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FEIRA DE SANTANA-BAHIA, OUTUBRO DE 2019
ANO XX- Nº 2.620
R$ 1
ATENDIMENTO (75)99151-1623
Medicina: uma radiografia da saúde brasileira
Foto: www.simep.com.br/ Reprodução
Apesar de todos os avanços científicos, a medicina, sobretudo no Brasil, ainda não alcança a totalidade da população, com a eficiência e a qualidade devidas. Muitos fatores contribuem para a não prestação de um serviço médico de excelência, tanto na esfera pública quanto na privada. As limitações são distintas, em cada um desses setores. No âmbito público, Governo Federal, estados e municípios permitem que a medicina entrave na burocracia, no sucateamento, na escassez de serviços, de profissionais e de unidades de saúde e nas verbas subestimadas e congeladas por longos períodos. No privado, a proliferação descontrolada de escolas médicas particulares, sobretudo nos últimos anos, vem formando profissionais nem sempre capacitados, já que oriundos, muitas vezes, de ensino deficiente e à margem de uma fiscalização mais rigorosa, por parte dos órgãos competentes.
Somado a isso, muitas unidades privadas visam o lucro, em detrimento de um atendimento médico altamente qualificado. Além disso, submetem os profissionais a uma carga horária exaustiva, ao invés de investirem na contratação de número suficiente de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Com a crise econômica, tudo se agravou: a máquina pública enxuga, cada vez mais, o orçamento, nos três Níveis de Atenção à Saúde: Primário ou Básico, que, apesar do contingenciamento, ainda funciona razoavelmente; Secundário ou Especializado, que, atualmente, é o mais problemático, principalmente em cidades do interior, como é o caso de Feira de Santana; e o Terciário ou de Alta Complexidade, que não chega a ser precário, como o Atendimento de Média Complexidade, mas que ainda tem gargalos, sobretudo no que diz respeito à Regulação. A medicina suplementar ou privada, por sua vez, perde usuá-
rios de planos de saúde vertiginosamente, o que enfraquece a oferta de serviços e sobrecarrega ainda mais as unidades de saúde públicas. Nesse dia do Médico, o jornal Tribuna Feirense traz uma série de reportagens sobre o serviço de saúde, em nível nacional, estadual e local. Um dos destaques dessa edição é a matéria sobre o Ambulatório da Universidade Estadual de Feira Santana (Uefs), pronto desde 2016, mas que continua sem funcionar, por causa de ínfimas barreiras burocráticas. A abertura desta unidade de Tratamento Especializado tem muito a contribuir para suprir a imensa carência de Atendimento de Média Complexidade que a população feirense enfrenta. Trazemos, também, uma reportagem sobre o funcionamento do Serviço Móvel de Urgência de Feira de Santana. De abrangência regional, o Samu ganhou, recentemente, mais uma base descentralizada, que tem contribuí-
do para diminuir o tempo de resposta às chamadas, possibilitando a manutenção de mais vidas. E mostramos os números da Saúde Suplementar e a realidade do Atendimento
Secundário, em Feira de Santana. No caderno Tribuna Cultural, destaque para a matéria sobre o novo livro do artista plástico e arquiteto Juraci Dórea. In-
titulada Feira de Santana: memória e remanescentes da arquitetura eclética, a obra é um documento monumental sobre a destruição do patrimônio arquitetônico feirense.