

Editorial
Sempre crescendo
Nesta nova edição do Spraytec Global, compartilhamos com nossa família lançamentos, estudos de pesquisa, reportagens e histórias de vida. É muito bom poder crescer junto com uma equipe que veste a camisa, que pensa de forma positiva, que está sempre em busca de mais, abrindo mercados e expandindo fronteiras.
Nesta edição, Marcelo Carmona, o fitopatologista mais renomado da Argentina, nos conta sobre o papel dos bioestimulantes na hora de planejar a campanha. “Os fitoestimulantes e os bioestimulantes passam a desempenhar um papel fundamental. São uma ferramenta alternativa, mas complementar às ações tradicionais que a agricultura atualmente realiza”, afirma.
O identikit é para Francisca Villa, parte importante da equipe de trabalho da Argentina. Ela afirma que algo que todos deveriam ter é autocrítica... isso é verdade!
Lautaro Tesan, assistente de vendas na Spraytec, deixou seu país de origem, a Argentina, e se estabeleceu na Europa, especificamente em Malines, Mechelen, uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, no norte, entre Bruxelas e Antuérpia. Um percurso iniciado em 2019 quando ele começou a trabalhar na empresa.
Do Brasil, compartilhamos um estudo de pesquisa muito completo e interessante. “A eficiência de tecnologias para a proteção no controle de doenças na cultura da soja na colheita”.
Como parte de um plano de expansão que já ultrapassa os 45 milhões a nível global, inauguramos uma nova planta de produção em Roldán, Santa Fé, Argentina. De lá, é produzido o Fulltec OIL e distribuído para o resto do mundo. Todos os detalhes nesta edição.
Mariano Larrazabal nos introduz no mundo dos engenheiros agrônomos e da IA. “Hoje, o valor não está apenas em ‘saber de campo’, mas em traduzir dados de satélites, sensores, robôs ou gêmeos digitais em decisões que melhorem rentabilidade e sustentabilidade”, assegura.
Durante muitos anos, a agricultura argentina operou em modo defensivo. Cuidamos dos custos ao extremo, priorizamos proteger a cultura diante das adversidades, mas esquecemos do mais importante: produzir mais. Nossos rendimentos estão estagnados e isso está nos custando competitividade em relação a países como o Brasil e os Estados Unidos. Guillermo Alonso nos detalha por que é indispensável passar da agricultura defensiva para a ofensiva.
E além disso, como sempre, as Instantâneas, fotos desta família Spraytec da qual tenho tanto orgulho!
Até a próxima edição!
Sempre crescendo
02 04 14 16
Editorial kit de identidade
Francisca Villa
06
Entrevista com Marcelo Carmona
“Os bioestimulantes devem ser considerados uma alternativa complementar, não substituta”
Por: Diego Peydro
10
Em primeira pessoa:
Lautaro Tesan
Sonhar, projetar e concretizar
Por: Juan Carlos Grasa
Produção geral: edições Horizonte A
FULLTEC OIL
Lance Relatório
Da agricultura defensiva à agricultura ofensiva
Por: Guillermo Alonso
20
Pesquisa
Eficiências de tecnologias para a proteção no controle de doenças na culturas da soja
28
Relatório
Os novos engenheiros agrícolas: o valor de saber traduzir dados
Por: Mariano Larrazabal
34
Instantâneos
Kit de identidade
1. Qual é a sua função na empresa?
Comunicação e marketing.
2. Se você pudesse: voltar ao passado, pausar o presente ou viajar para o futuro?
O presente é o que temos de mais valioso, é o resultado do que construímos no passado e o cenário onde, com cada decisão diária, moldamos nosso futuro. Sem dúvida, eu escolheria pausar o presente para aproveitar ainda mais tudo o que tenho hoje.
3. Como você imagina sua vida daqui a 10 anos?
Fazendo parte de algum grande projeto.
4. O melhor motivo para sorrir?
Não tenho um motivo específico para sorrir. Acho que é muito importante colocar isso em prática diariamente, para nós mesmos e para os outros.
5. Um referente na vida?
Posso citar dois? Raquel Parodi e Rodolfo Villa.
6. Se você fosse um animal, o que seria?
Um cachorro.
7. Um orgulho argentino?
O Papa Francisco.
8. Dos avanços tecnológicos, qual te surpreendeu mais?
FRANCISCA KIT DE IDENTIDADE
Em geral, a Inteligência Artificial (IA) e, em particular, o Chat GPT. A cada dia fico mais surpresa com essa ferramenta.
9. Se você pudesse viajar no tempo, quem você gostaria de conhecer?
Meus bisavôs maternos. Conheci minha bisavó, mas eu era muito pequena. Gostaria de compartilhar com eles, que me contassem sua história e que minha bisavó me fizesse Strudel.
10. Algo que todo mundo deveria ter?
Autocrítica.
11. Dos lugares que você conhece, para qual você voltaria?
Capioví, Misiones. A cidade mais natalina do país. Quando a conheci, fiquei surpresa. Estava acontecendo o “Natal em Capioví”, e toda a cidade estava decorada com enfeites feitos de garrafas plásticas.
12. Quem é Francisca Villa?
Sou comprometida e exigente comigo mesma. Eu me envolvo com o que faço, mas também com as pessoas com quem faço. Acredito que os laços fazem a diferença. Não me contento com o fácil. Me motiva aprender, criar e acompanhar.
13. Fale-me sobre a Spraytec:
A Spraytec é uma escola em movimento. É um grupo humano que, por seu compromisso, força e liderança de grandes professores, faz coisas grandiosas.
14. Qual evento é impossível perder?
A Expoagro. É um evento fundamental para medir o crescimento da nossa empresa.
Se você tivesse que organizar uma expedição a uma ilha deserta com colegas da Spraytec, quem você levaria, sabendo que eles passariam por situações extremas?
Se fosse possível, eu levaria todos.
• Para gerenciar os suprimentos? Flor Fernández.
• Para carregar as coisas? Todos juntos, como sempre fazemos.
• Para preparar a comida? Mariano Meineri.
• Para os momentos de diversão? Paula Garraza.
• Para trazer calma em momentos difíceis? César Carriquiri.
• Para coordenar o grupo? Flor e eu.
• Para garantir um bom retorno? Pablo Lafuente.
FRANCISCA VILLA

ENTREVISTA COM MARCELO CARMONA
“Os bioestimulantes devem ser considerados uma alternativa complementar, não substituta”
O renomado fitopatologista da Universidade de Buenos Aires, Dr. Marcelo Carmona, em parceria com a Spraytec, visitou recentemente os Estados Unidos e percorreu mais de 9 mil km para conhecer em primeira mão como os agricultores de maior produtividade lidam com um dos principais desafios: o controle de doenças.
Por: Diego Peydro
Os produtores que conseguem colher 20 toneladas de milho e 8 toneladas de soja fazem um controle sanitário com grande precisão, combinando: controle precoce, biotecnologia e uso de fitoestimulantes para poder oferecer culturas de grande valor.
Em um contexto marcado pelo avanço das mudanças climáticas, pela intensificação de doenças, ervas daninhas resistentes, pragas difíceis de controlar e pela pressão para produzir de forma mais sustentável, a agricultura enfrenta um de seus maiores desafios históricos. Qual é o papel estratégico dos fitoestimulantes?
Hoje, os agricultores enfrentam um desafio adicional, eles têm que lidar com problemas totalmente diferentes. Por exemplo, as mudanças climáticas, o surgimento de pragas resistentes aos fitossanitários e a necessidade de ter uma produção mais sustentável, respeitando
o meio ambiente.
Nesse contexto, os fitoestimulantes e os bioestimulantes passam a desempenhar um papel fundamental. É uma ferramenta alternativa, mas complementar às ações tradicionais que a agricultura realiza atualmente.
Como poderia ser definido o papel atual dos fitoestimulantes na agricultura moderna?
O bioestimulante é um conceito muito amplo, pois reúne moléculas e microrganismos com diferentes funções, mas também com diferentes mecanismos de ação. Às vezes, há uma intenção de simplificar o conceito do que é bioestimulante mediante, por exemplo, a palavra bioinsumos. O que acontece é que existem bioestimulantes que não têm origem biológica, mas que também cumprem as mesmas funções e deveriam ser considerados pelo conceito de bioestimulantes. Portanto, podemos encontrar bioestimulantes que favorecem a nutrição, outros que têm efeito protetor, que conferem robustez à planta para se defender do estresse abiótico,
e também há bioestimulantes que protegem as plantas contra o estresse biótico, especialmente danos causados por doenças ou insetos.
Como foi organizada e qual foi o objetivo da viagem técnica aos Estados Unidos com os profissionais da Spraytec?
O objetivo principal era ver como o produtor norte-americano incorporava essas novas tecnologias. Vimos produtores que adotavam automaticamente essa tecnologia e faziam um acompanhamento detalhado do impacto que ela gerava.
Os produtos da Spraytec tiveram um impacto de crescimento muito significativo em todos os Estados Unidos, porque seus produtores têm uma concepção diferente, por exemplo, estão sempre no campo, tomam suas decisões, têm consultorias externas por meio de engenheiros agrônomos e, quando incorporam uma tecnologia, fazem um acompanhamento de perto... se funciona e é benéfica, eles a adotam rapidamente.

Quais culturas e características do sistema produtivo americano abrem as portas para o uso de bioestimulantes?
Durante a viagem, visitamos culturas de milho, soja, amendoim, algodão e, é claro, tudo o relacionado com o arroz. Encontramos culturas completamente diferentes em diferentes estados e também vimos problemas de doenças totalmente diferentes das que ocorrem aqui na Argentina. Por exemplo, no milho, os Estados Unidos estão sofrendo uma epidemia de mancha de alcatrão, uma doença causada por um fungo que limita o rendimento; aqui na Argentina, essa doença ainda não está presente.
Na soja, eles têm a clássica morte súbita e também as doenças chamadas de fim de ciclo, como a mancha marrom, cercospora, entre outras.
Os bioestimulantes devem ser classificados por sua origem e função, além de demonstrar sua eficiência com testes sérios e resultados mensuráveis no campo. Seu verdadeiro valor está em potencializar o manejo do estresse e contribuir para uma agricultura mais sustentável.
Os bioestimulantes devem ser considerados como uma alternativa complementar, não substituta. Eles não devem substituir as práticas agronômicas tradicionais que continuam sendo bem-sucedidas. Eles precisam demonstrar seu poder aditivo e sinérgico. Nesse contexto, a partir de outro lugar, com outros mecanismos de ação, eles darão oportunida-
Existem bioestimulantes que não são de origem biológica, mas que também desempenham as mesmas funções e devem ser incluídos no conceito de bioestimulantes.

des à planta para resistir a estresses abióticos e bióticos, ao mesmo tempo em que podem ajudar a melhorar sua nutrição e, portanto, obter plantas muito mais vigorosas, melhor preparadas para suportar essa adaptação necessária que precisa enfrentar as adversidades.
Com base nas principais doenças que afetam o sistema produtivo americano, como é o trabalho sinérgico que os bioestimulantes realizam junto com os fitossanitários defensivos para alcançar os altos rendimentos que colhem no lote?
É muito importante destacar que, apesar do imenso potencial dos bioestimulantes, esses produtos têm grandes desafios a enfrentar no futuro. O primeiro deles é que é necessário ter evidências científicas do impacto dos mecanismos de ação, é muito importante saber qual é a sua dosagem e o momento correto para sua aplicação. O segundo ponto tem a ver com a gestão das expectativas, tanto os vendedores quanto os produtores
ou o próprio mercado, geram expectativas muito grandes, e é necessário gerenciá-las através da demonstração didática e educativa de quais são esses benefícios, de explicar que não é possível fazer uma comparação imediata com os fitossanitários, porque geralmente os efeitos dos bioestimulantes são mais graduais, não são imediatos e, portanto, é necessário esperar para ver o benefício final e, fundamentalmente, continuar apostando na pesquisa.
Que vantagens competitivas os bioestimulantes podem oferecer em um mercado tão tecnificado como o americano? Que tipos de bioestimulantes despertam maior interesse por parte do agricultor?
O produtor americano está muito interessado nessas alternativas complementares que acompanham, por exemplo, fungicidas ou fertilizantes tradicionais. Nesse contexto, o agricultor acredita que não é necessário aplicá-los apenas na semente ou na linha
de plantio, mas também nas folhas e, especialmente nesse caso, eles utilizam bioestimulantes que controlam o estresse causado pelos danos que a aplicação de herbicidas pode gerar.
Nesse contexto, os bioestimulantes aplicados nas sementes que melhoram a germinação, o estabelecimento e o controle de patógenos na semente também são considerados pelos agricultores como complementares, para dar robustez à planta e defendê-la dos danos ou do estresse que a toxicidade pode causar na hora da aplicação dos herbicidas. Esses dois focos são os mais importantes e são os que estão sendo facilmente adotados nesse momento nos Estados Unidos.
Os bioestimulantes atuam como indutores de defesas naturais na planta, ajudando-a a enfrentar o estresse biótico com maior eficácia e menor dependência de produtos químicos. Qual é o efeito protetor dos bioestimulantes?
Os bioestimulantes podem exercer o efeito protetor contra o estresse biótico de diferentes maneiras, por exemplo, um efeito direto. Assim como um fungicida clássico atua intervindo nos metabolismos importantes dos fungos, esses bioestimulantes podem intervir diretamente bloqueando parte desse metabolismo essencial para os fungos, mas também podem fazê-lo indiretamente através da indução da resistência ou indução das defesas.
Isso é despertar na planta um sistema complexo e sofisticado, semelhante ao sistema imunológico, que faz com que a planta se prepare com melhores ferramentas para se defender desse estresse biótico. Em fungos patogênicos resistentes a fungicidas, os bioestimulantes à base de fosfitos, como o protetor Ultra Zinc usado como tratamento de sementes, permitem acompanhar os fungicidas.
Que mensagem você daria ao produtor que ainda não conhece o potencial fisiológico de todas essas ferramentas de última geração?
É muito importante que o produtor reconheça que existem
virtudes, que são alternativas, mas complementares, e ele deve confiar, desde que haja evidência científica, que explique quais são os mecanismos de ação, quais são essas multifunções, qual é a complexidade desses bioestimulantes. Ele também deve saber que não pode fazer uma comparação imediata dos efeitos, como pode fazer com produtos de síntese química.
Como a escala de produção e a abordagem empresarial do agricultor influenciam a adoção dessas tecnologias? Como esse agricultor americano difere do produtor argentino?
O produtor americano tem algumas questões resolvidas em termos de política e economia, tem irrigação, possibilidade de acesso a maquinário de alta tecnologia e também está satisfeito com a adoção de alguns insumos, como a fertilização. Nesse contexto, a incorporação de novas tecnologias é um pouco mais fácil, mais rápida, desde que ele também veja esses benefícios.
Marcelo Carmona apresenta um manual que marca um antes
e um depois no uso de bioestimulantes com evidências científicas e estratégias concretas para uma agricultura mais sustentável
Os bioestimulantes na agricultura são complexos, têm origens diferentes e, às vezes, são multifuncionais. Com frequência, até resulta difícil classificá-los com poucas palavras e é necessário organizar esses conceitos.
Nesse contexto, nasceu um manual, especificamente sobre bioestimulantes, onde os autores tentamos esclarecer a classificação, suas funções e mecanismos de ação, mas com uma premissa básica, uma espinha dorsal que é a evidência científica, que respalda e dá solidez a todo o conteúdo deste manual.
Por isso, fizemos uma revisão mundial de todas as conquistas científicas que foram feitas com cada um dos bioestimulantes que estudamos, tanto os que são destinados à nutrição quanto os que combatem o estresse abiótico e biótico.
Obrigado, Marcelo!

Em primeira pessoa: Lautaro Tesan
Sonhar, projetar e concretizar
Por: Juan Carlos Grasa - Diretor da Horizonte A
Meus inícios na empresa e meus sonhos para o futuro
Comecei a trabalhar na Spraytec no ano de 2019. Antes de entrar, meu desejo era poder viajar para qualquer lugar do mundo para aprender idiomas, conhecer outras culturas e viver novas experiências. Naquela época, eu tinha 22 anos e queria ir com meu primo, que já estava morando na Nova Zelândia, para colher kiwis. Foi quando comecei a trabalhar na planta de embalagem da Spraytec com o objetivo de economizar dinheiro para poder fazer essa viagem no final do ano.
Passaram-se dois meses desde meu ingresso na planta quando Lucas Gómez me chamou ao escritório e me contou que tinha surgido uma vaga no escritório em Rosario. Ele mencionou que precisavam de alguém que soubesse falar inglês. Felizmente, eu tinha uma base muito boa, já que meus pais, Ana e Sergio, me colocaram em aulas de in-
glês desde os 10 anos. Graças a isso, aceitei o trabalho sem hesitar.
Naquela mesma tarde, conheci Pablo Lafuente, e duas ou três semanas depois já estava trabalhando no escritório de Rosario com ele e toda a equipe administrativa daquele momento. Com o passar do tempo e a pandemia no meio, trabalhei muito e aprendi com todos. Meu aprendizado foi multidisciplinar: na posição que tinha no suporte comercial, estava em contato com os vendedores, que eram em sua maioria engenheiros agrônomos.
Ao mesmo tempo, também compartilhei espaço com colegas contadoras e administradoras de empresas que com o tempo se tornaram minhas amigas. Então, foi uma grande formação, não só aprendi um pouco de cada uma das áreas, como também desfrutei muito fazendo isso. Tive a oportunidade de continuar crescendo na empresa, de ser convidado a viagens e
de gerenciá-las. Consegui sair para o mundo antes do que tinha imaginado. Enquanto a Spraytec ia crescendo na Argentina, eu ainda tinha internamente esse interesse de ter uma experiência fora do país.
Emigrar para qual lugar?
Comecei a namorar em 2021 e sempre falei com Dore, minha namorada naquela época, que hoje é minha esposa, sobre a ideia de ter uma experiência fora do país. Primeiro, tínhamos pensado em ir para a Austrália porque havia uma filial da Spraytec lá. A empresa talvez tivesse três ou quatro anos de existência, e estava crescendo, por isso acreditávamos que existia uma possibilidade ali.
Depois de vários meses pensando na ideia, discutindo internamente e já mais convencidos de ir, chegou o dia de falar com Pablo e contar a ele sobre nosso interesse. Naquele mesmo dia, Pablo ouviu o que eu tinha a dizer, e disse que ele tinha acabado de voltar da Austrália e que já estava tudo funcionando bem, que não achava que fosse uma
“Consegui sair para o mundo mais cedo do que imaginava. Enquanto a Spraytec crescia na Argentina, eu ainda tinha aquele desejo interior de ter uma experiência no exterior.”

oportunidade tão grande ir para lá.
Ele pensou que havia uma oportunidade maior na Europa, onde a atividade estava começando, que já havia dois funcionários e que precisavam de pessoas que quisessem trabalhar e viver na Bélgica, porque as outras pessoas trabalhavam na Espanha.
Eu achei que seria uma boa ideia, conversamos com Dore e ela também respondeu encantada por esta oportunidade. Foi quase no mesmo dia que aceitamos a proposta. Isso foi em novembro de 2023. A partir desse momento, tive uma participação mais ativa na gestão à distância, trabalhando com a equipe da Espanha. Os meses foram passando e ocorreu a primeira visita à Europa.
Chegou 2024, ano da dobradiça
Em junho de 2024 foi a primeira vez que viajamos para a Europa. Na primeira semana, participamos de uma feira, foi nossa primeira apresentação na localidade de Lippstadt, Alemanha. Era algo totalmente novo para a empresa, a primeira vez da Spraytec em uma feira no norte da Europa. Depois disso, visitamos, viajamos e ficamos uma semana na cidade onde queríamos morar. Conhecemos a cidade de Mechelen e confirmamos que era um lugar para ficar.
Voltamos daquela viagem muito entusiasmados e com uma data de retorno, outubro daquele mesmo ano. Na verdade, depois nos deparamos com algumas barreiras e limitações quanto ao visto. Precisou de um período de

espera de seis meses, e ainda tínhamos mais colegas que vinham e também precisavam. A recomendação era não tirar todos os vistos ao mesmo tempo e isso dava uma limitação de tempo para conseguir ter todos os papéis em ordem. Então, começamos a investigar que outras opções tínhamos, uma delas era obter a cidadania italiana tendo que viver nesse belo país por alguns meses.
Na minha família já havia algumas pessoas que tinham, principalmente primos, então chegou a hora de gerenciar minha cidadania. Encontrei-me com parentes e conheci mais sobre minhas origens. Coletei a documentação necessária e pedi os papéis faltantes da cidade do meu tataravô, no norte da Itália.



Casamento
Com os papéis prontos em setembro-outubro de 2024, estávamos conversando que para ficar na Europa era mais fácil estar casados, portanto, tomamos a decisão, depois de quatro anos de namoro, de nos casarmos! Começamos com a ideia de algo simples, no registro civil e depois uma celebração muito pequena, mas com o passar dos dias, percebemos que queríamos fazer algo mais bonito, mais emotivo e com mais pessoas.
Acabamos organizando uma festa com 180 convidados em um salão de festas. Foi uma das melhores noites de nossas vidas, nos divertimos muito, e celebramos o amor e nosso futuro com nossos entes queridos. Isso foi em dezembro, mês em que também me formei em bacharel em gestão de negócios internacionais. Então, já formado e casado: chegou a hora de dizer adeus à família, amigos e companheiros nos escritórios de Rosario, e arrumar as malas para ir à Itália fazer a cidadania.
Itália
Chegamos no final de janeiro de 2025 para ficar na casa de Franco, nosso “pai” italiano.

Ele estava sempre atento ao que precisávamos, compartilhando conosco seus costumes, sua gentileza e sua maneira de viver a cultura italiana. Nós apreciamos muito essa estadia. Também viajamos um pouco para conhecer o país de nossos antepassados. Depois de quatro meses, eu finalmente obtive a cidadania e com a Itália em nossos corações, estávamos prontos para ir para a Bélgica.
Durante esses meses vivendo na Itália, trabalhamos remotamente para a Spraytec, preparando tudo para que, quando chegasse o momento de nos instalarmos na Bélgica, pudéssemos começar a trabalhar o mais rápido possível.
Bélgica
Hoje estamos vivendo em Malines, ou Mechelen como se diz em holandês, uma cidade de cerca de 100.000 habitantes, que está no norte do país, entre Bruxelas e Antuérpia. É muito pitoresco, arrumado, limpo, seguro e com muita atividade, pelo menos no verão. Já veremos no inverno. Felizmente, estamos acompanhados por uma comunidade argentina nesta região, de fato, graças a eles conhecemos esta cidade.
Encontramos o que nós chamamos de “Embaixada”, que
é uma típica casa europeia de quatro andares. No térreo será o escritório, e nos outros três: a casa, que tem quartos para receber convidados da Spraytec de todo o mundo, e também família e amigos.
É um grande desafio ter chegado a esse país que, apesar de ser tão pequeno, tem três línguas oficiais: francês, holandês e alemão. Aqui, o inglês é fundamental para poder se comunicar, grande parte da população o fala e muito bem.
Família Spraytec
Com muita responsabilidade, aproveitamos esta oportunidade com Roberto e Bruno, membros da equipe da Spraytec Europe, e viajamos pelo norte da Europa em busca de estender o grande trabalho que vem sendo realizado ao redor do mundo. Em poucas semanas, tivemos reuniões muito interessantes, com distribuidores e produtores, com a intenção de conhecer mais sobre nós e os produtos. É um começo emocionante e estimulante no âmbito profissional.
Com projetos, sonhos e mais desejos para cumprir, estou muito feliz de viver essa experiência junto à família Spraytec.
FULLTEC OIL
Como parte de um plano de expansão que já ultrapassa os 45 milhões em nível global, a Spraytec inaugurou sua nova fábrica em Roldán, Santa Fé, Argentina. Localizada no Parque Industrial da cidade, ela incorpora tecnologia de última geração, processos altamente automatizados e uma capacidade produtiva que chega a 5 milhões de litros por ano, que a posiciona como uma das mais modernas do país no segmento de adjuvantes e especialidades para a agricultura.
“Realmente, para uma empresa como a Spraytec, que sai da América Latina e leva seus produtos para o mundo, é uma grande satisfação. Mudamos a maneira de fazer as coisas, como ser mais eficientes, como ser mais produtivos, como alcançar uma produção agrícola economicamente mais rentável”, afirma Pablo Lafuente.
Com mais de 500 milhões de hectares tratados no mundo e participação nos mercados mais importantes de Europa, Estados Unidos, Brasil, Rússia, Ucrânia, Austrália, Turquia e toda a América, isso demonstra o nível de adoção pelos produtores e agricultores.
Os produtos emblemáticos são Fulltec, Fulltec Max, Optimix, Top Zinc e Cubo, produtos que todo o mercado
conhece, aceita e adota. A eles se soma uma nova geração de produtos que vêm da fábrica do Brasil, em Cambé, no estado do Paraná, que são produtos sólidos como Tractus Kit, Tractus Carbono e Tractus Supera.
Fábricas no mundo
Atualmente, a empresa conta com fábricas em todo o mundo, a de Roldán, Rosário, Argentina; a de Cambé, no estado do Paraná, sul do Brasil, e a fábrica de Iowa, nos Estados Unidos. “Como novidade exclusiva, informo que em 6 meses vamos inaugurar a nova fábrica em Perh, Austrália, no Oceano Índico, para a fabricação de produtos que temos lá na Oceania”, afirma Pablo.
Planta de Roldán
Essa planta tem 3.600 m², que somados ao escritório totalizam 4.100 m². É composta por várias áreas, uma de recepção de matéria-prima, o centro de distribuição, dois laboratórios de análise de qualidade, e outro de Pesquisa e Desenvolvimento. Por sua vez, tem a parte de embalagem e a de produção, quatro reatores totalmente automatizados na parte líquida, com capacidade de 7 mil litros cada um.
Além disso, tem um depósito para armazenar o produto acabado antes da embala-
gem. A planta conta com tanques de 20 mil e 30 mil litros de matéria-prima, utilizados para automatizar a produção. Atualmente, conta com três linhas de produção, o que permite produzir 15 mil litros de produto por turno.
Rastreabilidade
Cada produto que chega ao campo tem um lote de rastreabilidade que pode ser monitorado em Roldán para saber qual matéria-prima foi utilizada. Desde a caixa, a tampa, até os insumos utilizados dentro de cada uma das garrafas, tudo é controlado.
Da Argentina para o mundo
Este novo lançamento será produzido apenas aqui, na Argentina, e será distribuído para o resto do mundo. A empresa tem o projeto de construir outro galpão de 2.000 m² para poder ter uma maior quantidade de matéria-prima e produto acabado dentro do centro de distribuição.
Fulltec Oil reúne o melhor de dois mundos, o melhor dos auxiliares e o melhor do óleo, mas com uma formulação absolutamente inovadora, uma formulação EW.
“Não há nenhum produto no mundo que tenha essa formulação e, para nós, é uma grande satisfação que nosso departamento de Pesquisa


e Desenvolvimento, liderado por Lucas Gómez, tenha alcançado esse grande avanço técnico”, diz Pablo Lafuente.
Um produto que tem uma microemulsão que vem diretamente da planta, que ao mesmo tempo corrige a água e diminui a espuma, e tem todos os benefícios do óleo.
Estamos realmente diante de uma nova geração de produtos. O Fulltec Oil tem 40% de óleo e 60% de formulação, com o dobro de
formulação do que o melhor óleo siliconado do mercado, o que oferece uma grande quantidade de benefícios quando aplicado com critério.
Proposta econômica
Os produtos da Spraytec têm um retorno econômico muito alto, muito mais do que 6 para 1, por cada dólar investido são obtidos, no mínimo, US$ 6 de lucro. Isso é o que nossos clientes também valorizam e essa é a nossa força.
A empresa sabe que a chegada do Fulltec Oil e dos produtos sólidos que vêm da fábrica do Brasil farão uma pequena grande revolução no mercado argentino.
A Spraytec promove uma agricultura regenerativa baseada em tecnologias que melhoram a eficiência do uso de insumos, potencializam a biologia do solo e promovem sistemas produtivos mais sustentáveis a longo prazo.
RELATÓRIO
Da agricultura defensiva à agricultura ofensiva
A mudança que a Argentina precisa
Durante muitos anos, a agricultura argentina operou de forma defensiva. Cuidamos dos custos ao extremo, priorizamos a proteção das culturas contra as adversidades, mas esquecemos o mais importante: produzir mais. Nossos rendimentos estão estagnados e isso está nos custando competitividade em relação a países como o Brasil e os Estados Unidos.
Por: ING. Guillermo Alonso
Rendimentos estagnados, solos empobrecidos
Enquanto nossos concorrentes aumentam sua produtividade — e até mesmo sua área plantada, no caso do Brasil —, há anos não crescemos nem em rendimentos nem em superfície. As causas são múltiplas e conhecidas: políticas erráticas, alta pressão tributária, falta de investimento, etc. Mas também há fatores agronômicos próprios que devemos enfrentar com autocrítica.
Devemos ter como objetivo principal aumentar os rendimentos, buscando atingir aqueles que sejam alcançáveis zona por zona.
Podemos continuar culpando as políticas anti-produção, a alta carga tributária, o clima (a série é longa o suficiente para pensar que a culpa é
apenas do La Niña) e a genética (já ficou bem demonstrado que a estagnação também não vem desse lado). Sem dúvida, são a nutrição e o manejo que mais estão ficando para trás.
Um dos problemas mais graves é a falta de reposição de nutrientes (macro, meso e micro). Na maioria dos solos argentinos, os níveis de fósforo são críticos, o nitrogênio e o enxofre apresentam deficiências graves há décadas, agora é preciso acrescentar o K no leste do país e a matéria orgânica (MO) cai a um ritmo alarmante (e com ela todas as propriedades físicas dos solos).
Micronutrientes como zinco, boro, magnésio e cálcio começam a apresentar déficits cada vez mais acentuados e preocupantes. Nesse sentido, os mapas apresentados pelo engenheiro H. Saenz Rosas no último Simpósio da FERTILIZAR foram contundentes. Sabemos o que falta,
mas fazemos pouco ou nada. Apenas 15% dos lotes são analisados, e menos de 20% dessas análises incluem micronutrientes.
Mudanças culturais e técnicas
Há 15 anos, na zona central, os milhos precoces eram plantados com densidades superiores a 85 mil plantas por hectare. Hoje, é difícil encontrar lotes que cheguem a 70 mil. No trigo e na cevada, os rendimentos que no início do século obrigavam a pensar em reguladores de crescimento hoje são uma exceção, reservada a lotes irrigados.
Alugamos campos a 20 qq de soja e os trabalhamos como se fossem de 10 qq. Ajustamos a nutrição em função do Excel. Entramos muito pouco nos lotes após a emergência das culturas. No milho, exceto uma aplicação para fechamento do sulco, os tratamentos com nitrogênio em um V4/V8 são muito pontuais.

Evolução da deficiência de P nos solos da Argentina, fonte Fertilizar

Na soja, a média nacional é de 2,5 aplicações em todo o ciclo, em geral sempre defensivas, não nutricionais. E no trigo ou girassol, a situação é ainda mais crítica.
Não há estratégia de nutrição proativa, equilibrada, nem de estimulação fisiológica. Só reagimos quando aparecem ervas daninhas, alguma praga ou uma doença explosiva.
Olhando para os nossos vizinhos
O caso da cigarrinha do milho dá o que pensar. O Brasil convive com esse problema há anos e responde com 3 ou 4 aplicações planejadas, combinando inseticidas e fungos como Beauveria. Da mesma forma, nos estágios reprodutivos, eles aplicam fungicidas e inseticidas, mas a cada aplicação voltam a aplicar K, Mg, boro ou o que for ne-
cessário. Obviamente, outro bolso, outra realidade, outras necessidades. Na Argentina, essa estratégia parece distante, quase inimitável.
No entanto, também deveríamos aprender com eles no que diz respeito às sementes. O mundo inteiro entendeu que o rendimento começa pela semente. Hoje, um produtor avançado no centro do estado do Paraná pode estar aplicando entre 8 e 10 ativos no tratamento profissional de sementes: nematicidas, fungicidas, inseticidas, micronutrientes, graffito, bioestimulantes, polímeros. Os produtos biológicos (Rizobium, Azospirilum, Bacillus, etc.), por outro lado, são aplicados no sulco de plantio, espalhados com a plantadeira, separados do tratamento químico. Essa prática melhorou os resultados.
Na Argentina, entretanto, continuamos tratando as sementes como há 20 anos.
Por onde começar?
A mudança deve começar pela semente, mas deve continuar durante as fases vegetativas e reprodutivas. Incluir mais aplicações com fins nutricionais, não apenas defensivos. Incorporar culturas de cobertura, diversificar planteios, mais agricultura por ambientes, melhorar a estrutura do solo, etc.
Precisamos conhecer melhor os sistemas radiculares das nossas culturas, metade do jogo acontece lá embaixo e, no entanto, continuamos sem dar a importância que merece (caixa preta). A rizosfera é a própria vida, a saúde e o desenvolvimento da raiz são, sem dúvida, os grandes responsáveis pelo sucesso
Deficiência acentuada de boro no milho

ou fracasso do que acontece lá em cima com a colheita.
Apostar na fitestimulação (devemos trabalhar mais este conceito que abre diferentes vias metabólicas, enzimáticas e hormonais e que ajudam na mitigação dos estresses bióticos e abióticos ao longo de todo o ciclo das culturas), na recuperação do carbono e em práticas que reconstruam a matéria orgânica. Já não basta apenas o plantio direto.
Tecnologias como os drones
podem ser aliados importantes para aplicar em estágios avançados do cultivo, quando é mais necessário encher o grão e agregar qualidade.
O carbono é o futuro
Olhando para o futuro, o carbono será o novo centro da agronomia: capturá-lo, retê-lo e incorporá-lo será essencial para sustentar a produtividade e a saúde do solo. A joia que deve ser reavaliada, porque é e será o termômetro para medir a saúde do solo.

Conclusão
A Argentina tem o conhecimento, a genética e o potencial. Mas se continuarmos trabalhando com uma lógica defensiva, ficaremos cada vez mais para trás. O futuro exige uma agricultura ofensiva, inteligente, estratégica e decidida a produzir mais, melhor e de forma sustentável. Rendimento e sustentabilidade andam de mãos dadas, chegou a hora de pensar neles e desafiá-los juntos.

“Rendimento e sustentabilidade andam de mãos dadas, chegou a hora de pensar neles e desafiá-los juntos”
Pesquisa
Eficiência de tecnologias para controle de doenças na cultura da soja
Culturas durante a safra 2021/2022
OBJECTIVE
Avaliar a eficiência agronômica de diferentes tecnologias para manejo de controle de principais doenças na cultura da soja na safra 2021/2022.
INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E CLIMÁTICAS
Coordenadas Geográficas
• Latitude: 18°16’05.80”S
• Longitude: 47°50’50,77”O
• Altitude: 745 m
Como mostrado no gráfico 1, entre os meses de novembro de 2021 e fevereiro de 2022 tivemos um alto volume de chuvas, com mais de 200 mm por mês. Volume esse superior aos anos anteriores. Já no mês de março houve uma queda no regime de chuvas, mas como a cultivar já estava se aproximando do final do ciclo, não houve in-
terferência no ensaio. As médias de temperaturas foram homogêneas durante todo o ciclo e foi semelhante aos anos anteriores.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na Estação Experimental Cerrado, no município de Ouvidor GO na safra 2021/2022, foi usado um delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições e a unidade experimental com 8 linhas de 6 metros lineares. A cultivar utilizada foi a CZ 37B43 IPRO com a população semeada de 300.000 sementes/ha (15,0 sementes/m), os tratamentos testados estão dispostos na tabela 1.
O trabalho foi implantado no dia 09 de novembro de 2021, e a germinação ocorreu 16 de novembro de 2021, foi realizado aplicação de 120 kg.ha-1 de KCl (60% K2O) distribuídos a lanço em pré-semeadura, 120 kg ha-1 de MAP (11% N, 52 % P2O5) distribuídos na linha de semeadura, quanto aos micronutrientes seguiu-
-se um cronograma de aplicações foliares com o intuito de atender a demanda da cultura. O manejo de plantas daninhas e pragas foi buscando altas produtividades e seguindo o manejo comum da região.
As avaliações realizadas foram incidência e severidade de doenças (anexo I), percentual de desfolha (anexo II), fitotoxicidez e produtividade em kg.ha-1 e sacos.ha-1 e peso de mil grãos (PMG).
Para contrastar, os dados coletados foram analisados estatisticamente através do teste Tukey em nível de 5% usando o Software SASM-Agri (Sistema para Análise e Separação de Médias em Experimentos Agrícolas) Versão 8.2.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Pensando em septoria os dados de incidência e severidade seguem a mesma tendência. Em pré-spray os dados se mostraram homogêneos

Gráfico 1. Volume pluviométrico, umidade relativa do ar e temperatura, dos meses de outubro a março no ensaio Eficiência de tecnologias para a proteção no controle de doenças na cultura da soja na safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Tabela 1. Discriminação dos tratamentos implementados no ensaio Eficiência de tecnologias para a proteção no controle de doenças na cultura da soja na safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas:

*Adição de óleo/adjuvantes de acordo com a bula. DAS = dias após a semeadura.
já aos 52 dias após a semeadura (DAS) foi observado diferença estatística entre os tratamentos. Com a testemunha apresentando os maiores valores de incidência e severidade. Mostrando assim a importância da aplicação no estágio vegetativo na cultura.
A cercosporiose é uma doença bastante comum na região, e que tem causado percas severas de produtividades na cultura da soja. E nesse ensaio podemos observar que nas avaliações
do baixeiro e do terço médio o tratamento 4 se diferencia dos demais, apresentando os menores valores de incidência. Já para severidade esse tratamento se mostrou uma importante alternativa, visto que apresentou os menores valores.
E nas avaliações do terço médio observamos a importância do uso de fungicidas protetores no manejo dessa doença. Já que nas avaliações de 52 e 67 DAS o manejo sem fungicidas protetores,
vinha se mostrado eficiente, mas nas avaliações de 82 DAS a incidência e severidade de cercospora aumentaram consideravelmente. Esse comportamento é comum para essa doença quando o manejo permite a infecção do fungo, que fica em latência e próximo ao fim do ciclo da cultura demostra seus sintomas. Já nos manejos com protetores os sintomas se mantiveram estáveis no fim do ciclo da cultura, conferindo uma incidência e severidade média mais baixas. E ob-
Tabela 2. Avaliação de incidência de Septoria (Septoria glycines) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 11,03%.
Tabela 4. Avaliação de incidência de Cercospora (Cercospora spp.) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 4,69%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 6. Avaliação de incidência de Cercospora (Cercospora spp.) no terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 6,35% DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 8. Avaliação de incidência de Mancha Alvo (Corynespora cassiicola) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 7,1%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 3. Avaliação de severidade de Septoria (Septoria glycines) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 12,01%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 5. Avaliação de severidade de Cercospora (Cercospora spp.) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 5,84%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 7. Avaliação de severidade de Cercospora (Cercospora spp.) no terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 8,14%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 9. Avaliação de severidade de Mancha Alvo (Corynespora cassiicola) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 11,3%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 10. Avaliação de incidência de Mancha Alvo (Corynespora cassiicola) no terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 9,58%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 12. Avaliação de incidência de Míldio (Peronospora manshurica) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferemc estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 4,49%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 14. Avaliação de incidência de Míldio (Peronospora manshurica) no terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 8,54%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 16. Avaliação de incidência e severidade de Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) no baixeiro e terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 11. Avaliação de severidade de Mancha Alvo (Corynespora cassiicola) no terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 13,06%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 13. Avaliação de severidade de Míldio (Peronospora manshurica) no baixeiro, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 9,39%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 15. Avaliação de severidade de Míldio (Peronospora manshurica) no terço médio, realizada no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro e apresentou um CV de 20,8%. DAS = Dias Após Semeadura.
Tabela 17. Avaliação de desfolha em R6, Peso de mil Grão (PMG) e Produtividade (kg.ha-1 e sacos.ha-1) no ensaio Eficiência de Tecnologias Para a Proteção no Controle de Doenças na Cultura da Soja na Safra 2021/2022 conduzido pela Cerrado Pesquisa e Soluções Agronômicas.

Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey em nível de 5% de probabilidade de erro.
Imagem 1. Escala diagramática para avaliação de severidade de míldio em soja causada por (Peronospora manshurica). (Kowata et al. 2008).

Imagem 2. Escala diagramática para avaliação de severidade de mancha alvo em soja causada por (Corynespora cassiicola). (Soares et al. 2009).

Imagem 3. Escala diagramática para avaliação de severidade de DFC’s em soja causada por (Cercospora kikuchii e Septoria glycines). (Martins et al. 2004).

servamos também que para cercorpora a associação de fungicidas, Ultrazeb e Unizeb Gold (tratamento 5) não conferiu maior sanidade de plantas que o uso do fungicida associado a apenas um desses protetores.
A mancha alvo, é outra importante mancha na cultura da soja, e esse ano causou bastante danos na nossa região. E para essa doença fica ainda mais evidente a importância do uso de fungicidas protetores, já que tanto no baixeiro quanto no terço médio o manejo que não contava com protetores apresentou resultados semelhantes a testemunha. Já os manejos com protetores novamente foram mais eficientes, com o T4 se destacando dos demais e a associação de fungicidas, Ultrazeb e Unizeb Gold, não apresentando ganhos de sanidade.
A incidência de Míldio (Peronospora manshurica) foi observada apenas aos 67 DAS e vemos que o uso de fungicidas conferiu maior sanidade a cultura. E como os primeiros sintomas já foram próximo ao fim do ciclo, não houve tanta exposição dos fungicidas protetores a doença. Com isso podemos dizer apenas que se nota uma diferença positiva nos tratamentos em que se trabalhou com fungicidas protetores. Mas que são necessários mais estudos nesse sentido.
Por fim temos a ferrugem asiática, principal doença da cultura da soja e já acometeu muitas perdas em nossa região. Que atualmente em áreas com cultivares de ciclo

precoce e semeadas no início da janela de plantio tem observados sintomas de ferrugem apenas no fim do ciclo da cultura, que muitas vezes não causa perdas de produtividade.
Nesse ensaio não foi diferente, com os primeiros sintomas observados aos 82 DAS, com o tratamento 4 se mostrando o mais eficiente.
Na desfolha, PMG e produtividade vemos novamente a importância dos fungicidas protetores. Onde os manejos com protetores apresentam os menores valores de desfolha e maiores de PMG e produtividade, se destacando dos demais, apresentando diferença estatística. E dentre os manejos com protetores vemos que o manejo 4 foi o
mais eficiente.
Como observado no gráfico 1, nesse ano tivemos altos volumes pluviométricos nos meses de cultivo, com uma distribuição uniforme das chuvas sem apresentar veranico durante a condução desse ensaio. E é de conhecimento comum que produtos à base de mancozeb, que é o caso Unizeb Gold, tem eficiência reduzida em anos como esse, devido a esses produtos não apresentarem ação sistêmica e sofrerem lavagem na folha. E mesmo com essa questão o uso de macozeb se mostrou mais eficiente que o não uso, com respostas positivas de sanidade e produtividade.
Já a associação de fungicidas, Ultrazeb e Unizeb Gold
não se mostrou mais eficiente que o uso de fungicidas associado a apensas um desses protetores. Demandando assim mais estudos sobre a relação desses produtos.
CONCLUSÃO
Foi observado que o uso de fungicidas é indispensável para a cultura da soja, e que o uso de fungicidas protetores se torna indispensável para melhor sanidade de plantas. E essa associação além de respostas na sanidade, trás respostas de produtividade também.
E nesse ensaio foi observado que o uso de fungicidas a Ultrazeb se mostrou como a melhor das alternativas.
Imagem 4. Escala diagramática para avaliação de severidade de Ferrugem asiática em soja causada por (Phakopsora pachyrhizi). (Canteri e Godoy, 2003)

Imagem 5. Escala diagramática para avaliação de severidade de Oídio em soja causada por (Microsphaera diffusa). (Canteri e Godoy, 2003).

Imagem 6. Escala diagramática para avaliação de desfolha de soja em R6. (Canteri et al. 2010).

Relatório
Os novos engenheiros agrónomos: o valor
de saber traduzir dados
A irrupção da inteligência artificial (IA) e das tecnologias digitais ampliou o campo de ação do engenheiro agrónomo. Hoje, o valor não está mais apenas em “conhecer o campo”, mas em traduzir dados de satélites, sensores, robôs ou gêmeos digitais em decisões que melhorem a rentabilidade e a sustentabilidade.
Ing. Agr. Mariano Larrazabal.
Consultor de transformação digital e AgTech no setor agroalimentar
Oagrônomo do século XXI é um tradutor entre a terra e o algoritmo. Um integrador de conhecimento tradicional com inteligência computacional. Um líder capaz de acompanhar os produtores em um processo de inovação constante.
Esses profissionais serão fundamentais para conectar o conhecimento técnico e agrícola com as ferramentas digitais, e liderar a transformação para uma agricultura mais eficiente e sustentável.
A seguir, compartilho um
mapa descritivo com exemplos reais das funções já exigidas por empresas agroalimentares, centros de pesquisa e startups na Europa e na América.
Você encontrará os perfis já exigidos pelas empresas globais de AgTech, o que elas fazem na prática, um exemplo concreto e ofertas de emprego reais publicadas em 2025.
1. Cientista de dados agrícolas (Agri-Data Scientist)
Atividade: converte volumes massivos de imagens de satélite, monitoramento de IoT e registros de campo em algoritmos que preveem rendimentos, detectam anomalias, e otimizam insumos e modelam cenários de irrigação.
São exigidas competências em Python, R, bibliotecas geoespaciais, aprendizagem automática e estatística espacial, plataformas de computação em nuvem orientadas para big data, além da “leitura agronômica” dos dados.
Mercado: portais de emprego citam faixas de 50 mil a 120 mil dólares americanos por ano, dependendo da experiência e localização.
2. Engenheiro/a em visão artificial agrícola
Atividade: projeta e treina redes neurais que reconhecem pragas, ervas daninhas ou estresse hídrico a partir de drones e câmeras acopladas a tratores.
“O verdadeiro valor está em dominar as quatro habilidades que transformam dados em decisões lucrativas para o campo.”

A demanda cresceu devido às licitações europeias de agricultura de precisão e vagas específicas em portais como o LinkedIn Jobs para “Engenheiro de visão computacional de culturas”.
3. Engenheiro/a de gêmeos digitais de explorações
Atividade: integra sensores, SIG e modelos 3D para criar réplicas virtuais de parcelas ou estufas. A função é fundamental para simular “o que aconteceria se” com riscos ou variedades antes de tocar o solo.
Exemplo: o AI Institute for Resilient Agriculture (Iowa State) atualiza gêmeos de milho e sorgo com 80-90 milhões de pontos 3D a cada semana para testar centenas de cenários de manejo.
4. Gerente de IoT rural
Atividade: orquestra redes de sensores (umidade, nutrientes, clima) e gateways de conectividade em áreas com baixa cobertura. Requer conhecimento de protocolos LoRa/5G, manutenção de dispositivos em ambientes adversos e cibersegurança.
Tendência salarial: vagas em empresas como Semios ou Amazon AWS para “Gerente de IoT em agricultura” ultrapassam US$ 180 mil/ano na América do Norte, indicador da crescente demanda global.
5. Analista agronômico-IA
Atividade: perfil ponte. Interpreta os painéis gerados por cientistas de dados, traduz os insights em planos de cultivo e valida no campo. Exige domínio de modelos preditivos, mas também do calendário
agronômico e da economia da exploração.
Valor agregado: traduzir métricas complexas para linguagem operacional e medir o retorno econômico de cada recomendação. (Oferta emergente, sem fonte específica, mas respaldada pelas necessidades descritas nos perfis anteriores).
6. Especialista em blockchain e rastreabilidade agroalimentar
Atividade: projeta “passaportes digitais” que registram cada lote desde o plantio até o lineal, em conformidade com os padrões BRCGS ou IFS, e com os requisitos ESG dos varejistas. Gerencia contratos inteligentes e normas de segurança alimentar.
Mercado: o blockchain agrícola cresce a uma CAGR de 41,9% e passará de US$ 509 milhões (2025) para US$ 8,4 bilhões (2033), impulsionando a demanda por perfis com contratos inteligentes e normas alimentares.
7. Técnico em climaIA / Analista de risco climático
Atividade: cruzar modelos meteorológicos, IA generativa e dados históricos para antecipar impactos climáticos ao nível da parcela ou da cadeia de abastecimento (água, calor extremo, geadas).
Plataforma de referência: a ClimateLens™ oferece resoluções de 1 km e gerencia alertas em mais de 1.000 locais; as suas ofertas dão prioridade a agrónomos com aprendizagem automática e estatística climática.
8. Responsável pela
governança e ética da IA agrícola
Atividade: motivação regulatória. A Lei de IA da UE (em vigor desde agosto de 2024) exige inventário de modelos, classificação de risco e documentação exaustiva; as PMEs agrícolas precisam de um perfil que conduza auditorias, transparência e treinamento interno.
9. Engenheiro de automação robótica de campo
Atividade: integrar visão computacional, Lidar e navegação autônoma em colheitadeiras, pulverizadores ou vibradores de nogueira.
Indicador de demanda: a Bonsai Robotics arrecadou US$ 15 milhões em janeiro de 2025 para escalar máquinas autônomas que reduzem pela metade a mão de obra em amendoeiras e pistacheiros.
10. Agrónomo digital/ especialista em agricultura de precisão
Atividade: integrar dados de drones, sensores IoT e modelos preditivos para projetar prescrições de irrigação, fertilização e manejo.
Exemplo: ajuste da dose de nitrogênio parcela a parcela em um vinhedo usando mapas NDVI e algoritmos de recomendação.
Vaga publicada: agrônomo digital – várias vagas nos EUA e na Europa, remuneração de 37 mil a 240 mil dólares/ano (ZipRecruiter).
11. Agronomo de sensoriamento remoto e geoespacial
Atividade: processa imagens de satélite/LiDAR e gera aná-

lises espaciais para seguros agrícolas, bancos ou grandes explorações.
Exemplo: detecção precoce de murchamento na soja com Sentinel-2 e alertas automáticos para o lote.
Vaga publicada: analista geoespacial (remoto) – New Light Technologies.
12. Arquiteto de soluções de agricultura inteligente para IoT
Atividade: projeta redes de sensores, gateways e plataformas na nuvem que alimentam algoritmos de recomendação agronômica.
Exemplo: sistema de monitoramento da umidade do solo a 5 cm e 30 cm com alertas via aplicativo para citrinos em Valência.
Vaga publicada: líder de sucesso do cliente na Orchard Robotics (São Francisco, híbrido).
13. Engenheiro de
robótica de campo/ especialista em implementação de robôs
Atividade: ajusta, calibra e acompanha a adoção de robôs de capina, pulverização ou colheita autônoma.
Exemplo: implementação de plataformas SwarmFarm para trigo em Queensland, reduzindo as horas de trabalho do trator em 60%.
Vaga publicada: engenheiro de campo – Robótica agrícola (estágio 2025) na Climatebase; expansão da SwarmFarm Robotics cria dezenas de funções técnicas.
14. Especialista em gêmeos digitais e simulação de culturas
Atividade: constrói “gêmeos digitais” de culturas ou estufas que reproduzem em tempo real variáveis fisiológicas e ambientais.
Exemplo: simulação de estresse hídrico em tomates
em um gêmeo digital para otimizar a ventilação e a irrigação.
Vaga publicada: projetos de doutorado e cargos técnicos no AI & Cyber Futures Institute (Austrália) e em universidades dos EUA.
15. Analista de dados de carbono e sustentabilidade
Atividade: modela emissões, sequestro de carbono e gera relatórios para programas de créditos ou ESG.
Exemplo: cálculo ex ante de CO₂-eq para um projeto de agricultura regenerativa em 4 mil ha de soja paraguaia.
Vaga publicada: analista de dados/cientista ambiental na Regrow Ag (remoto); especialista em quantificação de GEE na Terra Global Capital.
16. Gerente de produto de IA – AgTech
Atividade: conduz o ciclo de vida de produtos baseados
em IA (desde a descoberta com produtores até a entrega com equipes de desenvolvimento e ciência de dados).
Exemplo: lançamento de um modelo de recomendação de híbridos de milho em função do microclima.
Vaga publicada: mais de 40 vagas de gerente de produto AgTech (EUA) com salários de 89 mil a 149 mil dólares (Glassdoor).
17. Analista de IA em fenotipagem de plantas
Atividade: captura imagens hiperespectrais ou 3D e treina IA para quantificar características como biomassa ou área foliar.
Exemplo: classificação do estresse por calor em trigos experimentais usando modelos de visão computacional.
Vaga publicada: pesquisador de pós-doutorado em fenômica vegetal (ETH Zurique, Univ. Sydney) e técnico de fenômica nos EUA.
18. AgTech Adoption / Customer Success Lead
Atividade: ponte entre o de-
senvolvedor da tecnologia e o produtor; treina, mede o ROI e garante a renovação do serviço.
Exemplo: programa de incorporação de câmeras de visão artificial para contagem de maçãs no estado de Washington.
Vaga publicada: líder de sucesso do cliente – Orchard Robotics (híbrido).
Longe de ficar obsoleto, o engenheiro agrônomo se torna um arquiteto de dados de campo:
• Curador de conjuntos de dados: garante a veracidade e representatividade das amostras.
• Tradutor tecnológico: explica ao agricultor por que o algoritmo recomenda 12% menos nitrogênio.
• Designer de fluxos operacionais: integra robôs e trabalhadores humanos.
• Gerente ESG – Com IA e gêmeos, quantifica CO₂ e água para auditores.
A IA libera tempo do técnico para se dedicar a decisões
estratégicas e margens de valor agregado (novas culturas, diversificação, mercados de carbono).
O engenheiro agrônomo 4.0 na era da IA
Hoje, ter “IA” no cartão de visita não é suficiente: o verdadeiro valor está em dominar as quatro competências que transformam dados em decisões lucrativas para o campo.
1. Alfabetização de dados
Não se trata apenas de saber usar o Excel: implica depurar, fundir e contextualizar camadas de informação agronômica, climática e econômica, detectando padrões que antes passavam despercebidos.
2. Gestão de plataformas
Desde o CRM agrícola que concentra históricos de parcelas até as APIs de gêmeos digitais que simulam a próxima campanha, o agrônomo deve orquestrar diversas ferramentas para oferecer uma visão única e acionável.
3. Trabalho interdisciplinar


O sucesso exige falar a língua dos desenvolvedores, analistas de negócios e reguladores europeus; coordenar testes de campo, validar modelos e integrar requisitos normativos sem frear a inovação.
4. Formação contínua
Com algoritmos que evoluem mensalmente, a vantagem competitiva reside em aprender rápido: desde IA generativa para agilizar a PAC até novas arquiteturas de sensores que ampliam a cobertura da cultura.
O agrônomo será fundamental não apenas no campo, mas também no projeto das tecnologias que estão por vir. Seu papel será decisivo para que a IA não seja apenas eficiente, mas também justa, sustentável e adaptada à realidade daqueles que trabalham a terra.
Em conjunto, essas habilidades tornam o engenheiro agrônomo o elo que traduz a ciência de dados em práticas agronômicas eficazes e sustentáveis.
Competências-chave que agregam valor
• Ciência de dados e Py-
thon: limpeza de dados, AutoML, visualização.
• Geomática: QGIS, Google Earth Engine, interpretação de índices.
• Conectividade IoT: protocolos LoRa/NB-IoT, edge computing.
• Robótica e mecatrônica: ROS, controle de atuadores, LIDAR.
• Sustentabilidade e ESG: metodologias GHG Protocol, ISO 14064.
• Habilidades “soft”: storytelling com dados, liderança de equipes multidisciplinares, gestão da mudança.
Minha reflexão final
A inteligência artificial deixou de ser uma promessa para se tornar o motor que está redefinindo a produção agrícola. Sua adoção inteligente eleva, ao mesmo tempo, a produtividade, a sustentabilidade e a rentabilidade, garantindo que o setor não apenas sobreviva aos novos desafios, mas também prospere.
Longe de substituir o agrônomo, a IA expande seu raio de ação. O profissional capaz
de conectar a fisiologia das culturas com modelos algorítmicos será quem fará a diferença em um contexto que exige “produzir mais com menos”. Esses perfis híbridos, cientista de dados agrícolas, engenheiro de visão artificial, agrônomo digital, tornam-se a ponte que traduz a complexidade tecnológica em decisões tangíveis na parcela.
A agronomia sempre girou em torno de um equilíbrio delicado entre solo, planta, clima e mercado. Hoje, adicionamos um quinto pilar: os dados. Bem utilizados, eles revelam padrões invisíveis e permitem antecipar riscos com a precisão necessária para gerenciar margens cada vez mais estreitas.
Como consultor especializado em AgTech, vejo nessa evolução uma oportunidade única: honrar nossa essência agronômica levando a ciência do campo para a era digital, sem perder de vista nosso objetivo fundamental: alimentar o mundo de forma justa e sustentável. Quem abraçar esses novos caminhos profissionais não estará renunciando à sua vocação, mas projetando-a para o futuro.


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