Brasília, 15 de setembro de 2015. Edição: nº. 19
Os bastidores da notícia no DF!
Editor: José Maurício dos Santos Coeditora: Hulda Rode
CORREIO BRAZILIENSE Eixo Capital Ana Maria Campos Carta aberta aos poderes No momento mais difícil de sua vida política, Rodrigo Rollemberg enfrenta hoje mais de cem mil servidores para anunciar que os reajustes salariais de 33 categorias estão suspensos. Pode ser que, a depender do quadro, passem a vigorar a partir de janeiro de 2016. É o que pretende o governador, mas ele deixa claro que isso depende muito do apoio da Câmara Legislativa na aprovação de medidas relacionadas a aumento da receita do DF. Para buscar amplo apoio da sociedade, Rollemberg vai entregar hoje uma carta aos presidentes da Câmara Legislativa, Celina Leão, do Tribunal de Justiça do DF, Getúlio Moraes, do Tribunal de Contas do DF, Renato Rainha, e para o procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bessa. No documento, constarão os motivos para a suspensão dos reajustes. Tesourada Se o governador Rodrigo Rollemberg decidir cortar o próprio salário, o do vice, Renato Santana, e os dos secretários, como está sendo cogitado, os contracheques da cúpula do Executivo vão se distanciar ainda mais dos vencimentos da Câmara Legislativa que hoje já são maiores. Até o início do governo de Agnelo Queiroz, o governador do Distrito Federal ganhava 30% a mais do que os distritais e o vice, 15%. Hoje cada deputado leva para casa R$ 25.322,25. O salário bruto de Rollemberg é R$ 23.449. Se houver o corte de 20%, como está programado, cairá para R$ 18.760. Pior para os secretários. Até 2011, um integrante do primeiro escalão ganhava o equivalente a um deputado distrital. Com a tesourada, pode passar a receber pouco mais de R$ 14 mil. Essa é uma das medidas até ontem em estudo. Apoio mútuo Rodrigo Rollemberg esteve ontem entre os 19 governadores que se reuniram no Palácio da Alvorada para ouvir de Dilma Rousseff as explicações sobre o pacote fiscal anunciado pelos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento. Enquanto a presidente da República pede a ajuda de governadores para corte de benefícios e aumentos de impostos, será difícil petistas de Brasília atacarem as medidas de Rollemberg.