Gestão e Mercados

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REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS

Gestão e Mercados

Ano 6 – Volume XVIII Março 2021

ISSN 2525-801X

Curitiba Março 2021

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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Proibida a reprodução total ou parcial, sem a autorização por escrito.

Revista de Administração e Ciências – Curitiba, 1a Edição

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Revista de Administração e Ciências – ISSN: 2525-801X ORCIDE 0000-0001-8789-7698 Publicação da área de Ciências Humanas

As opiniões emitidas nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. All articles are full responsability of their authors. Solicita-se permute

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Semestral ISSN 2525-801X CDD 100

Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

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Correspondência e Assinatura / Letters and subscription Revista de Administração e Ciências Rua Nicolau Vorobi 244 CIC – Curitiba – Paraná CEP.: 81250-210

"DADOS DO AUTOR CORPORATIVO (INSTITUIÇÃO RESPONSÁVEL PELA PUBLICAÇÃO)" Collt Editora - ENDEREÇO: Rua Nicolau Vorobi 244 - BAIRRO: Cidade Industrial de Curitiba – CIC - CIDADE / UF: Curitiba - PR - CEP: 81.250-210 E-MAIL: gasparcp@hotmail.com

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CONSUMIDOR ATUAL O mundo vive em constante mudança, avanço tecnológico e a epidemia do Coronavirus “pisou no acelerador” para o mundo digital. As aulas passaram a ser on-line, as reuniões também, o aniversário idem, o trabalho ficou remoto, o supermercado passou a estar na tela do computador ou do notebook ou do celular, não que isto não existia, sim existia e estava tudo aí mas muitos descobriram isso em 2.020 devido à Covid-19. E tantas mudanças num mundo globalizado, digital, tecnológico, vieram a reforçar o indivíduo que mantêm os negócios de pé, o consumidor. Em 2.010, Philip Kotler, o guru do marketing, traz o termo “Consumidor 4.0” em seu livro Marketing 4.0: do tradicional ao digital, nele o autor fala do consumidor cada vez mais empoderado, influenciador, digital e que as empresas deveriam ir em busca de novas tecnologias. No Marketing 3.0 o foco estava no ser humano, suas qualidades, seus desejos, suas virtudes e o objetivo que já foi vender para ele, fidelizá-lo agora buscava reter essa pessoa para a empresa, de modo que retendo o indivíduo como cliente a empresa estaria ganhando pontos em tê-lo como consumidor, ao passo que no Marketing 4.0 o foco está na informação e o objetivo que já foi vender, fidelizar e reter o cliente agora busca a influência que essa pessoa exerce no meio. Hoje, há uma tendência na procura pelos serviços digitalizados, até mesmo nos atendimentos, podemos citar como exemplo os bancos digitais, o sistema de pagamento PIX, os APPs, o serviço de cancela automática nos pedágios, estacionamentos de shoppings, etc. No mercado imobiliário a onda tecnológica chegou para ficar, mas num ambiente misto. O cliente pesquisa nos sites, APPs e depois entra em cena o ambiente físico através do corretor de imóveis e da imobiliária, construtora. Mas afinal quem é esse Consumidor 4.0? Vejamos a seguir algumas características dele: - Não decide rapidamente, mas não quer perder tempo – ele pesquisa e procura informações em mais de um canal, por isso esteja presente nas redes sociais como Facebook, Canal no Youtube, Instagram, Whatsapp, Telegram de modo que ele possa visualizar os imóveis antes de ir ao local; - Exige ser bem tratado – conhece os seus direitos e busca um tratamento personalizado. Muitas empresas estão criando aplicativos onde o cliente obtêm descontos exclusivos para suas compras; - Procura soluções – quando ele compra um bem, um produto, um serviço ele quer a solução dos seus problemas, então tenha sempre uma rede diversificada de prestadores de serviços para atendê-lo; Por fim, mas não menos importante: - Procura por um mundo mais digital – aquele negócio de jornal de classificados de anúncios imobiliários com 30 páginas é coisa do passado, hoje os anúncios estão em sites especializados, nas imobiliárias, nas construtoras e nas redes sociais. O consumidor está cada vez mais exigente, conhecedor dos seus direitos, digital, e com menos paciência e tempo para o mundo físico. Por isso procure ouvir mais e falar menos, busque coletar as informações necessárias para 4


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oferecer o seu produto; esteja no mundo digital para atraí-lo e no mundo físico para fechar o negócio;

Sérgio Ricardo Gallo Prof. Adm. de Empresas

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SIMPLIFICANDO CUSTOS FIXOS R$ X CUSTOS VARIÁVEIS R$

Existe muita confusão quando falamos em custos fixos e custos variáveis. Muitos se confundem pensando que custo fixo é aquele que você paga mensalmente sempre o mesmo valor e custo variável é aquele que altere o valor. Não é por aí. Para facilitar leve sempre em consideração a venda realizada. Custo fixo é aquele que temos vendendo ou não vendendo. Por exemplo: aluguel (vendendo ou não vendendo você terá que pagar o aluguel), conta de energia (vendendo ou não vendendo você terá que pagar a conta de energia); preste atenção que usei dois exemplos de custos sendo um que não sofre alteração mensalmente e outro que todo mês vem diferente. Custo variável é aquele que você só tem que pagar se houver venda. Por exemplo: comissão de vendedor (você somente pagará se houver a venda), impostos sobre vendas (novamente você somente pagará se houver a venda). Resumindo: para saber se o custo é fixo ou variável basta responder a seguinte pergunta. Se eu não vender tenho que pagar? Se a resposta for sim é custo fixo, se a resposta for não é custo variável. É importante saber diferenciar o custo fixo do custo variável para fazer uma análise aprofundada aonde a empresa está alocando os seus gastos. Sempre que ouvirmos falar em redução de custos ele, quase sempre, se dará nos custos fixos, não porque não se possa reduzir os custos variáveis, mas porque é mais difícil reduzi-los. Cortar comissão de vendas é muito difícil devido ao problema que isso gera na equipe; reduzir os impostos sobre vendas parte do governo e esta é a parte quase impossível de ocorrer porque não depende de nós; redução na taxa do aluguel da máquina do cartão de crédito é mais palpável devido a concorrência que existe hoje no mercado, etc. Enquanto que nos custos fixos, temos os gastos com aluguel que podemos negociar e até mudar de local; a redução da folha de pagamento quando ocorre a demissão de um funcionário; os gastos com telefonia e a sua redução devido aos pacotes advindos do avanço tecnológico e da concorrência; reduzindo o custo da 6


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energia com um melhor controle interno, implantação de aquecedor solar, troca de maquinário por um mais econômico; e por aí vai. Em cada empresa é bom sempre verificar quais são os custos variáveis.

SÉRGIO RICARDO GALLO Professor de Administração de Empresas

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FUNDO IMOBILIÁRIO FINANCIANDO A CONSTRUÇÃO CIVIL Nos últimos anos devido a queda da Taxa Selic que se encontra em 2,00%, a sua mínima histórica, desde setembro de 2.020 muitos investidores conheceram e passaram a investir em Fundos Imobiliários, uma modalidade de aplicação em imóveis onde o investidor não precisa comprar um imóvel para receber os “aluguéis” e/ou lucrar com a valorização dele. Com menos de R$10,00, você pode começar a investir em Fundos Imobiliários desde que tenha uma conta numa corretora de valores, sendo que a maioria das corretoras não cobra taxa para abertura de conta. Mas afinal o que é um Fundo Imobiliário? É uma modalidade de investimento negociada na Bolsa de Valores onde pessoas através de uma corretora compram e vendem cotas de fundos que investem em empreendimentos imobiliários. Essa modalidade de investimento, segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) captou no mercado R$45,3 bilhões em 2.020 ante R$10,2 bilhões em 2.019, o que representa um crescimento de 344,2%. Esse valor arrecadado com as IPOs (ofertas públicas de ações) movimentou a construção civil no país todo com os diversos tipos de fundos. O total de ofertas públicas de ações passou de 5 em 2.019 para 27 em 2.020. Esse aquecimento no setor se deve, principalmente, devido à migração de investidores de outras aplicações para o fundo imobiliário buscando maiores retornos devido à baixa da taxa Selic. Vantagens de se investir em fundos imobiliários:  Baixo investimento – com menos de dez reais você pode se tornar um investidor e começar a receber os “aluguéis” mesmo não tendo comprado nenhum imóvel e, sim cotas de um imóvel;  Qualidade dos inquilinos – a maioria dos inquilinos é formada por grandes aglomerados nacionais e internacionais o que representa uma pequena possibilidade de inadimplência;  Gestão profissional – quando você loca um imóvel fica consigo a “dor de cabeça” de contratar uma imobiliária ou então, toda a administração da locação do imóvel. Quando você compra uma cota de um fundo imobiliário isso não existe porque eles são administrados por empresas especializadas no ramo;  Rendimentos – de acordo com a Lei 9.779/1999, que regula o funcionamento dos fundos imobiliários, os fundos são obrigados a distribuir entre os seus cotistas 95% do lucro caixa obtido no semestre, eles não precisam pagar os rendimentos mensalmente, apesar de que a maioria deles fazem esse pagamento por volta do dia 15 de todo mês;  Isenção de imposto de renda – os rendimentos recebidos mensalmente ou semestralmente são isentos de imposto de renda, uma enorme vantagem se comparado ao aluguel que necessita do recolhimento de 27,5% do valor recebido. É bom ressaltar que a isenção é no recebimento dos rendimentos, quando ocorrer a venda de alguma cota ela será tributada em 20% no lucro;

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 Liquidez – a maior parte dos fundos possui grande número de cotas negociadas na Bolsa de Valores, o que representa uma grande vantagem porque você pode negociar algumas cotas que possui e não todas diferentemente de quando possui uma residência, na qual você tem que negociá-la inteira não podendo vender apenas um dormitório ou uma sala;  Custos baixos – muitas corretoras não cobram taxas para a negociação das cotas na Bolsa de Valores diferentemente das imobiliárias;  Diversificação – existem fundos de tijolos que investem em hospitais, faculdades, bancos, shoppings, lajes corporativas, galpões logísticos; fundos de papel que investem em fundos de fundos como os CRIs; e os fundos de fundos, também conhecidos pela sigla FoF, que investem em títulos imobiliários. É interessante realizar essa diversificação porque num momento de crise alguns setores são mais afetados com outros. Essa diversificação não significa comprar papéis de vários fundos do mesmo segmento e sim comprar de outros segmentos;  Proteção contra a inflação – os fundos atrelam a correção da inflação pelo IGP-M ou pelo IPCA, o que é uma garantia de manutenção do poder aquisitivo. E os riscos que o investidor corre? Os principais riscos que o investidor corre são de vacância do imóvel que representa menor recebimento dos rendimentos; desvalorização do imóvel que implica na redução do valor da cota; e outros riscos inerentes a todo tipo de investimento e negócio como por exemplo sinistros e a gestão que é realizada por um terceiro. BIBLIOGRAFIA: https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/tudo-sobre-taxa-selic https://www.euqueroinvestir.com/ipos-344-2020-emissoes-fiis-batem-recorde/ https://einvestidor.estadao.com.br/investimentos/10-vantagens-fundos-imobiliarios/ Sérgio Ricardo Gallo Prof. Adm. de Empresas

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Gestão Imobiliária e o Modelo Organizacional Dr. Gaspar Collet Pereira 00 Introdução Este material tem o objetivo de fazer uma relação entre a gestão imobiliária e o modelo organizacional. A compreensão deste modelo, permite que o gestor concentre seus esforço, de maneira organizada, nas várias partes que compõe a empresa e possibilita uma visão geral do funcionamento . O modelo organizacional é uma proposta de dividir as várias funções e recursos necessários para o funcionamento de uma empresa e estudá-los de forma separada, como é mostrado abaixo.

A atividade das funções e o uso dos recursos, deve dar origem aos bens e serviços elaborados pela organização, gerando o bem estar para o cliente. O lucro é resultado da soma destas atividades. A empresa será tão fraca quanto for o elo mais fraco desta cadeia. Este raciocínio pode ser aplicado para montar um carrinho de espetinho na esquina, para fazer o planejamento de uma grande montadora de automóveis ou mesmo para quem resolva de fazer um projeto interno dentro da organização em que trabalha, o que muda em cada um destes casos, é o foco e o nível de detalhamento. Este modelo já foi testado em várias palestras desafiando os participantes a citarem uma das áreas mostradas no diagrama organizacional que não fosse contemplado na empresa onde trabalham e caso alguém identificasse ganharia um jantar para dois num churrascaria do município onde estava sendo dado a palestra, ou o contrário, se indentificasse uma área de sua empresa que não pudesse ser inclusa no diagrama. Foi pago um jantar para um participante que disse que poderia citar uma empresa que não contemplava parte do diagrama e como reposta citou uma empresa “ fantasma” sediada nas ilhas Mauricio, que tem o único objetivo de lavar dinheiro, e acabou levando o jantar. Por exemplo, o carrinho de cachorro, quente da esquina, a produção é cortar o pão e colocar a salsicha no meio, a comercialização é encostar o carrinho no local e na hora que passem interessados, os recursos humanos se resumem ao próprio operador do carrinho, como recursos materiais podem ser citados o próprio carrinho, financeiro o capital investido, como ciência as pesquisas feitas com a tinta para pintar o carrinho, o bem estar é a capacidade de matar a fome de quem compra um cachorro quente, a administração e controle é combinação de todos estes itens. O resultado de tudo isto será o lucro ou prejuízo do gestor . O grande desafio do gestor é reunir todos estes elementos e combina-los da melhor maneira possível. Normalmente ele tem afinidade com uma das áreas e dificuldades com as 10


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demais, fazendo com que seu negócio seja tão fraco quanto o mais fraco dos elos do diagrama organizacional. Pode ser que o gestor tenha tido uma grande ideia, proposto um produto que venha a atender uma necessidade importante e acaba dando ênfase na produção. Ou que trabalhou numa empresa como vendedor tenha acesso a um grande número de clientes potencias para uma linha de produtos, ou teve acesso a um determinado montante para investimento, ou comprou um equipamento com capacidade de produção, ou criou um Soft capaz de revolucionar uma área. Cada uma destas situações pode ser transformada em um negócio desde que o gestor consiga juntar a este ponto forte, os demais elos do diagrama.02 Administração de

Normalmente um empreendimento toma corpo na hora que tem o primeiro cliente, é feito a primeira venda e começam as transações financeiras. Para entender a forma de venda é oportuno estudar o composto de marketing representado pro 4 P´s. Produto O produto pode ser um bem ou serviço e é a razão de ser de uma organização. Se a soma de insumos for menor do que o reconhecimento de bem estar por parte do cliente a organização tende a ir em frente, caso contrário pode inviabilizar o negócio. Vamos imaginar um fabricante da calças jeans que receba os pedidos e as medidas do cliente por internet e prometa a entrega de um produto personalizado em dez dias na casa do cliente, cobre em torno de setenta reais por cada peça e tenha a expectativa de produzir e vender cerca de cem peças por mês. Se a soma dos seus custos e despesas incluindo o seu pro labore for inferior a sete mil o negócio tende a crescer caso contrario é necessário mudar algumas variáveis para poder viabilizar. Preço Pode ser feito através da soma dos custos e despesas utilizados para elaboração de um bem ou serviço e irá servir de referência para a parte mais importante que é o preço que o consumidor está disposto a pagar. Deve ser definido se a empresa quer ganhar no volume mesmo que tenha que manter uma margem baixa, ou ter uma margem alta, num volume menor. Deve ser decidido pela alternativa que traga o melhor resultado. Além disto, devem ser consideradas outras variáveis como prazo de pagamento, descontos e multa por atrasos. 11


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Ponto É a forma como é viabilizado o bem ou serviço. Pode ser por distribuição, situação em que o bem ou serviço vai até o cliente ou por um sistema de ponto, onde o cliente vem até um bem ou serviço. Uma faculdade tende a prestar seus serviços na forma de ponto nas aulas presenciais, onde os alunos vão até a escola e passa a ser distribuição no ensino à distância pois os alunos recebem os serviços em suas residências ou local de trabalho através de recursos informatizados. Promoção Tende a ser o mais complexos dos quatro P´s e ao mesmo tempo o que exige maior atenção, pois é através dele que a organização se comunica com o público mostrando que tem um bem ou serviço à disposição, as vantagens, as necessidades que atendem e procura convencer as pessoas a fazerem negócios com ele. Existem três formas clássicas de atingir este objetivo. a)Propaganda É a forma onde o patrocinador tem controle de quanto gastar, que público atingir e qual a mensagem será veiculada. O que não tem controle é o volume de negócios que irá gerar e se o retorno deste volume de negócios será maior do que o capital investido. b) Publicidade Diferente da propaganda, não tem um valor fixo a ser investido, pode não custar nada inclusive. O grande risco é que ela pode ser negativa e ter um impacto maior do que a propaganda. c)Força de vendas Contratação de um grupo de vendedores, normalmente com um fixo baixo e com uma possibilidade de comissões altas. Como exemplo uma escola que ministra cursos para corretores, e já fez propaganda e publicidade, já tentou melhorar o ponto mas mesmo assim observa que o número de alunos está diminuindo e por isto resolveu contratar uma equipe de vendedores. Foi proposto um fixo de um salário e 50% de comissão nas três primeiras parcelas que os alunos pagassem. O pessoal de vendas foi á luta, descobriu novos interessados, novos enfoques, parcerias com outros sindicatos e foi ampliado o número de alunos de forma significativa.

É a forma como é agregado valor aos insumos dando origem aos bens ou serviços. Pode ser melhor compreendido através do modelo de produção.

Modelo de produção Entrada

Processo

Saída 12


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Recursos: -Financeiros -Humanos -Materiais

 Agregação de  valor aos recursos

Bens ou serviços

Esta produção pode ser aplicado tanto para a área da indústria, comercio ou serviços. Vamos analisar a situação de um gestor que trabalha na área de elaboração de software, e começou trabalhar num programa voltado para corretores. Em contato com o seu próprio corretor descobriu que ele tem um certa dificuldade de gerenciar o relacionamento com seus clientes, cerca de mil e duzentos segurados. Gostaria de estar mandando E-mails mensais, no dia do aniversário do cliente, em datas especiais, e principalmente, um pouco antes de vencer o seguro lembrar o cliente e fazer uma simulação de quanto vai custar a apólice. Este é desejo do corretor, mas acha muito difícil fazer isto sozinho, hoje já tem este procedimento com alguns clientes preferenciais, alguns frotistas, mas para ter este relacionamento com todos os clientes precisaria ter uma equipe trabalhando o que ficaria muito caro. Frente a este quadro o nosso gestor vê uma oportunidade de negócio, a produção seria pegar estes procedimentos que já são executados pelo corretor, e transforma-los em uma rotina para todos os clientes. Pós acertar os detalhes, começa a produção do soft, que tem como propósito incorporar todos os detalhes do antigo processo e agregar novos itens. Revendo o modelo organizacional podemos ver que o gestor teve a entrada de recursos humanos no caso ele mesmo, recursos materiais através do equipamentos de informática e recursos financeiros que é o valor do tempo que ele aplicou. Ele agregou valor a estes recursos e teve como resultado um bem ou serviço .

A área de RH está no centro de todo o processo, iniciando pelo próprio gestor e expandindo para outras pessoas que sejam necessárias para o desenvolvimento do negócio. Normalmente está dividida em três grandes áreas. A primeira é a de recrutamento, onde o gestor define o pessoal que é necessário para uma ou mais funções e divulga esta necessidade. Esta divulgação pode ser feita através de meios formais utilizando jornal, internet e agências de empregos ou de maneira informal através de contatos pessoais do gestor . O objetivo é de que chegue ao conhecimento de candidatos potenciais. Espera-se que esta divulgação gere uma série de candidatos interessados dando origem a fase de seleção. O pessoal de psicologia e de Tecnologia em RH tem uma série de testes e mecanismos para seleção o que confere um caráter formal ao processo e gera um sentimento de conquista para o selecionado, porém o mais importante é a seleção do candidato que possa desempenhar a função incluindo as situações críticas do cargo e dentro das necessidades da organização. 13


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Por último temos a fase de capacitação e treinamento, que faz um resumo das anteriores e procura preparar a pessoa para desempenhar as funções e para os desafios e crises que podem surgir. Vamos imaginar que o nosso gestor que havia desenvolvido um soft de relacionamento para corretores, tenha expandido seu negócio, esteja atendendo vários corretores e tenha recebido uma proposta de uma grande seguradora para desenvolver um programa para todos os seus corretores associados. A proposta é tentadora, pode gerar uma receita significativa, mas está ciente de que não conseguiria atender todas as exigências da seguradora sozinho, por outro lado se não aceitar o desafio além de perder uma ótima oportunidade pode ver o soft que desenvolveu sendo usado por terceiros sem nenhum ganho pessoal. Resolveu aceitar o desafio. O primeiro passo foi dimensionar as necessidades e para isto começou a reunir as informações. Está ciente que poderá atender até 3,6 mil corretores com sede nos vários estados do país, que deverão ser treinados para usar o seu soft, que terão uma equipe de helpdesk, para tirar dúvidas, o próprio soft deverá ser customizado para as demandas da corretora. Deverá ser ciado um sistema de datastorage, para armazenamento de informações. aquii Para atender estas necessidades montou o seguinte quadro : Cargo Função Salário e Salário e encargos- encargos Unitário Total Gerente Geral AS desempenhadas 8.300, 8.300, pelo gestor Um Analista de Desenvolvimento 4.500, 4.500, informática programas Um Analista Contabilidade 4,300, 4,300, Administrativo Gerencial Financeiro - elaboração folha - gestão de contratos Dois atendentes Contato com os 2,800 5,600, corretores Gerente Comissão Comercial TOTAL

18.700,

Observando que as funções de gerente geral vão ser desempenhadas pelo próprio gestor , que o gerente comercial vai ser remunerado pela adesão dos corretores ao programa, que esta estrutura vai crescer de acordo com demanda, é possível defini-la com um ponto de partida. 05 Recursos Financeiros

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O planejamento financeiro tem a capacidade de fazer um resumo dos demais recursos, criar um plano de trabalho e servir de referência para todas as atividades da organização, pois é possível comparar o previsto e realizado. Pelo fato de ter estas características é importante que o gestor tenha uma visão geral do seu negócio, da forma como irá funcionar e a evolução das atividades. As movimentações financeiras normalmente estão divididas em três grupos. As receitas que resumem as entradas de dinheiro e devem ser separadas dos impostos que passam pela organização mas são de propriedade do estado. Os custos, que são saídas de dinheiro, necessárias para elaboração do bem ou serviço e as despesas que apesar de serem indispensáveis ao negócio não estão ligadas ao bem ou serviço de forma direta, normalmente estão ligados a área administrativa e comercial. Vamos imaginar que o nosso gestor resolva fazer um planejamento financeiro. O primeiro passo é a definição de quanto tempo o plano vai vigorar, normalmente é feito para cinco anos com previsão de revisões a cada ano. Depois fazer o projeção das receitas, com ênfase nas entradas operacionais á vista sem impostos. Tendo em mãos esta previsão, deve ser respondido quais serão os custos e despesas necessários para que esta receita se concretize. Se os custos e despesas forem maiores que a receita o resultado é negativo e o negócio se torna inviável. O contrário gera lucro e viabiliza o negócio. Vamos imaginar, que num período típico cerca de 22% dos 3,6 mil corretores vão aderir ao programa, e cada um pague cerca de R$ 40, para uso do soft e que exista um imposto de 3,5% sobre o faturamento.

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Como já foi citado o próximo passo é o levantamento de custos e despesas necessários para que esta receita ocorra. Já havia sido calculado a folha de pagamento com encargos em R$ 18.700 e somado a isto foi apurado : Despesas com aluguel R$ 3.500 Despesas com agua, luz , fone R$1.800 Despesas com viagens e Treinamento R$ 6.400 Provisão para 13º salário e férias R$1.600 Outras despesas R$ 2.000 O resultado é negativo, o que exige um olhar cuidadoso. Como alternativas seria possível trabalhar para que um número maior do que 22% dos corretores aderissem ao uso do programa, aumentar a mensalidade, distribuir as despesas por outros softs que também gerassem receita, reduzir custos e despesas ou fazer um pouco da cada uma destas medias. Foi optado por trabalhar com uma equipe reduzida procurando fazer o mesmo trabalho sem comprometer a qualidade e como resultado surgiu a seguinte planilha: Descrição Receita Líquida Folha e encargos Despesas com aluguel Despesas com agua, luz , fone Despesas com viagens e Treinamento Provisão para 13º salário e férias Outras despesas TOTAL Resultado

Valor 30.571 -14.600 -3.500 -1800 -6400 -1.600 -2.000 -29.900 671

É um resultado perto do zero, mas a receita é capaz de pagar todos os custos e despesas. Esta planilha é um plano de trabalho e deverá ser acompanhada de forma detalhada, sendo lançado as receitas, custos e despesas e no final do mês avaliar cada uma das linhas, procurando aumentar as receitas e reduzir os custos e despesas. No final do mês deve ser feito uma reunião para avaliar as diferenças entre previsto e realizado e fazer os ajustes para o próximo mês.

06 Recursos materiais 16


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São os recursos necessários para o desempenho da função. No comércio é dado ênfase para os estoques, na indústria a matéria prima e na área de serviços as instalações. Tende a ser uma das áreas que exige o maior investimento inicial e depois é necessário fazer a manutenção. O nosso gestor resolveu de fazer um orçamento para apurar os gastos com a área de materiais. Como vai funcionar num local alugado, não precisa do investimento no imóvel, mas vai fazer uma reforma e adquirir os equipamentos para trabalho. Basicamente irá comprar computadores, móveis e material administrativo. Apesar de não ter um valor exato, com base em alguns orçamentos chegou na planilha mostrada a seguir.

Não é necessário fazer as compras de imediato, até por que o plano é ter os materiais os mais próximos possíveis da necessidade, mas da uma ideia do desembolso necessário.

07 Administração e controle 17


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Apesar do fato de que este item é o primeiro do diagrama organizacional ele foi abordado por último, pois é o item que resume o s demais. Apesar do gestor utilizar as informações de todas as áreas, é na administração e controle que são definidas as diretrizes que vão nortear o empreendimento. Oportuno fazer um levantamento de oportunidades e ameaças. Analise interna Forças Deve ser analisado os pontos que a organização tem de diferencial e como ela pode utilizar isto como forma de projetar o negócio. Fraquezas Identificar os pontos fracos e neutralizá-los e até transformar em ponto forte. Análise externa Oportunidades Olhando para fora da empresa, identificar ponto que possam ser utilizados em favor da organização. Ameaças Identificar fatores que possam vir a comprometer o andamento da organização. Aplicando para o nosso estudo de caso podemos ter: Analise interna Forças Fraquezas Domínio da tecnologia por Dependência de um único parte do gestor cliente Ineditismo do software Falta de tradição no mercado Necessidade de adesão dos corretores 18


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Analise externa Oportunidades Ameaças Possibilidade de criação de Possibilidade de quebra de novos softwares contrato com principal cliente Ficou evidente que um ponto chave é o fato de ter um único cliente.

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