Jornal completo agosto 2017

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TRIBUNA DO DIREITO

AGOSTO DE 2017

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ANOS Nº 292

SÃO PAULO, AGOSTO DE 2017

R$ 7,00 BRASIL EM CRISE

A República apunhalada PERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"

B

RASÍLIA – O recesso acabou. O agosto da triste fama de ser o mês dos cães alucinados, entra em cena. Os atores voltam ao palco e recuamos ao tempo de tentar descobrir o que será do Brasil, tendo as angústias aquecidas: um ex-presidente condenado, um presidente ameaçado de afastamento, que seria o segundo a sair do poder num mesmo mandato. Um jogo político repleto de hipocrisias, rapinagens, espertezas e sandices, proveta de incertezas. No elogio fúnebre a Júlio César, assassinado no Senado romano aos pés da estátua de Pompeu, Marco Antônio fez um discurso monumental (que inspirou Shakespeare a escrever famosa obra), chamando a todos os traidores de “homens honrados” (até tu, Brutus?). Agora, na traição ao Brasil, novos traidores abraçam-se em afogamento, numa ecumênica corrupção político-partidária e ideológica. Antes, bradavam que era “golpe”. Agora, preferem gritar “é conspiração”. Para se comportar assim, é necessário que os fatos sejam ignorados, mesmo que estejam na órbita do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e de

um Congresso fisiológico e contaminado. Obcecados pela fascinação do pensamento abstrato, produtor de verdades particulares e únicas, os caçadores de álibis nunca perfeitos, os novos traidores da Pátria, homens e mulheres ousam vestir o figurino do manto da honra, praticam um jogo que impressiona: apunhalam a República Federativa do Brasil e não a Júlio César. Mas quem assiste a esse lamentável espetáculo, o povo brasileiro, está ferido e pressionado por massacrantes necessidades econômicas. Anseia por estabilização, bem longe de qualquer capo di tutti capi, os Don Corleone, que mascaram uma ideologia com práticas mafiosamente sistêmicas com o incesto setor público/setor privado. São suficientemente desavergonhados para pavimentar com gestos, atitudes e mentes, a longa distância da raiva social de uma sociedade perplexa e indignada. Este é o cenário. Na ribalta da vida, os novos traidores sabem que não merecem aplausos. Mas não demonstram nenhum temor (ou vergonha) pelas vaias.

Páginas 18, 19 e 20

O fechamento de um jornal conversando com meu amigo, o renomado advoR ecentemente, gado Trabalhista Walter Uzzo, ele lembrou de imediato o que

falei ao entregar para ele, em maio de 1993, no restaurante no prédio da API (Associação Paulista de Imprensa), o primeiro exemplar do jornal Tribuna do Direito. E repetiu exatamente o que disse naquele dia: “Uzzo este é o começo de um sonho que sempre tive.” Tenho certeza absoluta que meu amigo Rubens Approbato Machado, esteja onde estiver, ficará triste e chateado ao saber que o jornal que ele sugeriu o nome deixará de circular dia 1° de setembro, após 24 anos e três meses. Ele nos incentivou no desafio de divulgar e ampliar as informações sobre o Direito, em época que o tema era tratado em restritos espaços de jornais de grande circulação. Podemos dizer, hoje, que servimos como exemplo e parâmetro para outras instituições e organizações da área que passaram a enxergar a importância da ampliação do conhecimento sobre suas ações e a necessidade de aprimorar com informações de boa qualidade e acessíveis aos operadores do Direito. Capa maio de 1993

Páginas 2 e 21

Capa agosto de 2017


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