Revista Vox Objetiva n°08

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meio ambiente

LUCRO QUE VEM DO

LIXO

40 mil toneladas de resíduos eletroeletrônicos são geradas em Minas Gerais por ano. A partir de 2010, catadores de diversas regiões da Capital serão capacitados para trabalhar adequadamente com esses materiais e fazer deles uma nova fonte de renda

E

specialistas em meio ambiente estão preocupados. Um diagnóstico apresentado recentemente pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) mostra que, em Minas Gerais, são descartadas 40 mil toneladas/ano de materiais metálicos que compõem equipamentos eletroeletrônicos como telefones celulares e fixos, televisões, computadores, rádios, máquinas de lavar roupa, geladeiras e freezers. 30% desse total é proveniente apenas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a FEAM, além de conter materiais que podem ser reciclados e recuperados, estes equipamentos apresentam várias substâncias tóxicas e poluentes, como os metais pesados. O manuseio ou descarte incorreto dos resíduos eletroeletrônicos pode causar problemas de saúde e contaminação do solo

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Diagramação Final do MP.indd 32

Elson Antônio (G1)

Luciana Hübner

e de águas subterrâneas. O diagnóstico mostra que, entre 2001 e 2030, cada brasileiro deve gerar 3,4 kg/ ano de resíduos eletroeletrônicos. “O levantamento nos permitiu uma primeira visão da quantidade de resíduos potencialmente gerados. Ele não mostra exatamente onde está esse resíduo nem para onde é levado; ou seja, não retrata o tamanho do problema, apesar de ser um ponto de partida”, afirma Susane Meyer, gestora do projeto 3RsPCs Resíduos Eletroeletrônicos, da Feam. Para o cálculo da estimativa de geração de resíduos eletroeletrônicos foram usados indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Além disso, foram feitas projeções da geração desses resíduos a partir do crescimento populacional, com base no período entre 1991 a

2000. Susane Meyer afirma, no entanto, que os números podem ser ainda maiores, uma vez que os dados do IBGE consideraram que em cada domicílio exista apenas um equipamento de cada tipo. “Por isso acredito que os números estejam subestimados”, acrescenta ela. É o que acontece com a analista de negócios Elen Hoelzle. Ela não tem apenas um, mas sim 4 celulares. “Na bolsa, sempre levo dois: o pessoal e o corporativo. Os outros, um analógico e um digital, ainda funcionam, mas ficam em casa guardados numa gaveta”, conta ela. Elen conta que várias vezes já chegou a colocar os aparelhos no lixo. Mas, preocupada com o meio ambiente, pegou de volta, embalou e guardou numa gaveta que quase nunca é aberta. “Tive o cuidado de embalar direitinho e separar os celulares das coisas pessoais e de objetos magnéticos como cartões de crédito. Não sei o que eles podem emitir de ruim, mesmo desligados”, ressalta ela. A especialista Susane Meyer afirma que uma das maiores dificuldades encontradas pelas pessoas é a falta de um local adequado para destinar esse resíduo. “Esse lugar não existe e, por isso, muitos desses equipamentos ficam guardados nas casas”, conclui ela.

Vox Objetiva

23/12/2009 13:00:28


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