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Considerações finais

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A humanidade é movida pela sua fé. Por vezes, o desejo de aproximar-se do divino é o combustível para seguir adiante. O que iniciou-se com pregações em catacumbas solidificou-se na história como um império de simbolismos e edifícios majestosos. “A beleza é a harmonia entre a forma e o conteúdo, entre o objeto e a razão de seu ser, entre a voz e a palavra, entre o silêncio e a paz que são sinais de sabedoria… um complemento do bem e da verdade” afirma Pastro (1999, p. 33). O espaço religioso não apenas é um lugar onde a fé se manifesta, mas um ponto de encontro de experiências sensoriais e afetivas nascem, nos conectando pela fé e pelos vínculos afetivos. Desde a experiência de Eberhard até o estudo conduzido na Catedral Metropolitana de Vitória, o público se identifica com o ambiente, tornando um espaço sagrado e único para cada indivíduo. O capítulo da história da igreja católica nos ilustrou o poder da arquitetura como reflexo da trajetória da fé, além da configuração arquitetônica como indutora de sensações. Vimos, através da Capela Thorncrown, por exemplo, que a arquitetura religiosa é capaz de instigar o comportamento de devoção pelo simples ato de projetar vislumbrando tal objetivo. Característica esta que foi e vem sendo utilizada no interior dos templos desde os tempos remotos. Com essa bagagem de conteúdos estabelecida, o questionamento sobre os elementos responsáveis pelo sentimento de conexão com o divino surgiu. A teoria foi aplicada em um dos templos católicos mais importantes do estado, a Catedral Metropolitana de Vitória. Através de investigação quantitativa e qualitativa, observou-se elementos que ajudam a estabelecer, inconscientemente, a conexão entre humano e divino dentro do espaço. Os estudos mostraram a importância dos vitrais como peça fundamental. Por eles, vem a luz que os fiéis, em estudo, consideram parte indispensável da Catedral.

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“Eu sou a luz do mundo” (João 8:12). Buscando espelhar a essência divina, onde a presença da luz significa a presença do próprio Deus. Aliando tecnologia e história, mediante a utilização do equipamento eye-tracker, foi possível fazer essa mensuração da importância dos vitrais na catedral de forma prática. Os resultados mostraram três principais aspectos: a) a presença da luz transpassada pelos vitrais é essencial na atmosfera de introspecção e reflexão; b) a altura das igrejas é um fator indutor de respeito e atrai a atenção do público quando a luz está ausente; c) o próprio espaço religioso é um ambiente restaurador e indutor de homeostasia para o usuário. O estudo a respeito da neurociência aplicada ao espaço religioso possui um próspero campo para crescimento. Futuras pesquisas abarcando esta temática favorecerão a criação de espaços de reflexão e introspecção melhor projetados, seguindo as diretrizes da neurociência. Portanto, ao analisar a pesquisa realizada, é possível concluir que os objetivos deste Trabalho de Conclusão de Curso foram alcançados, abrindo portas para novas linhas de estudo a serem construídas no futuro.