Acanto - número 4

Revista de Poesia - número 4

António Carlos Cortez Arthur Sze Aurelino Costa Carlos Fernandes Carlos Lopes Pires Carol Moldaw Cristina Nobre Daniel Maia-Pinto Rodrigues Francisco Muñoz Soler João Pedro Azul Jorge Reis-Sá Jorge Vaz Dias Leocádia Regalo Leonora Rosado Manuel Frias Martins Maria Celeste Alves Paulo José Costa Paulo José Miranda Rita Taborda Duarte Victor Oliveira Mateus Zé Onofre

Leiria, Dezembro de 2021

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Ficha técnica X

Título: Acanto - Revista de Poesia X

N.º da publicação periódica: 4 (Dezembro 2021) X

Director: Paulo José Costa X

Periodicidade: Trimestral X

Autores: António Carlos Cortez; Arthur Sze; Aurelino Costa; Carlos Fernandes; Carlos Lopes Pires; Carol Moldaw; Cristina Nobre; Daniel Maia-Pinto Rodrigues; Francisco Muñoz Soler; João Pedro Azul; Jorge Reis-Sá; Jorge Vaz Dias; Leocádia Regalo; Leonora Rosado; Manuel Frias Martins; Maria Celeste Alves;Paulo José Costa; Paulo José Miranda; Rita Taborda Duarte; Victor Oliveira Mateus; Zé Onofre.

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Ilustradores: José Luís Jorge (páginas 50, 72, 76 e 86); Paulo Fuentez (página 92); Sandrine Cordeiro (página 48); Sílvia Patrício (páginas 6 e 30); London, B. Quaritch Guide for drawing the acanthus, and every description of ornamental foliage - 1886 (página 110).

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Arranjo da capa e logótipo Acanto: Paulo Fuentez Padrão da sobrecapa: Tulip Pattern, desenhado por William Morris (

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© Autores X

Núcleo editorial: Paulo José Costa; Maria Celeste Alves; Luís Vieira da Mota; Carlos Fernandes; Paulo Fuentez.

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acantorevistadepoesia@gmail.com Edição e propriedade:

Hora de Ler, Unipessoal Lda. Urbanização Vale da Cabrita - Rua Dr. Arnaldo Cardoso e Cunha, 37 - r/c Esq. 2410-270 LEIRIA - PORTUGAL E-mail: horadelercf@gmail.com Tlm: 966739440 X

Revisão e coordenação editorial: Núcleo editorial Montagem, concepção gráfica e paginação: Paulo Fuentez @ macamecanica.com Impressão: Artipol - www.artipol.net X

Edição 1117/21 Depósito Legal: 480417/21 ISSN: 2184-9315 X

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

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editorial Enigma, Espanto e Revelação

O poeta é um ser sensível a tudo o que o rodeia: ao ar que respira, ao curso das estrelas, às horas e ao tempo que lhe perpassam o corpo e os sentidos, vertendo toda essa substância na matéria da sua escrita. O poeta é vulnerável ao passado, permeável ao futuro, febril e insone de presente. Por vezes, há nele uma clarividência que emerge deste universo e, no decurso dos (des)ânimos, torna viável o sobrevoo interior que se traduz no espanto da criação. Este é o terreno que reside num poema. O poeta oferece aos seus leitores a substância indizível daquilo que o próprio transpôs na tecitura das palavras, num acto de romagem pela realidade que se amplia em espaço de refúgio, ou em habitáculo dos seus enigmas. Como expressão da alma, o poema alimenta-se de uma enorme virtude: a da revelação de uma interioridade inaudita. Talvez por isso, Eugénio de Andrade referisse que “A Poesia é o inferno; às vezes também é o paraíso. É possível que a Poesia seja cção. Mas eu pre ro pensá-la como inseparável da verdade”.

Chegar ao nal do ano 2021 e conseguir reunir quatro volumes impressos desta matéria tão telúrica quanto assombrosa, de compleição profícua (no que respeita à diversidade poética, ensaística, recensiva, artística e literária), em esboços, planos e versões distintas, conducentes a interpretações e re exões sobre a natureza da própria Poesia, confere-nos uma invectiva nos territórios da alteridade, relevando o prumo e a função utilitária de uma revista como a ACANTO. Di cilmente se podem alcançar objectivos tão concretos como os que abraçámos em Março deste ano. Além da partilha da obra assinada pelos vários autores, uma construção multifacetada surge aqui relevada, abrangendo géneros e gramáticas singulares, assentes

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no primado da «verdade» inseparável da elevação imagética e da compleição humanista, elementos que se entretecem numa só voz e in nitude, demarcados de fronteiras, latitudes ou geogra as.

Considerando as centenas de páginas já publicadas a partir de Leiria para o Mundo, observamos a existência de uma espécie de pluralismo que eclode na luz dessa totalidade, segmentos convergentes de uma única e decisiva fragmentação. Avaliando o signi cado global desta incursão poética, veri camos que se reveste de particular relevo, não só o sentido de construção do poema (ou melhor, dos sistemas poéticos), mas também a capacidade de despersonalização obtida pela relação de reciprocidade criada entre intelectualização e emoção.

Assim, ousamos a rmar que a obra deixada em 2021 constitui uma referência incontornável no processo de a rmação de um novo sentido e “poeticidade”, nomeadamente, pela não subordinação da criação poética a um processo de ngimento. Será, por isso, de referir Fernando Guimarães quando, a propósito de Fernando Pessoa, escreve o seguinte: " (…) o esbatimento da subjetividade conduzirá à Poesia (…), procura da complexidade entendida como emocionalização de uma ideia e intelectualização de uma emoção, à admissão da essencialidade expressiva da arte" bem como à "valorização da própria estrutura das realizações literárias" (cf. O Modernismo Português e a sua Poética, Porto, Lello, 1999, p. 61).

Que a ACANTO – Revista de Poesia trace a sua própria existência e matriz exclusiva, um quadro no seio do qual se mova o terreno de uma nova «poeticidade», inovadora e nítida, a tal ponto, que a partir dela – bem mais que embrionária - se (re)torne a um batimento pulsátil que permaneça enquanto lugar verdadeiro.

O Núcleo Editorial

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Podem ser submetidos para publicação na ACANTO – Revista de Poesia trabalhos de Poesia. Os textos devem ser inéditos e ter até 5 mil caracteres incluindo espaços para Poemas e no máximo 8 mil caracteres incluido espaços para Ensaio.

Os originais serão avaliados pelo núcleo editorial e apenas os autores que tiverem textos selecionados para publicação serão noti cados.

Os autores interessados podem enviar seus trabalhos em word para o seguinte email: acantorevistadepoesia@gmail.com. O núcleo editorial reserva-se o direito de seleccionar os materiais a publicar em cada edição.

Cada autor deverá enviar uma breve nota biográ ca contendo entre 450 a 500 caracteres máximo.

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