TRIBUNA DO DIREITO
OUTUBRO DE 2015
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ANOS Nº 270
SÃO PAULO, OUTUBRO DE 2015
R$ 7,00
BRASIL EM CRISE
O xadrez chamado Brasil PERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"
B
RASÍLIA - Chegamos ao ponto nevrálgico: Economia e Direito possuem interfaces. Driblar obstáculos e alimentar estímulos econômicos são fatores que não abrem mão da confiança no sistema jurídico. Aqui, a grande questão: o País está em crise, hábitos estão sendo alterados. Perdidos entre variados egos inflados e arrogâncias sem limites, política se sobrepondo à economia, tentamos enxergar luz no fim do túnel, na esperança de que a noite ficou mais escura somente porque o amanhecer está mais próximo. Não existe bola de cristal. Os videntes políticos, partidários e ideológicos insistem nas ideias importadas em sarcófagos. Tido como o mais intelectual dos jogos, o xadrez — origem atribuída ao rei Salomão e aos sábios mandarins dos tempos de Confúcio — pode nos ajudar a entender o momento atual. No tabuleiro do Planalto, a rainha parece envergonhada atrás da torre. O ex-rei se comporta como se estivesse na oposição e nada tivesse a ver com isso, alimentando a hipótese de apresentar-se, no
devido tempo, como o ansiado salvador da Pátria. Os jogadores se mexem, com fortes doses de histeria, agitando furiosamente cavalos e peões, quando alguns preferem adotar o estilo de esperar o tempo passar e deixar a rainha sangrando perigosamente, sob o ameaçador fantasma do impeachment. A posição de xeque exige riscos. É necessário saber atacar e defender e para o xeque-mate, do persa shah mat (“rei morto”), é preciso dispor de fortes cacifes. Assim, acrescentando-se a situação sub judice dos presidentes da Câmara e do Senado, os riscos de avanços hierárquicos na sequência da Operação Lava Jato, as avaliações cautelosas da oposição, a insistência em não querer aprender e ensinar que um saber remete ao outro. Mudanças podem doer e ao mesmo tempo significar o parto do nascimento de uma nova etapa brasileira. Vamos examinar juridicamente como estão distribuídas as pedras e as casas brancas e pretas, confrontando as metáforas do xadrez. Entender o País, Economia, Direito e Justiça é cada vez mais preciso.
POESIAS
ABANDONO AFETIVO
Continua nas páginas 17 a 20
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Quase um poema para o menino sírio Aylan Kurdi Página 31
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Justiça condena pai a pagar R$ 100 mil Página 13