai , numa conversa ou bate papo, num encontro de formação com a equipe, voluntários ou responsáveis. Reconhecer este rosto nos traz grande satisfação. A alegria que silencia nos momentos de espiritualidade é a mesma que faz barulho na hora


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