Fevereiro 2011 nº 214

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FEVEREIRO DE 2011

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TRIBUNA DO DIREITO

SEGURANÇA PÚBLICA

Agora, “um por todos e todos por um” PERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"

B

RASÍLIA – O novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez um discurso de 11 minutos na posse do novo diretorgeral do Departamento de Polícia Federal (DPF), Leandro Coimbra, 44 anos, e por duas vezes destacou uma frase do romance Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, para enfatizar que, de agora em diante, a luta contra o crime organizado será à base de “um por todos e todos por um”. Mencionando que enfrentar o crime estruturado é uma das prioridades da presidente Dilma Rousseff, Cardozo afirmou que, em sua gestão, haverá enfrentamento da corrupção, da violência e do narcotráfico. A colocação foi feita em termos dramáticos: “Se a Polícia Federal fracassar nessa tarefa, fracassará o ministro da Justiça. Se o ministro da Justiça fracassar, fracassa o governo da presidente Dilma. Se o

governo fracassar, fracassam todos os brasileiros”. Embalado no estilo dos mosqueteiros D’Artagnan, Athos, Portos e Aramis, o delegado Coimbra acredita que o avanço do crime organizado pode ser debitado à globalização e ao crescimento da economia brasileira. Seu foco de gestão terá como metas a coleta de “provas fortes”, investigações de qualidade, abrangendo o narcotráfico, o contrabando de armas e a lavagem de dinheiro, para que se obtenha no Judiciário maior número de decretação de prisões preventivas e menos temporárias. O novo diretor do DPF estava de malas prontas para ser adido dos federais em Roma quando foi convocado. O antecessor, Luiz Fernando Corrêa, aposentou-se na véspera da mudança de chefia na Polícia da União, que pretende, cada vez mais, ser uma Polícia de Estado. Coimbra ocupava o cargo de superintendente do DPF em São Paulo. A filosofia de trabalho do ministro

Internet

Cardozo quer plano integrado

da Justiça, exposta na solenidade da Polícia Federal, foi reafirmada com o governador Geraldo Alckmin, de São

Paulo. Em visita ao Palácio dos Bandeirantes, Cardozo propôs a articulação de um plano de integração em segurança pública, com ações conjuntas entre governo federal e governos estaduais, além de propostas de mudanças na legislação penal que serão feitas em comum. Cardozo destacou a necessidade de “ficar acima de qualquer disputa político-partidária”. Admitiu que nas eleições “estivemos nos digladiando”, numa referência aos atritos entre PT e PSDB, mas recomendou “encontrar convergências”. Ele quer um “pacto”, no qual “ou se enfrent o crime organizado e se reduz a criminalidade, ou perde-se a batalha”. São Paulo será “parceiro” nesse trabalho, respondeu o governador dos paulistas. A “sinergia” contra a violência vai acontecer, afirmou um cordial Alckmin, frisando ter sido “a primeira reunião do ministro da Justiça, sobre questões de segurança, com os Estados”.


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