ECONOMIA
Dom, ofício e força econômica Em 25 de outubro, Dia de São Crispim e São Crispiniano, que desempenhavam o mesmo ofício trazido pelos imigrantes alemães para o Vale, comemora-se o Dia do Sapateiro, profissão que projetou nossa região para o Brasil e para o mundo Por: Camila Veiga
16 . Jornal O Vale
Foto: Divulgação/Larroudé
O
s 109,5 milhões de pares produzidos na região no último ano destoam da realidade dos imigrantes que, recém-chegados da Alemanha, em 1824, levavam até 10 dias para confeccionar seus próprios sapatos no cenário de poucos recursos. Mas são pontos conectados por uma mesma linha do tempo, que continua a ser escrita diariamente. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em 2022, 40% da produção do estado do Rio Grande do Sul foi feita no Vale do Rio dos Sinos, um volume de 76,8 milhões de pares. Enquanto o Vale do Paranhana e Encosta da Serra foram responsáveis por 32,7 milhões de pares. Os polos, somados, representam 57% da produção do estado e 12,9% da produção nacional. E para produzir, nós temos tudo. “Somos a única região do Brasil que concentra grandes indústrias de todos os segmentos e, para esse pulmão produtivo, te-
mos a cadeia de suprimentos mais completa do país”, afirma Gustavo Dal Pizzol, CEO da Fiber, empresa do Grupo Top Shoes Brasil (Campo Bom/RS).
Nós olhamos para o mundo
Em 1968, ocorria a primeira exportação de um produto brasileiro em larga escala. E eram calçados.
“As sandálias Franciscano, da empresa Strassburguer, de Novo Hamburgo, foram enviadas para os Estados Unidos, iniciando a era do Eldorado do Calçado”, re-
Vale Germânico . 26 de outubro 2023
corda a coordenadora do Museu Nacional do Calçado, Ida Helena Thön. Voltando ao presente, as exportações do Vale do Rio dos Sinos geraram US$