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Concertos Candlelight iluminam pontos culturais de Porto Alegre

Sensação mundial, espetáculos de orquestra à luz de velas chegaram a locais como Casa da Ospa, Farol Santander e Espaço Multiverso no Cais Embarcadero

Em cartaz na capital gaúcha desde março, os concertos Candlelight são iluminados por cerca de 2,5 mil a 3 mil velas de LED (que não esquentam), que dão o tom intimista ao público que vai chegando ao teatro antes da performance começar. Aqueles que chegam mais cedo aproveitam o momento para tirarem selfies com o cenário de fundo, já que minutos antes do espetáculo todas as luzes são apagadas e não são mais permitidos fotos e vídeos até o bis.

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A proposta, que consiste em apresentações de orquestras à luz de velas e tem como objetivo democratizar o acesso à música clássica, possui um catálogo variado. Além do repertório erudito, que vai de Vivaldi a Chopin, os organizadores também buscam trazer uma roupagem clássica à música contemporânea. A ideia é da produtora Fever, que já organizava shows de música clássica, para tornar esse gênero mais acessível e atingir um novo público. “Agora, nossa lista de programas inclui uma grande variedade de temas e gêneros além do clássico, como jazz, pop, trilhas sonoras de filmes e balé, e tributos aos melhores sucessos de artistas contemporâneos como Queen, Coldplay e Taylor Swift”, aponta Natália Corintho, associate producer dos concertos Candlelight no Brasil.

No Teatro Bourbon Country, a reportagem acompanhou um dos concertos queridinhos do público, o “Tributo ao Coldplay”, homenagem à carreira de sucesso da banda britânica. Ao som de “Viva la Vida”, o Sexteto Monte Cristo, formado por Geovane Marquetti e Marina Lopes (violinistas), Rafael Costa (violoncelista), Rafael Figueiredo (contrabaixista), Bernardo Scarton (violonista) e Douglas Gutjahr (baterista), tocou por uma hora iluminado pelas velas de LED. Das mais antigas e emocionantes “Yellow” e “Fix You” até o mais recente hit da banda “My Universe”, feat com o famoso grupo de k-pop BTS, o grupo de musicistas embalou a noite de casais que assistiam ao concerto agarradinhos, e também de famílias e grupos de amigos.

Experiência sensorial

Nos bastidores da produção, a violinista Marina Lopes, de 27 anos, contou que o convite para tocar no concerto se deu por indicação da Monte Cristo, empresa responsável pela curadoria musical. Para ela, o principal diferencial é a iluminação: “A iluminação muda tudo, porque até pra gente mesmo, traz um clima legal na hora de tocar. Mas tem também essa questão de trazer pra música instrumental essas músicas que a gente já conhece de tanto ouvir, fora poder apresentar um pouco do universo erudito para as pessoas com os concertos de clássicos”.

Marina Lopes, violinista

Apesar de ser uma quarta-feira à noite, o público compareceu em peso.

“Foi ótimo, diria que é uma experiência diferente e única! A música com as velas cria um ambiente mágico que te conduz às estrelas”, comenta Débora Chaves. A médica de 40 anos ainda contou que escolheu especificamente o tributo a Coldplay porque gosta das músicas e é fã da banda. O aposentado Leonardo Pedroso, de 68 anos, que acompanhava o concerto pela primeira vez, também se comoveu. “É bem emocionante. O repertório é excelente, mas poderia ter mais algumas músicas”, ressaltou.

Rota internacional

O Concerto Candlelight é uma ideia original da empresa de eventos espanhola Fever Up, que começou em 2019, com sessões em Nova York, Madrid e Paris. O projeto já passou por mais de 100 cidades pelo mundo e atraiu mais de 3 milhões de espectadores. No Brasil, aterrissou primeiro nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em 2020. Desde então, o projeto vem se expandido para outros lugares como Belo Horizonte e Porto Alegre.

“Porto Alegre foi escolhida por seus setores de artes, cultura e entretenimento em desenvolvimento”, afirma Natália. “Com os concertos Candlelight, buscamos democratizar o acesso à música clássica e, ao mesmo tempo, descobrir espaços únicos que fazem parte do patrimônio cultural das cidades, dando visibilidade a artistas locais talentosos, e tudo isso em uma atmosfera única”, descreve.

Sobre como é feita a escolha dos lugares que irão sediar os concertos, Natália diz que há preferência por locais que carregam uma história, também consideram elementos logísticos e técnicos, como localização acessível, acústica e iluminação do ambiente. Pontos culturais famosos da capital, como a Casa da Ospa, o Espaço Multiverso no Cais Embarcadero, e o Farol Santander estão na programação.

Os Concertos Candlelight ocorrem normalmente de segunda a sexta, sendo uma ótima opção de programa diferente para se fazer, após um dia de trabalho. Para saber mais sobre os próximos concertos na capital, acesse o feverup.com.

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