PANORAMA ADIT 3ª ED

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CONSTRUINDO CIDADES PARA PESSOAS

PEDRA BRANCA:

Novo Urbanismo em prática no Brasil

Pernambuco: Estado desponta em comunidades planejadas

Associações de Moradores: Os desafios da gestão

Hotéis de rede apresentam-se como oportunidade para investidores

MAIS: Timeshare e fractional | LEED ND: O momento da sustentabilidade | Entrevista: Abel Castro, Accor Hotels |

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ANUNCIO 2ª CAPA

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EDITORIAL

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE Felipe Cavalcante - Vivendi VICE PRESIDENTE Cristiano Teixeira – Norcon/Rossi DIRETOR FINANCEIRO Hélio Abreu – Record Inc. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Conselheiro Nilson Nóbrega – Prima Inova Conselheiro Roberto Carlos Lopes - Incopar Conselheiro Jose Antônio Simón – ADEMI/PE Conselheiro Silvio Bezerra - Ecocil Conselheiro Carlos Alberto Camargo – Cons. Praia Grande Conselheiro Jorge Arraes - CDURP Conselheiro Lucas Izoton- Viverbem Conselheiro Sérgio Villas Boas – CIPASA Urbanismo Conselheiro Valério Gomes – Pedra Branca Conselheiro Franklin Mira – Odebrecht Real. Imob Conselheiro Cesar Refosco - Habitasul Conselheiro Paulo Toledo – CIA São Paulo Conselheiro Alejandro Moreno - RCI Conselheiro Caio Calfat – Caio Calfat Real Estate Conselheiro José Romeu Ferraz – Develop Brasil Conselheiro Maurício Menezes – Toctao Conselheiro Irineu Guimarães – Beach Land Develop. CONSELHO CONSULTIVO Paulo Safady simão - CBIC Romeu Cap Chap - Secovi - SP CONSELHO FISCAL Conselheiro Ayrton Aguiar – AGC Gestão Conselheiro Paula Peixoto – Iron House Conselheiro Joaquim Santana – Teto Planejamento Suplente Raquel Dombroski – Ábaco Brasil Suplente Daniel Aran – Cohar Negócios Imobiliários Suplente Rita Martins – Rita Martins Advogados EQUIPE ADIT BRASIL Eduardo de Carvalho – Gerente Executivo Helen Santos – Gerente Administrativo / Financeiro Lucas Santos – Coordenador de Marketing Liciane Costa – Coordenadora de Eventos Nacionais e Internacionais Daniela Sampaio – Executiva de Jornalismo (MTB 876-AL) Rose Rodrigues – Secretária Executiva / Relacionamento Revista

EDITORA VIDA IMOBILIÁRIA BRASIL DIRETOR EXECUTIVO Luiz Sampaio lsampaio@vidaimobiliaria.com.br JORNALISTAS Jornalista responsável: Natália Rangel MTB 15.194/MG Colaboradores: Carolina Vieira Gabriel Carrara Gracielle Nocelli Marcelo Wutke Nathália Carvalho COMERCIAL comercial@vidaimobiliaria.com.br FINANCEIRO E ADMINISTRAÇÃO Ana Maria Carvalho acarvalho@vidaimobiliaria.com.br DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL Francesco Gosciola Jr. IMPRESSÃO FullQuality Gráfica e Editora Ltda REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO VIDA IMOBILIÁRIA Rua Apotribu, 139 - Cj 93 Saúde - São Paulo - SP CEP: 04343-000 Tel/Fax: 11 3565 0536 www.vidaimobiliaria.com.br

Capa: Cidade Pedra Branca

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o longo de 2014, ampliaremos nossas iniciativas no sentido de tornar a ADIT Brasil uma referência na capacitação do mercado imobiliário nacional, fortalecendo nossos principais eventos, mantendo a realização de cursos por todo o Brasil e, principalmente, investindo na publicação de livros sobre o setor, literatura essa praticamente inexistente no País. Com esse objetivo, criamos o Conselho Editorial da ADIT. Outra prioridade da ADIT para 2014 será a viabilização de funding bancário para o financiamento de loteamentos, hoje fora da prateleira dos bancos comerciais. Já começamos a discutir o assunto com a Caixa Econômica, sempre em parceria com a CBIC, SECOVI e AELO. Nesta edição da Revista Panorama ADIT, vocês leitores e parceiros, irão acompanhar a cobertura de eventos, cursos e de todas as iniciativas promovidas pela ADIT Brasil. Temas atualizados, a exemplo do Time Share e Fractional, que representam um mercado em pleno crescimento; Consolidação de novas Redes Holeteiras; O funcionamento da Primeira Rua Compartilhada do Brasil, dentre outros assuntos relevantes, também serão encontrados nesta edição. Então, deixo aqui um convite à boa leitura, repleta de informações úteis, atualizadas, importantes e de extremo interesse para o setor. Felipe Cavalcante Presidente do Conselho de Administração da ADIT

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CAPA

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A cidade na lógica da sustentabilidade Abel Castro Accor Hotels

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33 Bolha Imobiliária: Existe esse cenário no Brasil?

Comunidades Planejadas em Pernambuco

ADIT INVEST 2013

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ÍNDICE Editorial ADIT 3 COLUNA DO CONSELHO Cidade Deltaville 8 BREVES 10 PERFIL Abel Castro 18 CAPA A cidade na lógica da sustentabilidade 20 URBANISMO Brasil ganha primeira rua compartilhada

AÇÕES SOCIAIS Comunidade Planejada resgata relacionamento entre moradores 27 QUEM&ONDE 29 INVESTIMENTOS Perfil do investidor: o case da CHB 32 ARTIGO Conheça a opinião de Felipe Cavalcante sobre Bolha Imobiliária no ambiente nacional 33 INVESTIMENTO HOTELEIRO Rede de oportunidades REDES HOTELEIRAS Cenário favorável impulsiona a consolidação de redes no mercado hoteleiro ARTIGO A importância de um bom projeto de desenvolvimento

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MERCADO HOTELEIRO Invista no lazer

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ARTIGO Adensamento urbano e o déficit habitacional

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COMUNIDADES PLANEJADAS Pernambuco em desenvolvimento urbano planejado 46 CURSOS Cursos lançados pela ADIT Brasil ao longo de 2014 50 EVENTOS ADIT ADIT Invest 52 ADIT Share 58 COMPLAN 60 MISSÕES ADIT Missão EUA 64 ARTIGO Arma “Nova” para demanda corporativa de polos de investimento 66 ARTIGO Futuro do movimento da construção sustentável

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ARTIGO JURÍDICO Incorporação mobiliária a longo prazo – instituição de fases

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ASSOCIADOS Novos Associados 72 Diretório 74 AGENDA 76


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COLUNA DO CONSELHO

Cidade Deltaville Exemplo prático de sustentabilidade Dra. Raquel Celoni Dombroski, Biólogo José Renato Celoni Dombroski, Geógrafa Ioruá Giordani Serrano*

uando se pensa em “Bairro Planejado”, logo vem à mente grandes Áreas Verdes arborizadas e estruturadas para atender às comunidades locais, Áreas Institucionais dedicadas à instalação de infraestruturas necessárias ao atendimento da população local, arruamento com ruas que proporcionem a integração do pedestre ao ambiente, Áreas de Preservação Permanente (APP’s) no entorno de rios, córregos e nascentes, além de espaços projetados para o uso misto. Porém, aliado a este contexto, e em especial para grandes empreendimentos urbanísticos, está a relevância do convívio de forma harmoniosa com a comunidade e os recursos naturais, não bastando somente atender à legislação. É necessário que cada vez mais o master developer planeje e realize ações que contribuam com a diminuição dos impactos causados pela implantação de seu empreendimento, garantindo assim, que as futuras gerações possam usufruir de um meio ambiente mais equilibrado, pensado para favorecer o bem-estar coletivo. 8 |

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Como ferramenta para se atingir níveis excelentes na utilização racional dos recursos, bem-estar social e recuperação/preservação de remanescentes florestais, estão os denominados “Programas ou Controles Ambientais”. Estes são sugeridos na fase de licenciamento do empreendimento, mas muitas vezes, são deixados em segundo plano pelos gestores das empresas na fase de implantação. Os Programas Ambientais são um conjunto de procedimentos documentados em forma de um PBA (Plano Básico Ambiental) que vão garantir que todas as atividades propostas durante o licenciamento ambiental sejam executadas e monitoradas durante o período de implantação das obras. Tem-se daí os relatórios periódicos enviados aos órgãos ambientais competentes para comprovação de sua implantação e continuidade. Como exemplo destes Programas, podemos citar os realizados no empreendimento Deltaville, localizado na região metropolitana de Florianópolis, no município de Biguaçu, estado de Santa Catarina. O loteamento é um bairro planejado com cerca de 170 hectares e 294 lotes de diversos tamanhos, sendo 10 destes, grandes o suficiente para receber 10 novos produtos imobiliários, sejam eles comerciais ou residenciais. O empreendimento hoje é referência de boa conduta para os órgãos ambientais, tanto municipal quanto estadual, devido ao cumprimento dos controles ambientais propostos, que há três anos vêm sendo implantados e monitorados. São, no total, 13 programas sugeridos na fase de LAP (Licenciamento Ambiental Prévio), detalhados na fase de LAI (Licenciamento Ambiental de Instalação) e


implantados durante a execução da obra como condicionantes à LAO (Licença Ambiental de Operação). Destes programas, alguns se destacam tanto pela sua importância, como pela sua eficiência prática, tais como o Programa de Monitoramento da Fauna, Programa de Recuperação Ambiental de Áreas Degradadas e o Programa de Comunicação Social e Ambiental. O monitoramento da fauna local é realizado através da identificação de rastros e montagem de armadilha fotográfica no interior de áreas florestadas e/ou em fase de recuperação, como é o caso das Áreas de Preservação Permanente do loteamento. Estas técnicas auxiliam na identificação e monitoramento da atividade de mamíferos de médio e pequeno porte, como o Cachorro-do-Mato ou Graxaim, Mão-Pelada, Capivara, Gambá e outras espécies consideradas bioindicadoras da qualidade ambiental. Os Programas de Comunicação Social e Educação Ambiental aproximam a comunidade local ao empreendimento, através de atividades diversas, tais como o concurso “Recicla Vaso Deltaville”, onde crianças de uma escola pública local criaram vasos para plantas utilizando materiais recicláveis. A iniciativa agrega à temática proposta pelo Viveiro Deltaville de mudas nativas localizado no próprio empreendimento. A convite do órgão ambiental estadual - FATMA, os vasos do concurso ficaram em exposição no hall de entrada da fundação de meio ambiente, assim como as mudas nativas produzidas no viveiro. Ao final da exposição, autoridades do órgão incluindo o Presidente atual da FATMA, Gean Loureiro, prestigiaram o trabalho das crianças e foram presenteados com mudas nativas da Mata Atlântica. A turma do vencedor do concurso ganhou uma visita guiada ao Viveiro Deltaville e à Trilha ecológica Capão Roama, parte integrante do circuito de educação ambiental do bairro. Já o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas PRAD, consiste no plantio de mudas de espécies nativas do Bioma da Mata Atlântica, aliado a técnicas para reflorestamento de áreas de APP (Áreas de Preservação Permanente) do empreendimento. O intuito é formar um grande corredor ecológico possibilitando o trânsito da fauna entre os remanescentes de vegetação e permi-

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tindo assim o fluxo genético entre espécies.O programa no bairro já conta com o plantio de 6.000 mudas nativas, dentre elas, Aroeiras-vermelhas, Araçás, Guabirobas, Ipês, Ingás, etc Juntamente com este programa e planejado para suprir tal demanda, foi implantado um viveiro de mudas nas dependências do empreendimento que já conta com mais de 30.000 mudas entre nativas e outras, utilizadas para a recuperação das áreas degradadas e exóticas, de potencial paisagístico, a serem utilizadas no arruamento e áreas verdes com o propósito de embelezamento e arborização urbana. Realizar, na prática, atividades que na maioria dos casos ficam somente no papel, vem se mostrando uma importante ferramenta de aproximação das empresas com a sociedade e os órgãos ambientais licenciadores.A imagem do empreendedor de grandes áreas está sendo repensada. Este deve almejar e se organizar para trabalhar em conjunto com o meio ambiente local e as comunidades do entorno impactadas na medida em que o bairro é implantado. Cabe também ao empreendedor, divulgar estas atitudes para que as mesmas se multipliquem e venham ao conhecimento de ONGs, Ministério Público e entidades afins para que o setor da indústria da construção civil desenvolva interesse em aliar seus produtosao conceito de bairros planejados e ordenados de forma sustentável. Este novo paradigma não só leva em consideração a justa ocupação do solo, como também cria laços harmoniosos e de confiança entre os desenvolvedores urbanos e o ministério público, órgão ambiental licenciador e ONG`s que representam os interesses comuns das comunidades afetadas. Cabe ressaltar a importância destas relações, que em um futuro próximo, podem propiciar a diminuição dos longos prazos estipulados pelos órgãos licenciadores e a diminuição de embargos a empreendimentos não cumpridores destas prerrogativas. * Dra. Raquel Celoni Dombroski, Advogada, Diretora e Gerente de Projetos; Biólogo José Renato Celoni Dombroski, Analista Ambiental e Gerente de Projetos; Geógrafa Ioruá Giordani Serrano, Analista Ambiental e Responsável pela Implantação dos Programas Ambientais. Faz parte do Conselho Fiscal da ADIT Brasil, atuando como suplente.

Dra. Raquel Celoni Dombroski, Advogada, Diretora e Gerente de Projetos; Biólogo José Renato Celoni Dombroski, Analista Ambiental e Gerente de Projetos; Geógrafa Ioruá Giordani Serrano, Analista Ambiental e Responsável pela Implantação dos Programas Ambientais. Faz parte do Conselho Fiscal da ADIT Brasil, atuando como suplente.

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ADIT Brasil inicia o ano de 2014 apresentando seus novos projetos A primeira quinzena de fevereiro foi marcada pela realização de três reuniões com a presença da instituição, todas elas ocorridas na sede do SECOVI em São Paulo: A primeira delas, reuniu o Conselho de Administração da ADIT Brasil – Na pauta da reunião do Conselho administrativo, estavam assuntos como: Planejamento orçamentário da ADIT Brasil para 2014, prestação de contas de 2013, eleições para compor o próximo Conselho de Administração da entidade, edições de livros, dentre outros. Entre os presentes: Felipe Cavalcante - Presidente ADIT Brasil, Eduardo de Carvalho – Gerente Executivo da ADIT Brasil e os Conselheiros Caio Calfat, Rita Martins, Alejandro Moreno, Paula Peixoto, Sérgio Villas Boas, Maurício Menezes, Carlos Campilongo e José Romeu Ferraz. As decisões do Conselho Editorial da ADIT Brasil – Durante a última Reunião do Conselho Editorial da ADIT Brasil ficou determinado que o lançamento do primeiro livro pela entidade abordará as Comunidades Planejadas como assunto central. O livro será dividido em três macrotemas: Urbanismo; O Negócio das Comunidades Planejadas e seus aspectos, e a Estruturação Jurídica desse tipo de empreendimento. O objetivo do Conselho Editorial é dar início à publicação de literatura sobre o assunto no Brasil e educar o mercado empresarial, funcionários públicos e os interessados em saber sobre as melhores práticas do Novo Urbanismo. “O Conselho Editorial da ADIT Brasil pretende explicar que é possível conseguir bons resultados financeiros com o chamado

Norcon entrega Alto das Alamedas Em janeiro, a Norcon realizou a entrega do Residencial Alto das Alamedas, em Maceió-AL, para 240 famílias. Na ocasião, os proprietários participaram da Assembleia Geral e de Instalação de Condomínio com escolha da comissão administrativa, como síndico e subsíndico. Desenvolvido em um projeto exclusivo no bairro nobre de Mangabeiras, o Alto das Alamedas oferece acesso privativo, controlado e totalmente isolado da guarita principal, inclusive com

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‘bom urbanismo’”, afirmou Felipe Cavalcante, Presidente da ADIT Brasil. “Queremos mostrar como esse tipo de empreendimento pode ser lucrativo”, concluiu. O livro, que aborda as Comunidades Planejadas, tem previsão de lançamento durante o COMPLAN 2014. E por último, a Reunião para estruturar nova linha de financiamento com a Caixa Econômica Federal – Elaboração de um modelo de financiamento exclusivo para Lotes Urbanizados junto à Caixa Econômica Federal. De acordo com Felipe Cavalcante, Presidente da ADIT Brasil, a reunião teve como meta discutir uma maneira de financiar a produção de Lotes Urbanizados no Brasil. “Vamos apresentar à Caixa Econômica o modelo de financiamento para desenvolver loteamentos”, destacou. No decorrer deste ano, a ADIT Brasil irá aprofundar as discussões sobre o formato jurídico do novo produto, os modelos de viabilidade econômica e de dados de riscos. “Pretendemos criar um produto parecido com o Plano Empresário, que é voltado a incorporações imobiliárias, só que dessa vez é para loteamento”, explica Cavalcante. Participaram da reunião: Felipe Cavalcante – ADIT Brasil, Eduardo de Carvalho- ADIT Brasil, Cristiano Rabelo – Execut, José Carlos Martins – CBIC, Caio Portugal- AELO, Ciro Scopel – SECOVI-SP, Flávio Amary – SECOVI-SP, Sérgio Vilas Boas e Pedro Lodovici - Cipasa, Elias Zitune - Zitune, entre outros.

equipe própria de segurança, além de opções de lazer que vão da piscina com borda infinita ao Spa Zen, exclusivo Fitness Center Rebook, Ateliê das Artes, entre outras. Desde o projeto arquitetônico, assinado por Edalmo Lôbo, decoração de halls de entrada projetados por Humberta Farias, até o paisagismo que tem a assinatura de Benedito Abud, o empreendimento da Norcon encanta com suas nove opções de plantas de 85, 95 e 110m², na tipologia de 3/4 com

1 suíte. De acordo com Mariana Fonseca, coordenadora do Relacionamento com o Cliente e Marketing, o Alto das Alamedas foi entregue em uma noite de requinte. “Estamos muito felizes em começar 2014 realizando uma entrega deste porte em Maceió, uma referência de construção no estado. Esta noite marca o início de um ano cheio de entregas para nossos clientes”. O Alto das Alamedas, por estar em um ponto mais alto da cidade, oferece uma vista panorâmica de Maceió, com as belíssimas praias de Ponta Verde, Jatiúca e Pajuçara podendo ser contempladas da própria residência. O engenheiro responsável pelo Alto das Alamedas, Hugo Salatiel confirma a satisfação de começar 2014 com a entrega do empreendimento. “É uma grande satisfação diante de tamanho desafio, uma obra com diferenciais importantes e um conceito inovador para os padrões de Maceió, e que definitivamente marca o mercado imobiliário alagoano. Esse é o novo formato de condomínio, onde as várias opções de lazer e o agradável ambiente traduzem o conceito de viver bem e com qualidade de vida”, conclui o engenheiro.


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Loteamento aprovado pela Prefeitura Municipal de Camaçari através do Decreto nº 5.399/2013 de 01 de Julho de 2013, publicado no D.O.M. nº 522 de 29 de junho de 2013 a 05 de julho de 2013. Licença Ambiental de Implantação concedida de acordo com a Portaria 046/2013 da Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Camaçari/BA, emitida em 27 de junho de 2013. Registrado no dia 05 de agosto de 2013, conforme o R-2 da matrícula nº. 16.729, do Cartório de Registro de Imóveis do 2º Ofício - Comarca de Camaçari – BA. Imagens meramente ilustrativas para representação artística. Todas as construções sobre os lotes serão realizadas a critério e responsabilidade dos respectivos compradores. As imagens de prédios, residências e outras construções sobre os lotes são meramente ilustrativas e tais melhoramentos não serão entregues ou executados pela Loteadora ou pelas Empreendedoras. A execução e implantação da marginal à Estrada Parafuso depende de desapropriação a ser realizada pela Prefeitura Municipal de Camaçari. A empresa responsável pela intermediação e coordenação de vendas é a Dome Consultores Integrados Ltda, inscrita no CRECI nº 23426-J.


BREVES

Expansão da marca Txai Resorts O novo empreendimento Txai Terravista Trancoso, que já iniciou suas obras em novembro de 2012 e tem previsão de inauguração para o segundo semestre de 2014, nasce com um modelo que oferece ao comprador a possibilidade de adquirir uma unidade hoteleira (um dos 8 bangalôs ou um dos 42 apartamentos em villas) ou residencial. As unidades hoteleiras, quando não são utilizadas, podem ser administradas pelo resort e o proprietário tem uma rentabilidade proporcional ao lucro do hotel. As residências também podem ser deixadas para locação simples com o auxilio da rede na intermediação entre o locatário e o hóspede. Em comum, os investidores deste lançamento imobiliário têm uma das mais privilegiadas paisagens litorâneas do País, o serviço e o conceito exclusivos de bem-estar da rede Txai e a participação no Txai Club, que proporciona o intercâmbio entre outras unidades da rede. Esse produto vem sendo beneficiado pelo aumento do poder de consumo da população e pela redução das taxas de juros. No nordeste, o crescimento é grande devido às belezas naturais da região, abundância de mão de obra e diversidade cultural. “Isso é uma tendência mundial. Os benefícios são o que impulsiona este mercado, pois muitas pessoas que possuem ou que desejam adquirir sua 1ª ou 2ª moradia não querem as preocupações com a gestão deste tipo de unidade, e para isso há os serviços de hotelaria que resolvem essas questões.”, afirma José Romeu Ferraz Neto, presidente do Txai Resorts.

Novo lançamento da AGC reúne tranquilidade e segurança em Pecém A AGC Gestão Imobiliária, empresa especializada em loteamentos que conta com profissionais com mais de 15 anos de experiência no mercado, lança seu novo empreendimento “Fazenda Imperial Sol Poente” em Caucaia-CE, onde bem próximo, na região de Pecém, encontra-se um dos maiores e mais importantes terminais portuários da América do Sul e que agora passará a contar também com um bairro planejado à sua altura. A apenas 900 metros da praia e 15 minutos do Porto do Pecém, o Fazenda Imperial Sol Poente disponibilizará aos seus condôminos uma infraestrutura completa em lazer e segurança, composta por: piscinas, quadras poliesportivas, campo de futebol, fitness center, playground, ampla área verde, lago privativo, segurança 24h e muito mais! Um empreendimento localizado na região com maior crescimento do país em 2012. Faça sua inscrição e receba mais informações sobre o lançamento: www.fazendasolpoente.com.br

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Fórum Brasil- África será realizado em agosto, na Capital Cearense O Fórum Brasil-África vai acontecer em Fortaleza, mais precisamente no Hotel Gran Marquise, em agosto deste ano, nos dias 28 e 29. A confirmação é do presidente do Instituto Brasil-África, professor João Bosco Monte, que foi a Brasília para, em algumas embaixadas, discutir a oportunidade de negócios e investimentos, tanto no Brasil como no continente africano. Local privilegiado O Estado do Ceará, segundo ele, como anfitrião do evento, será o alvo de muitas atenções, porque, no evento, estarão presentes muitos chefes de estado, além de ministros e muitos empresários, tanto do continente africano como do Brasil também. Ele observa que o Ceará, pela sua localização geográfica, é privilegiado. Essa localização geográfica, segundo destacou o professor, é privilegiada porque o Ceará “está olhando para o continente africano, na esquina do Brasil, facilitando as viagens e os negócios”. “A distância entre Ceará e a África é muito menor do que outros estados brasileiros, o que é um privilégio, mas tem que ser capitalizado de forma objetiva”, pondera Bosco Monte. Oportunidades No Fórum de agosto, o Ceará vai ter a oportunidade de apresentar para os empresários cearenses, para os africanos e também para os brasileiros, as oportunidades de negócios que emanam do Estado. Conforme o presidente, também serão colocados, no evento, alguns incentivos que o Ceará pode apresentar para as empresas africanas e brasileiras. Bosco informa que o governador Cid Gomes (e alguns secretários de Estado) já foi convidado para abrir o evento. “Nós esperamos que as ideias que, nesse evento, serão apresentadas possam ser materializadas”, torce. Em Brasília, o presidente visita a Embaixada da China para tratar de uma palestra que vai fazer em evento daquele País em abril próximo.

Secovi-SP promove seminário sobre garantias das edificações O Secovi-SP promoverá no dia 13 de março, das 8h às 12h, em sua sede, em São Paulo, o seminário “Garantias das Edificações - Aspectos técnicos e jurídicos no contexto das recentes normas técnicas de reforma, manutenção e desempenho”. O objetivo é atualizar os participantes com relação às novas normas: ABNT NBR 15575 – Norma de Desempenho, ABNT NBR 5674 - Norma de Manutenção e Norma de Reformas em Edificações. Na programação, destaque para os painéis sobre: “Manutenção e Reforma: Saiba as ações necessárias para atendimento às novas normas de modo a não implicar em suas garantias”; “Papel do construtor e do incorporador para atendimento às garantias”; “Papel da administradora junto aos condomínios para atendimento às exigências de modo a não comprometer as garantias”; “Visão jurídica de garantias e sua manutenção”. Mais informações e inscrições pelo telefone (11) 5591-1304 a 1308 ou e-mail centralderelacionamento@secovi.com.br.


Grupo Rio Quente reforça negócios de Time Share e traz Sergio Falquer O Grupo Rio Quente apresenta o executivo Sergio Falquer como seu novo gerente geral de Experiência Vacation Ownership. Ele se integra ao grupo com o desafio de garantir a alta qualidade em vendas dos produtos “tempo compartilhado” (time share) e também ampliar índices de fidelização dos clientes do Rio Quente Vacation Club (RQVC), pioneiro e líder de time share no País com 20 mil famílias associadas. Graduado em Direito, com mais de 20 anos de carreira e passagens por grandes empresas nacionais e internacionais, seu desenvolvimento profissional foi pautado por sucessos nas áreas comercial, administrativa e financeira, o que lhe deu uma visão global dos negócios nos quais esteve envolvido. Além disso, ele pôde ampliar ainda mais sua habilidade em lidar com pessoas e equipes, sempre garantindo altas performances para as empresas pelas quais passou. Falquer disse que: “assumo esse desafio com entusiasmo, justamente por saber que posso contribuir muito com o grupo pioneiro e cases de sucesso de time share no Brasil”. Entre os atributos que atraíram os olhares do Grupo Rio Quente para o executivo está a sua capacidade de qualificar serviços, reter e fidelizar clientes nas instituições em que atuou. O Rio Quente Vacation Club está entre os três maiores empreendimentos em números de contratos firmados na América Latina, no ranking da RCI – Resorts Condominiums International, maior empresa mundial em sistema de intercâmbio de férias e a qual o RQVC é afiliado. Isso possibilita aos clientes do Vacation Club usufruir de outros 4 mil resorts espalhados por mais de 100 destinos. O executivo Sergio Falquer atende pelo e-mail: sergio.falquer@rioquenteresorts.com.br Rio Quente Vacation Club Com a criação do Rio Quente Vacation Club, em 1999, o grupo foi um dos pioneiros em ingressar no programa de time share. É o segmento do turismo que mais cresce em nível global, com proposta de um sistema de férias compartilhadas em semanas em uma unidade de um condomínio. Consiste na compra de direitos de uso de hospedagem válidos por até 13 anos, que podem ser trocados por semanas no Rio Quente Resorts ou em outros 4 mil resorts espalhados por mais de 100 destinos, por meio de parceria com o Group RCI. O programa tem custo 30% menor e pode ser financiado em 36 parcelas. O Rio Quente resorts tem 20 mil famílias associadas, sendo líder desse sistema no País e já está entre três os maiores em número de contratos fechados na América Latina.

Novo lançamento da Iron House

Royal Palm Plaza é o novo associado da RCI

A Iron House Real Estate, empresa do Grupo Cornélio Brennand, possui um modelo de negócio inovador que integra as competências de desenvolvimento, investimento e gestão de ativos imobiliários. Através de parcerias com empresas de classe mundial como a AECOM e Gehry Technologies, atua no desenvolvimento de empreendimentos de alto valor agregado suportados por reconhecidas competências em gerenciamento de projetos e engenharia de valor. Apostando no crescimento da região metropolitana de Salvador, a Iron House lança a Reserva dos Camassarys, uma área de 528 mil metros quadrados com localização privilegiada: a 3 km do centro de Camaçari, no encontro das principais vias da cidade, a Via Parafuso e Avenida Jorge Amado. O empreendimento contará com moradias, comércios, equipamentos de saúde e educação, serviços e áreas de lazer, um sistema viário e infraestrutura urbana qualificados, disponibilizando ciclovias e áreas de passeio confortáveis e arborizadas. A Reserva dos Camassarys trará o primeiro shopping center da cidade, o Boulevard Shopping Camaçari, com 22.000 m2 de ABL, que já está em construção e será inaugurado em 2015, marcando o primeiro investimento da Iron House no segmento de shoppings centers. O empreendimento contará também com o Parque dos Camassarys, uma reserva privada aberta ao público com 20 mil metros de área verde.

A RCI anuncia que o Royal Palm Plaza (http://www.royalpalm.com.br/) é seu mais novo associado. O complexo irá oferecer o “Royal Palm Vacation Club”, programa de vendas por tempo compartilhado baseado no time share, conceito mundialmente consagrado e que já movimenta mais de R$ 300 milhões na hotelaria brasileira. O clube de férias teve início no dia 20 de dezembro. Pelo modelo de time share, disseminado nos Estados Unidos e na Europa desde a década de 60, o cliente adquire um programa de pontos que lhe dá o direito de compra de semanas de hospedagem com a família por um período que pode se estender por até dez anos. Além de programar antecipadamente sua viagem, o hóspede pode também trocar essas semanas no resort por outras em mais de 4,6 mil empreendimentos em aproximadamente 100 destinos, por meio do sistema da RCI, empresa líder mundial em intercâmbio de férias. Já são mais de 3,8 milhões de famílias associadas ao time share em todo o mundo, das

quais 14 mil em território brasileiro. O Royal Palm Vacation Club ficará a cargo do diretor comercial do Royal Palm Plaza, César Nunes. Será ele o responsável por constituir a equipe formada exclusivamente para essa operação, que resultará na criação de 40 novos postos de trabalho nas áreas de vendas, atendimento e reservas. Para o executivo, este novo canal de distribuição do resort representa uma alternativa segura e eficiente para fidelizar os clientes e atenuar os índices de ociosidade do empreendimento. |

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Solenidade de premiação do prêmio CBIC de responsabilidade social será durante o ENIC de Goiânia

Cipasa Urbanismo planeja um grande ano em 2014

Os interessados em participar do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social nas categorias Entidade, Empresas, Destaque Social e Trabalhador(a) Modelo(a) devem efetuar suas inscrições até o dia 28 de março de 2014. De iniciativa do Fórum de Ação Social e Cidadania (Fasc) da CBIC, presidido por Maria Helena Mauad, a premiação é aplicável aos projetos sociais desenvolvidos por entidades e empresas atuantes no setor da Indústria da Construção e do Mercado Imobiliário e visa, entre outros, fortalecer e estimular o desenvolvimento de ações inovadoras, economicamente viáveis, ambientalmente equilibradas e socialmente inclusivas no setor da construção civil e no mercado imobiliário. A solenidade de premiação ocorrerá durante o 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), que será realizado de 21 a 23 de maio de 2014, no Centro de Convenções de Goiânia, em Goiânia-GO.

Estrelas do mercado hoteleiro internacional reúnem-se em busca de novas parcerias e negócios O Brasil Investment Hospitality Conference está agendado para o dia 05 de maio em São Paulo. Mais do que um público de peso. As principais estrelas internacionais do mundo da hotelaria estarão reunidas apenas um dia em busca de novos negócios, networking e benchmarking. É que a segunda edição do evento brasileiro da Questex Media, Brasil Investment Hospitality Conference (BHIC) já está agendado para o dia 05 de maio no Hotel Pullman Ibirapuera, em São Paulo. Empresas como Four Seasons, Accor, La Quinta Inns & Suítes, IHG, Setin, Hyatt Internacional e Starwood Capital já confirmaram presença no evento e afirmaram que estão em busca de novos parceiros para desenvolver negócios no Brasil. A ideia da Questex é investir no crescimento da hotelaria brasileira em todos os seus segmentos e por isso, os grandes players do mercado imobiliário também estarão no BHIC. O objetivo é que empresas destes dois mercados se encontrem para alinhar novos negócios. Além disso, os executivos irão aproveitar o evento para participar dos 11 painéis que estão programados para o encontro. Muitos dados e, alguns inéditos, a respeito dos métodos financeiros no Brasil, negociação de contratos, investimentos alternativos na área de hotelaria, além da potências das cidades secundárias e terciárias serão temas de debates entre executivos mais experientes do mercado. O BHIC é organizado em parceria com a BSH Internacional. Segundo o fundador e presidente da empresa, José Ernesto Marino Neto, o evento está se repetindo em 2014 a próprio pedido dos players do setor. Para ele, o sucesso do evento é compatível com o crescimento do Brasil que já vem nesse ritmo há 10 anos. “O interior do País vem crescendo a taxas chinesas e é onde vimos maior movimento de novos empreendimentos. “Hoje temos oportunidades de investimentos para todos os lados que olhamos”, explica. Segundo a diretora da Questex no Brasil, Chelsea Patriquin, o BHIC 2014 vai abrir, pela primeira vez, a possibilidade de empresas e projetos ter contatos “um a um” com investidores e novos grupos hoteleiros presentes no evento. “Por ser um evento concentrado, de um dia, será dinâmico e interativo com várias atividades paralelas para networking e informação, bem como o envolvimento da tecnologia e mídia com os participantes”, explica. Ainda segundo ela, pela primeira vez a Questex realizará uma sala de aula com alunos seletos da Universidade de São Paulo (USP), onde todos terão instrução de uma professora dos EUA para fazer uma visita técnica do evento. Em 2013 o evento contou com a participação de 220 participantes do mais seleto grupo dos mercados de hotelaria e imobiliário. Este ano, além dos tradicionais que já atuam no Brasil, novas bandeiras hoteleiras internacionais estarão presentes no evento em busca de parceiros brasileiros para poder entrar no País já respeitando as culturas de negócios do Brasil. As inscrições são limitadas. Para mais informações, acesse: www.ihifbrasil.com 14 |

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A Cipasa Urbanismo atua no mercado de loteamentos há 23 anos, possui em seu portfólio mais de 190 projetos lançados ou em desenvolvimento divididos em mais de 115 milhões de metros quadrados urbanizados, e está presente em 20 Estados brasileiros. A empresa fechou 2013 com a estruturação da marca e o desenvolvimento sua nova linha de produtos, que leva os nomes: Altavis, Verana, Alvorá e Vívea. A ação fortalece a marca e a estratégia de crescimento ordenado da companhia e permitirá a identificação clara dos atributos de cada empreendimento. A loteadora também lançou seu primeiro bairro inteligente, que abrange, além dos loteamentos residenciais, áreas de comércio, que permitem ao consumidor morar, trabalhar, estudar e consumir com o melhor em qualidade de vida. No ano de 2013 a loteadora apresentou um crescimento de 15% e lançou 18 empreendimentos nas regiões ES, RO, SP, RS, BA, AP, PA, AL, PE e um VGV total de R$ 600 milhões. Neste ano projeta lançar 20 empreendimentos nas regiões AL, BA, ES, PA, PB, PI, RJ, RS, SE, SP com um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 650 milhões a 700 milhões. Expectativas para 2014 da Cipasa Urbanismo: • Lançamento de 20 empreendimentos e entrega de 17 • R$ 650 milhões de VGV lançados na participação da Cipasa (excluindo a fração do proprietário da gleba) • VGV médio de R$ 45 milhões por empreendimento • Crescimento de 15% de 2013 para 2014 • Lançamentos em 10 Estados - AL, BA, ES, PA, PB, PI, RJ, RS, SE, SP


Grupo Vila Galé registra crescimento em 2013

ADIT Brasil e outras entidades em prol da reformulação da Lei de Loteamentos

O Grupo Vila Galé, rede hoteleira portuguesa, registrou ao fim de 2013 um aumento da receita em 5% em relação a 2012. Os 18 hotéis em Portugal alcançaram uma receita de 63,50 milhões de euros e um resultado operacional de 25 milhões de euros num ano de significativa retomada desde 2007 e 2008. A ocupação dos hotéis acompanhou a propensão da receita na mesma proporção, enquanto os preços se mantiveram. O mercado local contribuiu em larga escala para o crescimento positivo do Grupo em Portugal, representando 40% das dormidas e 50% do total de clientes. Já nos mercados emissores, os maiores responsáveis pela alta foram Reino Unido, Alemanha, Irlanda e França. No Brasil, a operação alcançou pela primeira vez os resultados gerados em Portugal com uma receita de 200 milhões de reais (cerca de 63 milhões de euros) e um resultado operacional de 59 milhões de reais. Um aumento significativo de 16% e 25%, respectivamente. Os resultados registrados no Brasil foram impulsionados pelo mercado interno brasileiro, que representou 90% do total de clientes da Vila Galé, e contribuiu para o aumento da ocupação em 11%.

Sob a coordenação da ADIT Brasil, CBIC, Secovi-SP e Aelo, realizaram a primeira reunião com loteadores de todo o Brasil para ações práticas sobre a atualização da Lei 6.766/79. O encontro aconteceu às 16h do dia 04 de dezembro de 2013, na sede do Secovi, em São Paulo e contou com 24 participantes. O objetivo da reunião foi tentar acelerar o processo de reformulação da Lei do Parcelamento do Solo, conhecida por Lei de Loteamentos, com base no posicionamento do setor acerca dos aspectos que precisam ser inseridos ou atualizados à legislação, de modo a alcançar maior segurança jurídica aos novos modelos de empreendimentos que vêm surgindo no horizonte da construção civil, assim como garantir a criação de um marco regulatório sobre Comunidades Planejadas. Os principais pontos de discussão foram: *Compatibilizar prazos para os licenciamentos ambiental e urbanístico de empreendimentos de longo prazo e faseados, com ampliação do limite máximo para a implantação de loteamentos (a Lei determina limite máximo de 4 anos); *Recursos necessários para investimentos em infraestrutura para os novos modelos de empreendimentos imobiliários; *Regularização da cobrança de Taxa Associativa para os moradores de loteamentos fechados.

Novo Bairro Os 300 mil metros quadrados da antiga Cerâmica São Caetano, no centro de São Caetano do Sul, foram transformados pela Sobloco, no Espaço Cerâmica. Trata-se de um dos maiores projetos de revitalização urbana do nosso País. Concebido dentro do conceito “Smart Growth“ ou seja, ocupações compactas, de uso misto e com alta densidade, o novo bairro que preserva equipamentos históricos, contempla parques, sistema viário em rotatórias, lotes residenciais e comerciais, redes subterrâneas de energia elétrica, além de todo um projeto de acessabilidade. Lançado em 2007, o Espaço Cerâmica alcançou enorme sucesso, tendo sido integralmente comercializado. A empresa de Shopping Centers, Multiplan, adquiriu área superior a 60 mil m2, onde implantou o Park Shopping São Caetano, com cerca de 35 mil m2 de ABL ( área bruta locável) e prevê lançamento de torres comerciais. As Incorporadoras e Construtoras Rossi, Lindencorp e Gafisa, tam-

bém investiram no projeto, lançando empreendimentos comerciais e residenciais, que alcançaram, na época, o maior VOS (Velocidade sobre oferta ) da região do ABC. Outras operações comerciais como a COBASI, maior rede de petshop do Brasil, instalou-se em área com 5 mil metros quadrados. O novo bairro da Sobloco, quando concluído, está previsto para abrigar uma população fixa de 8 mil pessoas e 25 mil flutuante. A sua realização trará significativos ganhos para a Municipalidade de São Caetano, não só pela transformação de uma região, que antes estava adormecida com uma indústria desativada e hoje é a área mais valorizada da cidade, mas como na criação de milhares de empregos diretos e indiretos, além de expressiva receita tributária. A comunidade planejada do Espaço Cerâmica é, sem dúvida, um exemplo de desenvolvimento urbano sustentável.

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“Vale destacar que o investimento em hotéis é algo a longo prazo. Ninguém constrói um empreendimento deste tipo com a finalidade de atender um evento que dura apenas um mês.” Abel Castro

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Por Gracielle Nocelli


O

setor hoteleiro do País possui quase 10 mil empreendimentos, entre hotéis e flats, conforme levantamento de 2013 feito pela Jones Lang LaSalle. Em franca expansão, o segmento se prepara para atender o aquecimento da demanda previsto com a realização de grandes eventos no Brasil nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para falar sobre o assunto, a Revista Panorama ADIT conversou com o vice-presidente sênior de desenvolvimento da Accor, rede hoteleira com maior participação no mercado brasileiro, Abel Castro. Durante a conversa, ele falou, também, sobre as oportunidades e os desafios apresentados pelo setor. Responsável pela expansão da Accor em todo continente latino-americano, Abel Castro é formado em Turismo e Hotelaria. Iniciou sua carreira desempenhando diferentes funções nas áreas operacionais de hotéis independentes. Em 2000, trabalhou como consultor na BSH Internacional, em São Paulo, e atuou como Diretor Executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB). Na área acadêmica, lecionou na graduação e pós-graduação dos cursos de Hotelaria nas principais universidades brasileiras. Revista Panorama ADIT: Como avalia o setor hoteleiro do Brasil hoje? Abel Castro: O setor vive um momento muito positivo, pois várias redes internacionais estão despertando interesse para o mercado brasileiro. É uma oportunidade importante de expandir com qualidade e inovação. RPA: Quais são as tendências trazidas por essas redes internacionais? AC: São as mais variadas tendências no que diz respeito aos modelos de hotéis de luxo e, também, econômico. A grande importância do interesse dessas redes é a contribuição em tecnologia e novos conceitos para o mercado brasileiro. RPA: A Accor é uma das maiores redes hoteleiras do mundo. Qual é a atuação no mercado brasileiro? AC: Somamos 185 hotéis no Brasil, que totalizam 30.959 quartos. Isto corresponde a mais de 80% da nossa rede na América Latina, onde estamos presentes também em Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Peru e Uruguai. Em todos esses países, contabilizamos 10 mil empregos diretos. RPA: No Brasil, a Accor está presente em todos os estados? Tem algum que se destaca? AC: Estamos presentes em 80 cidades e nossos planos são de até 2017 expandirmos para 134, desta forma, teremos atuação em todos os estados. Hoje, São Paulo é a nossa principal área de atuação. É algo normal, visto que nosso principal público é o corporativo. Nossas estimativas são de

que 70% dos nossos hóspedes procuram os nossos serviços por motivo de trabalho e 30%, por lazer. RPA: Mesmo com o foco voltado ao público corporativo, a realização de grandes eventos no Brasil, como Copa do Mundo e Olimpíadas, também será responsável por aumentar a demanda dos empreendimentos da Accor? AC: Com certeza. Será um momento de aquecimento para todo o setor. RPA: E o Brasil está preparado para receber estes turistas? AC: No que compete ao segmento hoteleiro não há dúvidas de que estamos preparados. Temos boa oferta e com padrão de qualidade para atender os turistas. Não estamos aqui entrando no mérito de infraestrutura em transporte, aeroportos e outras questões. Falando apenas em hotelaria, estamos muito bem preparados e a Copa do Mundo será uma grande oportunidade. Vale destacar que o investimento em hotéis é algo a longo prazo. Ninguém constrói um empreendimento deste tipo com a finalidade de atender um evento que dura apenas um mês. Por isso, estamos falando de um segmento que já tem uma atuação consolidada e que irá, com certeza, ter um bom desempenho também durante os grandes eventos. A Accor, por exemplo, já atua nas principais cidades do País. RPA: Sobre os planos de expansão da Accor no Brasil, qual é o investimento previsto para os próximos anos? AC: Pretendemos investir R$ 4,5 bilhões até 2017. RPA: Qual será o incremento de empreendimentos na rede? AC: Nosso projeto é construir 138 hotéis até 2017, uma ampliação de mais de 70% da nossa rede. Estes empreendimentos irão totalizar 22.550 novos quartos. Desta forma, teremos 323 hotéis no Brasil, que irão somar 53.509 apartamentos, e estaremos presentes em todos os estados. RPA: Estes novos empreendimentos serão de quais modelos? AC: Investiremos tanto em hotéis de luxo quanto do modelo econômico. RPA: Quais são os principais desafios a serem superados pelo setor hoteleiro no Brasil? AC: Temos três grandes desafios: financiamento, pois não temos oferta adequada ao nosso tipo de investimento, a taxa de juros muito alta e a dificuldade em conseguir terrenos, pois não há áreas disponíveis nas grandes cidades e, além disso, os hotéis concorrem com shoppings, escritórios, residências. Falta uma legislação específica para o nosso segmento.

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A cidade na lógica da

sustentabilidade Walkable places e demais estratégias do urbanismo contemporâneo para lidar com os problemas dos municípios

CAPA Por Marcelo Wutke

N

os últimos anos, muitas inovações tecnológicas surgiram e alteraram significamente nossa relação com o ambiente em que vivemos. Se, por um lado, a vida ficou mais fácil em vários aspectos, por outro, como mostram as estatísticas, as cidades se tornaram lares caóticos. Cerca de seis milhões de pessoas morrem por ano em decorrência da 20 |

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poluição do ar, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O sedentarismo atinge 80% dos brasileiros, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estresse é o segundo fator de risco verificado em pacientes com infarto do miocárdio, revelou uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Aliás, no município de São Paulo, por exemplo, o tempo médio de deslocamento diário de um morador é de duas horas e 15 minutos, inde-

pendente do meio de transporte escolhido. Mais de 2,3 milhões de paulistanos utilizam carro todos os dias ou quase todos os dias para se locomoverem, apontou um estudo do Ibope Inteligência, encomendado pela Rede Nossa São Paulo, em setembro de 2013. Tais dados podem ser estendidos, guardando as proporções, para a maioria das regiões metropolitanas, das capitais e dos médios municípios brasileiros. E, claro, valem também para outros países. Mobilidade urbana, qualidade


de vida e sustentabilidade são temáticas que passaram a ganhar mais espaço em segmentos diversos da sociedade. Ações urgentes vêm sendo discutidas e cobradas na tentativa de amenizar os problemas enfrentados, muitos dos quais, se acumulam desde que as cidades começaram a ser ocupadas. De forma simplista, a migração do campo para a área urbana, com o passar dos anos, acarretou em inchaço populacional para inúmeras cidades, acompanhado da ausência de planejamento urbano e políticas públicas eficazes para atender a nova demanda ou promover um crescimento consciente. Para o arquiteto, urbanista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lauro Luiz Francisco Filho, o que se chama de planejamento é, na maioria das vezes, um conjunto de medidas para resolver os problemas que, na realidade, surgem em decorrência da escassez de ações que o próprio planejamento tenta sanar. O resultado é o que observamos hoje: falta de moradia adequada, gerando a ocupação de áreas de risco e sem estrutura básica; ineficácia dos meios públicos de transporte e excesso de automóveis circulando em malhas viárias que não seguiram na rota da modernização; reflexos na saúde, educação e segurança, além de poucas praças e parques para lazer. Ampliando os dados já sinalizados no início, o Brasil possui 11,4 milhões de pessoas vivendo em favelas, de acordo com uma pesquisa recente do IBGE. Dados de 2011, do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento/Ministério das Cidades, apontam que apenas 55,5% da população urbana é atendida por rede de coleta de esgoto. Um terço dos domicílios em áreas urbanizadas não possui árvore em seu entorno, revelou o Censo 2010 do IBGE. Lauro Filho, que também coordena o Laboratório de Investigações Urbanas e é líder do grupo de pesquisas em urbanismo saudável da Unicamp, afirma que “a falta de acessibilidade e mobilidade são apenas dois subprodutos dessa imensa falta de planejamento e controle da expansão urbana que, infelizmente, tende a se agravar na medida em que as populações se concentram em imensos aglomerados urbanos”. E fica a pergunta: quais alternativas existem para resolver ou, pelo menos, diminuir os problemas das grandes cidades?

No caminho da solução

Na lista de medidas para lidar com a mobilidade urbana e outras questões, vamos encontrar as já citadas, expressões “sustentabilidade” e “qualidade de vida”. Chegamos ao ponto. Como desenvolver de maneira consciente e saudável? Uma das apostas é o modelo chamado Cidade Sustentável. As cidades sustentáveis são aquelas que adotam várias práticas eficazes voltadas para a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e para o desenvolvimento econômico em consonância com a preservação do meio ambiente. Entre as ações, podemos citar: diminuir a emissão de gases na atmosfera; planejar e conferir qualidade aos serviços públicos de locomoção, valorizando as fontes de energia limpa; propiciar condições e incentivar o uso de transportes não poluentes – bicicleta, por exemplo; desenvolver projetos eficientes de reciclagem do lixo; fazer planejamento urbano a longo prazo; melhorar a mobilidade urbana; apoiar políticas de consumo consciente e uso racional da água; fomentar a economia local de maneira dinâmica e sustentável; criar espaços verdes (parques e praças) e promover iniciativas de arborização, além de programas que visem a melhoria da saúde e educação das pessoas. Ainda não encontramos cidades totalmente sustentáveis, mas muitas já incorporaram medidas em diversos segmentos. É o caso de, por exemplo, Copenhague. Na capital da Dinamarca a bicicleta é o principal meio de transporte utilizado para ir trabalhar por, pelo menos, 37% dos habitantes. São 390 quilômetros de ciclovias, além de estacionamentos e semáforos próprios para os ciclistas, de acordo com o site oficial do país. Vancouver, no Canadá, destaca-se pelas iniciativas de criação de parques e áreas verdes, além do emprego de energias de fontes renováveis. Sidney, na Austrália, chama a atenção pela política de utilização de lâmpadas mais econômicas. Em Rizhao, na China, os moradores contam, desde 1990, com aquecedores solares de água e energia solar para a geração de eletricidade. No Brasil, também é possível verificar municípios com práticas mais sustentáveis, principalmente nos aspectos de coleta do lixo e de preservação ambiental. Além disso, foi lançado o Programa Cidades Sustentá-

veis, que conta com uma plataforma para colher dados e gerar indicadores de sustentabilidade ligados a temas da gestão pública. O projeto é realizado pela Rede Nossa São Paulo, pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e pelo Instituto Ethos. De acordo com um ranking de sustentabilidade divulgado pelo grupo suíço RobecoSAM, em agosto de 2013, o Brasil ocupa a 45ª colocação, dentre os 59 países avaliados. Valores de 1 a 10 foram atribuídos a partir da coleta de dados divididos em três categorias: meio ambiente, indicadores sociais e governança. Com a nota de 4,63, o Brasil só ficou na frente da Venezula, entre os vizinhos da América do Sul. A Suécia destaca-se pela primeira posição, seguida da Austrália, Suíça, Dinamarca e Noruega. Colocação

País

Nota

Suécia

8,25

Austrália

7,87

Suíça

7,83

Dinamarca

7,71

Noruega

7,68

Reino Unido

7,57

Canadá

7,53

Finlândia

7,36

Estados Unidos

7,27

10º

Holanda

7,22

18º

Chile

6,20

38º

Peru

5,03

42º

Argentina

4,84

43º

Colômbia

4,80

45º

Brasil

4,63

50º

El Salvador

4,21

51º

Tailândia

4,21

52º

Jamaica

4,12

53º

República Dominicana

4,00

54º

Marrocos

3,88

55º

Rússia

3,85

56º

Indonésia

3,84

57º

Venezuela

3,35

58º

Egito

3,34

59º

Nigéria

2,51

Fonte: RobecoSAM (agosto de 2013).

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O professor da Unicamp, Lauro Filho, acredita que “o planejamento, o surgimento de novas idéias, o rompimento dos velhos paradigmas são essenciais para que possamos enfrentar o desafio de se criar cidades mais humanas, que ofereçam qualidade de vida sem que haja um impacto maior do que o necessário”. Nesse sentido, outro termo que ganha destaque e soma-se ao conceito de cidade sustentável é o das “walkable places”. Recuperar nas cidades a escala humana, que foi prejudicada com o advento da revolução industrial, principalmente pelo surgimento do automóvel e sua disseminação. Antes, as cidades seguiam a lógica do caminhar do humano ou do animal, ou seja, elas cresciam até onde as pernas humanas ou animais permitiam. “Tinha-se um espaço feito sob medida para que as atividades humanas ocorressem dentro de uma escala que podíamos dominar e, surgia daí, um conjunto de interações entre indivíduos e grupos extremamente saudáveis”, explica Lauro. A ideia é conseguir desempenhar todas as demandas da rotina contemporânea sem depender de carro, por exemplo. Comprar um remédio na farmácia, fazer compras em um mercado, frequentar academia, enfim. O arquiteto e urbanista, Lauro Filho, afirma que tal comportamento abre caminho para novas formas de se relacionar com a cidade e com os seus outros habitantes: “substitui-se o olhar através dos vidros dos carros pelo olho no olho, pelo caminhar lento. Isso muda totalmente a percepção que temos dos espaços urbanos. Observamos mais as texturas, os cheiros, as cores. Interagimos mais com nossos pares, ficamos mais propensos a estabelecer uma relação de indivíduo com indivíduo, e não de carro com carro”. É projetar as cidades para as pessoas, não para os veículos. O documentário“A Escala Humana” (The Human Scale) aborda essa temática com base nos estudos do arquiteto dinamarquês, que é uma referência mundial em urbanismo, Jan Gehl. A proposta é uma reflexão acerca das características das cidades na atualidade, tendo por base os pensamentos de Gehl ao remodelar Copenhague. Recentemente foi lançada a versão brasileira do livro “Cidade para Pessoas” (Cities for People), obra que tem a autoria do próprio 22 |

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Jan Gehl. O trabalho defende que o planejamento urbano seja pautado pela humanização dos municípios e destaca também o uso de bicicletas para reduzir o número de automóveis e aumentar a qualidade de vida dos moradores. Gehl, que é professor emérito da Escola de Arquitetura de Copenhague, aborda ainda a questão das construções, priorizando projetos mais térreos em detrimento de grandes prédios. O filme: A Escala Humana (TheHumanScale) Dinamarca/2012 Direção e roteiro: Andreas Dalsgaard Produção: SigneByrgeSØrensen O livro: Cidade para Pessoas (Cities for People) Brasil/2013 Jan Gehl Editora Perspectiva Em Zagreb, capital da Croácia, o destaque é justamente para a horizontalidade das edificações em conexão com ruas que permitem boas caminhadas. No segmento da cultura, por exemplo, existem 19 teatros, 24 museus e 65 galerias e coleções de arte disponíveis para os quase 800 mil habitantes, de acordo com o site oficial da cidade. Um sistema de transporte unificado e áreas naturais preservadas para o lazer também ganham notoriedade. Na Alemanha, Hamburgo chama atenção pelo projeto, já em andamento, de implantação de vias para pedestres e bicicletas que vão ligar parques, praças e outros pontos de lazer da cidade. O morador terá a opção de se deslocar por todo o município sem a necessidade de utilizar carro.

Cidade Sustentável Pedra Branca Pense em um bairro com infraestrutura de cidade. Fuja do conceito de condomínio fechado. Acrescente a preocupação em criar uma comunidade voltada ao pedestre e à preservação da natureza. Local onde tudo é planejado com cuidado, desde o tipo de poste até à qualidade da lâmpada utilizada, por exemplo. O projeto começou a ganhar forma ainda nos anos 90, quando a região era ocupada por uma fazenda. Com a parceria de uma universidade,

que procurava um lugar para instalar seu novo prédio, o bairro sustentável encontrou o apoio necessário para o seu desenvolvimento. De acordo com o gerente de negócios da Cidade Sustentável Pedra Branca, Renato Ramos, atualmente o local possui cerca de 5.500 moradores e o fluxo de pessoas aumenta com mais seis mil que lá trabalham em empresas instaladas, além de oito mil alunos da universidade. A meta é alcançar 40 mil moradores, em um prazo de 15 a 20 anos. Renato também comenta sobre a importância de se pensar em ações que vão ao encontro da sustentabilidade: “é um caminho interessante fornecer tudo perto e sem o uso do automóvel. Criar um local agradável e emequilíbrio com a natureza”. Tal preocupação colocou a iniciativa entre as 18 selecionadas pela fundação do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, para participar do Programa de Desenvolvimento Positivo do Clima. O compromisso é reduzir a emissão local de dióxido de carbono, gás nocivo ao meio ambiente. Na Pedra Branca, todo o processo de construção civil respeita os ideais sustentáveis e de preservação da natureza. Captação da água da chuva, gerenciamento de resíduos, aquecimento por energia solar e utilização de gás natural são alguns exemplos. Três edifícios comerciais do empreendimento receberam a pré-certificação LEED, um sistema reconhecido internacionalmente e que valoriza a implantação de estratégias de altodesempenho ambiental e eficiência energética de projetos e construções de prédios. Para o diretor da Espírito Santo Property Brasil (ESPB – empresa imobiliária parceira da Pedra Branca), Sérgio Vieira, o planejamento vai mais além do que se imagina. “Planejar é um meio de atender uma função do ser humano. Não só a planta ser bem feita, a qualidade do material, a arquitetura, mas as outras coisas que ele leva na hora de escolher um local para morar: os vizinhos, a distância do trabalho, as demandas de compra e as facilidades para se obter uma melhor qualidade de vida”, explica. O presidente da Cidade Sustentável Pedra Branca, Valério Gomes, afirma que as pessoas já estão cansadas de ficar horas no trânsito, um dos transtornos gerados pela falta de mobilidade, por exemplo. “Precisamos ter cidades mais compactas, mais densas, que evitem a


necessidade do movimento. Isso significa que uma grande cidade deveria ser apenas um somatório de diversas cidades pequenas lado a lado, ou seja, bairros que ofereçam o maior número possível das necessidades básicas das pessoas, minimizando os problemas de mobilidade. É preciso combater a causa, que é o movimento”, sentencia. Por isso mesmo, uma das filosofias da Pedra Branca é incentivar e gerar condições para deslocamentos a pé ou de bicicleta, diminuindo o uso de carros, além de fomentar o contato e as interações entre as pessoas. Nesse sentido, o gerente de negócios da Pedra Branca, Renato Ramos, destaca: “os prédios têm que conversar com a rua e respeitar o pedestre. Tem que ter comércio porque ajuda a dar vida para as ruas. Mas a prioridade é o pedestre. Ele sempre vê o movimento. Sem muros e com boas calçadas, vai descobrindo a cidade ao longo de uma boa caminhada”. É a lógica da escala humana e a possibilidade de fugir do sedentarismo, tendo o apoio de ruas arborizadas, com pouco barulho, além de limpeza, segurança e acessibilidade. Ao mesmo tempo, poder usufluir de serviços necessários (comércio, lazer, educação e escritórios). Para Valério Gomes, presidente da Pedra Branca, esse conjunto, derivado do termo walkable places,

revela o princípio mais relevante do projeto: “morar, trabalhar, estudar e se divertir em um mesmo lugar, ao alcance de uma caminhada de poucos minutos”. Na arquitetura, o destaque para prédios que buscam a melhor orientação solar, priorizando a luz natural e o ar puro, por exemplo. Existe um estudo para definir a posição ideal de uma construção e a sua relação com a rua e tudo que está próximo. Sobre o paisagismo, a busca pelo equilíbrio entre áreas verdes e construídas. Preocupação com o sombreamento ao longo da calçada e com um visual atraente e acolhedor. Com o objetivo de atender demandas comerciais, foi desenvolvido o complexo Atrium Offices. Voltado para escritórios, o local conta ainda com 15 lojas no térreo, bicicletário, vestiário com chuveiros, além de um auditório. O Office Green, também com o foco empresarial, é outra opção disponível na Cidade Sustentável Pedra Branca. Com salas que possuem plantas flexíveis (40 a 1000 metros quadrados) e pé direito diferenciado (2,95 metros), até o oferecimento de internet por fibra ótica. Para ilustrar um projeto da linha residencial, a Pedra Branca criou o Pátio das Flores. Apartamentos, casas jardins duplex (com frente para a rua) integradas com uma área comum

onde os moradores encontram opções para lazer e prática esportiva. O Parque da Pedra é a opção no estilo de condomínio fechado, mas que pertence ao bairro e segue todos os princípios sustentáveis do empreendimento. O incentivo à diversidade de pessoas é outra característica da Pedra Branca. Entende-se que a riqueza da coletividade está na diferença de cada um e no quanto que cada experiência pode acrescentar para a vida em comunidade. É claro que a adesão da população é fundamental para o bom funcionamento de uma cidade sustentável. Sérgio Vieira, que também é membro do conselho de administração da Pedra Branca, afirma que é preciso “abrir a cabeça das pessoas para despertar a vontade de morar em lugares assim, bem como as pessoas que legislam pensarem melhor nessa proposta”. O gerente de negócios do grupo, Renato Ramos, cita o exemplo de um comércio existente no bairro: “temos uma loja de bicicletas e muitas pessoas passaram a comprá-las e utilizá-las como meio de transporte. Uma adesão fantástica por parte dos moradores”. De acordo com o proprietário da Pedra Branca, Valério Gomes, a praça, os bancos, as mesas, as calçadas e os banheiros públicos têm sido usados com boas práticas por parte da população. “Todos somos testemunhas que o comportamento das pessoas muda

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para melhor quando são oferecidos melhores equipamentos e serviços”, afirma. A localidade conta com um grupo próprio de escoteiros. Vários integrantes da comunidade fazem parte e se reúnem semanalmente. Técnicas de aventura, desbravamento e liderança são compartilhadas visando a formação, o desenvolvimento de potenciais e o crescimento das pessoas. Ainda sobre o apoio dos habitantes, na Pedra Branca existe a política de conscientização permanente. “Estamos formando pessoas nossas que são indicadas como síndicos para ir gerando essa consciência coletiva. Gente nossa na associação de moradores com a visão desse conjunto”, afirma Sérgio. Práticas como a carona solidária e a separação do lixo para reciclagem também são difundidas. A ideia é que o morador da Pedra Branca leve os conceitos aprendidos para outros núcleos de convívio, como os seus locais de trabalho e os círculos de amizade, por exemplo. Tal dinâmica contribui para a disseminação de uma lógica sustentável. “A sustentabilidade é uma obrigação. Toda a preocupação com a gestão dos resíduos, gestão da água. Queremos desenvolver a cultura dessas práticas”, revela Renato. Pensando no desenvolvimento econômico e no respeito ao meio ambiente, o grupo também criou uma área destinada à instalação de empresas que não poluem. No TecnoPark, como é conhecido, são 204 lotes já com estrutura de luz, água, esgoto, pavimentação e drenagem pluvial. O trabalho em conjunto com a universidade permitiu que os moradores fossem beneficiados com o livre acesso ao complexo poliesportivo da instituição. Na área da educação, o bairro conta ainda com colégio e uma unidade do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). Este último, com a proposta do ensino bilíngue, contemplando as aulas faladas e as em linguagem de sinais. O desenho pedagógico inclui também pesquisas

Entendendo os princípios da Cidade Sustentável Pedra Branca Prioridade ao pedestre Em sintonia com o conceito das walkable places, recuperando a escala humana. Estrutura completa para atender as demandas de quem se desloca a pé. Uso misto e complementar Moradia, trabalho, estudo e diversão no mesmo lugar. Conjunto integrado de serviços e opções de lazer. Diversidade de moradores Ambiente criativo e que promove a interação entre as classes sociais, uma mistura de ideias. Senso de comunidade Cada morador é responsável por zelar pela manutenção das práticas sustentáveis. Formação de multiplicadores de uma cultura mais saudável para as pessoas e, consequentemente, para o planeta. Densidade equilibrada Expansão e número de habitantes controlado para seguir crescendo no caminho da sustentabilidade. Todos os passos de desenvolvimento respeitam e dialogam com o complexo já existente. Sustentabilidade e alta performance do ambiente construído Utilização de materiais e técnicas de baixo impacto ambiental. Certificações e reconhecimentos internacionais. Espaços públicos atraentes e seguros Combinação de praças, lojas e restaurantes em conformidade com a natureza, a segurança e a acessibilidade. Harmonia entre natureza e amenidades urbanas Proximidade entre a vida silvestre e a vida urbana. O que é desenvolvido segue a lógica do ambiente natural existente. Conectividade e integração regional Várias alternativas de deslocamento entre as regiões próximas do bairro. Pessoas de outras localidades podem interagir e usufluir dos benefícios da cidade planejada. na temática da educação de surdos. Como parte do processo, a Pedra Branca já vive uma nova etapa de expansão. Só em 2013, mais 400 apartamentos foram entregues, além de 200 escritórios. No Passeio Pedra Branca, um shopping a céu aberto com cerca de 30 lojas, foi recentemente inaugurado. Neste projeto, por exemplo, primou-se pela convivência harmoniosa entre pedestre, bicicleta e carro, com toda a via em um mesmo plano. Outro diferencial é estimular a vida nas calçadas com atividades de lazer programadas e diversos tipos de evento operando sob uma lógica sustentável. No segmento da saúde, um moderno hospital já está em fase de instalação no bairro. De acordo com o proprietário da Cidade Sustentável Pedra Branca, Valério Gomes, o ob-

jetivo no momento é atrair empreendedores. “O maior desafio em nosso caso específico é construir um endereço com foco na economia criativa. Essa nova fase vai demandar a nossa capacidade de observar o comportamento das pessoas na rua e melhorar ainda mais a cidade para as pessoas”, afirma. Valério ainda completa: “a qualidade de vida que um endereço oferece é um item cada vez mais valioso”. O diretor da ESPB, Sérgio Vieira, fala do conjunto proposto pelo empreendimento: “a Pedra Branca é muito diferente e eu estou encantado. É planejar toda a comunidade, todo o bairro”. Ele ainda comenta sobre o trabalho com o grupo Pedra Branca: “a parceria permitiu pensar e desenvolver um bom produto e com conceitos importantes”, conclui. ESCLARECIMENTO: A Cidade Universitária Pedra Branca passou a ser chamada de Cidade Sustentável Pedra Branca e, de acordo com o Renato Ramos, em breve vai passar a ser usado o nome “Cidade Criativa”.

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URBANISMO

Brasil ganha primeira rua compartilhada Comum em cidades do exterior, espaço elimina limites entre pedestres, ciclistas e automóveis.

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conceito de rua como espaço público em que há interação direta entre os transeuntes é retomado pelo modelo de via projetada conhecido como “rua compartilhada.” O projeto permite a convivência de pedestres, motoristas e ciclistas sem determinar limites físicos para a circulação de cada um. Comum em cidades do exterior, o primeiro modelo chegou ao Brasil no final do ano passado. O Passeio Pedra Branca, localizado no bairro de Palhoça, em Florianópolis (SC), foi inaugurado em novembro de 2013. A arquiteta e realizadora do projeto, Juliana Castro, explica que o modelo de rua compartilhada é uma espécie de “volta ao passado”, já que antes da disseminação massiva dos automóveis, as ruas mantinham naturalmente a proposta de interação entre as pessoas. “Fazia parte do cotidiano viver a rua, encontrar com vizinhos, conhecer pessoas. A rua compartilhada de hoje é uma volta à prioridade do pedestre e democratização do espaço público.” Para isso, a via projetada não possui diferença de níveis entre o local que circula público a pé e veículos. “Existe uma organização da via buscando o conforto das pessoas e a funcionalidade do espaço, mas sem a mesma rigidez das ruas convencionais”, compara a especialista. De acordo com a arquiteta e urbanista Mariana Mendes, para alguns especialistas a rua compartilhada é considerada uma evolução do calçadão. “Esta analogia ocorre porque ambos os espaços estão no mesmo plano. Quando se fala em “evolução” é porque a rua compartilhada também permite o tráfego de carros, embora em velocidade mais lenta do que o habitual justamente para garantir a segurança dos pedestres.” No caso do Passeio Pedra Branca, a velocidade permitida aos veículos é de 10 km/h. De acordo com a assessoria do projeto, a rua não é uma via exclusiva de ligação. “Com exceção de quem mora ou trabalha no local, quem não está disposto a trafegar em uma velocidade tão baixa pode pegar outros trajetos”, orienta. O trecho, com iluminação diferenciada e pavimentação de basalto, possui cerca de 250 metros (aproximadamente três quarteirões) e liga a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) à praça central do bairro Palhoça.

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O diretor de Pedra Branca, Dilnei Bittencourt, destaca que para garantir a prioridade ao pedestre, demarcações limitam o acesso aos carros nas faixas laterais. “As pessoas poderão andar por onde quiserem. Se atravessarem na frente de um carro, o veículo terá que parar para que o pedestre passe.” Além da proposta de assegurar o bem-estar e aumentar a qualidade de vida, a rua compartilhada também é um modelo propício aos negócios. No caso de Pedra Branca, 22 lojas de diferentes segmentos estão instaladas no local, e a expectativa é que o número de empreendimentos seja ampliado para 30. “O Passeio Pedra Branca deixa de ser apenas uma rua de passagem para ser, principalmente, um lugar de estar”, resume Nara Schutz, superintendente do complexo de lojas. Segundo Schutz, a ideia é que a rua seja aproveitada não só por quem trabalha e mora nas redondezas, mas que se torne uma opção agradável para todos os que vivem na cidade. “O Passeio Pedra Branca foi concebido para que as pessoas aproveitem ao máximo o prazer de estar ao ar livre. A vida nas calçadas está de volta.” A arquiteta e realizadora do projeto Pedra Branca, Juliana Castro, assegura que a experiência, inédita no Brasil, já é sucesso. “A rua por si só é um atrativo, pois a qualidade do desenho, materiais aplicados aliados a excelente operação do espaço estão fazendo a diferença na construção da imagem deste novo bairro. Neste lugar é possível sentir a atmosfera que se pretende para todo o empreendimento, é possível viver o conceito que foi vendido desde já, é real.” O Passeio Pedra Branca é um empreendimento privado. “O investimento neste espaço foi alto porque estão implantando toda a infraestrutura do espaço público. Além disso, materiais, pavimentação, iluminação, mobiliário, vegetação são de grande qualidade, o que também é um diferencial do lugar. Neste empreendimento, o espaço público está recebendo o mesmo cuidado que o espaço privado, tudo foi cuidadosamente planejado”, assegura a arquiteta. Com a inauguração do Passeio Pedra Branca, o Brasil entra para a lista de países que possuem o projeto de rua compartilhada ao lado de Inglaterra, com a New Road em Brighton e a Exhibition Road em Londres, e Nova Zelândia com Darby St em Auckland.


AÇÕES SOCIAIS

Comunidade Planejada resgata relacionamento entre moradores Tendência é alternativa para o desordenamento urbano. Autogestão das associações de moradores é vantagem para manter qualidade e conservação dos locais por Nathália Carvalho

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procura por cidades ordenadas e com maior qualidade de vida provocou o aumento da demanda por viver em ambientes diferenciados. Uma opção cada vez mais buscada pelas famílias são as chamadas Comunidades Planejadas. O objetivo destes locais é proporcionar uma melhor infraestrutura aos moradores, por meio de eficiência, qualidade de vida e sustentabilidade. No Brasil, o pioneiro foi Alphaville, construído em Barueri, próximo a São Paulo. Nos últimos anos, esse tipo de empreendimento tem se proliferado rapidamente, atraindo moradores com as vantagens que oferece. De acordo com o presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo), Caio Portugal, tais empreendimentos podem ser entendidos como bairros planejados, porém, em uma escala maior que um único loteamento. Segundo ele, as comunidades são planos urbanísticos em grande escala, complexos e programáticos,

como deveriam ser os espaços urbanos. “É algo singular e difícil de implantar. Porém, é uma iniciativa totalmente sustentável em sua realização”, explica. Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o arquiteto e urbanista Ítalo Stephan explica que essas comunidades trabalham em cima de conceitos ligados ao chamado ‘Novo Urbanismo’, com base em ideias cada vez mais disseminadas no País. “O mercado imobiliário pede este tipo de investimento e há mercado consumidor disponível. A ideia é misturar os usos, sejam eles residenciais, comerciais ou de lazer, encurtando o trajeto das famílias, da casa para o trabalho. Discute-se, ainda, a questão da sustentabilidade, como reciclagem de água e energia, e incentivo ao transporte coletivo”, explica. Em seu artigo que trata sobre os desafios da estruturação dos bairros planejados, o arquiteto e urbanista Ivo Sterling, ao lado do engenheiro civil Renê Rocha, explica que para que se possa manter tal diversidade de uso e ocupação, os empreendimentos são desenvolvidos em grandes áreas, acima de 500 mil metros quadrados, integradas a tecidos urbanos consolidados, e oferecendo uma ampla variedade de produtos. “Seus projetos devem apresentar uma correta hierarquia viária, que contempla o carro, o transporte público, ciclovias e vias de pedestre”, cita.

O papel da associação

De uma forma geral, especialistas apontam que a autogestão é uma grande vantagem de se viver em um bairro planejado, visto que os moradores conseguem concessão para realizar serviços de responsabilidade pública, como limpeza e conservação das ruas. Neste sentido, Stephan ressalta a necessidade destes empreendimentos olharem pela comunidade no entorno, até mesmo como forma de proteção. “Para manter a qualidade desejada, é importante cuidar da vizinhança e daquilo que não está sob o domínio dos moradores, para que não haja consequências para eles mesmos. Na inserção de uma comunidade planejada, deve-se levar em consideração a vizinhança do local e como se dará tal relação”, explica. Diretora de Associações em Loteamentos Fechados da vice-presidência de Administração Imobiliária e Con|

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AÇÕES SOCIAIS

domínios do Secovi-SP, Mariângela Machado explica que a associação é uma “entidade civil de direito privado e sem fins lucrativos, e que tem, entre um de seus principais objetivos estatutários, o cuidado adequado e regular desses espaços públicos e do meio ambiente.” Mariângela destaca que entre as principais funções de uma associação está “oferecer maior integração e empregabilidade junto às comunidades que estão ao seu entorno, promovendo maior qualidade de vida às regiões onde estão situadas”. Sendo assim, ela defende que o convívio em comunidades planejadas não promove a segregação social. “Falar que loteamentos fechados e as Associações neles constituídas somente têm como foco a segregação social e objetivam apenas a melhoria de suas próprias comunidades, além de serem tachados de possuidores inescrupulosos de área pública, é subestimar o grande trabalho e a grande contribuição que os mesmos vêm dando, até então, junto a seus municípios e regiões.” Ela explica que o controle de acesso aos empreendimentos, feito por identificação privada, através de Portarias ou Guaritas construídas para esse fim, não tem o objetivo de impedir o direito de ir e vir. “O objetivo é apenas de manter acessos plenamente identificados, visando uma melhor segurança daqueles que acessam tais áreas.” O gerente de negócios de Pedra Branca, comunidade planejada da cidade de Palhoças, na Grande Região de Florianópolis (SC), Renato Ramos, explica que, no local, as pessoas transitam de forma livre, diferente do que muitos pensam sobre as restrições existentes. “Aqui é um bairro, não um condomínio fechado. Um local onde as pessoas procuram se conhecer e se relacionam. Tentamos realizar um resgate daquela amizade nas ruas, nas praças, aonde pessoas vão além de um ‘bom dia’ e ‘boa tarde’ nos elevadores”, exemplifica. Segundo ele, a associação de moradores, que existe desde 2004, tem um papel extremamente importante para trabalhar este espírito de comunidade, um porta-voz da união pretendida e que transita junto ao Conselho de Segurança da cidade. “É um desafio estabelecer esse conceito do que chamamos de ‘cidades criativas’ e a associação funciona como um pilar, seja na fomentação de eventos ou na parte de segurança, por exemplo.” Além disso, ele comenta que a entidade tem buscado se profissionalizar cada vez mais e procura a participação dos moradores. “Quando se fala em comunidade planejada, precisa haver uma entidade forte que auxilie na administração. A gestão é o grande desafio do planejamento urbano.” Segundo ele, a organização conta, ainda, com a cobrança de taxas associativas de condomínios já associados. Realização da Sobloco Construtora S/A, a Riviera de São Lourenço é uma comunidade planejada que tem quase 9 milhões de m², o que representa 1,8% da extensão territo28 |

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rial de Bertioga (SP). O projeto tem trazido retornos e contribuído para o desenvolvimento econômico da região. De acordo com a assessoria de imprensa do local, “o empreendimento responde pela arrecadação de 36 milhões de reais por ano, em termos de IPTU e ITBI, (equivalente a cerca de 12 mil casas populares) representando mais de 50% da arrecadação total do município neste segmento tributário.” A expectativa é que, futuramente, a Riviera gere aproximadamente R$ 60 milhões/ano, de arrecadação provenientes destes tributos, respondendo por mais de 70% da arrecadação do município.

Regulamentação e economia

A estruturação financeira e de ocupação é um desafio nestas comunidades, tendo em vista que é necessário um planejamento de longo prazo. Segundo o artigo de Sterling e Rocha, em geral, a consolidação e a aceleração do “processo de implantação desses empreendimentos leva entre dez e 20 anos para ganhar uma configuração de bairro consolidado, com comércio e serviços sustentados por demanda própria, e a consagração de um novo vetor de desenvolvimento.” Em publicação sobre o tema, o presidente do Conselho de Administração da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil), Felipe Cavalcante, fala sobre a necessidade de um arcabouço jurídico que permita ao responsável pelo desenvolvimento do local, ter maior gestão sobre os serviços e áreas públicas do empreendimento. Para ele, seria necessário encontrar meios para que obrigações relativas à gestão sejam repassadas aos responsáveis, desonerando o poder público. De acordo com Caio Portugal, atualmente, existem detalhes importantes a serem discutidos sobre o tema, para que ele ganhe mais espaço no País. “Falta, ainda, a existência de um marco regulatório e maturidade na discussão da melhor forma em que esse modelo de desenvolvimento pode contribuir para a construção do mundo urbano brasileiro”, diz.


QUEM & ONDE

QUEM&ONDE

Rodrigo Couto-CBRE; Luiz Gonzaga- CBRE

Carlos Campilongo - Secovi-SP; Caio Calfat- Caio Calfat Real State Consulting; André Monegáglia- Allia Hotels; Alexandre Gehlen- Intercity

Pedro Klumb-MSFI Finanças Imobiliárias; Fernando Cesar BrasileiroÁpice Securitizadora Imob. S.A.; Rodrigo Hajjar - Brasilinvest

Jaime Pessoa Chiganças- HSBC; Hélio AbreuRecord Inc/ADIT Brasil

Jayme Queiroz- Apex Brasil; Marcus Vinícius Macedo - BNDES; Amílcar Mielmiczuk- Vert Hotéis; José Romeu Ferraz- Develop Brasil

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QUEM & ONDE

QUEM&ONDE

Felipe Cavalcante-ADIT Brasil; Carolina Pinheiro -RCI e Alejandro Moreno- RCI

Luiz Eduardo Pinto Veiga- Ass. Bras. Shopping Centers -Eduardo Gomes- Semma -Ricardo Valls - Imobisul

Felipe Cavalcante- ADIT Brasil- Marcelo Michaluá- RB Capital

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Rossano Nonino- Gávea Investimentos; Marcelo MichaluáRB Capital; Romeu Chap Chap- SECOVI-SP

Hélio Abreu- Record Inc./ADIT Brasil; Osmar Martinez; Bradesco; Jaime Pessoas Chiganças- HSBC

Nuno Constantino- Neoturis; Carolina Sass de Haro- Mapie


Flávio Oliveira – Granja Marileusa; Saulo Suassuna- Nova Urbanismo; Hélio Mítica – Terra Urbanismo; Felipe Cavalcante – ADIT Brasil; Ivo Szterling – Cipasa; André Lompreta – de Fournier Associados.

Wellington Estruquel - Hotéis Mabu; Pedro Reimão- Pestana Hotéis; Francisco Costa Neto - Grupo Rio Quente; Alejandro Moreno-RCI

Todd Hill - DTJ Design; Juliana Castro - Jardins e Afins; Irineu Guimarães - BLD Brasil.

Caio Calfat – Real State Consulting; Hélio Mítica- Terra Urbanismo; Francesc de Fuentes – B720 Arquiterura

José Dombroski e Raquel Dombroski – Ábaco Brasil; Vinícius Trombini – Retrom Adm.; Claudio Roth – Invespark Adm; Ciro Eloy - Costa Verbena.

Luiz Augusto Pereira de Almeida - Sobloco; Mariângela Machado, diretora de Associações de Loteamentos Fechados do Secovi-SP; e Felipe Cavalcante- ADIT Brasil

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INVESTIMENTOS

Perfil do investidor: o case da CHB

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m atividade desde 1968, a Companhia Hipotecária Brasileira tem larga experiência com investidores imobiliários no Brasil. Atuando em financiamentos a construtoras, compradores e refinanciamentos, a empresa acumulou expertise em um mercado cheio de particularidades. “O papel da CHB é fornecer muita informação para que o investidor, no momento de tomar uma decisão, tenha instrumentos para o fazer”. Essa é avaliação que Nelson Campos, diretor da CHB, faz da atuação da companhia. Com Letras de Crédito Imobiliário como seu principal produto, a empresa tem um olhar diferenciado sobre o perfil do investidor individual no País. Por haver isenção de imposto de renda e boa rentabilidade, a LCI é um papel convidativo entre investidores pessoas físicas. Assegurados pelo Fundo Garantidor de Crédito em até 250 mil, a letra consegue agregar características que esses investidores mais procuram – e para manter a credibilidade como companhia hipotecária, é preciso compreender bem seu perfil. “O investidor pessoa física tenta pulverizar sua carteira e é mais avesso a riscos. Dividindo suas aplicações, ele mantém o limite

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de 250 mil para se enquadrar no Fundo Garantidor de Crédito e ficar menos exposto. À medida que ele vai conhecendo a instituição, passa a confiar mais e vai aumentando seus investimentos”, explica Campos. De acordo com o diretor da CHB, por não ser um papel comum de banco, o investidor que opta pela LCI é uma pessoa que já tem algum tipo de conhecimento dos papéis de renda fixa. Sabe dos prazos e taxas, tem certa educação financeira, e por isso, consegue garantir informações sobre o mercado, suas opções. Isso é fundamental para garantir a credibilidade necessária para aumentar a confiança do investidor em ampliar seus papéis.

O investidor brasileiro

Grosso modo, pode-se dizer que, enquanto uma geração de brasileiros investia em imóveis propriamente ditos, as gerações atuais optam pelo mercado financeiro imobiliário. “A cultura do brasileiro de uma geração que hoje talvez esteja em seus 35, 40 anos, ainda é do imóvel físico, refletindo a intenção de se resguardar da inflação. As gerações que têm pouca lembrança da inflação galopante passaram a optar por investir em papéis, até mesmo pela mobilidade e maior capacidade de liquidez”, comenta.

Além disso, há a questão da administração do imóvel e sua localização, elementos que podem determinar a preferência de um investidor por um papel ou pelo imóvel. Como os investidores pessoa física são mais sensíveis a turbulências, é necessário compreender bem o cenário imobiliário e, principalmente, a percepção que eles têm do mercado na hora de sugerir aplicações. Na avaliação de Campos, 2013 foi um ano de ajustes. Com vários lançamentos para serem entregues após construções iniciadas alguns anos, o investidor optou por aguardar para verificar quais seriam entregues e avaliar a credibilidade dos produtos. “Em 2013, muitos optaram por liquidez. Esse investidor ficou em outras aplicações, avesso a riscos. No último trimestre, houve um retorno ao mercado imobiliário. Estamos sendo procurados agora por novos investidores, surgindo mais interesse na área”. Para 2014, as perspectivas de Campos são boas. Após o período de acomodações, sua avaliação é que o ano apresente uma retomada de crescimento no setor, com novas oportunidades para os investidores. Ele alerta, contudo, que o fato de ser um “ano curto”, com a Copa do Mundo e as eleições, o crescimento ainda não seja tão expressivo. “Acredito que os títulos de crédito, principalmente CRI e LCI, serão as principais opções dos investidores, até mesmo pela questão do benefício fiscal. Haverá retomada de empreendimentos dos incorporadores, e como consequência, captação de novos recursos”, avalia.


ARTIGO

Qual é a verdade sobre a bolha imobiliária brasileira? Por Felipe Cavalcante*

V

olta e meia reaparece a questão de se estamos a caminho de uma bolha imobiliária. Minha opinião sempre foi muito clara no sentido de que não poderíamos estar mais distante de uma bolha imobiliária no Brasil. Em primeiro lugar, é importante lembrar que fui expectador privilegiado da bolha imobiliária que atingiu os EUA, Espanha, Reino Unido e Irlanda. Vi de perto o que aconteceu lá fora. Como Presidente da ADIT, meu papel era de atrair investimentos internacionais para o mercado imobiliário brasileiro e comercializar empreendimentos brasileiros no exterior. Durante vários anos viajei o mundo representando o setor imobiliário do nosso País, realizando e participando de dezenas de eventos, feiras e seminários no exterior. Trouxemos centenas de investidores e jornalistas para o Brasil. Fiquei amigo deles e os vi sofrer. No dia em que o Lehmann Brothers quebrou, eu estava passando por Wall Street a caminho do aeroporto, saindo de uma semana de reuniões com alguns dos principais fundos americanos. Fazia pelo menos um ano que todo mundo que era insider já sabia o que estava acontecendo. As portas se fecharam para os IPOs e fundos de investimento no Brasil em fevereiro de 2008. Lembro bem, como se fosse hoje, pois vi vários amigos passarem por sérios problemas. Por outro lado, bem antes de entrar no mercado imobiliário, ainda na faculdade de administração, tive a oportunidade de ler um livro que marcou a minha vida, um dos melhores que já li. Este me marcou. Chamava-se “Manias, pânicos e crashes” e contava a história das bolhas ao longo da história. Apaixonei-me pelo tema e ao longo dos anos li outros livros sobre o tema. O primeiro ponto que quero deixar claro é que as bolhas não se restringem ao mercado imobiliário. Houve o caso célebre das tulipas (sim, aquelas flores bonitas e coloridas) na Holanda. Onde a especulação levou uma tulipa a valer tanto quanto uma casa. Houve inúmeras bolhas ao longo da história. Antes da bolha imobiliária americana explodir, a mais recente era a bolha da internet no final dos anos 90. Quem lembra dessa estória, onde uma empresa sem faturamento, lucro, nada, valia bilhões na bolsa de valores? O segundo ponto é que não se pode confundir aumento de preços com bolha. O aumento exagerado é um dos componentes de uma bolha. Mas está longe de ser o único. No Brasil, houve um grande aumento no preço dos imóveis

nos últimos anos. Porém, esse aumento pode ser explicado basicamente pelo desequilíbrio entre oferta e demanda e pelo baixo preço em que se encontravam os imóveis brasileiros devido a anos de escassez de crédito imobiliário, após a quebra do SFH. Nos últimos anos tivemos vários fatores que fizeram o preço dos imóveis disparar, entre os quais: • Aumento exponencial do crédito imobiliário de R$ 2 bilhões em 2002 para R$ 109 bilhões em 2013 • Redução da taxa de juros e aumento do prazo de financiamento para 30 anos • Aumento da renda da população com dezenas de milhões de pessoas entrando na classe média • Aumento dos custos de terrenos, principal insumo do setor, material e, com destaque, mão de obra • Dificuldade e burocracia na aprovação de empreendimentos e na urbanização de glebas ainda não urbanizadas • Grande incentivo governamental, através do programa Minha Casa, Minha Vida Já no que se refere ao baixo preço histórico dos imóveis brasileiros, lembro bem quando realizamos uma pesquisa em 2008 com a consultoria britânica Knight Frank, umas das principais imobiliárias do mundo, que demonstrou que o preço dos imóveis no Brasil era o segundo menor entre os 32 países pesquisados. Ou seja, os preços eram baixos e a demanda explodiu. Foi a fome se juntando com a vontade de comer. Outro fator muito importante foi a flexibilização dos critérios de concessão de crédito nos países que sofreram bolhas, seja pelo aumento da concorrência, seja em função deles repassarem os riscos para terceiros através de intricados mecanismos financeiros, como o Credit Default Swap (CDS). Ou seja, quem concedia o crédito, ganhava sua comissão e não corria o risco caso o cliente ficasse inadimplente. Assim é fácil, convenhamos. No Brasil esse cenário é bem diferente, com os bancos sendo muito rigorosos na concessão de créditos e carregando consigo a maior parte do risco, até dentro de uma estratégia de fidelização dos clientes no longo prazo. |

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ARTIGO

Um outro elemento sempre presente em qualquer bolha, imobiliária ou não, é a crença de que os preços continuarão a crescer. O mercado passa a ser movido pela especulação e não mais pela demanda real. As pessoas compram o imóvel como investimento e não como moradia. Não só faz parte da literatura sobre o assunto, mas eu vi com meus próprios olhos, imóveis passarem de mão até cinco vezes entre seu lançamento e a sua entrega em países como EUA, Dubai e Espanha. Ninguém me disse, eu vi diversos call centers na Espanha e Inglaterra vendendo imóveis para pessoas pelo cartão de crédito. Eu vi um amigo vender 600 apartamentos em Cabo Verde para irlandeses em um final de semana. Nenhum desses compradores jamais tinha estado em Cabo Verde. Felizmente, no Brasil as coisas são diferentes, com 90% da demanda imobiliária sendo formada por primeira residência e não, por investimentos. E por um bom tempo essa realidade não ficará alterada, tendo em vista o grande déficit habitacional que temos e a janela demográfica extremamente positiva, onde somente para novas famílias que serão formadas, precisaremos de 1,5 milhão de unidades/ano para o déficit não crescer. Também é importante salientar que esses dados se referem ao Brasil em geral, e como todos sabem, o Brasil é um continente, com várias realidades diferentes. A situação é distinta não só em cada região, mas também para cada tipo de produto imobiliário. A lei da oferta e procura vai continuar em atuação e veremos sempre casos de ajustes em mercado pontuais, podendo até ocorrer minibolhas, como é o caso de Brasília, que realmente sofreu uma bolha fundamentada na especulação imobiliária e não na demanda real, e que agora passa por ajustes. Uma outra regra existente em todas as bolhas é a presença de crédito farto e barato, que é o verdadeiro combustível de todas as bolhas. Mais uma vez não encontramos esse elemento no Brasil. Mesmo após todo o crescimento do crédito imobiliário nos últimos anos, ele representa ainda apenas 6% do PIB brasileiro, enquanto que o limite de risco para se formar uma bolha imobiliária é de 60% do PIB. Já no que se refere ao custo do dinheiro no Brasil, acho que nem é necessário falar a respeito. É um velho conhecido nosso. Mesmo com a redução dos últimos anos, estamos muito longe dos EUA, Europa e Japão, que estão beirando 0% ao ano. Lembro bem que antes da bolha as taxas de juros na Europa estavam entre 3 e 4% ao ano. Essas são velhas opiniões minhas, bem conhecidas daqueles com quem convivo. Porém, recentemente li um estudo da Bain & Company, reputada consultoria internacional, sobre o risco de haver uma bolha imobiliária no Brasil, o que reforçou ainda mais essa minha opinião. Recomendo a todos. O melhor estudo que já li sobre o assunto. Nesse estudo, a Bain & Company comparou os dados do Brasil aos de sete países: EUA, Alemanha, Irlanda, Espanha, Reino Unido, Canadá e Portugal. Alguns deles passaram por bolhas, outros não. Ela também definiu quais são os 34 |

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principais fatores que identificam a formação de uma bolha. São eles: 1- Percentual do valor do imóvel que é financiado, conhecido como LTV (Loan To Value) Em todos os países que sofreram bolhas, o percentual do valor do imóvel que era financiado pelos bancos era maior do que 75%, podendo chegar a 130% em casos extremos, quando o proprietário do imóvel usava o recurso excedente para comprar automóveis, comprar segundas residências, tirar férias e por aí afora. Quase um terço dos imóveis financiados nos EUA em 2007 tinham LTV maior do que 90%. No Brasil, o LTV é de 64%, ou seja, o adquirente paga em média 36% de sinal e financia o restante. Como todos que trabalham no mercado imobiliário sabem, quanto menor a entrada de um imóvel, maior o risco de inadimplência. A pessoa tem menos a perder e se comprometeu menos. Além disso, em períodos de crise, como o ocorrido nos EUA, onde os preços caem abruptamente, o saldo do imóvel pode ficar maior do que o seu preço de venda, estimulando a inadimplência. 2- Prazos e processo de aprovação do financiamento imobiliário Aqui, voltamos mais uma vez para as políticas de crédito pouco criteriosas por parte dos bancos. Nos EUA chegou-se ao cúmulo de existir empréstimos através de “interest-only loans”, onde o cliente não amortizava o principal por um período de até dois anos. Outro exemplo foram os chamados “NINJA loans”, oferecidos a quem não tinha renda comprovada, não tinha emprego e não tinha ativos (NINJA: No Income, No Job, No Assets). Reforço que são situações muitos distintas das do Brasil, que não têm nem de perto, nada parecido com os Subprimes americanos e onde os bancos são conservadores na concessão do crédito. Porém, um dado que merece ser monitorado de perto nesse item é o prazo de financiamento imobiliário, hoje na casa dos 30 anos, que é o limite aceitável. 3- Acessibilidade à aquisição de imóveis (Affordability ratio), medida de duas formas: a. Diferença entre a evolução do preço dos imóveis e o crescimento da renda por domicílio; b. Relação entre o valor médio dos imóveis e o rendimento médio anual por domicílio; Aqui, temos finalmente um elemento de preocupação, já que a diferença entre o crescimento do preço dos imóveis e da renda das famílias foi de 108% desde 2000, quando o nível crítico é de 30%. Porém, como falei acima, isso se deve a um preço-base muito baixo em 2000 e a um desequilíbrio muito forte na balança entre oferta e demanda. Ratificando essa afirmação, apesar desta forte valorização, podemos verificar que a proporção entre o valor dos imóveis e o salário se mantém bem abaixo do limite crítico de 8x. No Brasil essa relação ainda é de 5,1x.


4- Porcentagem do crédito imobiliário como porcentagem do PIB Mesmo que a demanda por crédito imobiliário cresça fortemente nos próximos anos, ainda faltará muito para chegarmos aos níveis internacionais, quanto mais para atingirmos o limite crítico de 60%. O percentual no Brasil, mesmo após o enorme crescimento dos últimos anos, quando passou de R$ 2 bilhões para R$ 109 bilhões desde 2002, ainda é de 6% do PIB, enquanto na Irlanda é de 87%, no Reino Unido, 85%, nos EUA, 77%, em Portugal,

66%, no Canadá, 65%, e na Espanha, 64%. 5- Nível de comprometimento da renda familiar O endividamento das famílias brasileiras mais que dobrou desde 2005, enquanto o comprometimento de renda familiar superou os 20%. Isso se deve ao histórico de escassez de crédito no Brasil. A população aumentou o consumo e, consequentemente, o endividamento. Porém, os números brasileiros ainda estão distantes daqueles dos países que sofreram bolhas imobiliárias.

Conclusão Para resumir toda essa conversa técnica, a Bain fez uma tabela comparando os indicadores de cada país, concluindo que o Brasil guarda mais semelhança com os países que não sofreram bolha imobiliária. Em verde, temos aqueles que estão na zona de conforto. Em amarelo, os que estão na zona de atenção. E em vermelho, na zona de alerta. Indicador

Irlanda

Espanha

Portugal

Estados Unidos

Reino Unido

Canadá

Alemanha

Brasil

Percentual do valor do imóvel financiado (LTV) Condições de crédito imobiliário Valorização do imóvel versus valorização da renda familiar Valor médio dos imóveis vendidos por renda média anual Percetual do crédito imobiliário sobre o PIB Comprometimento da renda familiar Fonte: Bain & Company

Com base nesses indicadores, a Bain & Company chegou à conclusão que não há indícios de formação de uma bolha imobiliária no Brasil, apesar de ser necessário o monitoramento do comprometimento de renda e da valorização dos imóveis. Porém, mesmo que se formasse uma bolha, ela seria pequena, tendo em vista “o peso relativamente baixo do preço dos imóveis quando comparado com a renda anual familiar e a baixa penetração de crédito imobiliário como percentual do PIB”. Além de finalizar lembrando que algumas das condições mais importantes estão sob controle dos bancos, como o LTV e as condições de cessão do crédito imobiliário, a Bain afirma que o setor tem um enorme potencial de impulsionar a economia, com perspectivas de gerar 5 milhões de empregos nos próximos 5 anos e passar de 6% para 18% do PIB até 2017.

Concordo com essa opinião, e em relação ao indicador mais desfavorável no Brasil, a valorização imobiliária, já temos claros sinais de que a mesma está voltando aos níveis normais, fazendo com que o crescimento de 25% ao ano no valor dos imóveis, verificado há algum tempos atrás, fiquem realmente no passado. Ou seja, é consenso entre todos que fazem o setor de que o preço dos imóveis não continuará subindo como subiu no passado. Vocês lembram que ter a expectativa de que os preços continuarão a subir e o crédito farto e barato são os elementos presentes em todas as bolhas já formadas até hoje? Você acha que temos esses dois elementos presentes no Brasil? Eu acho que não. E você? *Presidente da ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil. 2013 | | Nº3 Nº2 || 35 35 | | 2014


INVESTIMENTO HOTELEIRO

Rede de oportunidades Nas capitais e interior, os hotéis de redes se consolidam como boa oportunidade para grandes e pequenos investidores Por Gabriel Carrara

I

mpulsionadas pela demanda crescente no País, as redes hoteleiras ampliaram sua atuação no Brasil. Além da oferta nos grandes centros devido à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos, cidades do interior e de regiões metropolitanas beneficiam-se desses investimentos, que acabam por elevar a qualidade do serviço no País. De acordo com a Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH 2011), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 87,4% das instalações apresentam médio e baixo conforto/qualidade dos serviços, sendo 27,4% classificados como turístico/ médio conforto, 38,3% como econômicos e 21,7% como simples. Na avaliação de Caio Calfat, sócio-diretor da Caio Calfat Real Estate Consulting, a maior parte do parque hoteleiro brasileiro é de estrutura familiar e amadora. Com isso, os estabelecimentos de redes se mostram altamente competitivos. “A vantagem da rede é sua força de marca, profissionalização dos serviços e o fato de ser muito produtiva quando comparada a pequenos hotéis. O brasileiro gosta de investir em imóveis, se sente tranquilo com a escritura. Como o apartamento é pequeno, o preço final não é muito alto”, explica. Manter uma unidade produtiva é um impor-

tante indicativo para o investidor brasileiro das redes hoteleiras devido ao modelo praticado por aqui. Como as linhas de crédito propostas pelo BNDES apresentam um prazo máximo de 10 anos de financiamento, com altos juros e condições muito rigorosas na análise de crédito por parte dos bancos privados, a solução encontrada foi a venda de unidades autônomas para pequenos e médios investidores, ou grandes, que compram em quantidade maior, nos chamados condo hotéis. Nesse modelo, o investidor é dono de um pedaço do hotel, pagando também taxas mensais de manutenção. Por isso, a produtividade do estabelecimento é tão importante, pois em caso de prejuízo são os proprietários do condo hotel que devem bancar. Segundo Calfat, é sempre bom ressaltar essa condição, que, na maioria das vezes, não é bem ponderada pelos iniciantes no ato de aquisição da cota. Mais racionais, bem informados e menos sensíveis às propagandas, grandes investidores, no entanto, avaliam rigorosamente os riscos e o retorno do que lhe é apresentado. Ao contrário dos pulverizados, que tendem a investir em unidades que lhe são próximas, os mais experientes avaliam oportunidades em diferentes regiões e países, tendo melhores condições e parâmetros para a tomada de decisão. “Esse investidor avalia o retorno do investimento, com uma análise de riscos mais sofisticada, em regiões variadas. Ele não entra no negócio hoteleiro para ficar por anos. Como uma ação, há também o momento de vender. É importante apresentar ainda visão de futuro, uma estratégia de saída que garanta liquidez ao empresário”, avalia Ricardo Mader, diretor de Hotéis e Hospitalidade da Jones Lang LaSalle.

Retorno e risco

Caio Calfat, sócio-diretor da Caio Calfat Real Estate Consulting​

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Em média, a expectativa de retorno para investidores em hotéis gira em torno de 8% anuais. Esse valor está diretamente ligado ao desempenho da unidade – há uma confusão, principalmente da parte de investidores de

​ icardo Mader, diretor de Hotéis e R Hospitalidade da Jones Lang LaSalle menor porte, na natureza do investimento em um condo hotel, que desconhecem se tratar de um negócio, sujeito aos inerentes “poréns” da atividade hoteleira. “Os principais riscos desses investimentos são: preços de venda que estão, em alguns casos, inflacionados em relação às expectativas de desempenho. Há mercados onde é possível antecipar excesso de oferta no futuro, com impacto no desempenho das unidades e consequentemente nas rentabilidades; e existe ainda o risco de dificuldades de consenso entre um elevado número de investidores, particularmente no que diz respeito a decisões futuras”, indica Gilberto Martins, diretor da Neoturis Brasil. A questão da superoferta também é apontada pelos especialistas como uma das mais delicadas do ramo, já que com o aumento do número de unidades ociosas, a rentabilidade fica drasticamente reduzida. Nas cidades brasileiras que receberão os grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, por exemplo, a capacidade já se encontra próxima do equilíbrio, mas mesmo assim os analistas garantem que ainda há muito potencial a ser explorado. “Temos alguns mercados com boas oportunidades. Em cidades nomeadamente de “segunda linha”, como as satélites das grandes metrópoles do Rio de Janeiro ou São Paulo, a hotelaria econômica ainda apresenta investimentos bem atrativos”, avalia Gilberto. Nesses locais, estabelecimentos econômicos e supereconômicos são a “bola da vez”. Segundo Caio Calfat, esse produto pode ser oferecido em mais de 200 municípios, em maioria de médio porte. Com o avanço dos investimentos e a acomodação do mercado, há a perspectiva também de menor pulverização, com atuação de players de maior peso. “O perfil tende a ficar mais institucional, com grupos apostando no futuro. Vamos migrar do condo hotel pulverizado para investidores de maior porte. Isso é possível devido ao nosso mercado estar mais maduro, mais seguro para investir”, diz Ricardo Mader.


L AW Y E R S

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REDES HOTELEIRAS

Redes em expansão Cenário favorável impulsiona a consolidação de redes no mercado hoteleiro Por Gabriel Carrara

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om o mercado aquecido, o ramo hoteleiro apresenta oportunidades para vários tipos de investimento. Nesse contexto, redes nacionais e do exterior têm identificado diversos vetores de expansão para seus projetos. A Panorama ADIT conversou com alguns grupos que revelaram detalhes de seu processo de expansão, sua avaliação do mercado e a concorrência com hotéis independentes.

Rede Mabu

Os investimentos da empresa buscam aumentar suas opções de produtos nos segmentos business, convention, resorts e no desenvolvimento da marca econômica da rede. Em 2014, estão previstas duas unidades convention e um resort, com a perspectiva de chegar a 2017 com um total de 20 empreendimentos. “A Mabu Hotéis & Resorts, além de seus hotéis próprios, também opera por administração. O crescimento estará focado no aumento do portfólio de hotéis administrados em vários destinos brasileiros. O processo de expansão está pautado no equilíbrio entre novos hotéis com investimentos de parceiros e de capital do Grupo Mabu”, conta Juliano Macedo, gerente de novos negócios da Rede Mabu Hotéis & Resorts. Segundo Macedo, vetores de desenvolvimento como cidades que estão recebendo investimentos nos segmentos automobilístico, metal mecânico, tecnologia, logística e portos são alguns destinos com potencial. Ele ressalta, ainda, a região de Campinas e 38 |

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interior de São Paulo, cidades polo da região sul e também os tradicionais destinos turísticos do nordeste brasileiro. Devido ao aquecimento imobiliário em decorrência dos grandes eventos esportivos e dos novos investimentos em infraestrutura e no setor produtivo, Macedo enfatiza que é preciso ter consciência de possibilidade de oferta excessiva no médio e longo prazo. Isso é fundamental para garantir bons resultados aos investidores do mercado hoteleiro. “Entendemos que a concorrência é sempre salutar em todos os mercados. Nos últimos anos, fizemos uma grande estruturação para crescermos de forma sustentável, com custos mais baixos e agressividade comercial. Somente assim, vamos conseguir remunerar bem nossos investidores, além de prestar serviços com excelência para nossos hóspedes”, comenta.

Hotéis Grupo Intercontinental

Com uma expansão baseada principalmente no modelo de franquia, a IHG, responsável por bandeiras como Holiday Inn e Holiday InnExpress, possui nove hotéis em seu pipeline, com entrega prevista nos próximos dois anos. São mais sete franqueados e dois administrados que vão se unir a uma rede que conta hoje com 14 unidades em operação, sendo 10 franquias. A política de franquia não é exclusividade por aqui. De acordo com Ricardo Manarini, vice-presidente regional de desenvolvimento no Brasil, dos cerca de 4.600 hotéis da rede IHG

no mundo, mais de 4 mil são franqueados. Na expansão no País, o foco da empresa é trabalhar primeiramente as capitais, ampliando, em seguida, para o interior do Estado. “Nossa perspectiva para 2014 e 2015 é boa. É claro que algumas cidades já apresentam certa tendência de saturação, porém nos resguardamos com estudos de mercado para atestar a viabilidade do empreendimento. A cidade de São Paulo ainda tem grande potencial, e no interior faltam hotéis. Em outros estados, como no Rio de Janeiro, por exemplo, há uma grande lacuna de estabelecimentos com o padrão de rede, como na rota do petróleo no litoral fluminense”, diz. Para Manarini, dependendo do volume de novas redes que chegarem ao interior, os independentes terão de reavaliar seu negócio, já que os grandes oferecem trabalho mais profissional de gestão e oferta de serviços. Benefícios como padronagem e milhagem passam a ser um diferencial na decisão de escolha. E pode, inclusive, servir de estimulo para que, até mesmo, novas marcas sejam criadas. “Se esse local não remodelar seu negócio com a chegada de muitas bandeiras conhecidas, dificilmente se manterá. A entrada de uma grande marca afeta o mercado hoteleiro, mas entendo também que é uma oportunidade para o independente perceber o valor de uma bandeira, e até mesmo avaliar a criação de uma. O benefício deve ser avaliado pelo gestor”, comenta.

Allia Hotels

Atualmente, o grupo Allia Hotels opera no Brasil com 30 unidades, entre as bandeiras Allia Gran Hotel, Bristol e Plaza Inn. Até 2017, em seu pipeline constam mais 60 hotéis, triplicando a presença no País, passando de 3.090 para 12.250 quartos. Nesses novos investimentos, 53% encontram-se no segmento econômico, 39% no intermediário e 8% no superior. A maioria das operações é feita por meio de contratos de ad-


ministração, com algumas poucas unidades em arrendamento. A partir de julho, a rede pretende lançar a modalidade de franquia. “Nosso desenvolvimento está muito forte no sudeste. De nosso pipeline, 80% encontram-se na região. Do restante, 9% estão no nordeste, 8% no centro-oeste e 2% no norte. Há três anos, quando o setor de expansão foi criado, não enfocamos na oferta nem para a Copa nem para as Olimpíadas. Acreditamos em cidades, capitais ou polos do interior, que ofereçam sustentabilidade no negócio hoteleiro. Das novas unidades, temos 35% em capitais, apenas”, explica Marcello Mendes Medeiros, diretor de desenvolvimento da Allia Hotels. De acordo com Medeiros, o turismo corporativo cresceu 13% no Brasil em 2013, um número bem acima do PIB registrado. Isso é um importante indicativo do potencial que ainda há para ser explorado. Ele também reforça que, nas cidades do interior, a ausência de redes oferece muitas oportunidades. “A oferta no Brasil ainda é muito concentrada nos estabelecimentos independentes e familiares - são 88%. Quando uma rede hoteleira chega na cidade onde só havia independentes, há um impacto em relação a treinamento com funcionários, gestão e captação. Mas acredito que o mercado nessas cidades comporta todos, desde grandes redes a aqueles que optam por alternativas mais simples”, diz.

Rede Slaviero

Com operações iniciadas em Curitiba, a Rede Slaviero pretende aumentar em 50% suas unidades habitacionais com oito novos hotéis. Isso significa um número total de apartamentos de 4.067, entre os em operação e as aberturas, totalizando um valor aproximado do patrimônio da rede, com os 31 empreendimentos, na ordem de R$ 1 bilhão. “O nome Slaviero é muito forte em Curitiba, pois foi lá que surgiu a marca. Quando um investidor procura um operador, ele busca quem já conhece. Os hotéis, apesar de numerosos na região sul, não conflitam entre si, pois estão em localizações diferentes e possuem bandeira e conceitos distintos”, explica Eraldo Santanna, diretor de expansão da Slaviero. Com o mercado hoteleiro aquecido em Curitiba, que conta com quatro projetos da rede, a Slaviero tem buscado sua expansão, com inaugurações previstas para Cuiabá e Balneário Camboriú, Recife e Fortaleza,

Brasília e Rio de Janeiro, e mais São Paulo capital e interior. “O boom dos negócios deverá acompanhar a demanda por bandeiras e administrações consolidadas. A Slaviero pretende, até 2023, chegar a 80 hotéis em operação”, revela Santanna.

Rede Accor

Com recorde em assinatura de novos contratos em 2013, a rede garante a liderança no Brasil e América Latina. São 56 novos projetos na região, sendo 43 apenas no Brasil. Até 2017, estão previstas 400 unidades em operação na região, entre bandeiras diversas, que variam desde o segmento supereconômico ao luxo, totalizando R$ 2 bilhões investidos em quase 10 mil quartos. “Serão 65 mil quartos em 180 cidades de 12 países”, garante Roland de Bonadona, COO da Accor Américas”. O modelo de operação da rede continua bastante equilibrado, os novos contratos de franquia e administração representam 2/3 dessa expansão. Para Bonadona, o apoio dos investidores é garantido pela segurança que a rede oferece com marcas fortes, “de um caminho de vitória na distribuição e do desenvolvimento robusto”, enfatiza. Entre as marcas, a família Ibis (Ibis, IbisStyles e Ibis Budget) continua como grande vedete do crescimento do grupo, responsável por 80% das assinaturas de 2013. A nova marca Adagio, lançada em 2012 para os que procuram estadias prolongadas, já conta com 7% do total dos novos apartamentos. O programa de relacionamentos Le Club Accorhotels aponta que o modelo é promissor, sendo responsável por 30% das reservas, que corresponde a um incremento de 5% relativo ao mesmo período de 2012. Para 2014, o objetivo da rede é consolidar suas bandeiras nas capitais e expandir a marca Ibis para as cidades do interior. De início, a empresa já enumera projetos como o Mercure Natal, bem como o Ibis Budget, no centro do Rio. Novotel Itu e Ibis Pindamonhangaba tam-

bém já são realidades da nova estratégia.

Grupo Feller

O plano de expansão do Grupo Feller tem grande foco na administração e incorporação de hotéis que são independentes à sua rede. Contando atualmente com 42 unidades, o grupo pretende fechar 2014 com mais 6 a 10 novos hotéis nesse modelo. A rede conta ainda com 3 projetos em fase de análise para a construção de novas unidades. “Os investimentos em redes de hotéis no Brasil têm crescido muito, mas o número de independentes ainda é muito maior. Com a chegada delas a algumas cidades, a tendência é que esses negócios, muitas vezes de bases familiares, busquem uma profissionalização do serviço. Nosso foco de expansão é justamente realizar essa profissionalização”, explica Nelson Goes, diretor de operações e novos negócios hoteleiros do Grupo Feller. Sem a padronização do serviço e o acesso a grandes clientes, esses hotéis independentes passam a sofrer uma forte concorrência com a chegada das redes, que possuem uma captação mais eficiente. De acordo com Nelson, o reposicionamento dessas unidades em uma rede permite que ela passe a ser oferecida a um número cada vez maior de operadores, permitindo uma maior ocupação. O investimento e o retorno são outros dois pontos levantados por Nelson sobre a opção pelo modelo de expansão por administração. Há custos e prazos quando se opta por construir novas unidades; já no condicionamento de hotéis preexistentes, esse custo é bem menor. “Na construção de um hotel, é preciso ponderar muito bem se aquela unidade será rentável no futuro. Além disso, o prazo de retorno é mais longo. Optando pelo condicionamento de hotéis consolidados, aproveitamos a grande quantidade de unidades que já existem realizando um investimento menor e com um retorno mais rápido. É um modelo que busca dar mais garantias ao hoteleiro”, diz. |

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ARTIGO

A importância de um bom projeto de desenvolvimento / pesquisa de mercado Gilberto Martins*

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antecipação do resultado de qualquer projeto de investimento, seja de hotéis, empreendimentos para segunda habitação ou equipamentos de suporte, esportes ou lazer é o desejo de qualquer investidor no mercado. À falta de “bolas de cristal” que garantam o retorno do investimento, a consolidação de informação, passada, atual e prospectiva de mercado, permite dotar qualquer investidor de informação que suporte uma decisão racional ou evite algum investimento que parece, inicialmente, estar condenado ao sucesso. Torna-se assim fundamental implementar um processo de pesquisa de mercado que convirja em resposta às principais questões dos investidores e, ao mesmo tempo, sistematize informação para outros intervenientes no processo (ex. Instituições financeiras, parceiros de investimento, arquitetos ou futuras entidades gestoras, entre outros).

Os cinco passos deste processo:

1. Definição do problema Qual a questão central que leva à realização de um estudo de mercado? Faz-se importante entender quais as dúvidas (e certezas) existentes na mente do developer/investidor, definindo o perímetro de análise e os objetivos específicos do projeto. A primeira pergunta deve ser qual o macro conceito de desenvolvimento previsto pelo investidor, as bases em que acredita em relação ao mercado (ou mercados) geográfico onde o projeto se insere e à segmentação da procura atualmente existente. Superada esta fase de reflexão conjunta recomenda-se balizar as competências existentes e recursos humanos e financeiros do investidor. Não se trata de saber se tem capacidade ou não - no limite tudo se adquire - mas qual o ponto de partida e principais gaps desde logo identificados. Para um projeto hoteleiro de 5 estrelas em São Paulo não é indiferente - com consequências nos números finais - que o investidor procure uma bandeira internacional para a gestão do seu hotel ou desde logo elimine essa hipótese. 40 |

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Passemos agora ao segundo e terceiro passo. 2. e 3. Plano de investigação e recolha de informação A primeira fase relaciona-se com consensualização dos conceitos em análise. É fundamental que cliente e consultor estejam sintonizados em relação aos principais conceitos e indicadores em análise (no caso da hotelaria a diferença entre ADR - Average Daily Rat – e com ou sem comissões é apenas um exemplo de que duas entidades falem do mesmo indicador com por vezes 10% ou 20% de diferença em relação à forma como o mesmo é calculado). Seguimos então para a recolha de informação. Primeiramente avaliamos informações primárias que decorrem de entrevistas estruturadas com agentes do setor ou consumidor final, e que nos permite compreender a situação mercado, a sua evolução recente e, principalmente, as perspectivas de desenvolvimento. É fundamental para isso “sair” do escritório e conseguir conversar com os principais elementos (públicos e privados) da cadeia de valor do setor nessa região ou para esse segmento de mercado. A credibilidade do consultor, especificamente pela garantia da não divulgação de informação individualizada, assim como a possibilidade que este terá em trocar informação também útil a quem já está no terreno, é fator crítico de sucesso a esta recolha. A carência de informação em alguns destinos nacionais au-

mentam o desafio deste processo e reforçam a importância da experiência do consultor. São avaliadas informações secundárias, através de estudos existentes, associações empresariais, entidades governamentais, universidades, entre outras, que permitem, por um lado, garantir de forma rápida dados de suporte ao trabalho e, por outro lado, consolidam informações credíveis e testadas por entidades reconhecidas. Por último, muito importante em temas de natureza turística, são definidos um conjunto de benchmarks aplicáveis ao projeto em estudo com o intuito de buscar, ou não, em outras geografias, quais os fatores críticos de sucesso identificados por outros investidores ou qual o momento no ciclo de vida de um destino que determinado conceito melhor dá resposta às exigências da demanda. Por norma devem ser selecionados benchmarks no Brasil, mas também a nível internacional em destinos com outro enquadramento ou segmentos da procura. 4. Tratamento e análise É a fase onde as equipes de projeto - do consultor e do cliente - estudam o estudo efetuado, passe a redundância. Ou seja, de informação em bruto recolhida da fase anterior importa proceder à sua sistematização no sentido de uma organização temática. Dimensão do mercado, intervalos de investimento, duração/ faseamento da construção, valências de desenvolvimento centrais e secundárias, entre muitas outras, terão que ser organizadas de acordo com um racional que permita uma decisão do tipo go-no-go que é normalmente (e bem) exigida pelo investidor e outras entidades associadas. É nesta fase fundamental a agregação de competências por parte do consultor - e por isso é uma fase de maior intervenção de consultores seniores com experiência de mais de 10 anos na análise de projetos de investimento em vários países no sentido de antecipar e dar resposta aos principais temas (dúvidas) que se vão naturalmente instalar no momento da decisão.


5. Conclusões muito interesse para as taxas de ocupação, preÉ a fase das respostas exigidas por quem ços médios, rácios de pessoal ou margens opecontrata. Devo ou não evoluir? Qual o conracionais projetadas). ceito de desenvolvimento? Quais os Economics associados? E quais os fatores críticos Notas finais de sucesso com que desde o início devo me É assim um processo que consideramos lipreocupar? Quatro questões que muitos pennear mas que se não for seguido com rigor sam poder responder através de feeling, expede A a Z por entidades independentes (e riências passadas ou “já vi em outros países”, por isso sem ideias pré-definidas ou intemas que têm que ser respondidas de forma tão resses futuros) pode facilmente resvalar para científica e tangível quanto possível de acorum output mais próximo da ideia pré-condo com os passos anteriormente descritos. cebida do investidor do que para um outÉ também na fase de conclusões que se pode -put que considere os vários ângulos possíseparar claramente o output deste processo. veis de análise do mercado. E, no primeiro Relatórios integrais para o cliente e relatórios caso, pode ter consequências muito nefastas especificamente formatados para instituições para o próprio investidor e para o mercado financeiras (onde prazos, cash-flow, rácios díonde está inserido. vida/ capital próprio, fontes de financiamento, Em algumas regiões do Brasil (destaque para entre outros serão escrutinados com maior dealgumas áreas do Rio de Janeiro e São Pautalhe), arquitetos (onde a dimensão das várias lo), já existem sinais de uma oferta turística valências, necessidades associadas à operação superdimensionada. Nestas áreas os perigos diária ou espaços dedicados a segmentos de para que no médio prazo se possa verificar um mercado muito específicos terão ter res- 2:31desajustamento - de dimensão ou conceito Anuncio_RCI_brasil_27feb2013.pdf 1 que 2/28/13 PM posta) ou entidades gestoras (que olharão com entre oferta e procura no setor começam a ser

desenhados. Evitemos por isso erros passados rumo à consolidação de destinos competitivos nacional e internacionalmente, com empresas sólidas, investidores globais interessados e, principalmente, clientes satisfeitos. * GILBERTO MARTINS Diretor da Neoturis Brasil, tem desenvolvido projetos de consultoria no Brasil desde 2010. A aquisição de conhecimento sobre o mercado turístico brasileiro inclui trabalhos desenvolvidos em diversos estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte). A maioria dos projetos realizados inclui a análise de mercado, definição de conceitos, estratégia de desenvolvimento e viabilidade econômico-financeira para hotéis e resorts integrados (residencial, golfe, entre outros). A sua experiência na Neoturis desde 2006 inclui projetos elaborados para a Porto Bay, Pestana, Teixeira Duarte, Tivoli, Grupo Lena, Meliá, Iberostar, Starwood Capital, GL Events, Odebrecht, Las Vegas Sands, entre outros. Além de Portugal e Brasil a sua experiência internacional inclui países como Espanha, Angola, Moçambique, São Tomé, Cabo-Verde e Nigéria. A sua experiência anterior incluiu diversas empresas de consultoria de gestão e diversas unidades hoteleiras, especificamente no Grupo Tivoli, Meridien Lisboa e Meridien Piccadilly (UK). Possui formação acadêmica em economia pela Universidade Lusíada de Lisboa, pós-graduação em Gestão e Avaliação Imobiliária pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa (ISEG) e Mestrado em Planeamento e Desenvolvimento Turístico pela Surrey University, UK.

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MERCADO HOTELEIRO

Invista no lazer

Modelos de timeshare e fractional representam mercado de grande crescimento no Brasil, recheado de oportunidades de atuação Por Gabriel Carrara

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om um grande potencial a ser explorado, os empreendimentos nos modelos timeshare e fractional vêm despontando como boas alternativas para os setores imobiliários e hoteleiro. O planejamento das famílias em relação às férias e o aumento na oferta permitiu que esses formatos ganhassem força no País. Nos modelos de timeshare - ou tempo compartilhado-, os empreendimentos vendem diárias antecipadas ao beneficiário, que poderá usufruí-las durante o ano. Para tornar o investimento mais versátil, o hotel filia-se a uma empresa de intercâmbio de diárias, permitindo ao usuário mais liberdade na escolha. Já no modelo fractional - ou cotas imobiliárias-, o comprador adquire uma fração ideal da unidade de algum resort ou hotel, pagando mensalmente uma taxa de condomínio, podendo haver o mesmo intercâmbio do timeshare. “Atualmente quase todos os serviços podem ser incluídos no segmento de timeshare. O principal é o direito de uso de hospedagem em apartamentos em resorts, mas o cliente também pode pagar o consumo de alimentos e bebidas extras com os pontos adquiridos. Um outro exemplo das modalidades é

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aquele em que os consumidores adquirem somente a semana ou semanas de uso, que podem ser pré-determinadas”, explica Clovis Meloque, diretor da CLM Consultoria. Segundo Alejandro Moreno, diretor da RCI no Brasil, o momento do mercado brasileiro é dos melhores, com dados que apontam para quase R$ 1 bilhão em vendas, crescimento de mais de 20% no ano e mais de 80.000 famílias em 2014 viajando nestas modalidades. “Há 10 anos, o Brasil representava mais de 6% do mercado da América Latina; em 2013, deverá representar mais de 25%. Pela primeira vez, o número de compradores brasileiros será superior ao de mexicanos ou qualquer outro país na região. O consumidor brasileiro assimilou o produto e seu alcance como esse meio de hospedagem. Além disso, a cada dia, mais empreendimentos têm aderido a um destes modelos. No ano passado foram aproximadamente 20 novos hotéis no Brasil afiliados ao sistema da RCI, significando mais de 150 propriedades afiliadas no País, com a possibilidade de intercambiar em suas principais regiões”, avalia Moreno. O perfil de compradores de timeshare e fractional é, em geral, o de famílias; casais de 28 a 55 anos com filhos, que buscam qualidade de vida e férias com mais praticidade.

Em ambas as modalidades, o benefício ao usuário é a garantia de viagem e lazer por antecipação, com a possibilidade de programação anual. Se para o turista o planejamento é vantajoso, os hotéis também ganham com isso, reduzindo os períodos ociosos e ampliando sua rede de captação de clientes. Na avaliação de Guillermo Corral, da CCTM, o mercado cresce exponencialmente quando comparado à década de 90, com grandes players contribuindo para a situação. “Novos participantes, como redes de hotéis, à medida que conhecem melhor o timeshare, começam a enxergar a possibilidade de atuar também nesse segmento. Já no ramo imobiliário, no que se refere a empreendimentos de segunda moradia, as cotas ocupam um espaço de versatilidade e praticidade importante, despertando o interesse de construtoras e incorporadoras também por atuar no segmento”, comenta. Na avaliação de Corral, timeshare e fractional são produtos nobres, tanto para quem vende, como para quem compra. Com mais de 30 projetos em andamento no País, o executivo crê que não há espaço para o retrocesso: “a cada ano que passa, tanto o tempo compartilhado como as cotas imobiliárias se consolidam como produtos de consumo das famílias brasileiras”, aponta. Além do bom desempenho no ano passado, os modelos são ainda apostas promissoras em 2014. Segundo Clovis Meloque, os hotéis e resorts podem aproveitar a estadia de um hóspede para oferecer esse tipo de serviço. “2013 foi um dos melhores anos de vendas nesse mercado. Estima-se que foram realizados entre timeshare e fractional cerca de R$ 1,5 bilhões. Para 2014, com o evento da Copa do Mundo, espera-se maior movimentação de pessoas na cidades-sede, e algumas localidades que são turísticas podem aproveitar, pois a oferta das modalidades, em sua maioria, acontece dentro do próprio resort, quando o cliente está hospedado ou visitando a cidade”.

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ARTIGO

Adensamento urbano e o déficit habitacional

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Luiz Augusto Pereira de Almeida*

egundo o mais recente relatório sobre o Déficit Habitacional Brasileiro, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir de dados do IBGE, persiste no País uma demanda de 5,4 milhões de residências. Essa carência é majoritariamente urbana (81%). Nem poderia ser diferente, pois mais de 90% dos habitantes vivem nas cidades. Portanto, solucionar essa questão, crucial para a qualidade da vida, passa por um aperfeiçoamento do planejamento urbano dos municípios, a curto, médio e longo prazo, através de seus planos diretores. Não basta construir habitações. É preciso que a moradia esteja inserida num contexto mais amplo, no qual as empresas e os empregos, sistemas de transportes, escolas, postos de saúde, hospitais, centros de lazer, cultura e compras estejam próximos da população, como ocorre em numerosas cidades do mundo desenvolvido. Com isso, as pessoas deixariam de percorrer longas distâncias para ir trabalhar diariamente e atender as suas necessidades rotineiras. No Brasil, contudo, vem prevalecendo uma cultura de urbanismo, calcada no espalhamento ao invés do adensamento. Essa característica é mais presente nas grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife. Ao invés de se provocar um adensamento populacional e arquitetônico no qual tudo esteja mais acessível, confortável e próximo da população, optou-se, historicamente, por limitar o potencial construtivo das edificações, empurrando as famílias para periferias cada vez mais distantes. Só para exemplificar, na cidade de São Paulo, o potencial construtivo é de no máximo 4 vezes o tamanho do terreno, enquanto em Nova York, este potencial pode chegar a 30 vezes. O argumento contra o adensamento e edifícios altos é de que eles podem prejudicar o meio ambiente, com maior sombreamento, menor circulação dos ventos, ilhas de calor e pólos geradores de tráfego. Nessa concepção, contudo, se esquece de que espalhar de modo exagerado as habitações para locais periféricos cada vez mais distantes é algo muito mais danoso ao meio ambiente. As consequências negativas desse modelo são muitas: des-

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matamento intensivo de áreas cada vez maiores, para abrigar as edificações; necessidade de mais linhas de transmissão e distribuição de energia, água e redes de esgoto, encarecendo e reduzindo a eficiência e a produtividade dos sistemas em relação ao número de pessoas atendidas; produção diária de grandes congestionamentos e criação de gargalos de trânsito e necessidade crescente de transportes, reduzindo muito a mobilidade (no Brasil, com o agravante da precariedade dos transportes públicos); má qualidade da vida, pois as pessoas perdem horas preciosas de lazer e convivência, presas nos engarrafamentos e se locomovendo entre o trabalho e o lar. Temos, portanto, uma cultura urbana perversa, que apena os cidadãos e impõe custos muito elevados ao Estado. Ante o porte de nossas grandes cidades, o potencial construtivo admitido pelo poder público não é suficiente, não atendendo a um nível mínimo de adensamento populacional compatível com os mais contemporâneos conceitos de sustentabilidade econômica, social e ambiental. O estudo do IPEA demonstra em números a fragilidade de nosso modelo de desenvolvimento urbano: apesar da redução geral do déficit habitacional em todo o País nos últimos anos, o problema se mantém, especialmente no universo das famílias com renda de até três salários mínimos. É nessa faixa que se apresenta a maior parcela da falta de moradia. Ou seja, as pessoas de menor poder aquisitivo continuam sem casa própria e estão morando cada vez mais longe do trabalho, do médico, da escola, do lazer e de uma vida de melhor qualidade. O Brasil precisa consolidar novos conceitos de urbanismo, onde habitação, comércio e serviços possam interagir com altas densidades e eficientes sistemas de mobilidade (transporte público, privado, ciclismo e caminhada). Cidades compactas, adensadas e conectadas, promovem melhor aproveitamento da infraestrutura urbana, seja ela energética, de saneamento básico, ou de gestão de resíduos, criam mais oportunidades de convívio familiar e interação social e propiciam mais segurança e qualidade de vida. *Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de marketing da Sobloco Construtora.



COMUNIDADES PLANEJADAS

Pernambuco em desenvolvimento urbano planejado Novas indústrias, grandes projetos estruturadores e eventos internacionais colocam Pernambuco na mira dos grandes investimentos imobiliários Por Carolina Vieira, Gabriel Carrara e Daniela Sampaio

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estado de Pernambuco está vivendo um momento de grande crescimento. Muitos novos empreendimentos de peso, como o Complexo Portuário de Suape, a montadora Fiat, refinarias, usinas eólicas e indústrias de metal mecânica estão sendo instalados principalmente no entorno da região metropolitana, o que tem criado um ambiente bastante otimista para a economia e para população, representando uma ótima oportunidade de investimento. Com a criação de novas vagas de emprego e o crescimento do Estado, a região metropolitana de Recife se viu com um déficit de moradias. Além disso, a capital pernambucana é uma das menores capitais do País - é a 23ª -, oferecendo pouco espaço para acomodar um volume cada vez maior de moradores. Nesse contexto, as incorporadoras observaram uma excelente oportunidade de negócio com a criação de comunidades planejadas para atender a essa demanda. “O Estado vive uma fase próspera de desenvolvimento econômico. Hoje, há três polos de expansão a partir da capital: o vetor sul, com o Porto de Suape, que é o eixo de expansão mais consolidado; o norte, puxado pelos investimentos da montadora Fiat e da Hemobrás, na cidade de Goiana; e o vetor de desenvolvimento a oeste, com a Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata”, destaca Paula Peixoto, da Iron House. Atualmente, são quatorze comunidades planejadas para

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diferentes municípios da Região Metropolitana do Recife, sendo onze em áreas periurbanas. Segundo Saulo Suassuna, da Nova Urbanismo, a oferta crescente de oportunidades ainda é insuficiente para a expectativa de demanda nos próximos anos, havendo ainda espaço para crescer. “Esses empreendimentos surgem da necessidade de se criar espaços ordenados para as pessoas morarem. Se considerarmos todas as comunidades como de grande porte, elas comportariam 700 mil pessoas. Mas as projeções do governo avaliam que até 2030 a população imediata deve triplicar, passando de um milhão para três. Parte dessa demanda por moradia será absorvida na própria cidade de Recife, mas o dado mostra que ainda há muito espaço para crescer”, avalia. De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Eduardo Moura, criar apenas residências não seria o suficiente, para reduzir o tempo de transporte e o prejuízo nas vias, era preciso desenvolver um local com serviços para que as pessoas raramente necessitem ir ao centro na região metropolitana. “Na região portuária de Suape, por exemplo, cerca de 1.000 ônibus se deslocam diariamente até as obras levando os trabalhadores, fora os carros particulares. São mais ou menos 60 mil pessoas. Portanto, a necessidade de moradia e estrutura de serviços mais próxima é uma realidade”.


Novas comunidades

No Cabo de Santo Agostinho está situada a Reserva do Paiva, um dos principais desenvolvimentos imobiliários de Pernambuco. Fruto de uma parceria da Odebrecht Realizações Imobiliárias, master developer, com os grupos Iron House, Grupo Cornélio Brennand e Grupo Ricardo Brennand, o empreendimento foi lançado em 2007 unindo moradia, comércio, serviços, hotelaria e lazer de alto padrão. Para Paula Peixoto, da Iron House, a afinidade com o vetor de crescimento é um fator fundamental para que este tipo de projeto tenha sucesso. “A aproximação com as demandas e o posicionamento coerente com a vocação do local costumam ser bons pontos de partida para um projeto. Ao se encaixar nos vetores de crescimento, a comunidade planejada tem condições de se posicionar em função da localização geográfica, público-alvo e seus atrativos naturais.” Com previsão de investimento de R$1 bilhão, a Reserva Camará está localizada no bairro Vila da Fábrica, em Ca-

maragibe. Sua grande área de 36 hectares atende às necessidades para a construção de um complexo multiuso, revitalizando a antiga fábrica de tecidos Braspérola, fechada em 2010. Situada na região oeste, o complexo multiuso da Reserva Camará, que contará com mega shopping, torres empresariais, universidade e museu, possibilita também a captação de investimentos em infraestrutura no entorno, principalmente na questão da mobilidade urbana. “O empreendimento vai se beneficiar direta e indiretamente dos enormes investimentos que serão feitos em toda a malha viária do seu entorno, cerca de 300 milhões de reais. Isso significa ligação direta com o ramal da Cidade da Copa, duplicação de todas as avenidas de acesso, implantação do corredor exclusivo de ônibus Leste/Oeste, operando o sistema BRT, investimentos na linha de metrô e ampliação dos terminais integrados. Cerca de 200 mil pessoas que diariamente utilizam transporte público no entorno do empreendimento terão condições únicas de acessibilidade, com rapidez, segurança e comodidade”, diz Peggy Côrte Real, do setor de marketing da Reserva Camará.

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O Convida Suape, também está em desenvolvimento em Pernambuco. “Os desenvolvedores do Convida (Moura Dubeux Engenharia e CONE S.A.), fizeram uma pesquisa de mercado e confirmaram a demanda existente para o desenvolvimento de um empreendimento residencial com o porte de uma cidade. Nessa mesma época (2012), foi criada a empresa “Convida Cidades Planejadas”, conta João Paulo, gerente de Incorporação do Convida Cidades Planejadas. Com um investimento aproximado de R$6,5 bilhões e uma área de 470 hectares, o empreendimento será construído na cidade de Cabo de Santo Agostinho, e, segundo João Paulo, tem previsão para 100 mil moradores, 25 mil unidades de residências de padrões distintos (A, B, C e D), divididas em 8 bairros e perspectiva de desenvolvimento entre 10 e 12 anos. “Essa cidade já nasce com duas grandes âncoras em seu primeiro bairro. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Instituto Técnico de Pernambuco (IFPE). A operação dessas duas instituições está prevista para o segundo semestre de 2015 e em um período de cinco anos vão transitar diariamente pelas duas instituições

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mais de 18 mil alunos. Em apoio à vinda das instituições, a Convida doou e terraplanou dois grandes terrenos, tendo investido até o momento mais de R$10 milhões de reais”, ressalta João Paulo. Para Vera Tenório, Secretária Executiva de Gestão Urbana da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes-PE, o desenvolvimento de empreendimentos em escalas como bairros e cidades planejadas que vêm sendo instalados no estado de Pernambuco, deve-se, principalmente, à efetivação do Complexo Industrial Portuário de Suape, que por sua vez, tem atraído grandes empresas e com elas, a demanda por moradia. “Existindo um contingente populacional interessado em viver num local onde reúne tudo o que é essencial à qualidade de vida urbana, como educação, saúde, trabalho, comércio, lazer e segurança, surge a oportunidade para o desenvolvimento de grandes empreendimentos imobiliários, em áreas de expansão urbana com atrativos estratégicos, como é o caso de Pernambuco”. Nesses empreendimentos, a participação do setor público é importante para garantir a compatibilização entre o projeto do empreendedor, a legislação municipal e a integração


entre a área do empreendimento e seu entorno. “É possível, também, viabilizar uma Parceria Público-Privada (PPP) com relação à infraestrutura urbana, mais especificamente no âmbito do sistema viário, garantindo a mobilidade à nova área urbanizada”, destaca. Vera Tenório considera positivo esse tipo de empreendimento pela sua concepção, integrando estrutura viária, moradia e serviços urbanos, mas aponta como fator de preocupação o futuro, como irá acontecer a relação entre o poder público e a iniciativa privada na gestão dos espaços públicos

dentro das comunidades planejadas. Recentemente, o Governo Federal anunciou a criação de uma via expressa, a PE 033, que ligará a BR 101 e a PE 060. “A via irá proporcionar uma ponte direta entre as indústrias de peso dos dois pólos. Os carros da Fiat, que serão produzidos no Norte, em Goiana, por exemplo, terão um caminho fácil até o porto de Suape, ao sul, onde poderão ser transportado com facilidade”, afirma o presidente da Ademi-PE, Moura. “A PE 033 também cortará a Convida Suape, tornando-se a principal artéria de acesso e conexão aos bairros”, reforça João Paulo.

Planejados pernambucanos em números: Reserva nova Caramuru • Cabo de Santo Agostinho • Suassuna Fernandes Engenharia • 413 hectares • 60 mil moradores O bairro contará com apartamentos, casas e lotes, além de empresariais, área verde, ciclovia, supermercados, lojas, escolas e clubes. http://www.cabo.pe.gov.br/index.php/projeto-reserva-nova-caramuru-e-apresentado-ao-prefeito-vado/ Reserva do Paiva • Cabo de Santo Agostinho • Odebrecht Realizações Imobiliárias/ Iron House/ Grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand • 526 hectares • 40 mil moradores + 40 mil flutuantes Serão construídos um Hotel Sheraton, condomínios residenciais, centro hípico, marina, campo de golfe, academia de tênis e de futebol, além do centro empresarial Novo Mundo, com salas comerciais e open mall. http://www.orealizacoes.com.br Goiana Northville • Goiana (Mata Norte) • AWM Engenharia, São Bento Incorporações e CA3 Construtora • 50 hectares • 1 bilhão de investimento • 2,2 mil residências Setores comerciais, empresariais, de saúde, universitário, shopping, áreas esportivas e verde, além de hotel. http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/pernambuco/noticia/2013/03/04/bairro-planejado-northville-inicia-vendas--75355.php Reserva Camará (Complexo Multiuso de Camaragibe) • Camaragibe (Mata Norte) • B Côrte Real, Casa Grande, Consulte Engenharia, FMSA Carrilho, Masf e a Moderno. • 26 hectares Unidades residenciais, comerciais, serviços, centros de compras e conveniência, uma faculdade e um centro de convenções. Nova Pernambuco • BR-232, Jaboatão • Suassuna Fernandes Engenharia • 270 hectares • 13 mil unidades, 40 mil moradores Construção de casas, lotes e prédios, com área empresarial, área para comércio e serviços, escolas, hospital, parques e ciclovia. |

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CAPACITAÇÃO

Cursos lançados pela ADIT Brasil ao longo de 2014 Capacitação e Educação Executiva para os setores imobiliário e turístico

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esde 2013, a ADIT Brasil e Execut Consultoria & Treinamentos firmaram parceria com o objetivo de oferecer diversos cursos voltados ao mercado imobiliário nacional. Com a iniciativa, as entidades procuram Capacitar e Educar os empresários nacionais com cursos itinerantes realizados por quase todo o País. As aulas, com treinamentos práticos, visam oferecer soluções seguras e otimizar resoluções de problemas, minimizando os riscos para projetos voltados aos investimentos imobiliários. Este ano, serão lançados dois cursos: “Análise de Viabilidade Para Estrutura-

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ção de Loteamentos” e “Inteligência de Mercado Aplicada à Incorporação Imobiliária”, previstos para março e segundo semestre de 2014, respectivamente. Para Cristiano Rabelo, sócio da Execut Consultoria & Treinamentos e facilitador das aulas, “a parceria entre a ADIT Brasil e a Execut funciona como geradora de educação para o setor Imobiliário, atualizando e treinando empresários nas áreas financeiras, de investimentos e desenvolvimento de projetos de empreendimentos relacionados ao mercado imobiliário”. Rabelo afirma que ainda há muito trabalho a desenvolver em parceria com a ADIT Brasil, destinado à capacitação empresarial, mas acredita que foram dados os passos iniciais. “Essa aliança só tende a evoluir. Ao longo deste ano, estamos desenvolvendo novos produtos para atender a demanda do mercado imobiliário nacional, que ainda é carente em ofertas de cursos específicos para a área”, adianta. Felipe Cavalcante, Presidente da ADIT Brasil, enfatiza que os cursos representam uma maneira prática de adquirir informações importantes e atualizadas sobre o mercado imobiliário. “Neste ano, seguiremos a nossa parceria. Difundir conhecimentos ao empresariado de todo o Brasil é o nosso objetivo”, completa.


Agenda de Cursos 2014

Para 2014, diversos cursos estão confirmados, entre eles, uma inovação para o mercado: Lançamento do Curso de Projetos de Loteamentos. A novidade, que será lançada este ano, faz parte da antiga parceria entre as entidades, que atuam na promoção de treinamento e capacitação destinados ao mercado imobiliário. O estudo sobre Análise de viabilidade para Implantação de Loteamentos no Mercado, expõe aspectos relevantes sobre como desenvolver, analisar e implantar projetos de Loteamentos. Com abordagem bem atualizada, acompanhando as necessidades e tendências do mercado, o curso é uma novidade na área imobiliária disponível para todos os interessados em auferir maior segurança econômica a modelos de empreendimentos do tipo Loteamentos. A primeira versão oficial do curso acontece em São Paulo e o estudo promete gerar grande valor de informação em curto espaço de tempo, tendo como destinatários os profissionais das áreas imobiliárias: Proprietários de terrenos, Loteadores, Construtores, Empreendedores, Investidores e Corretores que desejam obter um diferencial competitivo no mercado.

Análise de viabilidade de empreendimentos imobiliários

Criado em 2013, o curso está previsto acontecer neste ano por duas vezes, com nova formatação. Contendo uma carga horária de 16 horas/aula, o estudo ajuda os participantes a entender a estruturação necessária para projetos de investimentos imobiliários, de modo que o empreendedor possa visualizar oportunidades e identificar ameaças, tornando os projetos viáveis econômica e financeiramente. Público-alvo - Profissionais das áreas imobiliárias: Construtores, Empreendedores, Investidores e Corretores que desejam obter um diferencial competitivo no mercado.

O módulo é amparado em três vertentes de estudo que facilitam a identificação dos fatores críticos de sucesso e insucesso do produto a ser oferecido ao mercado imobiliário, com destaque aos Aspectos da Engenharia Econômica, da Inteligência de Mercado e da Análise Técnica de uma Gleba. As aulas são formatadas com o uso de ferramentas inovadoras para oferecer soluções especiais à fase de avaliação do grau da vulnerabilidade do investimento, onde serão observadas as variáveis do mercado como: o tipo de produto, sua oferta e demanda, taxas de absorção, custos de implantação, taxas de desconto, velocidade de venda, previsão de fluxo de caixa e análise de sensibilidade e risco do projeto. O conteúdo do curso também dará aos participantes uma noção geral sobre a Lei 6.766/79, conhecida como a Legislação do Parcelamento do Solo. O objetivo do curso é dar aos participantes subsídios seguros sobre como empreender no segmento de Loteamentos, preparando-os para identificar os cenários de risco, superando-os ou evitando-os da melhor maneira. As aulas acontecem com base em cases práticos de inteligência, fazendo uso de modelagem em planilhas de Excel integradas e dinâmicas.

Informações 1. 19 e 20 de março (Lançamento) – São Paulo - SP - Análise de Viabilidade para Estruturação de Loteamentos 2. 24 e 25 de abril – Goiânia –GO - Análise de Viabilidade para Estruturação de Loteamentos 3. 15 e 16 de maio – Porto Alegre – RS - Análise de Viabilidade para Estruturação de Loteamentos 4. 02 e 03 de Junho – AVEI – São Paulo - SP - Análise de Viabilidade de Empreendimentos Imobiliários Inscrições gerais e outras informações http://www.adit.com.br/cursos/ http://www.executconsultoria.com.br/ (82) 3031-0891/3033-0652/3324-3465 (82) 9985-5342

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EVENTOS ADIT

ADIT Invest 2013

reúne mais de 300 participantes em Campinas

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urante dois dias, empresários e investidores dos setores imobiliário e hoteleiro trocaram informações e opiniões sobre o mercado imobiliário, em grande seminário. A 8ª edição do ADIT Invest, ocorrida em Campinas-SP, reuniu mais de 300 participantes para debater temas como securitização, timeshare e fractional, financiamento imobiliário, estruturação de fundos imobiliários, centros logísticos e a expansão de shoppings centers. Em dois dias de evento, de 20 a 21 de junho de 2013, foram realizados cerca de 16 painéis e dois workshops. O público era oriundo de mais de 20 estados do País, reunindo os principais formadores de opinião do mercado, líderes empresariais, especialistas financeiros, proprietários de terras, gestores hoteleiros e executivos dos setores imobiliário e turístico brasileiros. O ADIT Invest, considerado o principal evento do Brasil no segmento, é promovido pela ADITBrasil -Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil. “A qualidade dos que estão aqui presentes é alta e isso torna o ADIT Invest um evento diferenciado”, comentou Felipe Cavalcante,

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Presidente da ADIT Brasil. “No início, nosso foco era outro, agora mudou e estamos olhando para dentro do Brasil, pois devemos debater como aproveitar este momento”, disse Cavalcante. Em 2014, o ADIT Invest acontecerá nos dias 29 e 30 de maio, em Brasília. “Como se posicionar neste novo momento do mercado imobiliário? Oportunidades e tendências do 2º semestre de 2013 e 2014” O painel que abriu o primeiro dia do evento contou com a presença de Jorge Arraes (Secretaria Municipal da Casa Civil da Prefeitura do Rio de Janeiro), Marcus Araújo (Datastore) e teve como moderador Felipe Cavalcante (ADIT Brasil). O debate girou em torno do bom momento do mercado imobiliário no Brasil, e as opções de empreendimentos de alta qualidade para quem deseja investir, ao contrário de outros anos quando a oferta era maior, porém a qualidade menor. O mesmo cenário se repete para quem busca crédito. Outro tema que foi destaque neste painel foia velocidade e a qualidade da comunicação de quem oferta, pois de acordo com Araújo é preciso ter velocidade e agilidade na venda de informações sobre os empreendimentos ofertados.

Cavalcante destacou o otimismo do mercado, visto que milhares de pessoas ascenderam de classe social e a busca por habitação de qualidade se elevou. “O Brasil aos olhos dos investidores, quais setores estão chamando atenção?” Moderado por Romeu Chap Chap (SECOVI/SP) e debatido por Marcelo Michaluá (RB/Capital) e Rossano Nonino (Gávea Investimentos). O impacto da oferta em locais onde não há infraestrutura foi destacado, mas de acordo com Nonino, antes de qualquer investimento é preciso atentar aos riscos e isso é alertado ao investidor através de estudos realizados nas áreas onde se pretende lançar o empreendimento, já que no Brasil existem carências em certas áreas como o transporte público. A oferta de crédito não é mais um problema no País, já que antes, somente a Caixa Econômica Federal prestava este serviço, porém outros bancos descobriram este nicho e agora olham com mais atenção e oferecem crédito com mais qualidade do em que outras épocas. “Outro fator que colaborou foi o câmbio “Dólar/ Real”, pois os mesmos andam juntos”, afirmou Nonino.



EVENTOS ADIT

“A viabilidade econômica financeira de comunidades planejadas: o equilíbrio entre o curto e o longo prazo” José Rocha Filho (Núcleo Urbano), RosannaZraick (Iron House) e Eduardo Abreu (Neoturis) integraram este painel que teve como moderador Irineu Guimarães (BLD/Brasil). “A influência política e o desejo de pular etapas, acabaram”, afirmou Abreu, “pois quem fizer isso poderá ter prejuízos”, continuou. “Deve-se atentar ao Plano Diretor da cidade. Não basta ser legal, tem que ser aceito”, disse Abreu. “É preciso ter parceiros, quanto mais, melhor. E também ter um nó social, afirmou Guimarães, ressaltando que as áreas periféricas estão sendo assediadas. Fechando o painel, Zraick alertou que as empresas precisam ser parceiras das prefeituras onde pretendem atuar. “Financiamento Imobiliário: Visão dos Bancos” A expectativa para os próximos anos e a retomada de empréstimos, após duas décadas sem isso acontecer, marcou o painel que foi moderado por Hélio Abreu (Record Incorporações) e contou com os painelistas Jaime Pessoa (HSBC) e Osmar Martinez (Bradesco). A velocidade de construção e a lentidão nas vendas fazem com que se produza menos e a inversão do uso da poupança, visto que antes os valores iam para a construção e hoje eles são destinados ao financiamento, foram destacados por Martinez, que também ressaltou o aumento nesta modalidade de aplicação em 2012 e no início de 2013, confirmando que o cenário para os próximos anos será positivo. Pessoa desta54 |

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cou que a concorrência é grande, porém é preciso se ajustar à demanda do mercado e que o retorno obtido pelo banco é bom. “Timeshare e fractional como soluções de funding para os setores imobiliário e hoteleiro” Os debatedores deste painel foram Wellington Estruquel (Hóteis Mabu), Pedro Reimão (Pestana Hotéis) e Francisco Costa Neto (Grupo Rio Quente), que foi conduzido por Alejandro Moreno (RCI). Eles expuseram que existe espaço para o fractional e é preciso olhar com cautela para a classe B, mas que o timeshare pode ser oferecido como segunda residência, modelo este que é muito bem desenvolvido na Europa e pode ser aprimorado no Brasil. O número de pessoas que usam do timeshare fora do País foi destacado por Moreno, ressaltando que há mercado para esta modalidade no Brasil, já que há 20 anos, o modelo foi implantando aqui com sucesso. Estruquel destacou que existem diversos lugares no Brasil que possuem potencial, como a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. “O que esperar da hotelaria brasileira? Quais oportunidades nos diversos segmentos: econômico, resorts, luxo e etc.” O debate foi moderado por Nilson Nóbrega (Prima Inova) e contou com a presença de Carlos Jacobina (Accor Hotels), Luis Mirabelli (Wyndham Hotel Group) e Rafael Guaspari (Atlântica Hotels). Para Jacobina existem muitas oportunidades de crescimento da hotelaria no Brasil e a Accor adotou o um modelo como forma de financiar os empreendimentos,

principalmente os supereconômicos e econômicos, mas resta o desafio do modelo de luxo para expandir no segmento. Já Guaspari afirmou que manter um hotel de alto padrão fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília é um desafio e lembrou que em cidades como Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, existe uma demanda reprimida. Mirabelli destacou que o grupo Wyndham adotou o modelo de franquia para o Brasil e que ainda existe espaço para o crescimento da marca. Guaspari ressaltou que os protestos realizados pelo País em 2013, caso se repitam em 2014, durante a Copa do Mundo de Futebol, podem afugentar clientes. “Quais os recursos disponíveis no mercado para empreendimentos imobiliários de pequeno e médio porte?” A força das grandes empresas, a facilidade que as mesmas possuem para captação de recursos, contra a expertise regional de pequenas e médias empresas e no seu público-alvo, onde as pequenas e médias empresas encontram no funding e nos recursos disponíveis, as maiores barreiras para se expandirem dentro do mercadomercado, onde os empreendimentos imobiliários exigem grandes investimentos e a competividade é extrema foi o grande foco do debate. Moderado por Gustavo Favaron (Blackbird Capital), o tema contou com a presença dos painelistasMordejai Goldenberg (Kros Participações e Negócios), Joseph Williams (Indev Capital), Leonardo Sanchez (Inveramerica Fund) e Leandro Abreu (GID International Group).


Dia 21 – 2º dia de evento

“Como transformar recebíveis em dinheiro? Securitização é o futuro do mercado imobiliário?” A origem do dinheiro e a liquidez precisam ser tratadas de acordo com a necessidade do investidor, disse Pedro Klumb (MSFI Finanças Imobiliárias), que teve a companhia de Fernando Cesar Brasileiro (Ápice Securitização Imobiliária) como painelista do debate que foi moderado por Fernando Garnero (Brasilinvest). Para Brasileiro, a securitização deve gerir a carteira e pode-se também securitizar o aluguel do imóvel caso exista, outra possibilidade é gerir os recebíveis. “Aqui já aprendemos com os erros cometidos em outros países e isso está nos ajudando”, falou Brasileiro. Klumb ressaltou que não se deve oferecer crédito para aventureiros e que deve haver rigor na oferta e com o passar do tempo, operações mais sofisticadas devem acontecer. “A nova onde flats e condohotéis. Existe risco de super oferta?” O painel foi moderado por Carlos Alberto Campilongo (SECOVI/SP) e contou com os painelistas Caio Sergio Calfat (Caio Calfat Real Estate Consulting), André Monegaglia (Allia Hotels), Alexandre Gehlen (Intercity Hotéis). Aprender com os erros do passado é um consenso entre os hoteleiros, afirmou Monegaglia e consultar dados e estáticas é essencial, porém ainda faltam dados confiáveis e seguros do setor, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos. Para criar um norte para os investidores e pessoas do ramo hoteleiro foi criado o “Manual de Boas Práticas Hoteleiras” em janeiro de 2012 e que até junho de 2013, já foi visualizado por 50 mil pessoas. Calfat, um dos autores do manual, lembrou que ele não regula o setor, apenas serve para orientar e educar o setor hoteleiro. Uma segunda edição já está sendo preparada, lembrou. Calfat criticou o ProCopa por não cumprir seu papel. Gehlen emendou “A cultura brasileira tem para si uma série de exigências que atrapalha demais o investidor”. “Quais são as ações em desenvolvimento para o setor imobiliário e quais entraves precisam ser considerados para manter o crescimento saudável do setor?” O painel teve como moderador Felipe Cavalcante (ADIT Brasil), com a participação

de José Carlos Martins (CBIC) e Teotônio Costa Rezende (Caixa Econômica) como painelistas. O crescimento sustentável e ordenado do setor foi debatido e para Rezende, a estabilidade econômica e a atenção que o governo deu para a área, resultou em mais estabilidade. O mesmo fator foi apontado por Martins, que destacou também, a segurança jurídica e o crescimento da renda dos brasileiros. Um empecilho citado por Martins é a lentidão de alguns agentes como prefeituras. Rezende afirmou que não faltará dinheiro ao mercado. “Quais alternativas de financiamento para empreendimentos imobiliários?” Com a participação dos painelistas José Romeu Ferraz (Develop Brasil), Amilcar Mielmiczuk (Vert Hotéis) e Marcus Vinicius Macedo Alves (BNDES) e moderado por Jayme Queiroz (Apex-Brasil), foi debatido que falta prioridade para o fomento do turismo e da hotelaria, como também falta linhas de créditos para o setor, já que o cenário atual aponta somente como opções, os fundos de bancos públicos, porém discutido que o setor não gosta de correr riscos, o que atrapalha a criação de outros meios de financiamento. Alves lembrou que o BNDES não age por atacado e sim, de acordo com a necessidade do cliente. “Centros logísticos: quais são as novas fronteiras?” “Uma nova área que começa a ser explorada no Brasil”, assim definiu Rodrigo Couto (CBRE), único painelista conduzido pelo moderador Luiz Gonzaga (CBRE). Para Couto, os centros logísticos vieram para ficar e nasceram nas grandes cidades, mas que estão se espalhando pelas rodovias e pelo interior do País. “O foco inicial era o estoque, agora a economia cresceu e novos players estão entrando no mercado”, destacou. “Análise de riscos e estudos de viabilidade econômica em empreendimentos imobiliários” Moderado por Anderson Cunha (Gap Financial) e tendo como painelistas Cristiano Rabelo (Execut Consultoria) e Marcelo Castro (MAFC), este painel tratou dos riscos que envolvem os projetos de empreendimentos imobiliários e como evitá-los. Rabelo disse que pesquisas de campo possibilitam conhecer melhor o cliente e é pre-

ciso analisar o produto, preço, juros, entre outros fatores, antes de fazer a oferta final. Manter contatos com imobiliárias regionais é outro fator que pode contribuir com o sucesso do empreendimento, acrescentou Castro. “Quando se gasta até 1% do valor do empreendimento para descobrir os riscos do mesmo é um custo pequeno perto do fato de não ter dados e pesquisas em mãos”, finalizou Castro. Workshops “A Securitização para o mercado imobiliário” O workshop teve como facilitador Pedro Klumb (MSFI Finanças Imobiliárias), que provocou discussões sobre o tema e os aspectos que dificultam ou impulsionam o desenvolvimento do mercado. Klumb afirmou que existem nichos a serem explorados no País e que ainda há muito para ser aprendido com mercados estrangeiros como Espanha, França e Argentina, pois no Brasil, a securitização ainda é algo novo. “Estruturação de projetos imobiliários” Cristiano Rabelo (Execut Consultoria) retornou para o ADIT Invest para ser o facilitador de outro workshop e expôs junto aos participantes como estruturar um projeto imobiliário. O workshop teve como objetivo capacitar os participantes para estruturação de projetos de incorporação imobiliária eficientes. A abordagem aconteceu em três frentes: técnica, operacional e imobiliária. E entre os temas abordados estavam conceitos de normas NBR, definição de custo da obra, pesquisa de mercado, importância do Plano Master, fluxo operacional e análise de resultados.

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EVENTOS ADIT

“Sou de São Paulo e achei ótimo o Invest 2013. Os painéis que mais gostei falaram de finanças e dos fundos de investimento, pois é possível adquirir conhecimento. Outro lado importante são os novos contatos feitos durante os dois dias de evento.” Juliana Domingues – (Cristo Rei Incorporadora) “Muito bom o ADIT Invest 2013 e os assuntos em pauta fazem parte do nosso cotidiano. A integração que o evento proporciona é ótima e outro ponto positivo é que tem pessoas de todos os lugares do Brasil, o que proporciona o aumento do nosso networking.” Emilie Bonadona - (Accor Hotels)

“Muito produtivo e instrutivo conhecer mais o mercado em que atuamos. Todos os painéis que participei foram de grande valia.” Valter Junior – (TocTao Urbanismo)

“Acrescenta muito participar de eventos como este, o primeiro que venho e espero participar de outros. E muito bom ouvir outras opiniões.” Gonçala Matarazzo – (Grupo Longitude) “Sou de Alagoas e vim somente para participar do ADIT Invest 2013. Ressalto a importância do evento e também, da rede de contatos que você consegue desenvolver em dois dias.” Lucas Nobre – (Soares Nobre Imóveis)

“Desde 2009 participo dos eventos da ADIT e a organização está de parabéns. A cada edição que participo, minha rede de negócios evolui. Cada ano, uma nova e boa novidade.” Vinicius Trombini – (Retrom Administração)

“Estou participando pela primeira vez e o evento está atendendo às minhas expectativas. O que ouvi aqui será colocado em prática em minha área de trabalho.” Mauricio Teixeira – (Imobisul Soluções Imobiliárias)

“São dois dias de muito aprendizado, aumentando nosso networking e com painéis interessantes. Este é o quinto evento que venho da ADIT e sempre os considero dinâmicos e com grandes nomes do mercado, além de tudo, consigo captar bastante informação.” Carlos Eduardo – (KM Empreendimentos)

“O evento confirma minhas expectativas, os palestrantes são bons e de qualidade e o contato com os players é ótimo. Alguns painéis me surpreenderam pela alta qualidade.” Marcelo Dutra – (Cobra Engenharia)

“O evento é interessante, o contato com os players e investidores é algo importante.” Gustavo Dimerta – (Realiza Empreendimentos)

“O ADIT Invest proporciona conhecer melhor

as práticas do mercado e cada um dos seus problemas. Quem vem aqui descobre que não está sozinho e pode encontrar soluções para o que busca. A cada evento da ADIT, o nível aumenta e as ideias melhoram.” Cristiano Rabelo – (Execut Consultoria)

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“Foi muito bom participar deste evento, conhecer novos contatos, saber o que as pessoas estão fazendo nestas áreas.” Ricardo Binhardi – (Expandh Imóveis) “O evento é interessante, reúne os players do mercado, um grande ponto positivo. O mercado ainda está desinformado em relação ao funding e este evento veio de encontro com o desejo dos investidores e gente da área. A estrutura é ótima.” José Lerbach Junior – (Millésime Gestão de Investimentos e Negócios)

“As pessoas que aqui estão são atuantes na área,o que contribui para o nível do ADIT Invest, pois possuem conhecimentos profundos sobre diversas áreas.” Marco Vituzzo – (Vituzzo Construtora e Incorporadora) “A interação ente pessoas de alto nível de todo País que o evento proporciona é ótima. Isso é muito importante, pois soma na vida de todos.” Márcio Benvenutti – (SINDUSCON-SP) “Aqui podemos notar que somente ter feeling não basta, é preciso ter conhecimento e estrutura para poder investir. Este é o grande ganho de quem participa do ADIT Invest, sem contar o aumento de networking que lhe é proporcionado.” Walter Mota – (Walter Mota Empreendimentos) “Os temas são atuais e o foco está em novos negócios. O tempo dos painéis está bom, assim como a estrutura. E com certeza, vou aplicar muitas coisas que aprendi nestes dois dias de evento.” Sérgio Bottini – (BLS Nova Ipanema) “Os painéis são muitos bons e apresentam tendências de mercado para que a gente saiba se posicionar e como captar investidores no mercado.” Marcos Pradines – (Secretaria de Estado do Turismo do Governo de Alagoas)

Depoimentos

“Tudo foi muito bom. A estrutura é ótima e apesar do pouco tempo de duração o conhecimento adquirido é enorme. A abertura para grandes negócios é grande.” José Dombroski – (Ábaco Brasil)

“O ADIT Invest 2013 promove o mercado, além da troca de opiniões e informações. Sou do Rio de Janeiro e a prospecção de novos negócios foi ótima. Considero tudo muito positivo.” Charbel Capaz – (de Fournier & Associados)



EVENTOS ADIT

ADIT Share detalha universo dos

empreendimentos de Tempo Compartilhado Daniela Sampaio O público obteve informações sobre o conceito, a estruturação e o funcionamento da propriedade compartilhada, uma tendência global que está em plena expansão no Brasil

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s maiores executivos do País, que atuam nas áreas imobiliária, hoteleira e de turismo, em conjunto com especialistas financeiros, jurídicos, arquitetos e urbanistas, estiveram reunidos para explicar como funcionam os empreendimentos imobiliários nas modalidades Fractional e Timeshare, em seminário que marcou a abertura da programação da primeira edição do ADIT Share, em Goiás. Promovido pela ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil, o debate foi iniciado por Felipe Cavalcante, Presidente da ADIT Brasil, e Alejandro Moreno, Diretor da RCI – Resort Condominium Internacional no Brasil. Juntos, eles traçaram o panorama nacional dos empreendimentos nos formatos Timesharing e Fractional para um público superior a cem participantes interessados em entender sobre o tema e esclarecer dúvidas a respeito do mercado crescente de tempo compartilhado. Na abertura do seminário, Felipe Cavalcante fez referência ao Rio Quente Resorts como um dos cases de sucesso em timesharing, ressaltando que tal modelo está começando a se fortalecer no cenário brasileiro. Alejandro Moreno disse que a RCI vem se posicionando dentro dessa indústria, mas aposta em um longo caminho pela frente. “O Brasil representa para a RCI quase 30% de negócio gerado”, afirmou.

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O tema “Introdução aos conceitos da propriedade compartilhada: Estruturação, formatação e operação de projetos”, iniciou a apresentação dos painéis do ADIT Share, apresentado pelos executivos AntonioMelchiades, Diretor Executivo da TC Brasil, e Alejandro Márquez Salas, Gerente geral do Grupo Rio Quente, com a presença de Alejandro Moreno, da RCI, como moderador do debate. Foram pontuadas as principais diferenças entre a aquisição de segunda residência por fractional e timeshare: a compra compartilhada é uma alternativa para a segunda residência de forma definitiva, com direito à escritura do bem, como em qualquer outra aquisição imobiliária comum, onde um grupo de pessoas torna-se proprietário de um imóvel através do sistema de compra por divisão em frações e utiliza-se do mesmo, por período do ano acordado entre os demais compradores, geralmente cada fração oferece quatro semanas de férias ao ano, por período fixo ou rotativo. No timeshare, o proprietário pode gozar do direito de usufruir do imóvel de veraneio, sem adquirir a posse do mesmo através do documento de escritura. Nos dois casos, os proprietários têm a garantia de usufruir de um imóvel sempre em perfeitas condições de uso dos equipamentos e a comodidade de um hotel resort. “A aquisição de segundo imóvel através da compra de ‘fração partilhada’ começa a tomar força no Brasil em resposta às novas demandas em praticidade e inovação de luxo”, garante Antonio Melchiades. O executivo fez um resumo do funcionamento dos dois sistemas, ressaltando a velocidade nas vendas, o crescimento rentável e a visibilidade ocupacional do empreendimento como as principais vantagens para o investidor. Já para o comprador, existe a possibilidade de intercâmbio de hotéis e a garantia de programar as férias por valor mais baixo. Ele disse ainda, que já é possível encontrar frações com valores bem mais acessíveis, atraindo outro público, de classe média. Em seguida, Francisco Costa Neto, do Grupo Rio Quente, falou sobre a “História do Grupo Rio Quente”. Agregando oito hotéis, incluin-

do o mais novo lançamento – o Rio Quente Cristal Resort, o primeiro de categoria premium do complexo, o Grupo Rio Quente é líder em ocupação hoteleira no segmento de tempo compartilhado, com índices de 96% de recomendação e de 53% de lealdade dos clientes . O Grupo é referência no mercado nacional e internacional operando nos sistemas fractional e timeshare, dispondo de uma oferta superior a 1 mil apartamentos. As questões da “Viabilidade econômico-financeira de projetos de Tempo Compartilhado” foram debatidas pelos painelistas Flavia Buiati, Diretora Financeira do Grupo Rio Quente, Clovis Meloque, Sócio Diretor da CLM Consultoria, e Sérgio Falquer, Gerente Geral do PestanaVacation Club. Flavia Buiati falou sobre a importância de um estudo prévio para a implantação de projetos em fractional e timesharing para descobrir a viabilidade do negócio, sendo ou não possível a execução do projeto. Sobre as ferramentas mais utilizadas nos projetos de estudo de viabilidade, a executiva afirmou que os estudos de viabilidade para a indústria de Tempo Compartilhado devem ser mais detalhados por se tratarem de vendas/compromissos futuros. O estudo deve levar em conta qual o inventário será destinado para o tempo compartilhado, possibilitando uma projeção entre a oferta e a demanda, para que a procura não seja maior do que o número de apartamentos disponíveis. “No estudo de viabilidade não se pode partir do pressuposto de que irá vender bastante. Ele tem necessidade de um sistema de controles muito alinhados com a proposta de entrega do produto”, enfatizou. Ainda sobre os estudos de viabilidade econômica, Clovis Meloque destacou a importância da elaboração de um calendário de temporadas, especificando quais são as datas de alta, média e de baixas temporadas, para em seguida definir claramente o custo para a temporada escolhida. Meloque também ressaltou a necessidade de ser feita uma pesquisa de mercado para ajudar a definir qual o cliente ideal para o empreendimento, detalhando o seu perfil com informações sobre a profissão, estado civil, renda e outras.


Abordando as principais questões relacionadas à estruturação jurídica de um empreendimento nos moldes Tempo Compartilhado, o painel foi apresentado por Marcia Rezeke, da Rezeke e Azzi advogados, e Alfredo Gomes de Sousa Junior, da Alfredo Gomes de Souza Júnior escritório de advocacia, com Carolina Pinheiro, gerente de novos negócios da RCI, como moderadora. Para Marcia Rezeke, a estruturação de um empreendimento em tempo compartilhado merece um estudo apurado por parte do empreendedor, que deve se cercar de consultores especializados nas várias áreas que orbitam o negócio: verificar a vocação turística e de lazer que tem o local no qual o empreendimento será construído; quais são os atrativos existentes e os que eventualmente serão criados, as facilidades de acesso, que tipo de instalação encantaria o usuário, os períodos de sazonalidade, dentre outros. De acordo com a explicação da advogada, os modelos fractional e timeshare (ou time sharing/time-sharing) são gêneros da espécie tempo compartilhado, porque em ambos os casos, com ou sem transmissão da propriedade ou com ou sem a constituição de um direito real de uso, há o compartilhamento do uso e gozo de um determinado imóvel pelos múltiplos adquirentes. “Atualmente ainda não há legislação específica que discipline essa matéria, mas é necessário existir uma norma expressa para disciplinar o fractional, pois este modelo está diretamente ligado à questão de propriedade, o que deve ter embasamento legal”, destacou Rezeke. “O que existe são os institutos jurídicos, que utilizamos de forma emprestada, como um condomínio voluntário”, exemplifica. Sobre o sistema timeshare, a advogada explica que o empreendedor deverá definir o prazo da contratação, se o período de utilização das unidades habitacionais será pelo modelo fixo (com data específica para a utilização das diárias) ou flutuante (quando não se estipula prévia e contratualmente o período para a utilização das unidades habitacionais dentro do intervalo de tempo do ajuste), se a representação dos períodos de ocupação das uni-

dades habitacionais será feita por unidades de tempo ou por pontos, a forma da taxa de manutenção, dentre outros aspectos relevantes que deverão constar do contrato com os adquirentes. “Deverá definir, também, se haverá a possibilidade de contratação de empresa intercambiadora, porque é um incremento maior para o cliente, que poderá intercambiar seu período de utilização no empreendimento de origem com outros empreendimentos que façam parte do cardápio de ofertas de empreendimentos da empresa”, recomenda Rezeke. Para a advogada, um ponto fundamental para o bom desempenho de um empreendimento de tempo compartilhado é a clareza de informação prestada ao adquirente quando da aquisição do produto, com contratos contendo, na medida do possível, informações claras e de fácil compreensão, buscando sempre, orientar o consumidor, ainda pouco acostumado a tirar férias, a fazer sua programação de veraneio, podendo usufruir do produto adquirido. “Possibilitar que o adquirente consiga realizar sua viagem programada para o destino de origem ou para aquele pretendido pelo intercâmbio, faz com que o os empreendimentos em tempo compartilhado sejam um grande sucesso”, salienta. No painel “Parques Aquáticos como âncoras para empreendimentos imobiliários e hoteleiros”, o arquiteto Carlos Mauad, da Carlos Mauad Arquitetura e Planejamento, explicou porque os parques aquáticos são grandes atrativos na hora de se comercializar um empreendimento imobiliário de tempo compartilhado. “Produtos de lazer devem ter atividades de lazer, contemplativas e interativas. No Brasil, as atividades interativas são fáceis de serem implantadas, pois o brasileiro está habituado com a interação”. O tema foi explanado com a participação da arquiteta e urbanista Zélia Ferreira e por Francisco Costa Neto, do Grupo Rio

Quente, com Luciana Kuzuhara, da RCI, como moderadora. “O conceito de se projetar um empreendimento com parque aquático é grande e atrativo, pois nós projetamos sonhos”, disse Ferreira. Na opinião da arquiteta, os parques aquáticos brasileiros deveriam utilizar águas aquecidas em suas piscinas, pois elas trazem muito mais conforto ao usuário e possibilita que o empreendimento deixe de ser um lazer sazonal, com possibilidade de utilização durante todo o ano. Ferreira destacou um case de sucesso no ramo de parque aquático, que é a cidade de Olímpia, localizada no interior paulista, a qual recebe 1,5 milhão de turista por ano e está recebendo investimentos em novos parques. Já Francisco Costa, falou sobre a vantagem em se investir em parques aquáticos, em detrimento a parques secos. “É muito mais rentável e se adapta ao modelo de consumo do público brasileiro, que é baseado no de Resort Park”, explica. Os dois últimos dias do evento foram destinados às visitas técnicas a alguns empreendimentos da região. Sexta-feira (02/08/13), foram visitados o Grupo Rio Quente e o Grupo diRoma. Já no último dia de evento (03/08/13), os participantes conheceram os empreendimentos: Marina Flat & Náutica – Grupo Prive; o Jardins da Lagoa; e o Best West Suítes Le Jardin Resorts e Spa. ADIT Share 2014 A primeira edição do ADIT Share aconteceu em Goiás, em 2013. Devido a proporção que o evento tomou em sua primeira versão, alcançando sucesso de público e em sua grade de programação (com grande seminário e visitas técnicas), o ADIT Share passou a integrar a agenda de eventos anuais da ADIT Brasil e neste ano, a segunda edição do ADIT Share será realizada entre os dias 07 e 09 de agosto de 2014, em Fortaleza-CE, no Beach Park – Aquiraz.

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EVENTOS ADIT

COMPLAN 2013

As Comunidades Planejadas como solução inteligente para organização territorial

Daniela Sampaio Durante três dias, empresários dos setores imobiliário e turístico discutiram projetos e soluções em construção planejada com os principais especialistas nacionais e internacionais em desenvolvimento e implantação de comunidades planejadas Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil - ADIT BRASIL promoveu dentre os dias 17 e 19 de outubro de 2013, no Hotel Vila Galé Eco Resort do Cabo, em Cabo de Santo Agostinho-Pernambuco, a terceira edição do COMPLAN.O Seminário Internacional sobre Comunidades Planejadas- COMPLAN é um evento realizado anualmente no Brasil e desde a sua primeira versão, em 2011, tem se destacado por se apresentar como ambiente exclusivo e apropriado para

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fomentar a discussão de alternativas modernas e rentáveis rumo à ordenação territorial no Brasil, propondo o envolvimento direto dos atores da indústria imobiliária nacional. O encontro reuniu as maiores referências na prática de gestão e concepção de Empreendimentos Planejados (empresas dos segmentos de loteamentos, bairros, cidades e resorts planejados) do Brasil e do exterior para um debate amplo sobre a tendência das Construções Multifuncionais no cenário urbano. Durante a edição do COMPLAN/PE, investidores, incorporadores, construtoras, loteadores, proprietários de terras, redes hoteleiras, administradoras condominiais, urbanistas, arquitetos, engenheiros, consultores e empresários interessados nesse segmento de mercado participaram de uma diversificada programação compondo um grande Seminário, onde foram expostos em 16 Painéis, temas relevantes ao contexto das Comunidades Planejadas. Na abertura do evento, Felipe Cavalcante,

Presidente da ADIT Brasil apresentou um panorama do setor de loteamentos e comunidades planejadas, e o resumo das principais lições aprendidas pela ADIT para quem deseja desenvolver empreendimentos planejados no Brasil. Os painéis apresentados e debatidos durante o COMPLAN 2013 incluíam temas como: “Cases de comunidades planejadas em desenvolvimento no País”; “Nimbys (Not In My Backyard) no Brasil: como lidar com os stakeholders contrários à implantação de novos empreendimentos”; “A nova onda dos complexos de uso misto no Brasil”; “O papel do Master Developer e as diferenças para incorporadores e loteadores”; “Novas comunidades planejadas: desafios, surpresas e acertos” e “O desafio de compatibilizar os licenciamentos ambiental e urbanístico em grandes projetos imobiliários”.

Seminário, Workshops e Visita Técnica fizeram parte da agenda de atividades do evento. O último dia do COMPLAN foi marcado pela visita in loco à Reserva do Paiva para a observação do bairro 100% planejado, com

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Números do COMPLAN 2013 e expectativas para a próxima edição: edificações de casas e apartamentos em uma área de 526 hectares, localizado no litoral Sul pernambucano. O empreendimento está em expansão, com a construção de complexos multiuso, com torres empresariais, open mall incluindo um mix de 40 lojas projetadas para agregar agências bancárias, restaurantes, conveniências e comércio diversificado, além da construção de outros equipamentos, como o hotel cinco estrelas. Os Workshops proporcionaram aos participantes um intercâmbio de experiências com especialistas nacionais e internacionais, através do espaço aberto e propício ao diálogo que possibilitou uma melhor compreensão do público sobre as informações fornecidas durante as conferências, seja por meio de consulta direta, ampliando network, ou aprofundando pontos específicos levantados durante a exibição dos assuntos. A Visita Técnica ao empreendimento Reserva do Paiva, que encerrou o programa de atividades do COMPLAN 2013, deu ao público uma visão prática do funcionamento de empreendimentos planejados da região. Para o Presidente da ADIT, o COMPLAN 2013 foi um marco importante para o amadurecimento do setor no Brasil. De acordo com suas observações, no momento em que houve uma explosão de Comunidades Planejadas no Brasil, este segmento ainda era pouco conhecido por parte dos empresários brasileiros. “Nesses três anos de trabalho, muitos empresários já são bastante conscientes das vantagens e desvantagens dos empreendimentos planejados e na terceira edição do COMPLAN, percebe-se que existem empreendimentos nacionais muito mais maduros e estruturados do que nos anos anteriores”, destaca Cavalcante. Desde a primeira edição do COMPLAN em 2011, onde se iniciaram os debates e discussões sobre Comunidades Planejadas, a indústria imobiliária vem apostando fortemente na busca de soluções para a organização do espaço urbano, ao mesmo tempo em que oferece empreendimentos com um mix de produtos e componentes atrativos para o público e com capacidade de grande retorno em longo prazo para construtoras e loteadoras.

Participaram desta edição mais de 250 executivos de referência nacional nos segmentos da construção civil e do turismo, dentre eles: Alejandro Moreno (RCI); Ivo Szterling (CIPASA Desenvolvimento Urbano); Angelo Bellelis (Cone S/A); Sergio Vieira (Espírito Santo Property Brasil); Thomaz Assumpção (Urban Systems); Eduardo Eichenberger (Global Governance); Marcelo Lima (Reserva do Paiva - Odebrechet Realizações Imobiliárias); Juliana Castro ( Jardins e Afins); Serapião Ferreira (Reserva Camará Complexo Multiuso); Guilherme Takeda (Takeda Arquitetura e Paisagismo); Saulo Suassuna (Nova Desenvolvimento Imobiliária); Artur Parkinson (Parkinson Empreendimentos Imobiliários); Caio Portugal (AELO); José Carlos Martins (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil - CBIC); Marcus Araújo (Datastore); André Lompreta (de Fournier & Associados); Ryan Clifton (EDSA); Sérgio Villas Boas (Cipasa Desenvolvimento Urbano); Margarida Caldeira (Broadway Malyan); Paula Peixoto (Iron House); Francisco Costa Neto (Grupo Rio Quente Resort); Paulo Velzi (Sobloco Construtora S/A); Leandro Daher (Tropical Urbanismo); Raquel Dombroski (Ábaco Brasil); Hélio Mítica (Terra Urbanismo); Rodrigo Hajjar (Grupo Brasilinvest); Sandra Pires Barbosa (Pires Advogados e Consultores); Luis Gonzaga Mayor (CBRE Consultoria do Brasil); Juliano Macedo (Mabu Hotéis); Vitória Régia Andrade (IAB/ PE) e Sergio Lopes (CDURP).

Temas discutidos no Seminário “Método Charrette - adaptações necessárias para se adequar ao Brasil” Newton Figueiredo (Sustentax) foi moderadordo painel “Charretes”, no qual teve a participação de Ryan Clifton (EDSA), Guilherme Takeda (Takeda Arquitetura e Paisagismo) e Noaldo Dantas (Noaldo Dantas Planning & Consulting) como painelistas. A metodologia Charrette oferece uma versão avançada do rascunho, onde toda a informação necessária ao projeto de planejamento urbanístico é contabilizada através do envolvimento de vários profissionais com visões diferentes, que desenvolvem e apresentam suas propostas, mantendo comunicação constante entre eles, onde posteriormente toda informação é documentada e detalhada para uma apresentação final. É uma técnica usada para conduzir um processo de planejamento participativo, que se tornou parte integrante das ferramentas de design do Novo Urbanismo. Como resultado desse intercâmbio de informações surge uma técnica mais rápida, mais sustentável e de menor custo de se planejar, que oferece agilidade para a execução do que se pretende. É sinônimo de um planejamento dinâmico, que visa a realização de um projeto urbanístico viável e adequado às necessidades dos vários stakeholders (qualquer pessoa ou organização que tenha interesse ou queseja afetada pelo projeto). De acordo com a apresentação dos painelistas, a técnica Charrette na realidade do Brasil, serve para minimizar a interferência negativa ou a resistência que certos grupos mantêm a determinados projetos de grande impacto urbano e ambiental, pois tal metodologia busca garantir a sinergia entre as partes “indiretamente” envolvidas nesses projetos e os profissionais em atuação.

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EVENTOS ADIT

“Como estruturar o relacionamento com a associação de moradores e minimizar a reação negativa dos stakerholders (nimbys - not in my backyard)”

Expressão amplamente utilizada entre os americanos e urbanistas, o termo NimbysNot In My Backyard significa a oposição a certos projetos que possam ser prejudiciais ao seu entorno, a exemplo de grandes construções como a expansão de estruturas ou zonas como aeroportos, estradas e centros comerciais. No geral, esses projetos não prejudicam a população, mas recebem grande resistência populacional e de ambientalistas. No Brasil, verifica-se uma versão similar desse fenômeno oposicionista a certas obras, muitas vezes refletindo um conflito de interesse de classes, próprio da realidade urbanística local. O painel contou com Sérgio Pascual como moderador e Eduardo Eichenberger (Global Governance), Mariângela Machado (Secovi/SP) e José Rocha Filho (Núcleo Urbano) como painelistas. O painelista José Rocha Filho afirmou que o efeito nimby se refere “a oposição gerada quando se vai desenvolver um projeto de comunidade planejada, de loteamento, enfim, em qualquer empreendimento, onde por obrigação, é necessário sempre esclarecer à população que está em volta do seu empreendimento, com a finalidade de não permitir que se forme uma oposição ao projeto, seria esse o efeito nimby”. Ele acrescentou que “por falta de esclarecimentos, podemos ter que lidar com muito mais problemas, então essa é uma

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necessidade ao se fazer ou licenciar um projeto. É necessário ter uma estratégia de abordagem para comunicar o que é o projeto e o que ele não é, só assim pode-se desmistificar e quebrar possíveis resistências que se formam a partir dos vizinhos, que querem saber se aquele empreendimento vai trazer mais trânsito, se vai piorar ou melhorar sua qualidade de vida, informar o que eles ganham com aquele empreendimento, essa é a abordagem que se tem que ter com os nimbys”.

Workshops e Fórum: Várias conferências fizeram parte da programação do evento. “Estratégias e Modelos Comerciais para Lançamentos Horizontais” foi tema de um dos workshops, com a participação de Paulo Toledo, Sócio Diretor da CIA Inteligência e Coordenação, como facilitador. Durante sua apresentação, o especialista explicou, na prática, as etapas e modelos de comercialização (cotas, panela de pressão, pré-venda e vendas), suas vantagens e desvantagens, destacando quando e como devem ser aplicados. “Atualização da Lei 6.766 e da legislação urbanística do Brasil” O objetivo do Fórum foi analisar e discutir

as principais necessidades do setor imobiliário no que se refere à atualização da legislação urbanística brasileira, especialmente no que diz respeito a loteamentos e comunidades planejadas. No debate foram pontuados os principais gargalos para o crescimento ordenado das cidades brasileiras, unificando a posição do setor quanto aos pontos prioritários e às ações técnicas, jurídicas e políticas que devem ser tomadas para melhorar e estimular o crescimento ordenado e a melhoria da qualidade de vida nas cidades brasileiras. O Fórum teve a participação do público nas discussões e em todo o processo de definição das prioridades do setor, com a presença de Noaldo Dantas, da Noaldo Dantas Planning & Consulting, como facilitador do debate. Foram abordados pontos como: Regularização de Condomínios Urbanísticos e Loteamentos Fechados; Cobrança de taxas associativas para loteamentos fechados; Distinção entre Comunidades Planejadas X Loteamentos Fechados X Empreendimentos de Uso Misto; Adequação dos prazos das licenças ambientais e urbanísticas para execução de empreendimentos de longo prazo e faseados; Alternativas de financiamento para infraestrutura de empreendimentos de longo prazo, etc. A Lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979, tem vários aspectos que merecem atualização. Quando sancionada, há mais de 30 anos, a Lei 6.766, que versa sobre o Parcelamento do Solo para Fins Urbanísticos, não se previa o advento das Comunidades Planejadas no cenário urbano do Brasil, além disso, no decorrer dos anos, a sociedade vem passando por muitas outras mudanças que precisam ser contempladas através de uma legislação mais segura e moderna, respaldando empreendedores e clientes do mercado imobiliário.


Depoimentos de participantes do complan 2013

“Viemos com nossa equipe e ficamos muito satisfeitos. Acho que a ADIT está de parabéns porque um evento como o COMPLAN é muito importante, principalmente para quem atua no ramo imobiliário e precisa ter uma noção ampla sobre este ramo. As palestras foram muito boas e interessantes.” José Levino, Urbis Perucaba Empreendimentos “É a primeira vez que venho a um evento da ADIT e adorei a organização, a platéia, os painelistas, os empreendimentos apresentados... Acho que foi uma aula muito interessante de planejamento de comunidades. Assim como para mim, sei que todas as pessoas também tiveram a mesma impressão de que o COMPLAN foi muito positivo pra todos, e a gente fica animado com resultados como esse.” Sergio Vieira, Espírito Santo Property Brasil “Participei do COMPLAN como uma das mentoras do painel “Efeito Nimbys” e também assistindo às importantes palestras. O COMPLAM 2013 superou as expectativas,

não só as minhas, mas de todo o grupo, e a visita técnica foi fantástica. Acho que painéis com temas abordados como o meu devem ser repetidos anualmente.” Mariângela Machado, SECOVI/SP “Os seminários dão um avanço ao entendimento como pesquisadora, pois consegue-se atualizar, ver outros lados, conhecer casos de maior sucesso e saber quais são as dificuldades. É um grande ganho de conhecimento num tempo curto.” Silvia Rodrigues, Poder Público e Pesquisadora na área de loteamentos fechados “Aprendi muitas coisas novas nos diversos painéis, sobre as quais eu não tinha conhecimento e que serão construtivas para quando eu iniciar um novo projeto ou conceber um empreendimento novo na nossa região. Quanto à visita técnica, ficamos deslumbrados porque nunca tinha visitado um empreendimento tão grande, já visitei o Costa do Sauípe, com condomínios fechados, mas a Reserva do Paiva se torna bem maior no sentido de que são prédios, com área comercial com grande dimensão. Aqui no Paiva os condomínios são abertos, onde a população poderá usufruir da infraestrutura após seu término, então é bem interessante ver esse lado também, não só dos condomínios fechados, mas também dos bairros abertos planejados.” Luana Peretti, Suprema Urbanização “Os painéis abordaram temas excelentes, todos de ordem prática, e acho que foi muito positivo estar aqui. Apenas acho que quanto ao hotel é necessário se pensar melhor em um local que tenha melhor acesso e que comporte todo grupo que vem participar do evento, afinal o público do COMPLAN é um público que tem o olho clínico exatamente pra isso, talvez outros profissionais passassem “batido”, mas estão aqui donos de resorts e investidores em comunidades planejadas, então eles olham tudo, por isso acho que nesse ponto vale a pena um olhar diferente de vocês.” Sandra Pires, Pires Advogados e Consultores

“Já acompanho a ADIT e o COMPLAN desde a primeira edição do evento e eu diria que o grande diferencial nesta edição seria a maturidade do evento e dos participantes, assim como a possibilidade de avançar além dos conceitos dos projetos de comunidades planejadas. Aqui, podemos avançar para dificuldades práticas e experiências reais dos participantes, para o dia a dia realmente do empreendedor do desenvolvedor de comunidades planejadas.” Paula Peixoto, Iron House “O COMPLAN é um evento muito interessante porque é a possibilidade de discutir comunidades planejadas de uma forma um pouco mais integrada com diversos players e realmente a troca de informações é muito rica. Para um próximo COMPLAM seria interessante se tivéssemos mais participação do poder público, prefeitura, secretários etc.” Charbel Capa, de Fournier & Associados “O COMPLAM é mais uma vez um evento bem organizado da ADIT, sempre trazendo temas atuais, enriquecido bastante também pelo network. O workshop foi algo de vivência prática, que trouxe informações e conhecimentos, então mais uma vez superou nossas expectativas.” Walter Mota, Walter Mota Empreendimentos “O COMPLAM é extremamente positivo porque ele propicia uma troca de ideias e de fatos e ações, mostrando o que cada um faz nos seus empreendimentos e que às vezes, os problemas deles são os nossos e os nossos são os deles, são parecidos. O que eu mais gostei foi sentir que pela primeira vez o pessoal da ADIT começa a se juntar pra tomar uma atitude política na questão da lei urbanística e na questão ambiental também, que eu acho bastante importante. E quanto à visita técnica, só tenho a dizer que está sendo maravilhosa.” Paulo Velzi, Sobloco Construtora

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“O COMPLAN está cada vez melhor. Além das palestras que foram maravilhosas, a interação entre todos os participantes cria uma sinergia grande, um network importante e principalmente, uma troca de conhecimento que vai ajudar todos a fazerem comunidades melhores, loteamentos melhores e empreendimentos melhores aqui no Brasil.” Guilherme Takeda, Takeda Arquitetos

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MISSÕES ADIT

Empreendimentos de Comunidades Planejadas visitados durante Missão Técnica EUA 2013

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ADIT Brasil – Associação Para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil promoveu a segunda edição da Missão Técnica dos Estados Unidos. A programação da viagem internacional conduziu um grupo com cerca de 20 empresários brasileiros a conhecer in loco alguns cases de empreendimentos planejados na Região Sudeste americana, entre os dias 02 e 10 de novembro de 2013. Durante sete dias, os participantes da Missão Internacional percorreram as principais comunidades planejadas localizadas nos Estados da Flórida, Geórgia e Carolina do Sul, atualizando os visitantes sobre tudo aquilo que poderia ser útil e inovador para dinamizar o segmento imobiliário brasileiro. No último dia do evento foi oferecido um curso na Universidade de Miami com especialistas em projetos de Comunidades Planejadas. A Missão EUA sintonizou os empresários aos melhores exemplos do que tem sido praticado na via do Novo Urbanismo fora do País, servindo também de

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ambiente adequado para networking. Além de agregar mais conhecimento acerca do que são as Comunidades Planejadas, a viagem internacional que faz parte do calendário especial da entidade, visa propiciar respaldo para o desenvolvimento desses projetos multifuncionais, que representam uma tendência global do cenário imobiliário. Para a arquiteta Juliana Marques, da Parkinson Desenvolvimento Imobiliário, além de conhecer os empreendimentos, ter a chance de ver como os Estados Unidos estão enfrentando essa questão de modelos de desenvolvimento urbano, a Missão foi especial porque teve uma troca muito rica de informações entre os participantes. “Sou arquiteta e para mim, que tenho alguns conceitos de urbanismo, vir aos Estados Unidos enxergar como os arquitetos e os developers estão tentando fazer com que alguns conceitos sejam aplicados dentro da realidade local e poder entender um pouco a dificuldade dos americanos está sendo muito positivo. Se é difícil para eles, imagina para nós... É complicado aplicar todos

os conceitos que nós acreditamos, como o de qualidade de vida e outros, na realidade do nosso território e tais conceitos relacionados com a nossa sociedade, que tem suas peculiaridades. Mas a vivência está sendo muito válida, estou aprendendo muito, tanto com as pessoas do grupo, quanto com as experiências”, afirmou Marques. O objetivo da Visita Técnica dos Estados Unidos do ano passado foi alcançado, apresentando aos integrantes do grupo, os principais empreendimentos de comunidades planejadas com as características: Empreendimentos com 1ª e 2ª residências; Revitalização de áreas adensadas; Complexos multiuso e Infraestrutura para mobilidade. Foram visitados os empreendimentos: I’On - Mount Pleasant, SC; Habersham Beaufort, SC; Cidade de Chasleston, SC; Cidade de Savannah - GA; Celebration FL; Baldwin Park - FL e Winter Park - FL. A Missão EUA 2013 contou com a presença dos seguintes profissionais: Dr. Charles C. Bohl (Diretor da MRED+U-UM, Diretor na CNU, Flórida); Maria


Elisa Mercer (Fundadora da NEOURBIX e professora da Universidade de Miami -UM, Flórida); Andrew Georgiadis (Diretor de Planejamento Urbano na Cidade de Sarasota, Flórida); Richard Hall (Presidente da Hall Planning & Engineering Inc); Elizabeth Plater-Zyberk (Sócia Diretora na Duany Plater-Zyberk & Company); Robert J. Gibbs (PLA, ASLA, CNU-A – Presidente na Gibbs Planning Group & Urban Retail Institute). A ADIT Brasil ainda definiu local e data da Missão Internacional 2014, mas deixa em aberto, o convite para que todos se programem para a próxima viagem ao exterior em busca de mais conhecimento e de experiências importantes para a vida empresarial e profissional.

“Foi muito bom ter contato com vários empresários americanos sobre loteamentos. Achei espetacular e participarei da próxima Missão ADIT Brasil.” (Luiz Aragão – Conviver Urbanismo) “A ENNEPAR foi criada para desenvolver loteamentos e condomínios e a ADIT Brasil é uma associação que contribui para desenvolver a nossa empresa. Esse intercâmbio nos Estados Unidos vai transformar totalmente os parceiros ou sócios da ADIT justamente pelo foco que a Missão deu. Acredito que a Missão Técnica nos Estados Unidos foi muito proveitosa até o final.” (Ronaldo Mendonça – ENNEPAR Engenharia) “A Missão Internacional foi interessante para conhecer os modelos americanos de bairros planejados e constatar que nós também temos problemas em comum... Pude enxergar quais foram as soluções que os americanos encontraram para os problemas deles, que são iguais aos nossos: a velha briga de quem vem primeiro, se o comércio ou os moradores num projeto planejado.” (André Peixoto Craveiros – FGR Urbanismo S.A.)

As Missões Técnicas Internacionais realizadas pela ADIT Brasil têm como objetivos proporcionar aos participantes: Troca de conhecimentos diretos com os próprios investidores e construtores; Experienciar a vida e sociedade nas Comunidades Planejadas; Avaliar as soluções adotadas e suas possibilidades de uso no Brasil, e Participar de seminários apresentados pelos principais nomes do Novo Urbanismo.

Público da Missão Técnica EUA: Arquitetos, urbanistas, engenheiros, construtoras, incorporadores, loteadores, proprietários de terras, administradoras condominiais, consultores e empresários interessados nesse segmento de mercado. Outra edição da Missão Técnica Internacional está prevista acontecer em 2014, ainda sem local e data confirmados. Mesmo assim, estão todos convidados a começar a se programar para a próxima viagem ao exterior em busca de mais conhecimento e de vivenciar experiências importantes para a vida empresarial e profissional.

Depoimentos da Missão Técnica EUA 2013: “Aprendi muitas coisas novas, técnicas que eu não conhecia no Brasil sobre o Novo Urbanismo e Bairros Planejados. São informações que irei levar para o Brasil para adaptar à nossa realidade e aplicar onde nós trabalhamos. Foi uma experiência válida.” (Fernando Soares Gurgel – FCG Participações Ltda) |

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Arma “Nova” para demanda corporativa de polos de investimento Saulo Suassuna Fernandes Filho*

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história se repete. Começa com um grande investimento num determinado local (refinarias, petroquímicas, siderúrgicas, montadoras de automóveis, estaleiros...), que irradiam exponencialmente vários outros e em poucos meses um lugar sem infraestrutura adequada começa a receber milhares de pessoas diariamente, inicialmente nas construções de empresas e indústrias, e depois, na operação delas. O resultado também se conhece: Serviços locais precários, necessidade de grandes deslocamentos, trânsito, aumento da violência nas cidades mais próximas, pressão imobiliária, alta de preços dos imóveis, favelização, e por fim, o mercado imobiliário, que em geral cético de que tudo isso aconteceria, começa a

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agir atrasado. E assim foi ou está sendo em Betim, Piracicaba, Suape, Camaçari, Macaé, Itaboraí e tantos outros polos de investimento brasileiros. No entorno do porto do Pecém, por exemplo, as opções de hospedagem se resumem a resorts de luxo, onde as diárias são incompatíveis com o que as despesas estão dispostas a pagar para os seus executivos. Que acabam se hospedando em Fortaleza, a 40Km de distância, perdendo tempo, tornando sua jornada de trabalho mais cansativa e consequentemente, menos produtiva. Muitas vezes, também exigindo a permanência de mais dias, em função da logística. Em Suape, ocorre o mesmo. Com o agravamento da situação em função do trânsito, muitas vezes leva-se mais de duas horas

para se percorrer 20Km até Recife. Cidade esta, onde apesar do turismo ser um dos menos expressivos entre as capitais do Nordeste, o turismo de negócios gerado pelos investimentos de Suape elevaram o patamar das diárias dos hotéis da capital pernambucana ao quinto lugar no ranking nacional. Os primeiros empresariais estão surgindo agora, e mesmo assim, com metro quadrado acima dos R$ 8.000. E no quesito restaurantes, os postos de gasolina da região improvisaram self-services para atender a superdemanda. Já em Camaçari, onde o polo já vem se consolidando há mais tempo, desde a década de 80, as pessoas tinham se habituado a trabalhar na cidade e morar na capital. Com o passar dos anos, o trânsito ficou impra-


ticável ao ponto de nos horários de pico o trajeto do polo até os bairros mais nobres de Salvador ser feito em três horas. As empresas com fábricas na cidade e escritórios em Salvador, também sofrem do mesmo problema. E a saída, até então, para isto era ter a parte administrativa dentro das unidades industriais. Que fora o desconforto aos executivos, desde a exposição ao risco de acidentes até almoçar nos refeitórios das fábricas, trazem outros problemas. Além de ocupar espaço de produção e impedir uma possível expansão, onera a folha das empresas que tem que pagar o adicional de insalubridade aos seus funcionários. Para tentar mudar a ordem dos fatos, a Nova Urbanismo, empresa de masterdevelopment do Grupo Suassuna Fernandes, que possui cinco comunidades planejadas (Porto de Suape – PE, Porto do Pecém – CE, Polo de Camaçari – BA, região metropolitana do Recife e região metropolitana de Maceió), prepara um novo tipo de produto para suas plataformas imobiliárias: O Downtown Business Park. A Suassuna Fernandes foi pioneira no Estado de Pernambuco, ao criar o Complexo multifuncional Pontes Corporate Center, em parceria com a Rio Ave. O empreendi-

mento é composto por quatro torres, sendo duas torres de hotéis da rede Pontes, um empresarial de padrão triple A e um Home Stay para longas estadias e/ou residência com serviço hoteleiro. No térreo, comodidades como mall com lojas, bares, restaurantes e academia de ginástica, completam a gama de serviços. O empresarial Pontes Corporate Center já está pronto e funcionando, assim como uma das torres do Mar Hotel, que já existia e ancorou o complexo por ser o maior hotel de negócios do Norte e Nordeste. As torres de ampliação do hotel e do Home Stay estão com suas estruturas concluídas e serão entregues este ano. O incremento deste conceito deu origem ao produto Downtown, da Nova Urbanismo. A ideia é prever a implantação deste tipo de produto no momento da concepção de suas plataformas imobiliárias, em localização estratégica no bairro, para que ele possa partir do início e atender à demanda comercial da região, proporcionando mais do que o suporte básico necessário ao início de uma comunidade planejada. Este equipamento prevê uma séria de serviços que podem estar combinados de diversas formas, como hotéis de negócios, empresariais de salas, empresariais corpora-

tivos, lojas, bancos, postos de gasolina com loja de conveniências, farmácias, padarias, hospitais, bares, restaurantes, academias de ginástica, pet shops, escolas de línguas, supermercados, entre outros. O fato de estar presente em vários polos de investimento, também gera na Nova Urbanismo mais um atrativo facilitador para as grandes redes que buscam novas unidades nestas regiões. Assim como uma loja encontra a possibilidade de expandir para várias cidades do País, negociando com apenas uma grande operadora de Shoppings, uma rede hoteleira, por exemplo, pode negociar de uma só vez cinco hotéis de negócios, um em cada projeto da empresa. O mesmo pode ocorrer com qualquer outro segmento, seja de restaurantes, bancos, postos e etc. Dessa forma, além de suprir às necessidades das pessoas que circulam na região, o produto Downtown ajuda a solucionar também um dos problemas mais críticos das comunidades planejadas: Oferecer às suas residências os serviços básicos necessários aos seus moradores. *SAULO SUASSUNA FERNANDES FILHO Engenheiro Civil, Arquiteto e Urbanista, MBA em Gestão Empresarial, Presidente da Nova Urbanismo

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Futuro do movimento da construção sustentável

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Felipe Faria* tualmente o Brasil se destaca em matéria de experiência no desenvolvimento da indústria da construção sustentável, estando inclusive, muito bem inserido no cenário de certificação internacional de construção sustentável. Em 2013, os números de edificações certificadas pelo sistema 68 |

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internacional LEED no Brasil aumentaram 51%, o Green Building Council Brasil identificou 4 certificações concluídas por mês e 2 novos empreendimentos registrados a cada 3 dias úteis do ano. A certificação LEED está presente em 153 países e tem o Brasil como o 4º país com o maior número de edificações registradas e certificadas, respectivamente 838 e 139.

Em determinados setores do mercado, incorporadores, construtores e clientes passaram a ofertar, ou demandar edificações que comprovam vantagens e benefícios relacionados ao respeito às boas práticas de canteiro de obra, mitigação dos impactos e contribuição à vizinhança, eficiência energética, uso racional de água, qualidade ambiental interna e uso de materiais de baixo impacto


ambiental, fomentando assim, a elevação do padrão técnico do mercado como um todo. Não obstante os ótimos resultados do movimento nacional de construção sustentável, que também conta com o suporte de políticas públicas em diferentes esferas de Governo, o País está atento às tendências globais do movimento, entre elas, a inserção das edificações “green buildings” em um contexto de planejamento urbano sustentável. A referida tendência foi ponderada por Paul Hawken, autoridade mundial em matéria de desenvolvimento sustentável, durante sua participação na 4º edição do Greenbuilding Brasil em 2013, “É hora de mudar o conceito do que é a arquitetura. Não é apenas sobre construir green building. Isso é bom, mas no fundo é sobre como construir uma cidade e green buildings como parte de um todo”. Observado a capacidade de contribuição e a importância do tema, foi criada uma ferramenta de certificação específica para bairros (LEED Neighborhood and Development). No Brasil já temos 6 projetos de desenvolvimento urbano registrados, dois no Estado de São Paulo, e um nos Estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. São mais de 8 milhões de metros quadrados registrados na ferramenta internacional LEED ND, que buscam colocar em prática conceitos como priorização ao pedestre, desenvolvimento de edificações de uso misto, senso de comunidade, densidade balanceada, edificações de alta performance, espaços públicos atrativos e seguros,

convivência harmônica com a natureza, conectividade e integração regional. A queima de combustível fóssil no transporte prejudica a qualidade do ar e contribui para doenças respiratórias. Cidades ou bairros desenvolvidos tendo os carros como orientação são hostis ao pedestre e contrário à tendência de edificações de uso misto nas regiões centrais. O desenvolvimento desorientado destrói habitat natural, prejudica corpo d’águas e aumenta a pressão sobre a infraestrutura municipal, que em muitas cidades brasileiras já é precária ou deficitária. Como soluções, estes novos empreendimentos, que também se destacam e se desafiam através do reconhecimento de uma ferramenta internacional de certificação, planejam residências próximas aos locais de trabalho, diminuindo a necessidade do uso de veículos e consequentemente, reduzindo emissões de CO2 no transporte. Desenvolvem edificações de uso misto e promovem a orientação estruturada de ciclovias e calçadas, priorizando o pedestre e estimulando o transporte alternativo como bicicletas. Planejam a arquitetura paisagística como forma de auxiliar a mitigar problemas sociais e aumentar o senso de segurança nos espaços públicos, estimulando a convivência. E como não poderia ser diferente, as edificações inseridas dentro deste contexto também possuem a característica relacionada à eficiência energética e uso racional de água, bem como a infraestrutura pública com faróis e iluminação com lâmpadas de alta eficiência, asfalto com raspas de pneus

reciclados ou agregados reciclados da construção civil, sistemas eficientes de coleta reciclada, tratamento e/ou correta destinação, sistemas de controle e monitoramento, entre outros. Os benefícios e vantagens são para o incorporador, comunidade, indivíduo, municipalidade e meio ambiente. Corroborando com o compromisso dos “green buildings”, a responsabilidade do planejador em relação às ruas, casas, locais de trabalho e espaços públicos limpos, seguros e civilizados, temos um efeito direto na qualidade de vida e prosperidade do empreendimento como um todo. Ao incorporador, do ponto de vista econômico, a visão imediatista no que tange o desenvolvimento de bairros está na contramão do negócio. Não restam dúvidas de que o sucesso da implementação dos conceitos acima também auxiliam no desenvolvimento do empreendimento, valorizam os espaços residenciais e comerciais, além de diminuírem os riscos do investimento. Tudo o que é bom para as pessoas também é bom para o retorno dos investimentos e comércio. Segundo David Sim, educador e sócio do renomado escritório Dinamarquês Gehl Architects, “o que faz com que Harvard tenha tantos ganhadores de Prêmio Nobel, não são laboratórios ultra tecnológicos e nem os melhores professores, e sim, a alta concentração de boas cafeterias”. * FELIPE FARIA Diretor Gerente Green Building Council Brasil

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Incorporação mobiliária a longo prazo – instituição de fases Rita Martins*

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ara falarmos sobre faseamento de Incorporação Imobiliária, temos que obrigatoriamente voltar um pouco na história do mercado imobiliário brasileiro e examinarmos o contexto em que foi elaborada a Lei 4.591/64, de 16 de dezembro de 1964, que dispõe sobre as Incorporações Imobiliárias, mesmo ano da criação do Banco Nacional da Habitação – BNH. O mercado imobiliário brasileiro era outro. O Banco Nacional da Habitação, com sede na então recém-fundada Brasília, tinha como função precípua, a realização de operações de crédito imobiliário e gestão do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, voltado, portanto, ao financiamento e à produção de empreendimentos imobiliários, para a classe de baixa e média renda, sendo até hoje, considerada a principal instituição federal de desenvolvimento urbano da história brasileira, como gestora do FGTS e pela implementação do SFH - Sistema Financeiro da Habitação. Através do Decreto-Lei nº 2.291, de 21 de novembro de 1986, o Banco foi extinto e incorporado à Caixa Econômica Federal, sucedendo em todos os seus direitos e obrigações, sobretudo, na gestão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Décadas se passaram e o Brasil e o mercado imobiliário brasileiro se transformaram, tornando a Lei 4.591/64 quase que obsoleta. Entretanto, vale salientar, que a sua sobrevivencia é honrosa, vez que, como costumo dizer aos meus alunos, foi o primeiro ordenamento jurídico, preocupado com a defesa do consumidor, no que diz respeito aos promissários compradores de unidades autônomas

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imobiliárias em construção. Na época da edição da “quarenta e cinco noventa e um”, como é chamada pelos “íntimos”, o legislador da época do BNH e SFH, não imaginava os grandes conglomerados imobiliáriosresidenciais, dotados de equipamentos sofisticados, como clubes, brinquedotecas, academias, campos de golf, residencial resorts, como os corporativos, dotados de centros de convenções, mall e grupos de lojas e serviços, restaurantes, cafés, hotéis, praças de convivência, verdadeiros novos bairros, com comercialização e desenvolvimento a longo prazo. Mesmo se tratando de empreendimentos imobiliários no ambiente e época da edição da Lei 4.591/64, tradicionalmente, o ciclo do empreedimento imobiliário já era no mínimo de dois a três anos, contando da aquisição do terreno, até o final da comercialização das unidades autônomas. Agora, com os novos modelos de incorporação imobiliária, com tantos equipamentos comuns e número elevado de unidades, os mesmosse tornaram de viabilidadea longo prazo, de cinco a dez anos. Neste novo cenário, antes característica das grandes metrópoles, mas hoje alastrado por todo o Brasil, surge a figura da incorporação imobiliária faseada, como forma de adequação à evolução social e do mercado imobiliário, em face das necessidades dos compradores, principalmente no que diz respeito à segurança e mobilidade urbana. Não estamos nos referindo unicamente às etapas de execução das obras, mas à divisão de um único empreendimento em fases, quase que distintas e independentes, surgindo as figuras do Condomínio Geral e seus Sub-Condomínios, com reflexos na elaboração do memorial de incorporação, suas declarações e documentos correlatos. Com a necessidade de se executar a incorporação imobiliária em fases, os documentos previstos no art. 32 da Lei 4.591/64, se tornaram cada vez mais extensos e complexos, a começar se o incorporador ainda não possui título definitivo e só dispõe, no momento do registro do memorial de in-


corporação, de instrumento de promessa, na qual terá que contemplar, além das cláusulas obrigatórias e previstas na lei: (I) imissão na posse do imóvel, (II) caráter da irrevogabilidade e irretratabilidade, (III) possibilidade de divisão e alienação do imóvel em frações ideais, (IV) consentimento para demolição e construção e (V) da hipótese da execução da incorporação imobiliáriaem fases. No cálculo das áreas das edificações, previsto na alínea “e”, do referido artigo, deverá conter, além da área global geral, a área de cada uma das etapas/fases da incorporação, das partes comuns gerais, das partes comuns de cada etapa/fase, indicando para cada fase,a respectiva metragem de área construída, assim como de cada tipo das suas unidades. A execução da incorporação imobiliária, a longo prazo, reflete também, na forma de elaboração da declaração deavaliação do custo global da obra, previstana alínea h, do artigo 32, quando o profissional responsável técnico pela obra, deverá discriminar também o custo global da obra de cada etapa/fase, além do custo de construção de cada unidade. O documento indicado na alínea “i”, nestes casos é um dos mais importantes a ser observado, que deverá prever a discriminação das frações ideais do terreno geral e de cada uma das etapas/fases, com as unidades autônomas que a elas corresponderão. A minuta da futura Convenção de condomínio que regerá o conjunto das edificações deverá merecer detida análise, vez que nestes casos, a sua complexidade aumenta, devendo trazer as minúcias das peculiaridades do empreendimento, tais como a discriminação das partes comuns gerais, pertencentes ao chamado Condomínio Geral e as partes comuns de cada Sub – Condomínio, formado por cada uma das etapas/ fases, com a especificação de todas as áreas e direto impacto no modo de organização da administração condominial.

Também na declaração em que se define a parcela do preço de que trata a alínea “l” do art.32 e o inciso II, do art. 39; necessário se faz, que o Incorporador, nos casos em que a aquisição do terreno se der com pagamento total ou parcial em unidades a ser construídas, fazer expressa referência à situação das unidades, em relação ao Condomínio Geral e aos Sub-Condomínios, prevendo a possibilidade de futura adequação, no caso de denúncia de uma das fases da incorporação. E por fim, especial atenção à declaração expressa em que se indique, se houver, o prazo de carência (art. 34), prazo em que o incorporador poderá fixar, para a efetivação da sua incorporação, dentro do qual lhe é lícito desistir do empreendimento. Ocorre que nos casos de empreendimentos de longo prazo, com ciclo de quase 10 (dez) anos, ou mais, surge a necessidade do incorporador fixar prazos de carência contemplando as diversas fases de execução da incorporação imobiliária, devendo cada uma delas, ter o seu prazo de carência independente. Assim, a declaração de prazo de carência nestes casos, deverá conter, além das condições que autorizarão o incorporador a desistir do empreendimento, também as condições que autorizarão a desistência das suas fases e a fixação dos prazos de carência para cada uma delas. Vale salientar, que para haver a desistência de uma das fases, o incorporador não poderá ter comercializado frações ideais a ela correspondentes, nem tão pouco alterar as áreas privativas e comuns das demais fases já comercializadas. Um projeto de incorporação imobiliária de grande porte, assim como o seu memorial, deverá ser concebido, tendo como partido os Sub-Condomínios e suas divisões, características internas e áreas respectivas, para que no momento do exercício do direito de denúncia, mesmo que seis ou sete anos após o lançamento do empreendimento, com

percentual elevado deunidades já comercializadas, terceiros não tenham fundamento legal para pleitearem qualquer prejuízo. Vale ressaltar, que nestes casos, normalmente as Prefeituras Municipais expedem alvarás de habite-se por etapas/fases, na conclusão da obra de cada sub-condomínio. A denúncia da incorporação, conforme prevê o art. 34, da Lei 4.591/64, é a chance que tem o incorporador de avaliar o seu próprio negócio, dentro da realidade do mercado. É uma faculdade do incorporador desistir da incorporação, e, se faseada, de uma das suas fases, visando resguardar a ele próprio e aos adquirentes das suas unidades autônomas. A Incorporação Imobiliária surgiu nos idos de 1964, para proteger e resguardar os direitos dos promissários compradores de unidades imobiliárias futuras, considerados a parte mais fraca da relação negocial, sendo tal situação posteriormente referendada pelo Código de Defesa do Consumidor. Assim, tratando-se de empreendimentos de longo prazo, fica a sugestão aos incorporadores, que expressem de forma clara a estruturação jurídica do empreendimento a ser anunciado à venda, suas peculiaridades, detalhes, forma de divisão, denúncia e desistência, submetendo-o ao registro de imóveis, para o conhecimento de todos, revestindo-se do caráter erga omnes, cabendo a cada promissário comprador, o livre arbítrio de adquirirem ou não, unidade imobiliária neste tipo de empreendimento. *RITA MARTINS, Advogada Especializada em Direito Imobiliário, com Mestrado em Administração de Empresas e Comércio Internacional pela Universidade de Extremadura – Espanha, Titular do Escritório Rita Martins & Advogados, atuando há mais de 25 (vinte e cinco) anos no mercado, dando suporte e consultoria a empresas construtoras, incorporadoras e investidores; Professora do Curso de Pós Graduação em Direito Imobiliário da Universidade de Salvador-UNIFACS, ministrou vários cursos, palestrante recorrente, em várias regiões do Brasil e exterior. Com seu escritório jurídico, é colaboradora da ADIT Brasil desde 2010, atualmente fazendo parte do Conselho Fiscal da Instituição, como suplente.

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NOVOS ASSOCIADOS

ADIT Brasil divulga novas empresas associadas

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ais de quinze novas empresas passaram a integrar o quadro de associados da ADIT Brasil, desde o segundo semestre de 2013 até o momento. São elas: Grupo Scodro, Brasil Desenvolvimento Urbano S/A, Broadway Malyan Projetos e Design LTDA, Deltaville, Mabu Hotéis e Resorts, Ennepar Engenharia, Expandh Urbanismo, Grupo Paysage, Nacional Empreendimentos, Projeto Mosaico, Rezeke & Azzi Advogados, Soma Urbanismo, Tecnisa, Urbis Perucaba, Anastácio Empreendimentos Imobiliários e Participações LTDA, Entreverdes Urbanismo S/A e Horwath HTL. Novas empresas podem associar-se à ADIT Brasil, desde que atenda aos requisitos para o processo de filiação: faz-se necessário ser pessoa jurídica de direito privado, nacional ou estrangeira, possuir comprovada experiência em um dos ramos de atividade dos sócios efetivos da associação (empresas construtora, incorporadora ou hoteleira, ou que desenvolvem de prestação de serviços correlatas às atividades dos associados efetivos - imobiliário, arquitetos, advogados, consultores etc.); obter aprovação de 2/3 dos membros do Conselho de Administração e enviar cópia autenticada do contrato social ou estatuto e suas alterações devidamente registradas. O objetivo da entidade se baseia em gerar negócios, possibilitar networking e difundir conhecimento no âmbito do mercado imobiliário brasileiro. A ADIT Brasil tem foco de atuação em comunidades planejadas, investimentos imobiliários, hoteleiros e também empreendimentos imobiliário-turístico, servindo de facilitadora nessas áreas, capacitando e orientando para que seus associados e empresários de todo o 72 |

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Brasil possam desenvolver negócios cada vez mais estruturados, juridicamente seguros e baseados nas tendências do mercado nacional e internacional.

Brasil Desenvolvimento Urbano S/A

A BRDU – Brasil Desenvolvimento Urbano foi formada através da união de três importantes empresas: Ginco, CBL e Terrano, especializadas em condomínios horizontais e loteamentos construídos com total infraestrutura. Em 2013 a BRDU ganhou ainda mais força com a entrada da JFG em sua equipe de sucesso. As empresas através de seus sócios administradores possuem mais de 20 anos de atuação no setor imobiliário. Possui vasta experiência em transformar áreas desabitadas em urbanizadas, revitalizando áreas degradadas em áreas verdes de convivência e recreação, desenvolvendo um conceito de sustentabilidade. A Brasil Desenvolvimento Urbano atua em todo território nacional, com empreendimentos consolidados nos seguintes estados: Pará, Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo.

Broadway Malyan Projetos e Design LTDA

A Broadway Malyan é uma empresa internacional de Arquitetura, Urbanismo e Design, com uma equipe de mais de 500 profissionais altamente qualificados e especialistas nas mais diversas áreas. Criamos soluções inovadoras que agregam valor comercial, além de qualidade e foco nas necessidades do cliente. Apoiamos uma ampla gama de empresas sempre atingindo seus objetivos, compondo para cada projeto a equipe certa de especialis-

tas multidisciplinares. Esta rede integrada de escritórios, que vai de São Paulo a Xangai, cria cidades, edifícios e espaços que respondem plenamente às necessidades do cliente. Desenvolvemos espaços para o futuro, ambientalmente sustentáveis, comercialmente lucrativos e socialmente equilibrados. Temos uma profunda paixão por transformar o mundo em um lugar melhor para viver, trabalhar, desfrutar e conhecer. Nosso trabalho tem indiscutível reconhecimento internacional no setor imobiliário e a nossa assinatura é aceita como uma garantia de qualidade e inovação por parte de incorporadores e fundos de investimento em todo o mundo.

Deltaville

A Deltaville Empreendimentos Imobiliários é uma empresa especializada em loteamentos urbanos e atua a 12 anos no mercado nacional. São mais de 10 milhões de metros quadrados urbanizados e mais de 24 mil clientes, num total de nove empreendimentos implantados. Atua nos estados da Bahia, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Ceará, Minas Gerais e Santa Catarina. O grande diferencial dos loteamentos Deltaville é a qualidade da urbanização. Os empreendimentos dispõem de pavimentação asfáltica com meio-fio, rede de água, esgotamento sanitário, rede de iluminação pública, drenagem pluvial e rede de energia, tudo com o compromisso de atender à comunidade com o que há de melhor quando se fala de infraestrutura completa. A urbanizadora tem como foco a comercialização de loteamentos voltados para as classes “C” e “D”, atendendo às demandas do mercado e superando as expectativas dos seus clientes. O negócio converge


para a venda de lotes direcionados a primeira residência, a preços competitivos e financiamento próprio. Tudo regularizado e escriturado.

Mabu Hotéis & Resorts

A Mabu Hotéis & Resorts, atua há mais de 40 anos no mercado brasileiro. Atualmente é formada por sete empreendimentos, três deles próprios: Mabu Thermas Resort, em Foz do Iguaçu, Mabu Curitiba Business e Mabu Curitiba Convention, ambos em Curitiba. E quatro administrados: Mabu Capivari Ecoresort, em Campina Grande do Sul (PR), Mabu Costa Brasilis Resort, na Praia de Santo André (BA), Mabu Refúgio Cheiro de Mato Ecoresort & Convention, localizado em Mairiporã/SP e Mabu Iloa Resort, situado em Barra de São Miguel (AL). Investindo fortemente na capacitação profissional e nos processos de qualidade, entre os diferenciais da rede está o investimento em medidas sustentáveis. O Mabu Thermas Resort foi o primeiro resort do Brasil certificado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) na norma NBR 15401, que avalia sustentabilidade nas áreas ambiental, econômica e sociocultural.

Expandh Urbanismo

A Expandh Urbanismo é uma empresa voltada para o desenvolvimento e implantação de Loteamentos, Administração de vendas e Administração de carteira de recebíveis. A Expandh conseguiu se posicionar como uma empresa líder de mercado em sua região, pela excelência na geração de oportunidades em negócios imobiliários, destacando-se pela ética, agilidade e eficiência, presentes em todo o processo. A sua atuação tem se adequado ao entendimento da cultura local, das particularidades e necessidades específicas de cada projeto. Por conta de uma metodologia de gestão focada no cliente, a Expandh tem pautado seus valores na busca da excelência em seus processos internos, visando estabelecer procedimentos que venham garantir um trabalho efetivo e com bons resultados a seus parceiros e clientes. Tal compromisso a transformou em uma das empresas referência do mercado regional.

Grupo Paysage

No ramo imobiliário desde 1994, o Grupo Paysage está presente em 16 cidades do Paraná e Santa Catarina, com a realização de investimentos em condomínios horizontais, loteamentos, apartamentos e shoppings centers e mais de 14 milhões de metros quadrados em futuros lançamentos. “Mais do que um lugar para morar”, a Paysage está sempre buscando conceitos exclusivos e inovadores, com foco em qualidade de vida, valorização predial e localização privilegiada, incluindo empreendimentos concebidos a com uma nova organização do espaço urbano, os bairros planejados, que prezam pela integração de residências, comércio e centros empresariais, estimulando uma ocupação ordenada e inteligente. Para isso, reúnem os melhores profissionais de arquitetura, urbanismo, paisagismo, decoração, engenharia e meio ambiente, capazes de transformar cada empreendimento em um grande sucesso, potencializando o desenvolvimento econômico e social na região onde estão localizados. Viver em um imóvel Paysage, é estar ao lado da natureza, do conforto e da valorização de um investimento que gera mais do que retorno financeiro: gera satisfação e felicidade para toda a família.

Nacional Investimentos

Fundada em Recife-PE, no ano de 2002, a Nacional Investimentos foi criada com o objetivo de oferecer ao mercado soluções em habitação, empreendimentos comerciais e logísticos, através da construção e incorporação de empreendimentos imobiliários. A empresa conta com a experiência de dois tradicionais grupos empresariais, A. Ferreira da Costa & Irmãos, fundada em 1955, e Almax Ind. E Com., fundada em 1990, com forte atuação em diversos setores, como extração de madeira, beneficiamento de alumínio e importação e distribuição de vidros planos. Com foco na eficiência, na inovação e na ética, a Nacional Investimentos possui larga experiência no planejamento e no controle dos processos construtivos, o que garante a qualidade do produto final e o prazo na entrega dos empreendimentos aos clientes.

Projeto Mosaico

Empresa especializada em desenvolvimento urbano, a Projeto Mosaico atua no mercado imobiliário através da realização de loteamentos e de construções residenciais e comerciais. Dedica-se a oferecer ao mercado, projetos imobiliários com soluções inteligentes adequadas às necessidades de cada cidade em que se insere. Seus profissionais, com mais de 30 anos de experiência, possuem elevada capacidade técnica e administrativa, consolidadas a partir da constante evolução dos empreendimentos que realiza.

Rezeki & Azzi Advogados

A formação dos associados faz com que a Rezeki & Azzi advogados atue fortemente junto as empresas do ramo imobiliário e hoteleiro, particularmente, construtoras, incorporadoras e empresas hoteleiras, o que lhe permite estruturar negócios nas áreas de incorporação imobiliária, de condomínios hoteleiros, de time sharing, empreendimentos de uso múltiplo, loteamentos, consórcios de imóveis e de shopping centers.

Soma Urbanismo

A Soma é uma empresa especializada em transformar espaços em ambientes urbanizados, sempre respeitando o meio ambiente. Sua visão é promover o desenvolvimento econômico, de forma sustentável e satisfatória a todos os envolvidos. Horwath HTL A Horwath HTL é uma das maiores redes de consultoria a nível mundial, especializada na indústria de hospitalidade e turismo, com mais de 50 escritórios em 39 países. No Brasil, a empresa atua a 10 anos, fornecendo serviços para os diferentes atores do setor hoteleiro, turístico e imobiliário a nível nacional e internacional. O portfólio de serviços da Horwath HTL Brasil inclui análises de mercado, avaliações, assessoria em processos de estruturação de negócios, auditorias operacionais e outro tipos de serviços visando fornecer as ferramentas adequadas para ponderar o potencial dos negócios e otimizar as operações em andamento. |

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Agenda AGENDA ADIT Brasil 2014 A ADIT Brasil está com a agenda definida para os principais eventos do calendário de 2014: ADIT Juris, evento com enfoque jurídico para empreendimentos imobiliários; ADIT Invest, evento que tem como foco reunir os principais empresários e investidores para apresentar as tendências e oportunidades de investimentos no setor imobiliário; ADIT Share, evento focado em discutir os conceitos e a viabilização de projetos e empreendimentos imobiliários e hoteleiros nos moldes Propriedade Fracionada (Fractional) e de Tempo Compartilhado (Timeshare); e o COMPLAN, maior seminário sobre Comunidades Planejadas realizado no País. Além desses quatro eventos que são considerados os carros-chefes da instituição, ao longo de 2014, a ADIT Brasil promove diversos cursos itinerantes por todo o Brasil, voltados a empreendimentos imobiliários, em parceria com a Execut Consultoria & Treinamentos, e tem previsão de realizar duas Missões Técnicas, ainda sem datas e locais confirmados.

Eventos ADIT Brasil 2014 ADIT Juris – Salvador-BA Data: 27 e 28 de março Local: Sheraton Bahia

ADIT Invest – Brasília Data: 29 e 30 de maio Local: A definir

ADIT Share – Fortaleza – CE Data: 07 a 09 de agosto Local: Beach Park – Aquiraz

COMPLAN – São Paulo Data: 11 a 13 de setembro Local: A definir



ANUNCIO CONTRA CAPA


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