Revista UCS - edição 23 - maio e junho de 2017

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

Maio e Junho/2017 . Ano 4 . Nº 23

EQUILÍBRIO NATURAL ALÉM DA ESCOLHA DO QUE COMER, SAÚDE NUTRICIONAL ENVOLVE BONS HÁBITOS CULTURAIS, AFETIVOS E SOCIAIS


UCS 50 ANOS: EVENTO COMEMORATIVO, HOMENAGENS PÚBLICAS E AMBIENTE MULTIMÍDIA MARCAM CELEBRAÇÕES DO CINQUENTENÁRIO. 3

NUTRIÇÃO: EQUILÍBRIO ENTRE PROPORCIONALIDADE E VARIEDADE NO LUGAR DE MODISMOS. 8

REDE CÍVICA: ACADÊMICO CONSTRÓI PROPOSTA DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA OPCIONAL AO CIDADÃO. 14

PESQUISA: UCS OBTÉM PATENTE DO INPI PARA TECNOLOGIA UTILIZÁVEL COMO ANTIPOLUENTE INDUSTRIAL. 12

ACREDITAÇÃO HOSPITALAR: EXCELÊNCIA EM GESTÃO COLOCA HG ENTRE OS MELHORES HOSPITAIS DO ESTADO. 16

CORREÇÃO – O nome do fotógrafo Ary Pastori foi grafado incorretamente no Expediente (pg. 2) e no crédito da foto da página 4 da edição nº 22 (janeiro/fevereiro de 2017) da revistaUCS.

Fundação Universidade de Caxias do Sul Presidente do Conselho Diretor: Ambrósio Luiz Bonalume

Universidade de Caxias do Sul Reitor: Evaldo Antonio Kuiava Vice-Reitor: Odacir Deonisio Graciolli Pró-Reitor Acadêmico: Marcelo Rossato Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Nilda Stecanela Pró-Reitor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico: Odacir Deonisio Graciolli Diretor Administrativo e Financeiro: Cesar Augusto Bernardi Chefe de Gabinete: Gelson Leonardo Rech

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Produção: Assessoria de Comunicação UCS Setor de Imprensa e Mídias Digitais Edição: Ariel Rossi Griffante Revisão: Cristina Beatriz Boff, Josmari Pavan e Vagner Espeiorin Foto de capa: Claudia Velho Design gráfico: Carmem Meira Theodoro/ Ouse Design Comunicação Supervisão: Dimas Augusto Felippi Tiragem: 5.000 exemplares Contato: 54.3218.2116; argriffante@ucs.br; imprensa@ucs.br Versão digital: www.ucs.br/revista-ucs

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Laís Dal Picoli /especial UCS

EM HONRA À HISTÓRIA COMEMORAÇÃO DO CINQUENTENÁRIO DA UCS CELEBROU A CONTRIBUIÇÃO DE PESSOAS E INSTITUIÇÕES, POR MEIO DA UNIVERSIDADE, PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL, ECONÔMICO, TECNOLÓGICO E CULTURAL DA REGIÃO ARIEL ROSSI GRIFFANTE - argriffante@ucs.br Uma grande celebração à história das pessoas que instituíram, dirigiram e consolidaram a Universidade de Caxias do Sul; dos 100 mil profissionais formados; e da comunidade constituída ao longo dos últimos 50 anos tendo a UCS como referência. Assim se caracterizou o evento comemorativo ao cinquentenário da instituição, realizado na noite de 25 de março, no UCS Teatro, que reuniu cerca de 700 convidados. Principal atividade da programação comemorativa que se estende até dezembro, a solenidade ofereceu um passeio pela trajetória da Universidade, entremeado por apresentações da Orquestra Sinfônica e do Coro da UCS e pontuada por dois momentos de destaque: as homenagens aos ex-reitores, que receberam a Condecoração Brasão da Universidade de Caxias do Sul’; e in memoriam aos fundadores da Universidade – o bispo diocesano Dom

Benedito Zorzi, o médico Virvi Ramos e o prefeito caxiense em 1967, Hermes João Webber –, simbolizada pela entrega de placas às instituidoras, por eles representadas à época (a Mitra Diocesana, a atual Associação Cultural e Científica Virvi Ramos e a Prefeitura de Caxias do Sul). ESPÍRITO ASSOCIATIVO Os princípios que permearam a criação e as cinco décadas de atuação acadêmica foram trazidos em uma narrativa histórica que ligou a constituição sociocultural da comunidade regional com a trajetória da UCS. “É possível identificar, na história da nossa região, que a postura comunitária foi uma construção cultural da sociedade local, marcada pelo espírito associativo. As dificuldades desde a imigração oportunizaram uma organização coletiva para construir a vida cotidiana”, destacou um dos trechos.

O relato também recuperou a criação, entre 1949 e 1960, dos cinco primeiros cursos superiores da cidade: da Escola Municipal de Belas Artes (mantida pela Prefeitura de Caxias do Sul); da Escola de Enfermagem Madre Justina Inês (da Sociedade Caritativo-Literária São José); as faculdades de Ciências Econômicas e de Filosofia, Ciências e Letras (da Mitra Diocesana); e a Faculdade de Direito (da então Sociedade Hospitalar Nossa Senhora de Fátima). Em 10 de fevereiro de 1967 os cursos isolados foram reunidos na nova instituição. “A história da Universidade de Caxias do Sul revela o espírito associativo que a constituiu desde a sua origem, numa demonstração verdadeira de sua capacidade de agregar os interesses da comunidade regional”, definiu a apresentação, sobre o caráter pelo qual se configurou – e se mantém – a UCS. 3


HOMENAGEM AOS EX-REITORES va, a Santiago Ramos, neto do primeiro reitor, Virvi Ramos (gestões de 1967-1972), falecido em 2007; a Abrelino Vicente Vasata (gestões de 19741987); a João Luiz de Morais (gestão 1987-1990); a Jaqueline e Rafael Pauletti, filhos de Ruy Pauletti, falecido em 2012 (das gestões 1990-2002); a

Luiz Antonio Rizzon (gestão 2002-2006); e a Isidoro Zorzi (gestões 2006-2014). A comenda, também conferida a Sérgio Almeida de Figueiredo (1972-1973) e Airton Santos Vargas (1973-1974), ambos falecidos e não representados no evento, “simboliza o reconhecimento da UCS às

personalidades acadêmicas, pessoas e entidades que contribuíram significativamente em favor do cumprimento da missão institucional”. Os homenageados também receberam um vinho elaborado em comemoração aos 50 anos da UCS, pela Vinícola Luiz Argenta, de Flores da Cunha.

Fotos Claudia Velho

A organização, crescimento e consolidação da UCS em seus 50 anos foram honrados em homenagens a seus oito ex-reitores. Criada por resolução do Conselho Universitário (Consuni) a Condecoração Brasão da Universidade de Caxias do Sul foi entregue, pelo atual reitor, Evaldo Kuia-

Santiago Ramos recebeu a condecoração em nome do avô, Virvi Ramos, um dos fundadores e primeiro reitor da UCS.

Jaqueline e Rafael Pauletti representaram o pai, Ruy Pauletti, que cumpriu três gestões entre 1990 e 2002.

João Luiz de Morais foi reitor de 1987 a 1990.

Luiz Antonio Rizzon exerceu mandato de 2002 a 2006. 4

Abrelino Vicente Vasata dirigiu a UCS de 1974 a 1987.

Isidoro Zorzi esteve à frente da Reitoria da UCS de 2006 a 2014.


REGISTRO HISTÓRICO Pronunciaram-se no evento dos 50 anos da UCS o reitor Evaldo Antonio Kuiava (também em nome do presidente da FUCS, Ambrósio Luiz Bonalume); o ex-reitor Isidoro Zorzi, representando o governo do Estado; e o então secretário municipal da Saúde e professor da Universidade, Darcy Pinto Ribeiro Filho, pela Prefeitura de Caxias do Sul. Confira trechos abaixo: Fotos/Berenice Stallivieri/especial UCS

REITOR

EVALDO ANTONIO KUIAVA representando a Reitoria e a FUCS w “Cabe aqui recordarmos um verso de Horácio: Dimidium facti qui coepit habet: sapere aude! – ‘Aquele que começou está na metade da obra: ouse saber!’. Podemos associar este princípio, retomado pelo Iluminismo e por vezes traduzido como ‘Tenha coragem de usar seu próprio entendimento’, ao nosso lema institucional, In Altum Ducit – Conduz para o Alto, que representa o compromisso da instituição de conduzir as pessoas a outros patamares por meio do conhecimento”. w “Manter a tradição e, ao mesmo tempo, ser contemporânea e inovadora. Esta é a caminhada que a UCS vai seguir, em uma relação positiva e inspiradora com a sociedade, empregando esforços em busca da inovação, da sustentabilidade institucional e, acima de tudo, da excelência acadêmica”. w “Reafirmo o compromisso da UCS com sua missão institucional de produzir e sistematizar o conhecimento e disponibilizá-lo à sociedade. A todos que fazem parte dessa história, minha gratidão e reconhecimento”.

EX-REITOR

ISIDORO ZORZI representando o governador José Ivo Sartori

w “A UCS, ao longo desses 50 anos, refletiu o princípio sobre o qual foi criada: do respeito à diversidade. Seus três fundadores eram muito diversos em suas doutrinas e ideologias – um, bispo da igreja cristã; outro, um médico adepto da doutrina espírita; e o terceiro, o prefeito. Tiveram a hombridade, a grandeza de deixar posições pessoais em segundo plano e colocar em primeiro a criação de uma instituição responsável pelo Ensino Superior da região”. w “A UCS sempre procurou formar profissionais tecnicamente eficientes, competentes, mas, acima de tudo, profissionais-cidadãos. Líderes nos setores econômico, político e social, engajados, em sintonia com seu tempo, com as necessidades da região e da comunidade. É uma característica forte desta Universidade”.

MANTER A TRADIÇÃO E, AO MESMO TEMPO, SER CONTEMPORÂNEA E INOVADORA. ESTA É A CAMINHADA QUE A UCS VAI SEGUIR

REITOR EVALDO KUIAVA

w “Quero tranquilizar o presidente do Conselho Diretor e o reitor, porque não vou esperar o centenário (o ex-reitor completou em março 50 anos como professor da UCS). Vou sair da UCS, mas a UCS dificilmente sairá de mim, porque na UCS, como diz o (professor José Clemente) Pozenato, aprendi, ainda, que não parei de aprender”.

w “A UCS veio para melhorar a vida das pessoas de forma cada vez mais consciente, consistente e definitiva. Nunca esmoreceu nas dificuldades, mantendose propositiva e efetiva, trazendo o novo sem esquecer do passado e do compromisso com a ética e a transparência”.

PROFESSOR DARCY

RIBEIRO PINTO FILHO, representando o prefeito Daniel Guerra

w “Temos na UCS o modelo mais sustentado de consolidação de uma Universidade: produzir conhecimento, permitir o acesso e reconhecer a ação desse conhecimento na vida das pessoas. Não identifico missão tão importante quanto essa”. w “A UCS é, essencialmente, as pessoas que a conceberam, construíram e trouxeram desafios e soluções; que cuidaram dela como cuidam de suas próprias casas”.

Confira as galerias de fotos completas dos eventos relativos aos 50 anos da UCS em www.flickr.com/photos/_UCS/ 5


COMUNIDADE PRESTA RECONHECIMENTO Os 50 anos da UCS foram motivo de reconhecimento comunitário e acadêmico em fevereiro, mês de seu aniversário de fundação (dia 10) e da instalação (dia 15). As homenagens vieram das instâncias representativas das comunidades caxiense

e vacariense (por meio das Câmaras de Vereadores) e estadual (pela Assembleia Legislativa), no âmbito social; e da Latino -Americana (através da Organização das Américas para a Excelência Educativa ODAEE), no contexto educacional.

CÂMARA DE VEREADORES DE CAXIAS DO SUL A contribuição da Universidade de Caxias do Sul para a construção da qualidade de vida que destacou Caxias do Sul e região no cenário nacional ao longo das últimas cinco décadas, e a importância da instituição para o desenvolvimento sustentável futuro – sob os aspectos econômico, tecnológico, social, humano e ambiental – constituíram-se na ênfase da homenagem da Câmara de Vereadores aos 50 anos da UCS, em sessão solene realizada na noite de 14 de fevereiro, no plenário da Casa Legislativa.

Fotos/Claudia Velho/UCS

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o Grande Expediente da sessão de 16 de fevereiro foi dedicado à comemoração dos 50 anos da UCS. O deputado caxiense Vinicius Ribeiro (PDT), autor da proposição, destacou o papel da instituição de – além de ter promovido a formação técnica de mais

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de 100 mil pessoas – preparar as lideranças políticas, empresariais e comunitárias da região. Como desdobramento, o deputado apontou a UCS como “parte essencial no desenvolvimento regional” e sua projeção “entre as melhores universidades comunitárias e particulares do país”.

PRÊMIO SAPIENTIAE

A UCS também recebeu o prêmio Sapientiae de Excelência em Educação, concedido pela Organização das Américas para a Excelência Educativa (ODAEE), entidade que tem, entre suas finalidades, reconhecer a atuação de pessoas e instituições relevantes para o bem da educação e da cultura na América Latina e Caribe. A organização está presente em 21 países, congregando 600 instituições educacionais e cerca de 25 mil professores. A outorga ‘reconhece e exalta as realizações em educação e aprendizagem em direitos humanos, considerando a educação como um direito básico fundamental; as práticas educativas integrais, que têm a ética e a espiritualidade como elementos básicos fundamentais; e o incentivo a ideias, estratégias e projetos voltados à transformação da sociedade em seus aspectos sustentáveis e culturais, na qual a educação de qualidade deve estar ao alcance de todos, promovendo o autoconhecimento e a paz’. A premiação ocorreu durante o XV Congresso Internacional de Pedagogia, em Havana, Cuba, no início de fevereiro. O evento destacou a busca de estratégias e ferramentas para o desenvolvimento de processos de qualidade na educação e para o avanço institucional comprometido com a integração social e a construção da paz. Na mesma ocasião, o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, recebeu o título Doutor Honoris Causa, concedido pela ODAEE às pessoas ‘que ensinam por meio do exemplo, praticando seus dons e talentos e ajudando às outras pessoas a descobrir os seus, fazendo com que essas virtudes transcendam as famílias e as instituições para o benefício da coletividade’.


A história da UCS é a história de pessoas. Sobre este princípio, a Universidade de Caxias do Sul criou o ambiente virtual Minha História com a UCS, destinado à narrativa de histórias pessoais relacionadas à Universidade. A iniciativa propõe envolver a comunidade regional no resgate e na construção do registro histórico da instituição. A participação é aberta a qualquer pessoa que considere a UCS importante em sua trajetória profissional ou vida particular, bem como na vida de amigos, de familiares, ou até mesmo na criação e atuação de empreendimentos, entidades, organizações e da vida social e comunitária em geral. A ideia é contar o cinquentenário da UCS de

outro jeito – a partir da vida, do trabalho, dos significados e das conquistas de gente que cresceu com a Universidade, assim como a ajudou a crescer. E, ao compartilhar experiências, impressões e confidências, celebrar conjuntamente a trajetória de cinco décadas da UCS, das pessoas, e da comunidade regional. Para contar sua história com a UCS o interessado deve acessar endereço www.ucs.br/ucs-50-anos/minhahistoria/, preencher o formulário e enviar um texto (com ou sem foto). Se necessário, o material será editado para publicação. Demais critérios devem ser verificados nos Termos de Compromisso e Anuência de Participação, constantes no site.

CONTEÚDO MULTIMÍDIA O Minha História com a UCS é o destaque de um ambiente virtual que reúne o conteúdo relacionado ao cinquentenário da Universidade (www.ucs.br/ucs50anos). Notícias, programação de aniversário, vídeos institucionais e da cobertura do evento dos 50 anos (leia na pg. 3), galerias de imagens de outras atividades comemorativas, cronologia histórica em texto e fotos, letra e áudio do Hino da UCS (lançado em celebração ao Jubileu de Ouro) e versões online e para download da publicação especial UCS – 50 Anos de uma Universidade Comunitária, que resgata a cronologia histórica institucional, além do documentário

produzido pela UCSTV, com o mesmo título, constam no hotsite. QUADROS DE FORMATURA Outro destaque, no espaço Multimídia da página, é a reprodução dos quadros de formatura afixados pelos diversos prédios e campi da UCS. Produzido pelo Instituto Memória Histórica e Cultural (IMHC/UCS), o ambiente oferece menus de acesso aos cursos e aos anos de formatura, levando às postagens dos quadros – e ao inevitável exercício de nostalgia sobre os significados da vivência universitária.

Ao longo dos seus 50 anos, a UCS formou mais de 100 mil pessoas, ajudando a transformar estas e muitas outras vidas. Alunos, ex-alunos, professores, funcionários, suas famílias, empreendimentos e comunidades, cresceram e se consolidaram tendo a Universidade de Caxias do Sul como parte de sua história. Hoje, compartilhar essas histórias é celebrar 50 anos de realizações comunitárias. Por isso, acesse ucs.br/minhahistoria e conte como a UCS fez parte da sua vida, do seu trabalho, da vida dos seus familiares, da vida da sua cidade. Das suas conquistas e das conquistas de quem você gosta. Comemore com a gente. Porque a história da UCS é a história das pessoas. Minha História com a UCS Porque compartilhar é celebrar

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A DIETA QUE FUNCIONA É AQUELA QUE SE CONSEGUE MANTER POR TODA A VIDA. POR ISSO, MUDANÇAS DE HÁBITO CONSCIENTES SÃO MAIS EFETIVAS DO QUE MODISMOS ‘FIT’ JOSMARI PAVAN - jpavan@ucs.br Há quem encare a Nutrição como uma ciência exata, com a divisão dos alimentos entre o que é ‘mau’ (‘vilão’ a ser evitado a todo o custo) e o que é ‘bom’ (capaz de fazer qualquer dieta dar certo). De tempos em tempos, esses vilões da dieta podem mudar. O ovo, a batata frita e o pão francês são exemplos de itens já colocados nesse papel. Mais recentemente, a farinha branca (e o indissociável glúten), a carne vermelha e o açúcar branco passaram a despontar como os líderes nessa classificação negativa do que se ‘pode, ou não, comer’. Essa lógica contemporânea é fruto do que vem sendo chamado de ‘medicalização’ da comida, em que os alimentos são tratados como remédio e avaliados de forma isolada em vez de inseridos em um contexto nutricional. A tendência gera debates e preocupação entre profissionais da saúde. A professora Carin Weirich Gallon, coordenadora do curso

de Nutrição da UCS em Caxias do Sul, com especialidade em Nutrição Clínica e mestra em Ciências Médicas, enfatiza que deve haver equilíbrio entre o consumo de alimentos e bebidas e as necessidades energéticas do organismo, em vez de foco em um tipo de alimento ou refeição isoladamente. EQUILÍBRIO É A CHAVE A docente lembra o empenho de entidades nacionais e internacionais, como a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição e a Academy of Nutrition and Dietetics (Academia de Nutrição e Dietética) norte-americana em transmitir mensagens sobre hábitos alimentares saudáveis, que, afirma, concentram-se “na variedade, na moderação e na proporcionalidade”, ao invés de segmentar a alimentação em nutrientes, sempre levando em consideração também um estilo de vida salutar. “Não existem alimentos maus ou bons; existem maus hábitos e escolhas erradas e bons hábitos e escolhas acertadas. Alimentos não são vilões, o equilíbrio é a chave. As informações estão mais acessíveis e a ciência está em constante evolução. No entanto, persiste uma visão restrita e dicotômica do ‘saudável’ e do ‘não saudável’, dos alimentos ‘bons e ruins’, fazendo, muitas vezes, o prazer de comer acabar associado à culpa”, observa.

O PESO QUE A BALANÇA NÃO MOSTRA 8


‘TODA RESTRIÇÃO LEVA À COMPULSÃO. E À CULPA’ Carin considera que, se não estiverem acompanhadas de bom senso, práticas alimentares pautadas na valorização da tríade ‘beleza/vigor/juventude’ podem afetar negativamente aspectos interpessoais. Como exemplo, ela cita as refeições, antes um momento de encontro familiar, agora concebidas como suposta via para se obter saúde de forma imediata. Nessa ‘mágica’, alimentos funcionais, ‘fit’ (algo como ‘em forma’, em tradução livre) ou ‘super saudáveis’ teriam o poder de, sozinhos, agir sobre a saúde ou a estética do indivíduo. “O preocupante é que, com isso, pode-se

perder de vista a simplicidade do almoço em família ou do petisco entre amigos, tradicionalmente tidas como atitudes de vida saudável”, pondera a especialista, ao observar que a nutrição saudável tem associados elementos como o autocuidado e a função social. “Quando pensamos em aspectos patológicos, esta tríade pode ser uma das causas do desencadeamento de transtornos alimentares como anorexia, bulimia, ortorexia, transtorno do comer noturno, transtorno da compulsão alimentar periódica, entre outros”, complementa.

RESGATE DO NATURAL Na via oposta, o Guia Alimentar para a População Brasileira: Comida de verdade para uma vida mais saudável, do Ministério da Saúde, atualizado em 2ª edição em 2014, relata os caminhos para uma alimentação saudável, saborosa e balanceada, trazendo orientações com foco em resgatar, na nutrição, a ‘comida de verdade’ (basicamente, alimentos in natura ou minimamente processados) como base da alimentação. O guia é utilizado na graduação, na pesquisa e nas atividades de extensão da UCS, por meio do curso de Nutrição. Palestras, oficinas práticas e debates são exemplos de ações desenvolvidas com o material. Dentre estas, destaca-se o o projeto NutriAção: alimentando conhecimento na comunidade, pelo qual a Universidade atende escolas, grupos de convivência e de trabalhadores, dentre outros.

Reprodução/Ministério da Saúde

COZINHAR É REVOLUCIONÁRIO O escriÉ o caso da tor Michael funcionária adPollan, no liministrativa da vro Cozinhar UCS Carla Decó, - Uma Histó40 anos, que há ria Natural da sete aderiu ao Transformapreparo anteção, reflete socipado do próbre a culinária prio almoço em como elemencasa para levar to indissociáao trabalho. Foi vel da espéa solução para cie humana, preservar a saúe afirma: por de. Portadora de meio do ato doença celíaca, de cozinhar Carla é intolerannossos anceste ao glúten, o trais abriram Fotos/Claudia Velho/UCS que praticamencaminho para te inviabiliza, para o desenvolvimento da civilização. ela, fazer refeições em restauranRetomar esse hábito intrínseco tes tipo buffet. à humanidade vem ao encontro de A mudança foi notada imediaum movimento crescente de pes- tamente após a adoção das marsoas optando por cozinhar as pró- mitas. “Preparando minha alimenprias refeições. Ao mesmo tempo, tação, tomando os cuidados que seja pela saúde ou em busca de a intolerância exige, minha quaalívio para o bolso, cresce a quan- lidade de vida melhorou muito”, tidade daqueles que providenciam descreve. “Atualmente posso dizer refeições caseiras e as levam para que os efeitos da doença estão o trabalho. controlados”.

ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE Para a coordenadora do curso de Nutrição da UCS, o preparo da própria refeição está relacionado a uma tomada de consciência em favor da saúde, alinhada ao movimento Slow Food que, ao contrário do Fast Food, visa à promoção de uma alimentação consciente e responsável, com base em princípios de biodiversidade e sustentabilidade aplicados à agricultura. O Slow Food caracteriza o alimento por: w Ser bom - apetitoso, saboroso, fresco e capaz de estimular e de satisfazer os sentidos w Ser limpo - produzido sem exigir demasiado dos recursos da terra e sem prejudicar a saúde humana w Ser justo - respeitar a justiça social, oferecendo condições justas para todos os envolvidos no processo, desde a produção até a comercialização e o consumo. A essas premissas, agrega-se uma condição conhecida, mas muito ignorada na rotina diária: comer devagar. Mastigar os alimentos com calma, priorizar ambientes tranquilos e dedicar atenção exclusiva à refeição, banindo o uso de computadores e smartphones durante a alimentação, contribui diretamente para uma melhor digestão, refletindo, naturalmente em saúde e até emagrecimento. “O conceito correto de saudável vai entrando aos poucos na rotina de cada um. Comer não é apenas ingerir o alimento. Existem aspectos simbólicos, sociais, culturais e afetivos que não podem ser ignorados. Para uma boa nutrição é preciso considerar não só o que comemos, mas como, onde e porquê o fazemos”, destaca Carin. 9


CATEGORIAS DE ALIMENTOS O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, classifica os alimentos em quatro categorias, definidas de acordo com o nível de processamento: 1. Alimentos in natura ou minimamente processados – os in natura são obtidos diretamente de plantas ou animais sem sofrer qualquer alteração após deixarem a natureza. Já os minimamente processados correspondem a alimentos in natura submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis e processos similares que não envolvam agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. MUITO BEM: Legumes, verduras, frutas, raízes e tubérculos; grãos e cereais; leguminosas; cogumelos; frutas secas; sucos naturais; oleaginosas sem sal ou açúcar; especiarias em geral; ervas frescas ou secas; farinhas de mandioca, de milho ou de trigo; carnes resfriadas ou congeladas; laticínios sem adições; ovos; chás, café e água potável.

2. Produtos extraídos de alimentos in natura – são os ingredientes culinários (óleos, gorduras, sal e açúcares), extraídos de alimentos in natura ou da natureza. Devem ser utilizados com moderação em preparações culinárias incluindo caldos e sopas, saladas, tortas, pães, bolos, doces e conservas. APRECIE COM MODERAÇÃO: Óleos de soja, de milho, de girassol ou de oliva, manteiga, banha de porco, gordura de coco, açúcar (de mesa branco, demerara ou mascavo), sal de cozinha refinado ou grosso. 3. Alimentos processados – são fabricados pela indústria com a adição de sal, açúcar ou outra substância para tornar alimentos in natura duráveis e mais agradáveis ao paladar. São usualmente consumidos como parte ou acompanhamento de preparações culinárias feitas com base em alimentos minimamente processados. FIQUE ALERTA: legumes em conserva; extrato ou concentrados de tomate (com sal e ou açúcar); frutas em calda ou cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos; pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.

4. Alimentos ultraprocessados – produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos de uso exclusivamente industrial. São formulações feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes). Há muitas razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, relacionadas à sua composição e às características que os ligam ao consumo excessivo de calorias e ao impacto negativo que suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo têm sobre a cultura, a vida social e o meio ambiente. FUJA DELES: Vários tipos de biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral; cereais açucarados; bolos e misturas para bolo; barras de cereal; sopas, macarrão e temperos ‘instantâneos’; molhos prontos; salgadinhos ‘de pacote’; refrigerantes; iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados; bebidas energéticas; produtos congelados prontos para aquecimento, como massas, pizzas, hambúrgueres e extratos de carne, frango ou peixe empanados tipo nuggets; salsichas e outros embutidos; pães de forma, pães para hambúrguer ou hotdog; pães doces e produtos panificados cujos ingredientes incluem gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros aditivos.

DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 1- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação 2- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos 3- Limitar o consumo de alimentos processados 4- Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados 5- Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia 6- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados 7- Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias 8- Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece 9- Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora 10- Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais Acessse e baixe o Guia Alimentar para a População Brasileira no link bit.ly/GuiaAlimentarBRA 10


Fotos/Reprodução/Ministério da Saúde

MITOS x VERDADES O que diz a coordenadora do curso de Nutrição da UCS, Carin Weirich Gallon, sobre alguns dos principais questionamentos atuais quanto à alimentação: Comer de 3 em 3 horas “É positivo. Não comer pode fazer com que o seu metabolismo fique ainda mais lento. O jejum prolongado pode fazer com que, na próxima refeição, não tenhamos controle sobre as quantidades ingeridas, já que toda restrição gera compulsão”. OS ‘VILÕES’ DA ATUALIDADE: Os ‘brancos’ refinados, como farinhas, açúcar e sal “Todos os alimentos refinados são pobres em nutrientes. Eles podem agredir o intestino, causar desequilíbrio na flora intestinal, aumentar triglicerídeos, risco de diabetes e obesidade. Quanto ao sal, no refinamento são extraídos mais de 80 minerais. Tem elevado teor de sódio, o que favorece a pressão alta, a retenção de líquidos e a sobrecarga renal. Na dieta, devemos dar preferência aos grãos integrais em vez dos refinados e tentar substituir o sal por temperos naturais. O glúten “O glúten é uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada e malte, portanto, está presente em qualquer produto que os tenha como ingredientes. Não é o glúten que engorda, e sim o excesso de carboidrato (principal macronutriente dos alimentos que contém glúten). O excesso de glúten pode piorar a digestão para algumas pessoas, como também o excesso de qualquer alimento. O que acontece é que isso passou a ser utilizado pelo mercado do emagrecimento, que movimenta enormes cifras criando modismo atrás de modismo. Para este mercado, é extremamente vantajoso que esses modismos

não funcionem (sempre funcionam por um curto período de tempo, quando funcionam), pois isso abre espaço para surgirem novos ‘milagres’”. Doenças associadas “Estudos mostraram que os alimentos sem glúten muitas vezes têm menos fibras dietéticas e outros micronutrientes (vitaminas e minerais), são menos nutritivos e mais caros. Portanto, o consumo deve ser restringido apenas pelas pessoas que têm diagnóstico de doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) ou alergia ao trigo, doenças reais e que merecem atenção, cada uma com sua especificidade”. Produtos integrais como alternativa “É uma boa opção, assim como todo alimento produzido a base de grãos integrais, já que preserva os nutrientes e promove maior saciedade por ter mais fibras. No entanto, devemos ficar atentos aos rótulos. Para um alimento ser considerado integral, deve conter mais que 51% de grãos integrais em sua composição”.

disponíveis apoia que a ingestão de leite e produtos lácteos contribuem para atender às recomendações nutricionais e podem proteger contra as doenças crônicas mais prevalentes, enquanto que muito poucos efeitos adversos foram relatados”. Manteiga x margarina “Para os indivíduos fora de risco cardiovascular, é melhor a manteiga. Ela é classificada como ingrediente culinário, enquanto a margarina é classificada como alimento ultraprocessado”.

Vegetarianismo x carne vermelha

Produtos ‘light’, ‘diet’ e ‘zero’

“A dieta vegetariana pode suprir todas as necessidades nutricionais de um indivíduo, basta estar bem equilibrada. Sobre a carne vermelha em si: a recomendação, conforme padrões internacionais, recomenda-se o consumo máximo de 500 gramas por semana, e pouca ou nenhuma quantidade de carne processada”.

Alimento ‘light’ é aquele que tem redução de, no mínimo, 25% do valor calórico ou de algum nutriente como a gordura total ou a saturada, o açúcar, o colesterol ou o sódio. Já os ‘diet’ ou ‘zero’ se referem à exclusão total de algum componente. Mas não existe relação direta entre alimentos ´light’ e ‘diet’ e saúde. Tratam-se de produtos industrializados que não devem substituir a alimentação que inclui frutas e verduras. Alguns produtos ‘light’ e ‘diet’ têm muita gordura saturada, sal e gordura trans. Por exemplo, ao retirar o açúcar do chocolate, muitos fabricantes acrescentam gordura para dar consistência. Um biscoito ‘diet’, por exemplo, pode não ter açúcar mas conter carboidratos originários da farinha, que também vão se converter em glicose.

Leite e derivados “A totalidade das evidências científicas

Claudia Velho/UCS 11


VANGUARDA ECOLÓGICA CERTIFICAÇÃO DO INPI À PESQUISA DO INSTITUTO DE BIOTECNOLOGIA PERMITE À UCS DISPONIBILIZAR AO MERCADO A PRODUÇÃO DE INSUMOS E ANTIPOLUENTES PARA AS INDÚSTRIAS TÊXTIL E PAPELEIRA ARIEL ROSSI GRIFFANTE - argriffante@ucs.br Contribuir com uma das mais importantes necessidades ecológicas da atualidade – a manutenção da qualidade da água – é o principal potencial da mais recente conquista da área de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) conferiu patente de invenção a uma pesquisa executada pela equipe do Laboratório de Enzimas e Biomassas, do Instituto de Biotecnologia da UCS, que resultou em uma tecnologia capaz de reduzir a poluição gerada pelas indústrias têxtil e papeleira, entre outras aplicações. Com a concessão, que garante a propriedade intelectual da invenção resultante da pesquisa pelo prazo de 20 anos (a contar da data de depósito da patente, 3 de abril de 2007), a UCS fica autorizada a repassar, para qualquer empresa interessada em produzir em escala industrial, o know-how para o desenvolvimento das substâncias empregáveis como material antipoluente e também utilizáveis como

insumo na produção do papel. Em resumo (veja detalhes no box), a pesquisa detectou que a adição de diferentes concentrações de metais durante o cultivo sólido do fungo Pleurotus sajor caju, uma espécie de cogumelo comestível, superpotencializa a produção de enzimas capazes de atuar na descoloração de corantes e de moléculas poluentes da água, presentes como efluentes das indústrias têxtil e papeleira. COMPROMISSO AMBIENTAL “Estamos nos adiantando no tempo. Essas pesquisas são uma resposta ao compromisso da Biotecnologia com o meio ambiente”, define o coordenador da pesquisa e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCS, Aldo Dillon, sobre o processo de produção e sistematização do conhecimento científico e sua disponibilização à sociedade – etapas que caracterizam a missão institucional da UCS.

De acordo com ele, a descoberta apresenta ao mercado uma tecnologia eficiente e economicamente viável, com contribuições para o setor produtivo e para a causa ambiental, “por possibilitar a diminuição de elementos poluentes reduzindo, por consequência, o impacto de efluentes industriais”, aponta. No ramo têxtil, por exemplo, cujos processos estão entre os mais poluidores do segmento industrial – porque entre 10% e 15% dos corantes não se fixam nos tecidos durante o tingimento –, o uso das enzimas resulta em maior eficiência no tratamento dos efluentes relacionados à presença de corantes. Já na indústria papeleira, os agentes biológicos sobre os quais atuou a pesquisa da UCS têm a capacidade de quebrar moléculas orgânicas responsáveis pela poluição da água, também largamente gerada durante a produção de papel e derivados.

PATENTE É A SEGUNDA ORIUNDA DE PESQUISA COM ANTIPOLUENTE NATURAL A patente de invenção recebida pela UCS é a segunda oriunda de pesquisas executadas pela mesma equipe do Instituto de Biotecnologia a respeito de processos biotecnológicos do fungo Pleurotus sajor caju, um cogumelo comestível com ocorrência comum na natureza. A primeira, referente à remoção de metais pesados de líquidos contaminados, foi concedida em junho de 2015. Os depósitos de patente, termo que 12

define o registro das pesquisas no INPI, ocorreram em 2007 a partir de trabalhos realizados pelos professores Aldo Dillon, como orientador, Stela Maris da Silva, então doutoranda, e de Letícia Osório da Rosa, à época estudante de Ciências Biológicas e hoje doutoranda em Biotecnologia. A pesquisa que resultou na atual carta-patente foi uma continuidade da anterior, explica Letícia. Na tentativa

de repetir o efeito de bioabsorção de metais obtido no cultivo submerso, os pesquisadores verificaram que a adição de metais como cobre, ferro, alumínio, zinco, níquel e cromo no preparo para o cultivo sólido fez com que o fungo produzisse uma quantidade muito maior de lacases e manganês peroxidases (MnP). São estas enzimas que funcionam como agente antipoluente, devido a seu efeito fenol-oxidante.


Claudia Velho/UCS

Doutoranda em Biotecnologia Letícia Osório da Rosa, no Laboratório de Enzimas e Biomassas: ciência e tecnologia a serviço da criação de soluções ecológicas.

APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS Para tratamento de efluentes industriais:

ESTAS PESQUISAS SÃO UMA RESPOSTA AO COMPROMISSO DA BIOTECNOLOGIA COM O MEIO AMBIENTE

ALDO DILLON, COORDENADOR DA PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

w As lacases são indicadas no tratamento de efluentes contendo corantes, como na indústria têxtil, ou com resquícios de lignina (polímero orgânico que une as fibras celulósicas, aumentando a rigidez da parede celular vegetal), da indústria do papel e celuloses. w Outras possibilidades ocorrem no emprego de tecnologias visando à degradação de fungicidas, inseticidas e outros poluentes ambientais, como compostos gerados na indústria petroquímica. w Dentre as vantagens obtidas pela pesquisa, e estabelecidas como objeto da patente, estão a descoberta de um método capaz de baratear a produção enzimática, por meio da adição de metais; e o potencial de proporcionar um meio para o cultivo sólido, desenvolvendose alternativas para a produção de lacases e manganês peroxidases em escala industrial. Como insumo da indústria papeleira: w A qualidade da polpa de celulose e do papel, além da resistência, é medida pela brancura e brilho do produto. Para alcançá-los,

é necessário retirar a lignina (ou seus resíduos), que causa o escurecimento do papel. De acordo com o professor Aldo Dillon, atualmente, o removimento completo da lignina por via química emprega compostos de cloro, o que resulta na produção de efluentes extremamente tóxicos ao meio ambiente. “Dessa forma, o uso de lacases constitui-se em tecnologia alternativa, pois ocorre remoção dos restos de lignina com uso muito menor de químicos que geram efluentes”, explica. w Segundo o professor, o método é pouco utilizado devido ao alto custo de produção das enzimas, impedindo a aplicação da tecnologia. “A patente da UCS apresenta, justamente, um processo viável economicamente para a produção da enzima em escala industrial”, observa. Como insumo da indústria têxtil: As enzimas lacases também têm emprego na indústria têxtil de denim (tipo de tecido de algodão tingido com anil, usado na confecção de jeans, em que o corante adere à parte externa do fio, deixando o núcleo branco), podendo ser usadas para descoloração parcial das peças. 13


CIDADANIA EM REDE MODELO DE DEMOCRACIA DIRETA CRIADO POR ALUNO DE JORNALISMO DA UCS SUGERE DIREITO À EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E SISTEMA ONLINE DE PARTICIPAÇÃO NAS DECISÕES MUNICIPAIS Na aula de abertura de um workshop sobre Tecnologia e Governança para turmas de pósgraduação da UCS, o professor canadense da Escola Superior de Tecnologia (ETS), Dr. François Coallier, apontou a tecnologia disruptiva – inovação capaz de se tornar um novo referencial, sobrepondo-se ao anterior – como o principal agente inovador da economia mundial. “Estamos caminhando para um nível de conectividade de tal magnitude que cidades como Cingapura já assumem características de smart cities (cidades inteligentes) com governança eletrônica (eGovernment), modelo no qual os cidadãos participam ativamente do planejamento, gestão e manutenção das escolhas públicas”, afirmou na ocasião. Na mesma linha de implementação de uma tecnologia conectiva entre cidadãos visando à melhoria da gestão dos municípios, o acadêmico de Jornalismo da UCS, André Sebben Ramos, desenvolveu um projeto de democracia participativa via web. A proposta é ousada: “Com a Internet, o cidadão pode voltar a participar diretamente das questões políticas, com poder de voto”, ressalta o estudante, sobre

as possibilidades defendidas pelo modelo, batizado de Rede Cívica. OS TRÊS PILARES De acordo com o autor, a democracia online (eDemocracy) depende “da aplicação material de três conceitos fundamentais: 1) a quantificação do ‘espaço público’; 2) a possibilidade de emancipação política; e 3) a participação direta através de um portal político na Internet”. A quantificação do espaço público é calculada conforme o número de eleitores de um município, cada um correspondendo a uma ‘unidade do espaço público’. Pelo projeto, uma vez definido o Espaço Público, o cidadão que desejar poderia pedir à Justiça Eleitoral sua emancipação política, passando a participar do Poder Legislativo votando por si mesmo, bem como interagindo com o Poder Executivo por meio do portal online. Dessa forma, cada emancipado político assumiria a condição de uma unidade do espaço público. Os cidadãos que preferissem não se emancipar continuariam sendo representados pelos vereadores, que votariam na Câmara, portanto,

em nome das unidades do espaço público não-emancipadas. “Garantir o direito à emancipação política àqueles que desejam se autorrepresentar viabiliza a democracia online”, defende André. FORTALECIMENTO MUNICIPAL Para o acadêmico, o poder de voto dos cidadãos emancipados nos projetos de lei que impactam diretamente suas vidas diárias, bem como a comunicação direta com a Prefeitura, são potencialidades da Rede Cívica capazes de inaugurar uma nova realidade político-administrativa para os municípios. “A lógica é simples: quanto mais cidadãos estiverem conectados (em um portal político), com poder de manifestação, decisão e voto, a sociedade fica mais propensa à gestão da coisa pública”, define André. “Uma vez que o cidadão emancipado político assume sua responsabilidade perante o Espaço Público, surge uma nova interação social, inclusive com a possibilidade de autogestão das cidades pelos cidadãos, em consonância com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário locais. Tudo começa e termina no município, que é onde os cidadãos residem”, sintetiza.

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Em parceria com o professor Amilton Carlos de Mello, que auxiliou na definição de alguns conceitos na fase de elaboração do projeto, André pretende, agora, colher 1,5 milhão de assinaturas

(1% do eleitorado nacional, distribuído em, pelo menos, cinco Estados) para tornar a Rede Cívica um projeto de lei de iniciativa popular a ser encaminhado ao Congresso Nacional.

Amilton Carlos de Mello e A 14


Ariel R. Griffante/UCS

‘BASTA!’ A ideia de transformar uma visão pessoal de sociedade conectada e autorresponsável em um projeto de democracia participativa ganhou impulso, para André, após debates sobre as manifestações sociais de Junho de 2013 em aulas de Sociologia Geral e da Comunicação, no primeiro semestre de 2014, ministradas pela doutora em Ciência Política Ramone Mincato. Desde então o acadêmico debruçou-se em uma pesquisa de três anos sobre conceitos de Ciência Política, Ética e Filosofia, estudou a Constituição Federal e a legislação partidária brasileira, entre outras. A ideia foi sendo lapidada à medida em que era apresentada – e, consequentemente, problematizada – pela comunidade acadêmica, o que conduziu à busca de aperfeiçoamentos capazes de responder aos questionamentos e cobrir as lacunas apontadas. Desse processo resultou o livro Basta!, lançado no último mês de abril pelo selo caxiense Quatrilho. Com a proposição

Como devolver o poder político para as pessoas por meio de uma democracia online, a obra detalha os conceitos e o modelo de funcionamento da Rede Cívica, podendo ser adquirida na livraria Do Arco da Velha, em Caxias do Sul, ou pelo site da Livraria Saraiva (www.saraiva. com.br). “A obra é um exemplo de que a Universidade não está alheia à realidade e, principalmente, pode, a partir da reflexão e enquanto espaço de produção de conhecimento, contribuir na construção e aprimoramento da cidadania, na constituição de sujeitos politicamente conscientes e eticamente responsáveis com a sociedade”, diz a professora Ramone na apresentação do livro.

A REDE CÍVICA EMPODERA O CIDADÃO E FOCA NA GESTÃO MUNICIPAL

ANDRÉ SEBBEN RAMOS, AUTOR DA PROPOSTA

André Sebben Ramos no lançamento do livro: emancipação política como caminho para a participação cidadã. 15


Fotos Claudia Velho

HOSPITAL GERAL PASSA A INTEGRAR GRUPO DE QUATRO ESTABELECIMENTOS EM TODO O ESTADO COM CERTIFICAÇÃO MÁXIMA POR EXCELÊNCIA EM GESTÃO DE SAÚDE

Diretor do HG, Sandro Junqueira; governador José Ivo Sartori; diretora de Avaliação e Certificação do IBES, Vanice Costa; e o reitor Evaldo Kuiava: reconhecimento ao aperfeiçoamento de processos, pessoas e serviços.

QUALIDADE ACREDITADA CRISTINA BOFF - cbboff@ucs.br Às vésperas de completar 20 anos, o que ocorre em 2018, o Hospital Geral conquistou a Acreditação Hospitalar Nível III, a mais elevada do segmento de Saúde no país. Conferida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) a partir de recomendação do órgão avaliador, o Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES), a certificação reconhece o HG como estabelecimento de excelência em gestão de saúde, envolvendo processos, pessoas e serviços. De acordo com o diretor-geral do hospital, Sandro Junqueira, o terceiro nível de acreditação é resultado de diversos aperfeiçoamentos implementados desde 2010 voltados à humanização e qualificação dos serviços. As medidas culminaram, anteriormente, nas acreditações Nível I (com foco na segurança do paciente, incluindo estrutura e assistência, e dos profissionais), em 2014; e Nível II (gestão integrada de processos), em 2015. “Nossa meta, agora, é manter o nível III de excelência em gestão, dando continuidade aos processos de melhoria e 16

passando com êxito pelas avaliações de recertificação”, adianta o diretor, mirando também em certificações internacionais, “o que colocaria o HG em patamares ainda maiores, entre os hospitais de todo o país”, estima.

ESCALADA ATÉ O NÍVEL III 1999 - Credenciamento, pelo MEC, dos programas de Residência Médica.

2003 - Conquista do título de Hospital Amigo da Criança.

VISÃO ESTRATÉGICA Esta posição fundamenta-se no planejamento estratégico da instituição que estabeleceu como visão tornar-se um complexo hospitalar de média-alta complexidade até 2020, referência no Sul do Brasil na assistência à saúde e na formação profissional, integrando ensino e pesquisa. A cerimônia de entrega do certificado de Acreditação Hospitalar nível III ao Hospital Geral ocorreu em 10 de março, no Salão de Atos da Reitoria, com a presença do governador José Ivo Sartori. Com a outorga, o HG passou a integrar um grupo de apenas quatro hospitais em todo o Rio Grande do Sul com nível máximo de acreditação. Os demais são o Unimed, também de Caxias do Sul, o Giovanni Battista e o Mãe de Deus, ambos de Porto Alegre.

2005 - Reconhecimento, pelo Ministério da Saúde e Educação, como hospital de ensino.

2014 - Conquista do certificado de Acreditação Nível I (segurança do paciente, incluindo estrutura e assistência, e dos profissionais).

2014 - Inauguração da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).

2014 – Iniciadas as obras de ampliação da estrutura física.

2015 - Conquista do certificado de Acreditação Nível II (gestão integrada de processos).

2017 - Conquista do certificado de Acreditação Nível III (excelência em gestão e estabelecimento de uma cultura organizacional de melhoria contínua).


OFURÔ PARA RECÉM-NASCIDOS Desde junho de 2016, a UTI Neonatal do HG implementou o banho de ofurô, ou banho de balde, como técnica de cuidado de recém-nascidos. O método tem propriedades terapêuticas, sendo capaz de tranquilizar o bebê que passa por diversos procedimentos durante sua permanência na UTI, e é aplicado por profissionais das equipes de Enfermagem e de Fisioterapia que receberam capacitação específica. Segundo a Fisioterapeuta do HG, Déborah Florian, o balde recria o ambiente uterino, o que auxilia na adaptação dos recém-nascidos, proporcionando relaxamento e minimizando o estresse durante o tratamento na unidade. A técnica favorece o ganho de peso, estimula o desenvolvimento neuropsicomotor, melhora a resposta imunológica e, quando realizada junto dos pais, estimula o vínculo com o bebê. Para o procedimento, a água deve estar, no máximo, até a altura dos ombros da criança, e com temperatura de 37 graus. Associada ao banho, também é utilizada musicoterapia, tornando o ambiente mais aconchegante para o bebê. Desde a instituição do serviço, 85 crianças foram atendidas com o ofurô. A UTI Neonatal do HG recebeu, em 2016, 354 pacientes.

Acesse o vídeo da demonstração do banho de ofurô no canal da UCS no Youtube

FOCO NA ASSISTÊNCIA HUMANIZADA, ENSINO E PESQUISA O Hospital Geral tem como missão promover a assistência à saúde de forma integral, qualificada, segura e humanizada, integrada a programas de ensino e pesquisa, atendendo às necessidades das comunidades local e regional. Estes dois propósitos são tutelados

pela Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS) enquanto entidade beneficente de assistência social, comunitária e filantrópica. Assim, como hospital universitário e de ensino, gerido por uma Fundação, o cumprimento da missão institucional se

dá por dois pilares: o da Saúde Pública universal e gratuita, como estabelecimento de referência do SUS para 49 municípios; e o da Educação Superior, pela oferta de ensino e pesquisa aos profissionais e estudantes da área da Saúde da UCS. 17


olhar ao centro asas ao vento e a liberdade tem linhas tortas para voar folhas, frutos, infinito: miram se encontrar Prof. Delcio AntĂ´nio Agliardi Doutor em Letras

18

Claudia Velho


ARTIGO

A ESCOLA DE ENFERMAGEM MADRE JUSTINA INÊS NESTE ANO DE 2017, CONSIDERANDO-SE O PERÍODO EM QUE A ESCOLA FUNCIONOU ISOLADAMENTE E O PERÍODO DE SUA INCORPORAÇÃO À UCS, EM 1967, TEMOS UMA TRAJETÓRIA DE 60 ANOS DE ENSINO SUPERIOR NA ÁREA O ensino superior em Caxias do Sul foi marcado decisivamente pela criação da Universidade de Caxias do Sul, em 1967, possibilitada pelo envolvimento de lideranças da comunidade e pela conjunção de forças políticas, empresariais e religiosas que entenderam ser necessária a educação superior para desenvolver ainda mais Caxias do Sul e a região. Além desta compreensão visionária, um conjunto de ações, como a criação de faculdades e escolas superiores, estão na base originária da UCS, o que, na comemoração do cinquentenário da Universidade, é mister repisar para que a memória seja preservada e os contemporâneos conheçam e valorizem a trajetória. A UCS originou-se na convergência harmoniosa de cursos isolados então existentes: a Escola de Belas Artes (mantida pela Prefeitura de Caxias do Sul, criada em 19 de maio de 1949 e reconhecida como estabelecimento de nível superior em 18 de abril de 1961); a Faculdade de Ciências Econômicas (criada em 1956, pela Mitra Diocesana); a Faculdade de Filosofia (de 1960, também mantida pela Mitra Diocesana); a Faculdade de Direito (criada pela Sociedade Hospitalar Nossa Senhora de Fátima, em 1959, e cujas aulas se iniciaram em março de 1960); e a Escola de Enfermagem Madre Justina Inês (instalada em 1957). O primeiro curso superior de Enfermagem da região foi organizado a partir do empenho da Congregação das Irmãs de São José (que desde 1901 já mantinha o Colégio São José em Caxias

do Sul), com a criação da Escola de Enfermagem Madre Justina Inês. As irmãs tinham como objetivo formar enfermeiros de nível superior para atuar nas instituições de saúde na cidade e região em um período de desenvolvimento do país com a industrialização, de criação de novos hospitais e de deficiência de profissionais diplomados em todo o Rio Grande do Sul e, particularmente, na região colonial. A decisão da criação da Escola foi oficialmente tomada em 25 de agosto de 1954, durante assembleia geral da Sociedade Caritativo-Literária São José realizada em Garibaldi. As Irmãs de São José adquiriram, em 1954, o prédio do extinto Caxias Hotel e lá criaram o Hospital Nossa Senhora da Saúde – a Escola funcionava anexa ao estabelecimento. O Hospital Pompéia pôs à disposição todos os seus serviços de enfermaria, ambulatório e laboratórios para as aulas práticas. PREVENÇÃO, CURA E CUIDADO Lê-se nos relatórios da Escola que sua finalidade era “a formação profissional de enfermeiras, mediante ensino em cursos ordinários, nos quais estão incluídos os aspectos preventivos e curativos da Enfermagem, conforme a moral católica, contribuindo assim para o reajustamento moral e social dos doentes, assegurando às suas alunas a formação dos hábitos de disciplina necessários à profissão de enfermeira”. A inauguração da Escola Superior ocorreu no dia 1º de março de 1957, data

Claudia Velho

ORIGENS DA UCS:

PROF. DR. GELSON LEONARDO RECH Chefe de Gabinete da Reitoria

da aula magna proferida pelo Dr. José Brugger, o qual discorreu sobre os métodos de assepsia. Em 28 de fevereiro de 1960 realizou-se a formatura das primeiras alunas: Catarina Fantin, Celeste Larrion, Nelly Krombauer e Sandra Mendes. Dom Benedito Zorzi foi o paraninfo da primeira turma, e assim se expressou: “[...] é necessária a colaboração e a união de todas as forças vivas da nossa região para a consecução de faculdades que mais condigam com o nosso meio, e para, um dia, termos a nossa Universidade”. Em 1958, o Dr. Virvi Ramos, primeiro reitor da UCS, também percebendo as dificuldades na assistência hospitalar, criou a Escola de Auxiliares de Enfermagem junto ao Hospital Nossa Senhora de Fátima, hoje denominada Escola de Educação Profissional Nossa Senhora de Fátima. É importante destacar que a Escola de Enfermagem Madre Justina Inês (nome dado em homenagem à religiosa da Congregação de São José, missionária que atuou na região e faleceu em 1937 com fama de santidade) teve grande importância na implantação e na consolidação do ensino de Enfermagem em Caxias do Sul e região. Neste ano de 2017, considerando-se o período em que a Escola de Enfermagem funcionou isoladamente (1957-1967) e o período de sua incorporação à Universidade de Caxias do Sul, em 1967, temos uma trajetória de 60 anos de ensino superior na área da Enfermagem que, na efeméride do cinquentenário da UCS, deve ser louvada e reconhecida. 19


Universidade de Caxias do Sul Caixa Postal 1313 95020-972 - Caxias do Sul - RS


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