
3 minute read
Itaú Educação e Trabalho
\ ARTES CÊNICAS \ Palco Virtual ganha novas experiências
Ano foi marcado por novas modalidades de interações nos espetáculos on-line, expansão da representatividade regional e diversidade
Advertisement
Criado três meses após o início do isolamento social, em março de 2020, o Palco Virtual, com apresentações de teatro e dança, passou por uma virada em 2021. Se no ano anterior o on-line tinha sido abraçado como a única opção viável para a fruição segura das artes cênicas, em 2021 ele passou a ter as suas possibilidades mais exploradas.
A programação, realizada de forma 100% on-line, incorporou, a partir das experiências anteriores, uma relação direta com os espectadores e tornou-se ainda mais plural geograficamente.
O Palco Virtual incluiu apresentações em lives via Zoom, nas quais o público reservava ingressos, ou via YouTube, para consumo posterior. Foram, ao todo, 206 produções artísticas circulando de forma on-line, sendo que 131 se originaram em estados fora de São Paulo – a maior proporção regionalizada da história da instituição.
Entre os projetos colocados de pé pelo núcleo de Artes Cênicas destaca-se o Cena Agora, que se estendeu pelo ano todo dividido em três eixos: produções vindas do Nordeste, relação entre arte e ciência e humor.
O Cena Agora nasceu de uma percepção da curadoria em relação ao relativo cansaço do público diante das experiências virtuais e da saudade da convivência. Buscou-se, então,
206
produções artísticas on-line


Todos os Gêneros - Sui Generis/Cia Fundo Mundo
| Foto | Allan Lira Cena Agora - Coletivo de Teatro Alfenim
| Foto | Alessandro Potter
o desenvolvimento de projetos capazes de aproximar, de forma mais direta, os artistas e o público. Isso significou, por exemplo, pedir para os espectadores abrirem as câmeras e os microfones para falar com os artistas. Alguns grupos chegaram a incorporar essas trocas em seus espetáculos.
Destacaram-se ainda na programação a oitava edição de Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade (realizada em agosto em versão digital pela segunda vez), e o evento A Ponte, entre agosto e setembro. Em ambos os casos, o virtual possibilitou que espectadores de todo o Brasil se encontrassem no ambiente on-line da instituição.
Todos os Gêneros promoveu o intercâmbio entre teatro, música e cinema, procurando refletir os diferentes corpos divergentes, a sexualidade e os gêneros e suas representações na cultura, em shows, performances, filmes e oficinas.
Já o encontro A Ponte, que chegou à quarta edição em 2021, foi marcado pelo contato direto entre os participantes de universidades das cinco regiões brasileiras. Esse evento é um grande panorama do teatro universitário e incluiu, no ano passado, a publicação Pontilhados, que reúne a produção científica em artes cênicas. Até a pandemia, as limitações logísticas faziam com que o evento se limitasse aos cursos do Estado de São Paulo.
Em outra frente, dentro da ideia de explorar as potencialidades do virtual, foi criado, em 2001, o podcast Ficções Itaú Cultural, uma série de audiodramas na qual seis diretores ou grupos de teatro foram convidados a produzir narrativas sonoras.
Apesar de o virtual ter dado a tônica às ações, a sala de teatro da sede do Itaú Cultural sediou três transmissões ao vivo. A primeira delas foi para a montagem de A Voz do Provocador, com Elias Andreato, em homenagem a Antônio Abujamra, que incluiu conversas sobre o ator, um nome fundamental da cultura brasileira.
Houve também um show de Anelis Assumpção, transmitido ao vivo no YouTube do Itaú Cultural, e, por fim, o espetáculo RISKO, de Morgana Apuama, que serviu como “esquenta” para a 4ª Mostra de Dança, que aconteceu no mês de novembro. Sob o título Dança Agora – Movendo Tempos e Trajetórias, a mostra, realizada ao longo de duas semanas, reuniu cenas, espetáculos inéditos, bate-papos e oficinas. O evento reuniu artistas de 12 estados brasileiros e teve como tema principal as transformações que o tempo imprime aos corpos – algo especialmente forte em tempos pandêmicos.
