Revista APDA #7 - 4º trimestre

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# atualidade RESULTADOS O trabalho desenvolvido nesta fase 1 permitiu obter resultados muito interessantes, que confirmam a heterogeneidade do Grupo AdP em termos geográficos e, especificamente, dos serviços de água e águas residuais no que aos fenómenos climáticos diz respeito. Enquanto no setor de abastecimento de água, os fenómenos climáticos com impacto ao nível da degradação da qualidade da água e na disponibilidade de água representam cerca de 80% dos fenómenos identificados, no setor do saneamento, as cheias e inundações representam cerca de 90% dos fenómenos identificados. Esta simples caraterização das vulnerabilidades atuais evidencia, desde logo, as vulnerabilidades dos sistemas e, consequentemente, os eixos de atuação prioritários em cada área de atividade das empresas do Grupo AdP. A este propósito, e tendo presente a vulnerabilidade das diversas infraestruturas de saneamento de águas resíduas a episódios de inundação, até pela natureza da própria atividade

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(infraestruturas tipicamente construídas nas zonas de menores cotas altimétricas), importa que esta seja uma variável crítica na conceção, construção e exploração dessas infraestruturas. De facto, a conceção de novas infraestruturas deverá incluir uma avaliação prévia do local de construção em termos de vulnerabilidade a inundações. Complementarmente, as infraestruturas existentes deverão ser alvo de uma avaliação das medidas (operacionais e infraestruturais) que podem ser tomadas para diminuir a sua vulnerabilidade. A este propósito, na fase 1 do PEAAC disponibiliza-se às empresas do Grupo a cartografia de vulnerabilidade a inundações (um trabalho desenvolvido no âmbito do projeto de investigação “Cartas de Inundações e de Risco em Cenários de Alterações Climáticas” (CIRAC), que resulta de uma parceria entre a Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) e o grupo de investigação Climate Change Impacts Adaptation and Modelling (CCIAM) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e que foi gentilmente cedida pela APS ao Grupo AdP para utilização no âmbito do PEAAC) que permite identificar quais as

infraestruturas localizadas em áreas de maior vulnerabilidade a inundações. O impacto dos eventos climáticos reportados foi igualmente caraterizado, tendo-se percecionado que as dimensões mais expostas da atividade de abastecimento foram a qualidade de água nas captações e o nível de serviço, nomeadamente ao nível da água tratada nas infraestruturas do Grupo. Já no saneamento, o impacto dos eventos climáticos reportados centrou-se, sobretudo, nos aspetos ambientais (relacionados com a descarga do efluente no meio recetor) e na sustentabilidade dos ativos, ainda que com uma consequência dos aspetos ambientais aparentemente inferior, até porque parte das descargas não controladas se deram em situações de inundação. Por fim, com base na caracterização realizada a partir do histórico, procedeu-se, igualmente, à identificação e avaliação da capacidade de resposta das infraestruturas e sistemas, incluindo as diversas medidas já adotadas, face aos eventos extremos ocorridos. Integrando estas variáveis estudadas, nomeadamente


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