Edicao 17-05-13

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geral

Feira de Santana, sexta-feira 17 de maio de 2013

Sindicalista chama vereadores de canalhas As declarações do tesoureiro do sindicato dos rodoviários, Antônio Carlos Araújo Lima, que em entrevista a Wilson Passos na rádio Subaé chamou os vereadores de canalhas porque adiaram a votação de projeto do interesse da categoria, causou indignação na Câmara esta semana. “Acho que é necessária uma retratação. Se assim não acontecer, a gente tem como tomar as providências que o caso requer”, exigiu o presidente da Câmara, Justiniano França, que puxou a discussão em plenário. O projeto de autoria do vereador Alberto Nery, que preside o sindicato dos rodoviários, tenta proibir as empresas de dispensar cobradores nos microônibus, transformando o motorista em cobrador. Vice-presidente da Câmara, o vereador Ronny mostrou-se inconformado com a declaração de Antônio

Carlos Lima e antecipou ao vereador Alberto Nery o voto contrário à matéria. “Acho até que deveria ser favorável, mas vou me sentir um canalha se votar favorável”, justificou. Na sequência desafiou o sindicalista. “Se tiver coragem, que venha até essa Casa olhar no olho do vereador e chamar um homem de canalha. Quem chama pelas costas não é um verdadeiro homem”, completou. O vereador cobrou do presidente que tome providência junto com a Mesa e lembrou o episódio da semana anterior, quando o empresário João Borges, inconformado com projeto que estipula regras para estacionamento, desafiou o autor, Justiniano França, para um duelo. “O vereador em Feira de Santana está perdendo autonomia de tomar posições. Se contraria qualquer segmento as pessoas vão em cima tentando de alguma forma

amedrontar os vereadores. Essa Casa tem que ter autonomia”, defendeu o vereador Zé Carneiro, recordando também as declarações de João Borges contra Justiniano. Alberto Nery voltou a defender o projeto e atacou as empresas. Mas em discurso dúbio, ao mesmo tempo que disse repudiar as declarações do colega sindicalista, fez uma defesa dele, dizendo que é uma liderança reconhecida, que foi procurado ano passado pelo prefeito José Ronaldo, vindo a desfiliar-se do PT para apoiar a eleição do candidato do DEM. “Se depender de mim ele irá a público pedir desculpas e dizer que foi mal interpretado”. Cobrado para fazer uma manifestação pública em nome do sindicato, Nery voltou a admitir que seu liderado errou. “O Sindicato dos Rodoviários irá fazer um documento repudiando a atitude do diretor”, prometeu.

Itamar Vian

DEU LÍNGUA No dia seguinte, o vereador Ronny voltou à carga, relatando que o sindicalista declarou em entrevista que perdeu o controle e chamou os vereadores de canalhas porque um deles deu língua, quando os membros da categoria reivindicavam na Câmara a votação do projeto. A afirmação foi confirmada por Alberto Nery, que disse ter sido Isaías de Diogo o autor da “língua”, o que foi negado com veemência pelo vereador. Nery condenou a atitude do colega de sindicato e disse que toda a diretoria havia feito o mesmo. O próprio Antônio Lima se comprometeu na reunião a ir pessoalmente à Câmara se retratar. Mas os vereadores preferiram se reunir com o procurador da Casa para estudar o que deveria ser feito. O resultado da reunião não foi divulgado. di.vianfs@ig.com.br

Arcebispo Metropolitano

Luzes no Caminho

Maioridade penal Diante de novas denúncias de crimes envolvendo adolescentes e jovens, a redução da maioridade penal, volta a ser discutida no Brasil. A sociedade quer transferir ao estado o que deve ser responsabilidade da família? A delinqüência juvenil será resolvida com a redução da maioridade penal? TODA VEZ que ocorre um crime bárbaro, de repercussão nacional, no qual as vítimas fazem parte de uma camada formadora de opinião, de uma elite intelectual, ou tem acesso à mídia, a repercussão é muito maior. Logo se pensa em mudança da legislação e culpase o código penal pela violência e pela criminalidade. O DIREITO penal não é, nem pode ser, um remédio milagroso para a cura de todos os males da sociedade. O problema da violência e da criminalidade também é um problema social. É preciso deixar a emoção de lado para discutir as causas da criminalidade. Esse raciocínio vale para a questão do que está sendo chamado de “redução da maioridade penal”. O GRAVE desnível social que ainda existe no Brasil, a sucessão de governos envoltos em escândalos e corrupção, a falta de segurança, de emprego e educação da população, a impunidade, a perda de valores a serem seguidos, dentre outros, são causas para o que vivenciamos hoje no Brasil. Quais os princípios éticos e cristãos que nossos governantes e nossas famílias estão repassando para as jovens gerações? Que oportunidades de vida digna lhes oferecemos?

O OBJETIVO da lei, ou melhor, da sociedade que a formula, não é punir, mas, através de algum processo educativo, colaborar para que as pessoas não tornem a repetir seus erros. Mas, infelizmente, o sistema prisional e sócioeducativo do país não está preparado para recuperar internos. Muitos dos presídios e estabelecimentos destinados aos adolescentes infratores tendem a se tornar escolas de aprimoramento da delinqüência. Por isso, sou contra a redução da idade penal, não porque as pessoas não devam ser punidas ou corrigidas, mas porque nosso sistema carcerário, é incapaz de ajudar, a melhorar a vida de boa parte dos internos. ENTENDO que a solução para as questões da violência entre crianças, adolescentes e jovens passa pela necessidade de oferecer e garantir o acesso a políticas fundamentais mais básicas, (educação, emprego...) que operam como preventivas aos atos infracionais. A infância e adolescência brasileira são muito mais caso de política do que polícia.

adilson-simas@bol.com.br

Adilson Simas FEIRA ONTEM

Arriscar é arriscado Eleito em dezembro de 1976 para presidir o Feira Tênis Clube, João Marinho Gomes Junior anunciou na segundafeira, 20, a permanência de Eduardo Teles no cargo de Diretor Social. Avisado por alguns sócios que havia prometido durante a campanha renovação no comando do “aristocrático”, João Marinho lembrou que na gestão que se encerrava os sócios foram brindados com grandes atrações em suas boates, citando Clara Nunes, Renato e seus Blue Caps,

Alcione, Fafá de Belém, Antonio Marcos e outros nomes famosos da MPB, para em seguida declarar, convencendo: - Melhor trabalhar com quem se conhece do que arriscar...

Cochichando com Zé Festinha Em viagem oficial a esta cidade, em outubro de 1974, o já indicado governador biônico Roberto Santos (Arena) atendeu o prefeito José Falcão da Silva (MDB) e lhe fez uma visita de cortesia, ficando mais de meia hora conversando no gabinete com o alcaide. “Engolindo sapo”, os arenistas locais se aglomeraram nas imediações do Bar de Redondo e Casa das Canetas, bem em frente à prefeitura pelo lado da avenida Senhor dos Passos, aguardando que o governador descesse. O servidor municipal

Juvenaldo Correia, o conhecido Juju da lambreta, apareceu numa das janelas do Paço Municipal e ao notar a impaciência dos líderes da Arena, abriu os braços e gritou querendo ver o circo pegar fogo. -E aí! O homem “taqui” e continua cochichando com Zé Festinha...

Gosto pelos discursos Ex-vereador, ex-presidente da câmara, Rubem Carvalho quando no exercício de cargos eletivos gostava de fazer longos discursos. No plenário do Poder Legislativo alem dos apartes estava sempre pedindo “questão de ordem”. Nas campanhas eleitorais, em cima do palanque nunca obedecia o tempo marcado pelos organizadores dos comícios. Por isso, toda vez que era anunciado os demais oradores-candidatos rezavam para Rubem não demorar. Em mais uma eleição municipal, em concentração

realizada no Parque Getúlio Vargas aconteceu o imprevisto. De repente, o orador já discursando há tempos não resiste ao esforço e desaba, quase desmaiando. Passado o susto, Rubem vai se refazendo, pega o microfone e confirma o apetite por longos discursos: - Meu Deus! Passei mal logo agora que eu tinha mais algumas coisas para falar!


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