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MAS AFINAL, QUEM FOI A PARTEIRA MARIA CORREIA?
from Revista UERN 54 Anos
by UERN Agecom
Abisneta da parteira Maria Correia homenageada com o nome do hospital, conta um pouco da história de sua avó. Lara Beatriz é aluna do curso de Enfermagem da Uern.

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“O nome dela mesmo era Maria Joaquina de Souza, mas ficou conhecida por todos como Maria Correia. Nasceu em 1928, no Sítio do Carmo, depois de Passagem de Pedra. Em 1945, quando tinha 17 anos, ajudou uma parteira da região e não parou mais, se aposentou somente em 1997. Ela atendia as mulheres em sua própria casa, onde tinha um cômodo só para recebê-las, como se fossem leitos. Mas também ia em busca dessas mulheres que necessitavam ser assistidas”, narra Lara Beatriz.
A estimativa é que a parteira da rua Venceslau Brás, região populosa de Mossoró, assistiu a mais de 3.500 partos, sem contar as vezes que ela ajudava as gestantes irem ao hospital.
“Ela levava quando percebia que havia risco e talvez necessidade de intervenção cirúrgica, a cesariana. Ela teve cinco filhos, sendo uma adotiva. Meu avô materno era filho dela. Minha bisavó faleceu em 2007, quando eu tinha seis anos, mas cresci ouvindo os relatos dos partos que ela assistia. Até no meio da rua, a caminho da maternidade, tem relatos”, relembra.
A ancestralidade mostra sua força e Lara Beatriz conta que, desde que foi capaz de entender sobre gestação e parto, se fascinou pelo assunto.
“Achava algo muito surreal, muito provavelmente por estar rodeada dessas histórias que envolvem esse universo. Antes mesmo de escolher qual profissão eu queria seguir, eu sempre soube que queria lidar com saúde da mulher e eu acredito que a história dela tenha bastante influência sobre isso, pois sempre admirei todo o legado construído por ela e como isso tinha um impacto sobre a vida daquelas pessoas”, comentou a bisneta de Maria Correia.
Antes Mesmo De Escolher Profiss Oqual Eu
QUERIA SEGUIR, EU SEMPRE SOUBE QUE QUERIA LIDAR COM SAÚDE DA MULHER E EU ACREDITO QUE A HISTÓRIA DELA TENHA BASTANTE INFLUÊNCIA SOBRE ISSO
A futura enfermeira fala com carinho sobre essa referência tão especial, que ultrapassa gerações. “Quando comento que sou bisneta dela, as pessoas, geralmente mais velhas, têm algum comentário a fazer, sobre como ela ajudava as pessoas e principalmente as mulheres. E assim tento carregar isso como um propósito, de ser útil de alguma forma pra sociedade”, finalizou Lara Beatriz. Com uma história tão bonita de cuidado e atenção à saúde materna, o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia já nasce com um propósito forte.
por LUZIÁRIA MACHADO e IUSKA FREIRE