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Figura 37 – Relatório gráfico do resultado do questionário

Figura 37 – Relatório gráfico do resultado do questionário

Fonte: Autora (2022)

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Além disso, as memórias de M. M. revelaram que a fé enraizada no espaço a ajudaram em um período difícill. “Isso marcou muito minha vida e me ajudou muito, pois foi num período que eu fiquei viúva” , relata M. M (mulher, 88 anos). Segundamente, a sensação de acolhimento e paz são evidenciadas pelos elementos arquitetônicos do lugar. M.D., (mulher, 67 anos) conta que esse sentimento, em sua perspectiva, está ligado aos “vitrais e aquela capela do Santíssimo. É uma capela simples, aconchegante, e ela tem uma espiritualidade muito grande. A mistagogia daquela capela, do lado daquele altar, é como se fosse uma continuidade. ” De fato, os vitrais foram fortemente relatados tanto nas entrevistas, quanto nos questionários. “Os vitrais eles chamam muito a atenção, pois eles têm toda a história da salvação. Só os vitrais já dão uma catequese muito grande. ” Além disso, a magnitude da igreja cria uma dicotomia de sentir um acolhimento diante de um espaço esplendoroso. “Você se sente assim, tão pequeno diante de toda a magnitude, de todos os detalhes de cada cantinho externo dela” , conta L. C. (mulher, 49 anos). Outro aspecto interessante demonstrado pelas entrevistas foi propensão a aproximação do presbitério por aqueles que entram na igreja. Trazendo estas respostas para o campo da neurociência, Eberhard (2009) nos conta de uma experiência, onde aqueles que adentravam a Igreja Cristã do Norte experimenta a sensação de algo que os chama, estejam ou não aproximando-se do templo em um ato de adoração. L. C. (mulher, 49 anos), nos relata que “assim que você adentra a igreja, parece que você vai se desmanchando, se deixando levar pelo ambiente e pela atmosfera [...]” . Houve aqueles que relataram surpresa e “amplitude da nave que nos leva ao altar e a imagem de Nossa Senhora da Vitória no fundo” , como a voluntária S. S. (mulher, 65-69 anos) informa. Essa percepção de amplitude e expansão pode ser explicado por Eberhard (2009, p. 133), que afirma que “a percepção afetiva de um espaço pequeno (o nártex), conforme registrado no córtex frontal, é estimulada ao se mover para um espaço subitamente muito maior (a nave). Essa estimulação produz a sensação de expansão (ou admiração).

Em suma, é praticamente improvável distinguir um espaço sagrado de seu significado, porém é possível estudar seus efeitos. Sabe-se que o cérebro tem duas funções primárias: automanutenção e autotranscedência (EBERHARD, 2009). Essas duas funções são desempenhadas ao longo da vida, e a Newberg, D’Aquili e Rause (2001 apud EBERHARD, 2009) sugerem que a religião é uma excelente ferramenta, pois ajuda o cérebro a desempenhar essas funções. Sendo assim, o ambiente religioso tem papel fundamental no estímulo de automanutenção e autotranscedência, através de sua própria arquitetura.

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