SETEMBRO DE 2014
TRIBUNA DO DIREITO
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ANOS Nº 257
SÃO PAULO, SETEMBRO DE 2014
R$ 7,00 ELEIÇÕES
Chegou a hora de decidir PERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"
B
RASÍLIA – As eleições batem à porta: no mês que vem, saberemos o resultado das esperanças depositadas nas urnas, à busca de dias melhores, que incluem a segurança jurídica. Novos ritmos pragmáticos, novas perspectivas administrativas, gerência competente em áreas com reflexo direto nos rumos do País, para sair da estagnação econômica e ganhar espaços que deixam muito a desejar em vários eixos, entre eles a educação, a saúde e a segurança. Após ter sido eleito para a presidên-
cia do Supremo Tribunal Federal, o ministro Ricardo Lewandowski disse que, apesar de tudo, o Brasil é uma “ilha de tranquilidade” dentro de um mundo “extremamente conflagrado”. Uma paz, procurou destacar, que existe graças a 18 mil magistrados brasileiros que “atuam silenciosamente, sem que ninguém perceba, resolvendo conflitos agrários, familiares, em condições ruins, inclusive salarial”. Segundo Lewandowski, sem preocupar-se com ecos ressentidos no Planalto, “estamos em defasagem muito grande, dada a espiral inflacionária”. Também disse que a sua gestão será pautada pelo diálogo com o Executivo, o
Congresso, a Ordem dos Advogados do Brasil, as associações de magistrados e a sociedade em geral: “Pretendemos facilitar e permitir que os juízes tenham todas as condições de melhorar os serviços juris-dicionais, com condições adequadas, equipamento, material humano e uma remuneração digna.” O prometido diálogo com o Congresso terá forte impacto renovador: do mesmo modo como a gerência da mais alta Corte de Justiça do País está em transformação, os senadores e deputados considerados mais influentes estão vivendo dias de final de mandato: o Diap (Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar) apurou que das atualmente consideradas “cabeças do Congresso”, 71 delas — 63 deputados federais e oito senadores — estão cumprindo final de mandato. Desse número expressivo, 17 simplesmente desistiram de disputar a eleição ou preferiram concorrer para outros cargos em seus respectivos Estados. Então, ao menos em tese, as perspectivas já visíveis da metamorfose e o conteúdo das urnas poderão significar que muita coisa poderá ser diferente no Brasil. É o que todos esperam. Continua na página 15