# atualidade
A Organização Mundial de Saúde compilou alguns dados particularmente expressivos que põem bem em evidência esta dimensão do valor da água. Esses dados estão compilados na Figura 4 (Hutton e Haller, 2004), onde se apresenta, para várias regiões do mundo, a relação custo-benefício por cada unidade monetária investida no acesso por parte da população a água potável e a saneamento melhorado.
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| REVISTA APDA_2018
Pessimistic: High cost, low benefit Base case: Mean cost, mean benefit Optimistic: Low cost, high benefit
42X 40 35 30 25 20 15
Europa: Em média: 4 vezes Casos extremos: 14 vezes
14X 13X
10 5
África: Em média: 13 vezes Casos extremos: 42 vezes
SE
RD EU
RD AM
RB AM
RE AF
RD
0
AR -B SE AR -D W PR -B 1 W PR -B 2
4X
AF
Os dados apresentados anteriormente relativos à relação entre as disponibilidades hídricas e o PIB per capita têm a ver essencialmente com o valor da água para as atividades económicas. Não podemos esquecer, contudo, que a utilização prioritária da água, desde logo porque é aquela que não pode ser substituída, é a utilização direta feita pelos seres humanos para alimentação e higiene.
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Cost - Benefit Ratio
Em sociedades mais ricas constroem-se sistemas de armazenamento de recursos hídricos precisamente para permitir uma regularização inter-anual, isto é, armazenar água quando há abundância para poder utilizar quando ocorre escassez.
Figura 4 – Rácio custo-benefício em várias regiões do mundo, para cenários pessimista, médio e otimista, relativamente à melhoria no acesso à água e ao saneamento (Hutton e Haller, 2004)
Conforme pode ser observado nesta figura, enquanto na Europa, por cada Euro investido neste uso prioritário, se obtém um retorno médio de quatro Euros, valor que pode chegar em alguns casos extremos a 14 Euros, na África Subsaariana o valor médio do retorno é de treze Euros, podendo chegar a 42 Euros. Claro que estes dados apenas contabilizam as dimensões
tangíveis e monetarizáveis porque as dimensões intangíveis, associadas ao bem-estar e à qualidade da vida, não são fáceis de exprimir monetariamente mas, sem dúvida, acentuam ainda mais esta diferença. Em suma, vale a pena “investir em água”, isto é, numa boa gestão dos recursos hídricos e num uso racional e eficiente em todos os