A encruzilhada - Kossi Efoui

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A encruzilhada

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A encruzilhada

Kossi Efoui

tradução e prefácio

João Vicente

Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani

Maria da Glória Magalhães dos Reis

7 Sobre esta edição

Prefácio

22 A encruzilhada

69 Sugestões de leitura

73 Sobre o autor

75 Sobre os tradutores

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A encruzilhada como espaço-tempo de escolha e criação João Vicente, Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani e Maria da Glória Magalhães dos Reis

Sobre esta edição

Escrita pelo togolês Kossi Efoui no início da década de 1990, A encruzilhada verte em poesia vidas ressecadas pelo autoritarismo, vidas daqueles que, nas palavras de um dos personagens, precisaram aprender a se confundir com o cenário para poderem se manter vivos. Uma Mulher e um Poeta estão à procura de um caminho, de um futuro, onde fosse possível ser alguém, não apenas sobreviver. Acontece que, na encruzilhada em que eles se encontram, não se vê nenhuma saída. Se é verdade que o Poeta vislumbrou no exílio uma nova existência, tal afastamento não lhe trouxe mais do que a possibilidade de, outra vez, se confundir com o cenário, o que já não era mais possível em seu país natal, onde era perseguido pelas autoridades. Esses personagens – por vezes semelhantes a bonecos inanimados –ganham vida pelo sopro de um Ponto, que lhes traz a fala como quem carrega e transmite uma memória há muito silenciada. Nesse microcosmo, une-se a eles um Cana, personagem vazio de memória, que não procura caminhos pois tem “o medo no lugar da alma”. A encruzilhada que pesa sobre esses personagens é também aquela à qual o autor esteve condenado enquanto vivia sob o regime togolês, que, com nova roupagem, perdura até os dias atuais. Porém, ao ser ambientada em um espaço onírico, habitado por personagens arquetípicos – Mulher, Poeta, Ponto e Cana –, a peça transcende em muito seu contexto de origem, e seu sentido se universaliza.

Primeira obra teatral de Kossi Efoui, A encruzilhada estreou nos palcos de Limoges durante o Festival da Francofonia de 1990, ano em que foi também publicada na revista francesa Théâtre

Sud (L’Harmattan e Radio France Internationale – RFI). No Brasil, foi montada quase três décadas mais tarde pelo coletivo de

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teatro amador En Classe et en Scène [Na classe e na cena] ligado à Universidade de Brasília (UnB), apresentando-se pela primeira vez no dia 3 de julho de 2019, e ganha agora sua primeira edição em livro. A tradução que o leitor tem em mãos, assinada pela coordenadora do coletivo, Maria da Glória Magalhães dos Reis, e pelos dois participantes regulares do grupo, João Vicente e Juliana Estanislau de Ataíde Mantovani, foi realizada ao longo do processo de montagem – as fotografias que estampam a capa e o miolo deste volume são registros dessa encenação.

A presente edição vem acompanhada de Prefácio, em que os tradutores ressaltam a dimensão autobiográfica da peça de Kossi Efoui e indicam seus principais procedimentos criativos, além de tecerem considerações sobre os processos de tradução e montagem. No volume, há ainda sugestões de leitura que permitem um aprofundamento na obra do autor, bem como um olhar mais amplo sobre o teatro africano de língua francesa, diaspórico ou não.

Por fim, não foi possível incluir nesta edição, como é padrão nos livros publicados pela Temporal, as informações técnicas das montagens. Isso se deveu, de um lado, à impossibilidade de acessar informações precisas a respeito do elenco da montagem de estreia na França e, de outro, à alta rotatividade de integrantes do coletivo teatral que trouxe a peça para o Brasil, em razão de sua natureza de teatro amador.

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