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Como é composta essa sequência?

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Sobre a Professora

Sobre a Professora

Fique de pé, pés juntos ou paralelos na distância das cristas ilíacas. Postura da Montanha ou Tadasana. Traga as palmas juntas em frente ao peito, isso simboliza a união dos opostos. Os dedos polegares tocam o centro do peito para liberar qualquer obstáculo e permitir que as emoções fluam livremente. A posição das mãos lembram uma flor que está pronta para abrir. O centro do coração é a morada da oração. A luz da verdade e do conhecimento inspiram a flor a desabrochar. Olhe para o desabrochar da flor enquanto você reverencia a grandeza do Sol. Comece ajustando seus bandhas e a sua respiração para entrar em Ujjayi Pranayama. Concentre-se, esteja presente no seu ritual. Repita o seu sankalpa algumas vezes, interiorize a sua intenção. Olhe, pense, sinta o Sol. Você compreende o que isso representa? O Sol brilha dentro de nós. Ele está sempre lá como um provedor de toda a forma de vida. Ele nunca se põe de fato – é a terra que gira nos trazendo o dia e a noite.

1 – Quando você inspirar essa luz do Sol, olhe para cima, na direção dos dedos das mãos e eleve seus braços para se fundir com toda essa grandeza, entre em Urdhva Hastasana. Abra-se para receber o poder e a força da grande estrela. Cresça mais facilmente em seu próprio corpo – mais leve, mais quente, mais alto. 2 – Quando você expirar, entregue sua respiração de volta para a luz, dobre seu corpo para frente em humilde saudação. Em Uttanasana , direcione seu olhar na ponta do nariz. 3 – Na próxima Inalação mantenha o contato com a terra e olhe a frente, na direção do centro das sobrancelhas, deixe o tronco paralelo ao chão e entre em Ardha Uttanasana se preencha de energia solar e de prana. 2

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4 – Exale suavemente, flexione os joelhos, mantenha as palmas das mãos no chão e caminhe para trás. Se precisar faça uma nova inalação, deixe o corpo em formato de prancha, kumbhakasana, os ombros devem estar alinhados com os punhos 5 – Na próxima exalação flexione os cotovelos para trás na direção do trono e mergulhe na direção da terra na Chaturanga Dandasana, caso sinta necessidade, apoie os joelhos no tapete. Entregue tudo de volta para a terra e abrindo o caminho. Sinta como é ser um ser que vive em contato com a terra. Lembre-se disso… 6 – Quando você inalar, olhe para cima, direcione seu olhar no ponto entre as sobrancelhas, empurre seu corpo para frente, o corpo todo longo desde a toda a frente do seu corpo desde os dedos dos pés até o topo da cabeça. Empurre o seu peito para frente entre os seus braços urdhva mukha svanasana, desate o os nós do seu coração, expanda o peito. 7 – Exale e eleve os quadris e empurre as mãos e pés contra a terra. Caso sinta que a coluna ficou arredondada ou enrijecida, flexione levemente seus joelhos e alongue a sua coluna, em Adho Mukha Svanasana foque seu olhar na direção do umbigo. Olhe para trás e para cima na direção do umbigo. Permaneça aqui por algumas respirações e observe a respiração se movendo pelo seu corpo te ajudando a se aprofundar mais na sua postura. 8 – Inale e flexione os joelhos, caminha os pés entre as mãos, alongue a postura deixando o tronco paralelo ao chão e entre em Ardha Uttanasana, direcione seu olhar no centro das sobrancelhas. 9 – Exale e dobre-se, se precisar, flexione os joelhos para encostar a ponta dos dedos no chão Uttanasana, não se esqueça de direcionar o olhar para a ponta do nariz. 10 – Inale olhe a frente e abrace o Sol novamente expandindo os braços lateralmente, eleve-os e suba com todo o corpo, expanda-se, cresça em Urdva Hastasana. 11 – Exale lentamente e traga as mãos junto ao peito em prece terminando o ciclo exatamente onde você começou. Tadasana. 3

Figura 1 - Sequência do Surya Namaskar A

Essa é uma forma de fazer a saudação ao sol. Existem outras variações. O importante é escolher as variações que são confortáveis no seu corpo e que te permitam mover a partir da respiração com atenção plena e consciência desse ritual poderoso que é a Saudação ao Sol, o Surya Namaskar.

Por que 108 repetições?

O número 108 é muito significativo na tradição hindu e existem algumas teorias matemáticas e metafísicas para explicar este valor.

Sábios da idade Védica, através da observação a olho nu, perceberam que a distância aproximada entre o sol e a terra é de 108 vezes o diâmetro do sol e a distância média da Lua para a Terra é de cento e oito vezes o diâmetro da Lua. 108 é o dobro de 54, o número de fonemas do alfabeto sânscrito, o idioma das escrituras clássicas e dos Vedas.

Também são 108 Upanishads, as escrituras que comentam, ou complementam os Vedas.

E, como já é conhecido na comunidade do Yoga, são 108 as contas do japamala.

Assim como a repetição dos mantras com uso do japamala, a prática de repetir 108 vezes a saudação ao sol é um convite a presença, ao exercício de Tapas. Não é só uma prática para exigir aptidões físicas do seu corpo. Aliás, você pode até se surpreender com a energia fornecida pela prática no lugar do cansaço esperado.

Se você nunca passou pela experiência das 108 saudações ao sol, pode estar te parecendo impossível e talvez assustador. Exige um bom punhado de determinação mental (tapas) para levantar-se antes do sol nascer e iniciar a primeira saudação. Até mesmo antes disso, por exemplo, ao se comprometer em realizar o ritual após ler este artigo, algo é trabalhado em sua mente para que possa ser executado.

Essa disciplina é a mesma que nos leva ao tapete regularmente, faça chuva ou faça sol. Tapas não tem relação com atingir um objetivo, mas sim em se colocar disposto a realizar o caminho necessário para tal. Um caminho que exige aceitação e renúncias. É justamente no compromisso sem expectativas que exercemos nossa devoção e entrega. É a motivação por trás do compromisso que possui o valor neste caso e não o resultado final. Especialmente se você se junta a um grupo para a realização das 108 saudações. A energia e dedicação do todo supera sua motivação pessoal. Até porque, talvez você precise aceitar realizar somente 54, 27 ou mesmo 9 saudações ao invés de 108 por respeito ao corpo, ao seu tempo ou qualquer outro fator limitante, e perceba que não altera em nada o valor ritualístico da sua atividade. 108 são muitas vezes sim, e se você permitir a ansiedade tomar sua mente, você desiste antes mesmo de começar. Neste ponto é extremamente importante o exercício da presença executando cada saudação, uma de cada vez, como se fosse a única. Apenas respirando… Se não há presença, não há contagem também. Um dos maiores desafios é contar o número de saudações já feitas, principalmente quando se pratica sozinha. Não adianta querer passar dos limites do bom senso e se sentir muito desconfortável com uma prática na qual ainda não está pronto ou pronta. Alguns, mesmo demonstrando cansaço, excesso de suor e até tremedeira podem desejar seguir a empreitada das 108 Suryas; no entanto, esta ação não estará verdadeiramente nutrida do propósito principal que é saudar o Sol, em movimento, numa meditação consciente.

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