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O AMOR PELA MÚSICA QUE ATRAVESSA A HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA

A Escola de Música D’alva Stella Nogueira Freire possui hoje cerca de 250 alunos e promove, além de cursos, eventos e atividades de extensão

“E eu corri pro violão num lamento, e a manhã nasceu azul. Como é bom poder tocar um instrumento”. Utilizando versos da música “Tigresa”, do compositor baiano Caetano Veloso, o servidor público aposentado Avilam Souto, de 58 anos, busca sintetizar um pouco sua ligação com a música e o prazer que sente ao utilizar algum instrumento musical.

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Embora sempre se renove, essa alegria do contato com os instrumentos não é uma novidade para Avilam, que, desde a infância, apresentou afinidade com a música. A arte lhe inspirou momentos de criatividade e satisfação. Nessa história de amor, a Uern ingressa como uma das principais personagens. Na vida adulta, a Universidade ofereceu o ambiente adequado para que ele desenvolvesse sua aptidão e aprofundasse seu contato com a arte.

“O meu gosto pela música começou ainda na infância. Eu sempre gostei de ouvir música, especialmente os sons de bateria e percussão. Ainda com nove, dez anos de idade, montei uma banda com os vizinhos da rua, usando caixas de papelão, baldes, materiais que a gente via o pessoal improvisar. A gente montou um grupo, sem ter noção de nada de música, mas se divertia com isso já nessa época”, recorda o servidor.

Além das experiências musicais com instrumentos improvisados, a busca por conhecimento musical tomava boa parte do tempo e da curiosidade de Avilam durante a infância.

“Ainda nesse período uma banda aqui de Mossoró alugou um prédio na minha residência onde eles faziam os ensaios. Eles não permitiam que eu entrasse, mas eu ficava sempre na calçada ouvindo os sons”, conta.

Uma experiência semelhante repetiu-se já na sua vida adulta. Durante uma visita à Escola de Música D’alva Stella Nogueira Freire, que à época funcionava em um prédio anexo ao Epílogo de Campos, ele descobriu uma paixão por um novo instrumento.

Ouvindo o ensaio de um saxofonista que praticava no local, Avilam sentiu grande curiosidade para aprender o instrumento. Adquirir um saxofone naquele momento, contudo, estava fora de seu alcance, devido ao preço e à dificuldade para encontrar um à venda.

De todo modo, aquele encontro aumentou a já tão expressiva curiosidade de Avilam em relação ao mundo musical e à Escola de Música tornou-se o cenário onde ele pôde experimentar esse universo de modo mais intenso.

Hoje aluno do curso de iniciação ao violão popular oferecido pelo equipamento, Avilam enumera as outras modalidades que estudou no espaço - violão, pandeiro e os dois instrumentos que mais o atraíram para a música, a bateria e o saxofone. Anos depois do primeiro curso iniciado no local, Avilam permanece aluno da Escola, dedicando-se ao curso livre de iniciação popular iniciado em agosto de 2022.

Além de ter frequentado diversas salas do equipamento, Avilam também colaborou para a chegada de dois outros estudantes que com ele compartilham a atração pela música: uma filha e dois netos também matriculados na Escola. “É muito bom ver eles também seguindo esse caminho. Um motivo de alegria”, comenta.

Aos 35 anos, Mércia Souto, filha de Avilam, é aluna do curso básico de piano, instrumento que sempre a atraiu e, recentemente, a motivou a conciliar as ocupações da rotina à dedicação a um hobby que lhe exige tempo e esforço, mas lhe retribui com a mesma alegria que os familiares recebem da música.

Avilam, a filha e os netos estão hoje entre os cerca de 250 alunos matriculados na Escola de Música D’alva Stella Nogueira Freire, divididos entre os cursos de iniciação musical, voltados para crianças de oito a onze anos, e os cursos básicos, para pessoas com mais de 12 anos.

Conforme explica o coordenador administrativo da Escola de Música, o instrutor musical Bruno Farias, os cursos básicos se dividem em duas categorias - uma voltada para pessoas que ainda não têm experiência com a música e outra destinada a pessoas que já têm um conhecimento prévio, mas querem aprofundar essa relação.

No primeiro caso, os estudantes são escolhidos através de sorteio, enquanto, na segunda categoria, os ingressantes devem passar por provas práticas e teóricas antes de iniciar o curso. Conforme o coordenador, a Escola recebe atualmente alunos tanto de Mossoró quanto de cidades próximas e de estados vizinhos como a Paraíba e o Ceará, dispondo de aulas sobre aproximadamente 25 instrumentos musicais.

Além das aulas, frisa Bruno Farias, a Escola de Música promove uma série de ações que têm impacto direto não só sobre o público já ligado à música quanto sobre a comunidade como um todo.

“A Escola também oportuniza a realização de eventos e ações de formação, como oficinas e master classes, trazendo também professores de fora. Também promovemos a realização de apresentações e recitais, muitas vezes com alunos da própria Escola, fora os grupos que nós temos, como o grupo de cordas, o coral da Uern, o grupo de chorinho Ingênuo. E ainda temos algumas ações como o programa de formação musical para bandas de música”, ilustra Bruno.

Para o diretor, as atividades promovidas pelo equipamento fazem com que a Escola de Música tenha um papel social que vai muito além do ensino dos instrumentos e das especificidades da música.

“A Escola consegue impactar de forma muito positiva diversos setores, incluindo áreas de vulnerabilidade social, bandas de música, públicos específicos, possibilitando um conhecimento mais direcionado e orientado, com professores específicos para os instrumentos. Isso faz com que a Uern possibilite esse aprendizado mais direto a pessoas que não teriam esse acesso, fomentando esse desenvolvimento através da música”, destaca.

Oferta

Entre os cursos oferecidos atualmente pela Escola de Música estão aulas de canto, violão, bateria, violino e outros instrumentos de diversos tipos.

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