Anais 2012-2013

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ANAIS • Ano III

financiamento se faz pelo governo com recursos fiscais. Em países como a Alemanha, são os recursos de contribuições sociais que predominam, mas o princípio é o mesmo. Os recursos são reunidos e agregados em algum lugar, na previdência social ou no orçamento fiscal para dividir os riscos. Os planos e seguros privados de saúde também exercem essa função de agregação de recursos e, de certa forma, de divisão de riscos. Essas inovações no financiamento da saúde são derivadas da expansão dos direitos sociais, mas também do custo da assistência médica que, como se sabe, se tornou inacessível para a maioria das famílias. Os gastos com a assistência à saúde cresceram em todo o mundo. Representavam 3% do PIB mundial em 1948. Subiram para 8,7% em 2004. Nos Estados Unidos, onde há maior crescimento nos gastos da saúde, os gastos passaram de 5.2% do PIB, em 1960, para 16% em 2006. Um conjunto de fatores contribuiu para essa evolução – o perfil epidemiológico e demográfico são dois deles, mas não necessariamente os mais importantes, como veremos adiante. Os gastos com a assistência à saúde são também influenciados pela resposta esperada dos sistemas de saúde, em termos de grau da cobertura populacional, elenco dos serviços oferecidos e grau e velocidade na incorporação de novas tecnologias. Em relação ao grau da cobertura populacional, evidentemente um sistema, como o do Brasil, que se propõe a dar cobertura universal, vai precisar de um volume maior de recursos. Nosso sistema público se propõe a dar atendimento integral, ou seja, desde o atendimento mais simples ao mais complexo. Logicamente, a depender do pacote de serviços de saúde que cada país se compromete a oferecer, os gastos do seu sistema vão aumentar. Mas um fator muito importante na determinação dos 191


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