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\ ENCICLOPÉDIA \ Plataforma chega aos 20 anos com público em expansão

Repertório de 200 mil verbetes foi acessado por mais de 50,8 milhões de usuários no ano passado

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Em 2021 a Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira completou duas décadas de existência e ganhou um novo layout, que tornou ainda mais eficiente a navegação, e bateu novos recordes de acesso. Ao todo, a plataforma registrou 50,8 milhões de acessos – número 22% superior ao de 2020. A Enciclopédia conta hoje com quase 200 mil verbetes, 12 mil dos quais atualizados no ano passado.

Estão ali registradas cerca de 90 mil personalidades do universo artístico e cultural brasileiro; 41 mil obras; 9.563 instituições, grupos, coletivos, termos e conceitos; de 68 mil eventos, entre exposições e espetáculos teatrais. A Enciclopédia, por seu papel incontornável na pesquisa das artes, é um marco para todos que se interessam por cultura no país. A plataforma congrega algumas das preocupações centrais do Itaú Cultural: a preservação da memória e a difusão do conhecimento por meio da disponibilização de dados e informações.

Publicada na internet em abril de 2001, a primeira versão era dedicada às artes visuais e continha cerca de 3 mil verbetes criados a partir de um banco de dados sobre pintura. Com o tempo, a plataforma passou a congregar também informações sobre literatura, teatro, cinema, dança, música e, desde 2021, sobre gestão cultural.

50,8 mi

acessos

41 mil

obras

200 mil

verbetes

68 mil

eventos

_A plataforma conta também com ferramentas de acessibilidade para o público surdo, cego ou com baixa visão

Quando nasceu, o projeto, para além do seu valor cultural, chamou a atenção pelo caráter inovador do ponto de vista tecnológico. A Wikipédia, para se ter uma ideia, também surgiu em 2001.

A Enciclopédia Itaú Cultural já foi construída com a ideia dos hiperlinks, que permitem acessar textos, imagens, vídeos e toda a base de dados da instituição a partir de um único termo. Uma de suas marcas fundamentais é a acuracidade das informações, constantemente atualizadas, apuradas e validadas. Os próprios projetos de fomento, fruição e formação desenvolvidos pela instituição acabam por servir de norte e de alimento para a plataforma.

A partir da reforma da base de dados, esse repertório de informações ganhou uma interface mais clean e com novas funcionalidades, como filtros e ordenação por relevância, cronologia ou ordem alfabética. A busca por material audiovisual também foi

Trepante, de Lygia Clark Lygia Clark Prêmio Diário de Notícias na IV Bienal, 1957

| Foto | Arquivo da Associação Cultural Lygia Clark

facilitada, uma vez que as mídias ganharam um carrossel na home, possibilitando ao usuário navegar por todos os vídeos disponíveis no site. A plataforma conta também com ferramentas de acessibilidade para o público surdo, cego ou com baixa visão.

Em consonância com uma cultura cada vez mais participativa, a reforma incluiu um novo desenho e a simplificação do campo Fale com a Enciclopédia, aberto para as demandas, sugestões e apontamentos dos usuários, que agora podem figurar também como editores da plataforma.

No site Enciclopédia Itaú Cultural também foram disponibilizados, em 2021, oito novos Cadernos do Professor, dedicados ao Espaço do Professor, que é voltado ao compartilhamento de propostas didáticas. Os 36 Cadernos disponibilizados ao público, nesta seção registraram 34.962 leituras em 2021. A ideia do projeto é oferecer abordagens diversificadas de assuntos tratados na Enciclopédia, contribuindo com alternativas pedagógicas e ferramentas multidisciplinares para a formulação de aulas.

Os novos cadernos tiveram como ponto de partida as obras do pintor e escultor Frans Krajcberg e do artista plástico Abraham Palatnik, além de gêneros do Fotojornalismo. O trabalho é resultado de um processo realizado ao longo de 2020 e que consistiu na criação de propostas de planos de aula por professores de todo o país.

formação

O Itaú Cultural tem forte atuação no campo da pesquisa, da educação e da formação. A instituição promove cursos, masterclasses, palestras, programas de pós-graduação e mestrados, especialização em gestão de políticas culturais, cátedra das ciências, artes e tecnologia, entre outras iniciativas, em parceria com importantes instituições acadêmicas. A trajetória culminou, em 2020, na criação da plataforma on-line Escola Itaú Cultural, que oferece, de forma permanente, programas de Educação à Distância (EAD).

\ CURSOS E SEMINÁRIOS \ De pós-graduação a cursos livres para gestores e público geral

Oferta de formação avança com novas parcerias e ampliação de grade temática

Desde 2009, quando lançou a especialização em Gestão e Políticas Culturais, em parceria com a Cátedra Unesco de Políticas Culturais e a Universidade de Girona, da Espanha, o Itaú Cultural vem se dedicando a oferecer programas para a formação de gestores e cursos sobre arte e cultura voltados para o público em geral.

No final de 2020, esse processo culminou com a criação da Escola Itaú Cultural, voltada, sobretudo, para a Educação à Distância (EAD). Em 2021, a plataforma ofereceu 20 cursos, num total de 515 horas e 45 minutos de conteúdos gravados, que dialogam de maneira relevante com a base de dados da Enciclopédia Itaú Cultural.

Além de promover o acesso ao conhecimento, a ideia do projeto é conectar ainda mais a instituição ao público, propiciando troca de saberes e experiências. Os cursos são gratuitos, autoformativos, e podem ser acessados a qualquer tempo e de qualquer lugar do país, reforçando a equidade do acesso à informação. Cerca de 23,3 mil usuários se cadastraram na plataforma em 2021.

Entre os cursos disponibilizados pelo EAD da Escola Itaú Cultural estão Entre a caixa preta e o cubo branco: Panorama da cenografia e da expografia no Brasil; Mediação Cultural Contemporânea; Crítica de Cinema; Gestão Organizacional: estratégias para a cultura; Iniciação à escrita teatral e Economia da Cultura e Políticas Culturais: contexto histórico e agenda para o Século 21. Os cursos de curta duração são oferecidos também por meio de parcerias firmadas com organizações de 34 cidades brasileiras.

Pós-graduação

No campo da pós-graduação, três cursos passaram por concorridos processos seletivos e constituíram suas primeiras turmas: o Mestrado Profissional em Economia e Política da Cultura e Indústrias Criativas, realizado com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); a Pós-graduação em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade, novo curso do Instituto de Estudo e Pesquisa (Insper), feito em parceria com o Itaú Cultural e Arq.Futuro; além do programa de especialização em gestão cultural realizado em conjunto com o Instituto Singularidades, este já em sua terceira edição.

Também em parceria com a UFRGS, e com a Unesco, foi realizado um seminário internacional que se debruçou sobre a importância da geração de dados, a governança no setor cultural, e o desenvolvimento sustentável - tema fundamental do século 21.

Ainda no âmbito acadêmico, tiveram continuidade os trabalhos da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, criada em 2016 com o Instituto de Economia Aplicada da USP. Embora tenha foco na gestão cultural, a Cátedra expande-se para outras áreas interconectadas com a cultura, a ciência e a tecnologia.

O projeto já teve como catedráticos o intelectual Sérgio Paulo Rouanet, o gestor cultural Ricardo Ohtake, a educadora e ativista social Eliana Sousa Silva, a cientista Helena Nader e o curador Paulo Herkenhoff. Em 2021, a Cátedra seguiu sob a gestão do antropólogo Néstor García Canclini, nascido na Argentina e radicado no México, que assumiu o posto em 2020.

Em um dos webinários conduzidos por Canclini, discutiu-se o movimento cultural que originou a Lei Aldir Blanc de emergência cultural, sob a perspectiva das redes – tema central nas pesquisas do antropólogo.

20

cursos

+23 mil

usuários cadastrados

+515

horas de conteúdos gravados

Cátedra Olavo Setubal

A Cátedra também colocou no ar, no ano passado, a plataforma Conexões USP - Periferias, ambicioso projeto fomentado pelas inquietações trazidas por Eliana Souza Silva, criadora da ONG Redes da Maré, para a USP. A ausência das representações periféricas na universidade a levou a propor uma base de dados de toda a produção acadêmica sobre as periferias, favelas e suas populações. A partir de uma ampla pesquisa, foram localizadas 3.474 produções feitas desde 1945 e agora acessíveis para os interessados.

fomento

O fomento é um dos pilares do Itaú Cultural desde a sua fundação. A instituição realiza pesquisas e estudos sobre a economia criativa e o consumo de cultura, apoia artistas e pesquisadores das diversas linguagens, incentiva a experimentação artística, reconhece e estimula a constituição de memória da arte e da cultura brasileiras, articula e difunde conhecimentos, experiências e saberes sobre estes segmentos e busca promover os direitos culturais. Programas como o Rumos Itaú Cultural, uma das mais importantes iniciativas do gênero no país, reafirmam esta missão e o propósito da instituição de incentivar a experimentação e a pesquisa artística.

\ INCENTIVO \ Rumos e Arte como Respiro reforçam compromisso com a cultura

Política de apoio busca diversidade, renovação de linguagens, afirmação de novos talentos e reflexão

Reafirmando seu propósito de fomentar, produzir e difundir a cultura brasileira, em 2021 o Itaú Cultural, mesmo com os percalços da Covid-19, deu continuidade a dois projetos centrais da sua política de fomento: o Programa Rumos, voltado para a pesquisa e a produção em todas as linguagens artísticas, e o Arte Como Respiro, iniciativa instituída em 2020 para apoiar a economia da cultura durante a pandemia.

Criado em 1997, o Rumos Itaú Cultural consolidou-se como um dos mais longevos programas de fomento à produção cultural brasileira. A iniciativa é reconhecida por dar espaço para os artistas iniciantes, para as propostas de renovação de linguagem e por seu papel de articulação na cena cultural brasileira. Em 2021, foram apresentados ao público alguns dos projetos vencedores da 19ª edição Rumos Itaú Cultural 2019-2020, já que nem todas as propostas contempladas no edital puderam ser executadas por conta da pandemia.

Para além da multiplicidade de linguagens, o que se viu foi uma multiplicidade de vozes. Negros, indígenas, trans e artistas com deficiências puderam viabilizar e mostrar suas criações.

O conjunto de trabalhos apoiados reuniu peças de teatro, espetáculos circenses, livro, história em quadrinhos e um encontro periférico de artes. Com exceção do Amapá, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal tiveram propostas contempladas.

Um dos projetos viabilizados foi o livro Uma Clínica de Instantes Inusitados, do paraibano Babilak Bah, que abordou artisticamente a obra do arte-educador em programas de saúde mental em Belo Horizonte. Também recebeu apoio do Rumos o 8° Festival de Circo de Taquaruçu, do Circo Os Kaco, de Tocantins, maior evento do gênero do Norte do Brasil, e a peça infantil Lasanha e Ravioli em A Branca de Neve, comemorativa dos 30 anos da dupla de palhaços Lasanha e Ravioli, interpretados pelas cariocas Monica Biel e Ana Barroso.

Já o programa de fomento Arte como Respiro ganhou em março um seminário, transmitido on-line, para debater o papel da cultura na saúde mental e no bem-estar, temática que ganhou especial relevância durante a pandemia.

A iniciativa foi um desdobramento do edital Arte como Respiro: Múltiplos Editais de Emergência, que apoiou 1.100 projetos de variadas áreas no primeiro ano da eclosão da Covid-19 no país.

O seminário reuniu o líder indígena e ambientalista Ailton Krenak, o médico sanitarista e professor Gonzalo Vecina Neto e a dramaturga e atriz Dione Carlos, sob a mediação do psicanalista Christian Dunker.

Krenak refletiu sobre o papel da arte na construção do futuro. A Vecina coube tratar do efetivo papel que a arte pode ter no manejo de questões de saúde. Dione, por sua vez, examinou o papel dos próprios criadores que, tendo a arte como uma forma de respiro, ajudaram o público a respirar com seus trabalhos no longo período de distanciamento e suspensão das atividades sociais.

Marcelo Oliveira - LABIC / Rumos

| Foto | Divulgação

\ PARCERIAS \ Atuação em rede com instituições e projetos culturais

É Tudo Verdade, Mostra Internacional de Cinema, Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Oceanos e Ruth: festival de teatro negro de São Paulo consagram alianças

Um dos pilares do Itaú Cultural é a atuação em rede. A instituição investe em alianças e iniciativas com parceiros em todo o país, o que contribui para o fortalecimento da economia criativa e para a circulação de ideias, projetos e fruição cultural.

Neste campo de atuação, em 2021, o Itaú Cultural transmitiu, em seu site e no seu canal no Youtube, a 18ª Conferência Internacional do Documentário. O evento integrou a programação da 26ª edição do É Tudo Verdade, festival que tem o Itaú Cultural como parceiro desde 2016.

A conferência celebrou o centenário do cineasta francês Chris Marker, considerado um revolucionário no campo do audiovisual. Durante dois dias, convidados do Brasil, da França e da Inglaterra, como o prestigiado crítico de cinema inglês Bill Nichols, dividiram com o público suas impressões e seu conhecimento sobre o diretor.

Ainda no campo do audiovisual, o Itaú Cultural fez parceria com Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis para exibição de 10 títulos em sua plataforma de streaming, o Itaú Cultural Play, e com a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, com a transmissão de sete longas-metragens selecionados para a 45ª edição do evento.

A parceria do Itaú Cultural com a Mostra viabilizou também a quinta edição do Fórum Mostra que, durante três dias, reuniu

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