Jornal Sporting n.º 4031

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ANDEBOL LEONINO INSPIRA OS MAIS NOVOS

O SONHO NA PALMA DA MÃO

“SE PODEMOS SONHAR, TAMBÉM
PODEMOS TORNAR OS NOSSOS SONHOS REALIDADE”

Os sonhos existem para se tornarem realidade.

E foi com esse despertar para o mundo da imaginação e dos desejos que vários jovens aderiram ao Open Day de andebol do Sporting CP.

Em alguns casos, a iniciativa permitiu um primeiro contacto com a modalidade e noutros foi uma forma de alguns atletas manifestarem o interesse de integrarem os escalões de formação do andebol Leonino, tanto no masculino, como no feminino.

Os constantes êxitos no andebol sénior, e não só, contribuíram para aguçar a curiosidade dos mais novos pela modalidade.

Assim, largas dezenas de crianças viveram um dia diferente e tiveram a oportunidade de conhecer de perto a excelência, a grandeza e o eclectismo do Clube.

Há quem diga que o sucesso começa com um sonho, do sonho para a meta, da meta para a disciplina, da disciplina para a persistência e da persistência para a conquista.

Na verdade, tudo o que um sonho precisa para ser concretizado é de alguém que acredite que ele possa realizar-se.

“Se podemos sonhar, também podemos tornar os nossos sonhos realidade”*, não fosse o Sporting CP fruto do sonho de um Leão que se tornou real.

Walt Disney

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AS MEMÓRIAS DE UMA GERAÇÃO DE REIS DA EUROPA NO HÓQUEI

A 18 DE JUNHO DE 1977, HÁ 48 ANOS, O ‘CINCO MARAVILHA’ LEVOU O SPORTING CP AO TOPO DA EUROPA PELA PRIMEIRA VEZ, MAS NOS ÚLTIMOS ANOS UMA GERAÇÃO DE HOQUISTAS CONSOLIDOU OS LEÕES COMO O EMBLEMA NACIONAL MAIS TITULADO (QUATRO) NA LIGA DOS CAMPEÕES. AGORA QUE QUATRO FIGURAS DECISIVAS DESSE GRUPO ESTÃO DE SAÍDA – ÂNGELO GIRÃO, TONI PÉREZ, MATIAS PLATERO E JOÃO SOUTO – O JORNAL SPORTING RECORDA AS ÚLTIMAS TRÊS LIGAS DOS CAMPEÕES VENCIDAS.

Texto: Xavier Costa

Fotografia: Museu Sporting – Centro de Documentação, João Pedro Morais

2018/2019: EM CASA

PARA VOLTAR AO TRONO EUROPEU, 42 ANOS DEPOIS

Na época anterior, em 2017/2018, o Sporting CP acabara com um longo ‘jejum’ de 30 anos sem ser Campeão Nacional de hóquei em patins. Junto aos experientes Vítor Hugo, Caio, João Pinto e Pedro Gil despontavam Ângelo Girão, Zé Diogo, Matias Platero, Henrique Magalhães, Ferran Font e Toni Pérez. Às ordens do treinador Paulo Freitas, os Leões já jogavam ‘de olhos fechados’ e para a nova época reforçaram-se com as chegadas de ‘Nolito’ Romero e o goleador Raúl Marín. Faltava reencontrar o caminho para a Glória europeia, desbravado na década de 70 por Ramalhete, Rendeiro, Sobrinho, Chana, Livramento e companhia. Finalmente, a espera acabou a 12 de Maio de 2019 e, para abrilhantar ainda mais o momento, deu-se numa memorável final-four em pleno Pavilhão João Rocha – então, à beira dos dois anos de vida.

À fase decisiva desta Liga Europeia – actual WSE Champions League – chegaram os ‘três grandes’ de Portugal e o FC Barcelona, sendo que o Sporting CP teve de ultrapassar os dois rivais nacionais para voltar a levantar o troféu continental, contando com a estimada ajuda do factor casa.

Nas meias-finais, diante do SL Benfica (5-4), o conjunto verde e branco até esteve a vencer por 4-1, mas tudo se resumiu ao último minuto e meio, quando o reforço Romero desfez a igualdade forçada pela reacção encarnada e garantiu a passagem à desejada final. E frente ao FC Porto (2-5), curiosamente, os golos de Toni Pérez – stickada de classe entre as pernas e de costas para a baliza –Vítor Hugo, Ferran Font e Romero também colocaram o Sporting CP a vencer por 4-1, ao intervalo, para gáudio dos Sportinguistas que encheram a casa das modalidades.

Ao brilhantismo da primeira parte seguiu-se mais pragmatismo Leonino e uma forte réplica azul e branca – tal como na meia-final com as águias – só que a baliza dos Leões fechou-se praticamente por completo. O responsável? Girão, com uma exibição heróica, onde entre inúmeras defesas negou três livres directos aos dragões. Gonçalo Alves ainda reduziu para o FC Porto à entrada dos últimos dez minutos, mas nada evitaria a festa em casa – e que festa! Poucos

minutos depois, a confirmação chegou pelo stick de Ferran Font, que em força e cruzado fechou as contas do clássico e soltou os festejos efusivos e toda a emoção no Pavilhão João Rocha. Entre lágrimas dentro e fora da pista e cachecóis ao alto, mais de quatro décadas depois o hóquei em patins verde e branco voltava a sagrar-se Campeão Europeu, e logo em casa. Uma caminhada e uma conquista de sonho. Antes disso, o Sporting CP fora o incontes-

tado primeiro classificado do grupo B (16 pontos em seis jogos) perante a concorrência do HC Liceo (Espanha), HC Forte dei Marmi (Itália), SK Germania Herringen (Alemanha) e, nos quartos-de-final, tinha eliminado os italianos do Amatori Lodi (3-5 em Itália e 8-2 em Lisboa).

2020/2021: NOVA CAMINHADA ENTRE RIVAIS PARA REPETIR O SABOR DA GLÓRIA

Encontrado o caminho para o topo da Europa, o Sporting CP não tardou em voltar a trilhá-lo. Não foi logo na época seguinte, até porque devido à pandemia de COVID-19 a edição de 2019/2020 não se terminou, mas em 2020/2021 os Leões – já com João Souto na equipa - alcançaram um inédito ‘Bi’ Europeu. E curiosamente com um trajecto em tudo similar ao anterior: triunfos sobre o SL Benfica nas ‘meias’ e o FC Porto na final.

No entanto, antes disso houve um formato diferente a ultrapassar em regime de ‘bolha’ no Pavilhão Municipal de Luso, que acolheu toda a competição devido às restrições ainda vigentes – sem público nas bancadas. Num grupo de apenas três emblemas, o Sporting CP até ficou atrás da UD Oliveirense – pela diferença de golos – e só passou como melhor segundo classificado. Foi a primeira prova de um percurso que teria tudo de épico até à Glória.

Seguiu-se então o rival encarnado numa final-four totalmente portuguesa. Depois de reagir a três desvantagens com sucesso e levar o dérbi a prolongamento, a equipa verde e branca só se adiantou no marcador no tempo-extra, mas por duas vezes o SL Benfica respondeu e forçou os penáltis (5-5 a.p.). Então, Alessandro Verona, com dois golos, e Girão entre os postes foram os heróis (1-2 g.p.).

E nova dose de superação foi necessária no jogo de todas as decisões, outra vez frente aos dragões, que até começaram a vencer por 2-0 logo aos cinco minutos. É então que se dá o momento de viragem para uma reviravolta de campeão, mesmo com Ferran Font expulso: Platero reduziu e apareceu Toni

Uma primeira página para a História

Pérez – um dos melhores marcadores desta edição – para, primeiro, empatar e, já no prolongamento, colocar o Sporting CP em vantagem, alargada de seguida por um livre directo de Romero.

Soçobrou o FC Porto, de novo, que já não conseguiu mais do que reduzir para o 3-4 (a.p.) final. E nova festa a verde e branco, em solo português, com o título europeu nas garras dos Leões de Paulo Freitas – uma imagem que se repetiu, um mês depois, mas na final do Campeonato Nacional em pleno Dragão Arena.

2023/2024: UMA ÚLTIMA COROAÇÃO PARA A HISTÓRIA

Nos anos vindouros, o Sporting CP continuou a chegar a várias decisões, mas esteve desavindo com os títulos e apenas conquistou a WSE Continental Cup de 2021/2022. No entanto, os Leões mantiveram o seu espírito inabalável – sempre com o mesmo ‘núcleo duro’ de jogadores – e mostraram que ainda tinham uma última palavra a dizer, quando poucos acreditavam, em 2023/2024, então

sob o comando de Alejandro Domínguez. E o caminho foi exigente desde o início, mas carácter é coisa que nunca faltou a esta equipa. Superado, em segundo lugar, o ‘grupo da morte’ com o rival SL Benfica e os catalães Reus Deportiu e CP Calafell, o conjunto verde e branco deu a definitiva demonstração de força ao eliminar o poderoso FC Barcelona

nos quartos-de-final. Depois de um histórico 4-1 no Pavilhão João Rocha, um jogo de incerteza acabou numa derrota doce por 5-4, no Palau Blaugrana, e serviu para rumar a mais uma final-four ‘à portuguesa’. Mais uma vez, os Leões vestiram a pele de ‘carrascos’ e, com nervos de aço, bateram o FC Porto por 6-5 numas ‘meias’ dispu-

tadas em plena cidade Invicta, no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, palco das decisões. E de regresso a uma final da Liga dos Campeões, o Sporting CP fez o que melhor sabia.

Frente a uma valorosa UD Oliveirense que obrigou os Leões a saber sofrer, ‘Nolito’ marcou para uma madrugadora vantagem que durou até aos últimos 15 minutos que tudo decidiram, resolvidos pela consistência defensiva e a eficácia na bola parada. Assim, Lucas Martínez fez o empate aos 35’ e, assim, João Souto resgatou a vitória e a conquista para o lado verde e branco aos 38’ (2-1). A emoção de todo o grupo tomou conta da pista e dos festejos e, pela noite dentro, a festa ainda se estendeu ao Pavilhão João Rocha, que se inundou de Sportinguistas para aguardar e saudar os seus heróis. Tinha sido a 12 de Maio (de 2019) que se recomeçou a escrever a história europeia do hóquei verde e branco e foi a 12 de Maio (de 2024) que uma boa parte dessa mesma geração a concluiu com as mesmas letras: três conquistas em cinco edições. Fecha-se um ciclo que tanto deu ao palmarés e à História do Sporting CP, ficam as memórias de uma geração para sempre especial, com particular ‘queda’ para reinar na Europa.

João Souto foi o herói no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota
‘Bis’ de Toni Pérez na final de 2020/2021 encaminhou revalidação do título europeu

OPEN DAY DE ANDEBOL ATRAIU MAIS DE MEIA CENTENA DE JOVENS

CERCA DE 70 RAPAZES E RAPARIGAS, ADERIRAM À INICIATIVA DO SPORTING CP, ENVOLTA NUM AMBIENTE DE GRANDE ENTUSIASMO.

Texto: Nuno Miguel Simas

Fotografias: Isabel Silva

Impressionou só de ver. Várias dezenas de jovens, entre rapazes e raparigas, tiraram o último sábado de manhã – muitos deles já de férias escolares – para se deslocarem ao Pavilhão Multidesportivo do Sporting Clube de Portugal – onde desde bem cedo – sensivelmente às 9h00 da manhã- foram prestar provas, ou para não dar tanto enfâse de pressão – dar a conhecer as habilidades que já mostram no andebol.

Um número impressionante de ‘candidatos’ que daria para formar à volta de dez equipas, só de aspirantes a andebolistas que não pertencem ao Sporting CP encheu de alegria e vivacidade o Pavilhão João Rocha, vários deles além de observados pelos treinadores do Clube, seguidos com olhar orgulhoso dos pais.

O sonho que os movia era, no geral o mesmo: passarem a integrar os escalões de formação do Sporting CP, embora outro grande propósito os tivesse atraído para o Open Day – com bom sentido autocrítico –, tentarem perceber em que nível de atributos andebolísticos estão e se esse nível poderia estar ajustado à exigência de qualidade do andebol do Sporting CP, que em duas temporadas foi Campeão Nacional de sub-20, sub-18 e sub16 em masculino – enquanto no feminino, as equipas do Clube crescem em qualidade e quantidade a olhos vistos – já com equipas de sub-14 e sub-16 e a partir da nova temporada, um plantel de sub-18.

PARA VÁRIAS

IDADES E PARA OS DOIS GÉNEROS

O Open Day saldou-se por um enorme êxito, tal a adesão à iniciativa, que em vários casos permitiu um primeiro contacto com a

modalidade e que noutros, foi uma forma de alguns atletas manifestarem o interesse de integrarem os escalões de formação do andebol Leonino, tanto no masculino, como no feminino.

Em declarações aos meios de

comunicação do Clube, Amadeu Correia, coordenador da formação de andebol do Sporting CP, sintetizou o Open Day como um sucesso e não escondeu a satisfação pela afluência a este dia especial. “Estamos muito contentes.

Criámos a iniciativa precisamente com a expectativa de que pudesse haver uma adesão muito grande e verificou-se dentro dos dois enquadramentos que fizemos: um para masculinos e um segundo grupo virado para o feminino, que tem tido um crescimento muito grande e que é um projecto que nós temos vindo a construir de base, masculino e feminino, em que as equipas são mistas. O nosso maior foco na formação é formar atletas que no futuro possam ter um crescimento de formação no Clube e, quem sabe, jogar no Sporting CP. É para isso que trabalhamos e ver tantos meninos de tão tenra idade, deixa-nos muito satisfeitos”, salientou. Diogo Jesus, treinador da formação de andebol do Sporting CP, também sublinhou a excelente adesão ao Open Day: “Tivemos muita adesão. Há miúdos desde as idades mais baixas até aos sub14, acima de tudo os miúdos divertiram-se, empenharam-se nas tarefas e esse foi um dos principais objectivos desta actividade”. O reconhecimento da enorme capacidade da equipa sénior de andebol do Sporting CP funciona como chamariz para muitos jovens atletas e é um isco capaz de ajudar a ‘pescar’ mais atletas para a formação, reconheceu Amadeu Correia.

Do lado dos mais jovens, rapazes e raparigas, o nome do Sporting CP e os sucessos constantes no andebol contribuíram para aguçar a curiosidade dos mais novos. Amadeu Correia sublinhou o efeito catalisador da equipa sénior.

A INSPIRAÇÃO DOS SENIORES MASCULINOS

“Fora deste contexto do Open Day, eu costumo dizer que o meu trabalho enquanto coordenador da formação é muito facilitado, porque o que foi construído, em primeiro lugar sonhado pelo Carlos Carneiro [coordenador do andebol] e a forma como o Ricardo Costa e o Ricardo Candeias [treinador principal e treinador-adjunto] facilitam este desenvolvimento da modalidade, tornam tudo muito mais sim-

O Open Day juntou várias dezenas de jovens no Pavilhão Multidesportivo

ples. Sim, é verdade, fomentamos que os nossos meninos assistam aos jogos da equipa sénior, vemos que a cada jogo a que vão assistir se identificam mais com a equipa, os resultados que existem – um bitriplete é uma coisa extraordinária – ajuda muito no desenvolvimento da modalidade, ajuda muito a identificar-se com a modalidade e cada vez temos temos mais meninos a querer praticar. Opinião partilhada por Diogo Jesus: “Sinto isso a cada dia. Os resultados da equipa principal, principalmente na EHF Champions League, têm levado a um ‘boom’, vêem-se muitas crianças nos pavilhões com camisolas do Sporting CP e essa adesão tem passado para os escalões de formação. Se calhar, hoje é um sinal desse crescimento, tanto do andebol, como da nossa equipa”.

EXPERIMENTAR E QUEM SABE, FICAR

Entre os miúdos, o nome Sporting CP atraiu as presenças no sábado e a vontade de seguirem ídolos como Francisco Costa, apontado por vários como um jogador a seguir. Tão ou mais importante, foi o desejo de experienciarem de perto o que é o Sporting CP.

Tomás Martins, de 12 anos, atleta federado, justificou a opção de experimentar o Sporting CP:

“Vim, em primeiro lugar, porque o Sporting CP é o meu clube, acho que é sempre bom jogar no clube de que gostamos e também porque o meu amigo Vasco veio e eu aproveitei para vir. Gostei de ver jogadores que já defrontei e da forma como este dia foi organizado”.

Rafael Barros, de 11 anos, que já pratica natação no Sporting CP, quis conhecer mais um desporto no Clube.: “Gostei muito de conhecer pessoas novas e de jogar com elas. É importante conhecer outras pessoas e fazer novas amizades. Gosto de vários desportos, como futebol, futsal, andebol e basquetebol e sempre quis vir cá. Gostei da experiência”.

Tomás Carreira, que já joga andebol no Sporting CP e participou no Open Day, ficou feliz por o Clube continuar a abrir portas a novos atletas: “Gostei muito de fazer novas amizades”, explicando o que mais tem aprendido e registado no Sporting CP: “O jogo em equipa”. Vasco Ribeiro de 12 anos, quis conhecer o Sporting CP mais a fundo, através do andebol e deu a manhã de sábado como muito bem empregue: “Sou Sportinguista e como gosto muito de andebol, que comecei a experimentar desde o segundo ano, aproveitei para vir aqui treinar e jogar e foi uma bela iniciativa”, elogiou, numa opinião que teve mais apoiantes: “Pareceume uma boa ideia vir treinar ao

eu gosto disso. No plantel principal, o meu jogador favorito é o Kiko Costa, mas o Sporting CP tem jogadores de nível mundial”, opinião acompanhada por Miguel Ferreira, de 13 anos: “O meu professor de Educação Física disse-me que eu era bom no andebol e deu-me uma hipótese de vir aqui treinar. O Sporting CP tem uma equipa muito boa, principalmente no controlo de bola e na agressividade e gostava de voltar. Gostei muito dos jogos de andebol, agressivos, essa é a parte de que gosto mais”.

UM DIA DIFERENTE TAMBÉM NO FEMININO

Sporting CP. Quis vir experimentar porque o Sporting CP é um clube muito grande, quis ver como era o ambiente aqui dentro e ter a pressão de jogar num clube grande. Os treinadores são bons e tenho aprendido coisas que não imaginava. A competição puxa por nós e

Do lado feminino, curiosidade misturada com expectativa e vontade de impressionar eram denominadores comuns às atletas aspirantes a andebolistas que participaram no Open Day, como foi o caso de Matilde Nunes, de 16 anos. “Quis vir aqui ao Sporting CP porque sempre gostei muito de andebol, nunca estive num clube, mas sempre joguei no desporto escolar e gosto muito de desporto. Quis também conhecer pessoas novas e melhorar as minhas capacidades no andebol. Com a ajuda dos treinadores acho que vou melhorar o meu andebol e, com sorte, entrar na equipa”, referiu. Madalena Lourenço, de 16 anos,

também não hesitou em experimentar o Open Day no Sporting CP. “Sinto que o Sporting CP é uma experiência, pode abrir-me muitas portas para um futuro próximo e sinto que posso evoluir mais e mais. Desperta-me a curiosidade de o Sporting CP abrir portas, é um clube mundialmente conhecido e quem sabe, jogar a nível mundial”, apontando a equipa masculina Leonina como uma referência: “A equipa sénior é uma grande equipa, tem um colectivo muito especial, são bastante unidos. O meu jogador favorito é o Pedro Portela”, salientou. Laura Relvas, que já pertence ao quadro de jogadoras do Sporting CP e que tem 14 anos, viveu com satisfação a iniciativa do Open Day do Clube. “Fico feliz, porque o Sporting CP não tinha andebol feminino há dois anos e vejo uma boa evolução na modalidade”, complementando com a sensação que o Sporting CP motiva nas jovens atletas: “Se continuarmos, quem sabe teremos uma equipa sénior e, quem sabe, chegará onde a equipa sénior masculina chegou. Estou a gostar de ver o andebol feminino no Clube e sinto que vamos chegar longe com isto”. Por fim, as mais jovens, as irmãs Maria Inês Romão e Maria Madalena Romão, de sete e cinco anos, falaram da iniciativa com a inocência própria das crianças: “O que gosto mais é de poder correr e de conhecer outras amigas”, disseram.

Jovens viveram de perto como é jogar andebol no Sporting CP e criaram novas amizades
Treinadores do Clube acompanharam sempre as crianças

FUTEBOL FORMAÇÃO SUB-17

DESPEDIDA DA ÉPOCA COM VITÓRIA

TRIUNFO DOS SUB-17 DO SPORTING CP FRENTE AO LEIXÕES SC POR 2-1 NA ÚLTIMA JORNADA DA FASE FINAL DO CAMPEONATO.

Texto: Nuno Miguel Simas Fotografia: Isabel Silva

A equipa sub-17 do Sporting Clube de Portugal venceu, no último sábado, o Leixões SC por 2-1, na 18.ª e última jornada da fase final do Campeonato do escalão.

Uma despedida da época com uma vitória da formação de Pedro Pontes, que assim termina a prova no 4.º lugar, numa partida em que a equipa verde e branca conseguiu uma reviravolta, pois esteve a perder já na segunda parte e na entrada para os últimos 15 minutos, com uma muito boa capacidade de reagir às incidências do jogo.

À entrada dos dez minutos, José Mendes, servido por José Garrafa, puxou para o pé direito e desferiu um remate potente, para grande defesa de Martim Macedo, no primeiro momento de perigo dos comandados de Pedro Pontes.

Aos 14 minutos, Tiago Silva ganhou espaços entre os defesas Leoninos e rematou de pé esquerdo para

14.06.2025

Campeonato Nacional

Ap. Campeão – 18.ª jornada

Estádio Aurélio Pereira

SPORTING CP LEIXÕES SC

2 1

0-0 ao intervalo

Duarte Correia (76’), Manuel Lamúria (89’)

David Moreira (70’)

Sporting CP: William Lodmell [GR], André Machado (João Valente, 86’), Sandro Gamboa, Santiago Fernandes, Duarte Correia, Leonardo Tavares (Estefânio Ruben, 66’), José Garrafa, Simão Soares [C] (Paulo Simão, 77’), José Mendes, Brandão Batista (Manuel Lamúria, 77’), Duarte Rosa (Cléusio Garrafa, 86’).

Treinador: Pedro Pontes. Disciplina: cartão amarelo para Santiago Fernandes (61’) e Duarte Correia (86’).

defesa de William Lodmell, na resposta do Leixões SC, uma equipa afoita e que procurou ao máximo dividir o encontro com os verdes e brancos.

Aos 16 minutos e com o Sporting CP mais balanceado no ataque, José Garrafa, servido por André Machado, puxou para o pé esquerdo e atirou um pouco por cima.

Aos 20’, Tiago Silva voltou a ter uma acção importante na área, com o remate a sair à figura de William Lodmell, numa fase com iniciativas dos dois lados e vontade de golos nos pés dos futebolistas de ambas as equipas.

Essa parada e resposta prosseguiu pela primeira parte fora e aos 32’, José Mendes, solicitado na direita, teve um remate enrolado, que saiu ao lado da baliza da formação de Matosinhos.

Aos 36’, um bom trabalho de David Moreira na direita culminou em remate, cortado por um defesa Leonino.

Perto do final da primeira parte, William Lodmell fez uma defesa por instinto em remate na área e evitou o golo do Leixões SC, para um resultado de 0-0 ao intervalo. No segundo tempo, o ascendente Leonino foi mais claro. Aos 48’, Duarte Rosa cabeceou um bom cruzamento na direita, mas a bola saiu ao lado.

Entre os 54’ e os 55’, duas grandes oportunidades do Sporting CP, com Duarte Rosa a ter um remate muito intencional, mas ao lado e no lance a seguir, José Garrafa a visou a baliza da equipa do Leixões SC, com um remate em arco, mas à trave.

Aos 65’, Leonardo Tavares teve um remate estrondoso à trave, de fora da área e na recarga, Duarte Rosa cabeceou para dentro da baliza, mas foi assinalada irregularidade ao avançado Leonino, por posição

de fora de jogo.

Aos 70’, depois de uma boa jogada colectiva, o Leixões SC inaugurou o marcador, por David Moreira, num bom remate descaído para a direita, fora do alcance de William Lodmell, num golo contra a corrente de jogo. A resposta do Sporting CP não tardou muito. Aos 76’, a equipa Leonina empatou, num remate atrás da linha de meio-campo de

Duarte Correia, que o guarda-redes do Leixões SC (adiantado na baliza) não agarrou. A bola encaminhou-se para o fundo das redes e a equipa Leonina fez o 1-1.

Aos 87’, Sandro Gamboa, num excelente envolvimento na esquerda a partir de uma bola parada, cabeceou ao poste e no lance a seguir, Estefânio Ruben rematou ao lado, com um corte providencial pelo meio de um jogador dos visitantes.

No seguimento do pontapé de canto, Manuel Lamúria, entrado na segunda parte para intensificar o pressing Leonino perto da área dos visitantes, saltou mais alto do que toda a gente e fez o 2-1, aos 89’, um justo prémio para a superior capacidade da equipa de Pedro Pontes, num jogo com réplica muito valorosa e aguerrida da também qualificada equipa do Leixões SC.

PEDRO PONTES: “DOIS GOLOS FOI UM RESULTADO CURTO PARA A

NOSSA EXIBIÇÃO”

No final da última partida da temporada, o treinador da equipa do Sporting CP, Pedro Pontes, fez a análise do jogo para os meios de comunicação do Clube. “Era um jogo que nós sabíamos que seria difícil até pelo momento das duas equipas, que o Leixões SC viria desinibido, sem qualquer tipo de pressão e que isso equilibraria a partida. O jogo acabou por ser equilibrado em momentos distintos. Sobretudo nos momentos de transição eles foram capazes de nos ameaçar e nós com algumas dificuldades em travar isso. Ao nível do controlo de jogo, acabámos por ter muito jogo instalado no meio-campo do adversário, fomos criando espaços, sobretudo por fora com o adversário a fechar muito naquilo que era o espaço interior e isso fez com que tivéssemos um número muito elevado de cruzamentos e um número elevado de remates. Dois golos foi um resultado curto para aquilo que foi a nossa exibição”, salientou. Sobre a temporada dos sub-17 Leoninos, referiu: “Foram onze meses de trabalho em que eles conseguiram estar ao nível de representar um clube como o Sporting CP, com dignidade. Nem sempre ganhámos, mas tivemos sempre a atitude certa naquilo que era a competitividade do jogo. Tivemos momentos muito bons, tivemos momentos menos bons, há que aprender com os menos bons e continuar a trabalhar naquilo que foram os nossos melhores momentos”.

O treinador salientou ainda as marcam alcançadas: “Tivemos a utilização de 50 jogadores nesta equipa, entre sub-17, sub-16 e sub-15, desses 50 jogadores, dez jogaram também em escalão acima, sub-19 e tivemos ainda a felicidade de termos dois jogadores sub-17 a jogar a UEFA Youth League o que nos deixa orgulhosos e transporta o que foi o trabalho da equipa. Não estamos satisfeitos com o resultado final, porque queremos sempre vencer, mas estamos muito satisfeitos e muito orgulhosos com estes jogadores, porque de certeza que o futuro deles no Sporting CP será promissor e eu, enquanto treinador, estou muito satisfeito e orgulhoso com a época que estes jogadores fizeram”.

Sporting CP e Leixões SC protagonizaram um jogo com emoção até ao fim e que terminou com vitória Leonina por 2-1

FUTEBOL FORMAÇÃO SUB-15

SUB-15 TERMINAM CAMPEONATO NO SEGUNDO LUGAR

VITÓRIA DO SPORTING

CP FRENTE AO FC PORTO POR 3-1 COM EXCELENTE EXIBIÇÃO DO CONJUNTO DE ANTÓNIO CRUZ.

Texto: Nuno Miguel Simas

Fotografia: Isabel Silva

A equipa sub-15 do Sporting Clube de Portugal terminou a fase de atribuição do título de campeão nacional no segundo lugar, após vencer o FC Porto por 3-1, na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, na 18.ª e última jornada da prova, em jogo realizado no último domingo.

O Sporting CP entrou acutilante e Martim Ribeiro rematou à figura do guarda-redes do FC Porto logo aos dois minutos. Os dragões responderam de imediato e tiveram um cruzamento perigoso na esquerda, sem resposta na área.   Uma grande abertura de Samuel Tavares (muito boa exibição do defesa central Leonino) a lançar Eliabe Alves acabou no golo inau-

gural da partida. O cruzamento do lateral encontrou Tiago Caires, que na tentativa de aliviar a bola que ia na direcção de Martim Ribeiro, desviou para a própria baliza, com dez minutos de jogo.

Na resposta, Gonçalo Santos rematou à entrada da área para defesa de Afonso Guerra, num jogo animado e com vontade atacante de ambas as equipas.

Aos 17’, Martim Ribeiro arrancou na direita depois de bom lance individual, mas o remate a sair ao lado da baliza do FC Porto. Os dragões nunca desistiram e obrigaram Afonso Guerra a boa defesa, aos 23 minutos.

Aos 29’, Diego Farinha (médio com muito bom toque de bola) flectiu bem da direita para o meio e rematou de pé esquerdo para defesa difícil do guarda-redes do

FC Porto. Aos 34’, Gonçalo Santos teve espaço na área, com o remate de pé esquerdo do jogador do FC Porto a sair por cima da trave e aos 37 minutos, em nova acção do FC Porto, Afonso Guerra fez uma grande defesa a remate de fora da área de um jogador portista. Sobre o intervalo, um magnífico lance colectivo do Sporting CP resultou no 2-0, marcado por Leonardo Damião que após boa posse de bola Leonina, ganhou espaço na zona central e atirou colocado, de pé esquerdo, para aumentar a vantagem da equipa orientada por António Cruz. Um golo que foi um tratado de bem jogar futebol.

No final dos primeiros 40 minutos, o Sporting CP estava na frente por 2-0, num jogo com vários momentos de qualidade de ambas

as equipas e com fases de domínio repartido, embora no global o Sporting CP tivesse sido superior.

Na segunda parte, o Sporting CP acentuou a superioridade, com muitos bons pormenores técnicos e uma engrenagem colectiva bem oleada. Aos 57’, uma grande arrancada de Martim Ribeiro só terminou num remate de pé esquerdo à figura do guarda-redes do FC Porto.

A segunda parte foi de total ascendente do Sporting CP e aos 67’, os jovens Leões fizeram o 3-0, pelo recém-entrado Diogo Djabi, em remate colocadíssimo de pé esquerdo, após bom trabalho e assistência de Leonardo Damião.

O FC Porto fez notar-se no ataque nos segundos 40 minutos mais na parte final do desafio, num remate de Tiago Caires, aos 75’, à queima, para boa defesa de Afonso Guerra e depois, com o golo de Kevin Cá, aos 80’, de pé direito.

Triunfo justíssimo dos sub-15 do Sporting CP no clássico frente ao FC Porto, por 3-1, numa exibição com vários apontamentos muito promissores para o futuro do conjunto verde e branco.

15.06.2025

Campeonato Nacional Ap. Campeão – 18.ª jornada Estádio Aurélio Pereira

2-0 ao intervalo

Tiago Caires (AG 10’), Leonardo Damião (40’), Diogo Djabi (67’)

Sporting CP: Afonso Guerra [GR], Martim Baptista, Reisson Batista, Samuel Tavares, Eliabe Alves (Rodrigo Relvas, 58’), António Santos, Leonardo Damião (Rodrigo Mendes, 71’), Victor Bastianele [C], Martim Ribeiro, Diego Farinha (Diego Moreira, 72’), Martim Martins (Diogo Djabi, 64’).

Treinador: António Cruz. Disciplina: cartão amarelo para Leonado Damião (45’), Eliabe Alves (54’) e Martim Ribeiro (70’).

ANTÓNIO CRUZ: “A VITÓRIA É TOTALMENTE JUSTA”

Após o triunfo dos sub-15, António Cruz fez a leitura do jogo aos meios de comunicação do Clube. “Acabámos por fazer um bom jogo, a apresentar muita qualidade, um nível de concentração também bastante elevado e um compromisso do princípio ao fim. A primeira parte foi algo disputada, entrámos bem, mas no final da mesma sofremos um bocadinho e acabámos por marcar o 2-0 numa altura em que o adversário até estava por cima. Alterámos algumas coisas ao intervalo e a nossa segunda parte foi melhor do que a primeira. A vitória é totalmente justa”, referiu.

O técnico da equipa sub-15 do Sporting CP entende que a segunda parte permitiu corrigir questões de pormenor que vinham do primeiro tempo: “O nosso ajuste ao intervalo permitiu fazer um encaixe táctico mais rápido, isso fez aumentar o nosso domínio e pisarmos mais terrenos ofensivos, fazer mais remates e isso vê-se no resultado”.

O técnico elogiou ainda a concentração defensiva da equipa do Sporting CP neste clássico frente ao FC Porto: “Principalmente os defesas também evoluíram muito ao longo da temporada. Eram jogadores que jogavam bem, mas faltava-lhes um pouco de agressividade e concentração. A evolução, principalmente dos nossos defesas centrais, é bastante notória e acabam por sofrer o golo por desgaste físico”.

No balanço geral da temporada, António Cruz fez a análise. “Foi uma temporada muito desgastante, mas com uma evolução incrível. Foram muitos jogos, estreámos cerca de 30 jogadores neste Nacional de iniciados, muitos torneios, triplicámos o número de jogadores na Selecção Nacional desde a primeira convocatória para a última e acaba por ser uma época que orgulha o Sporting CP, principalmente no modelo centrado no jogador e em que potenciámos muito os nossos sub-15”, finalizou.

Os festejos do segundo golo do Sporting CP marcado por Leonardo Damião, num lance espectacular dos jovens Leões treinados por António Cruz
Kevin Cá (80’)

FUTEBOL FORMAÇÃO INICIATIVAS

CRESCER DENTRO, MAS TAMBÉM FORA DOS RELVADOS

PROGRAMA EPIC É INICIATIVA PARA DESENVOLVER APTIDÕES DOS JOVENS FUTEBOLISTAS RESIDENTES NA ACADEMIA EM AMBIENTE CAPAZ DE PROMOVER A FLEXIBILIDADE PSICOLÓGICA.

Texto: Nuno Miguel Simas

Fotografia: Isabel Silva

No âmbito do programa EPIC, iniciativa do Gabinete de Psicologia do Sporting Clube de Portugal, os atletas residentes na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, reuniram-se todas as segundas-feiras para uma actividade lúdica diferente do habitual de forma a promover diversas competências sociais e humanas.

“O programa EPIC, (Evoluir, Prosperar, Imaginar e Construir) faz parte do programa que nós realizamos nas segundas-feiras à noite para os atletas residentes, de modo que tenham uma noite diferente, sem competição, uma noite sem treinos e o nosso grande objectivo, para além da diversão, é também promover a flexibilidade psicológica, promovendo assim o bem-estar e a evolução do desempenho dos atletas”, explicou Margarida Henriques, psicóloga de futebol formação, aos meios de comunicação do Clube. Uma das últimas acções que fechou a temporada 2024/2025 foi uma ‘incursão’ pelo mundo virtual, mais uma forma de fortalecer o grupo e de comunicar melhor. “O nosso objectivo neste final de época é trazê-los [jogadores] para fazerem algo de diferente, fora da Academia. No programa EPIC trabalhamos muito competências associadas à comunicação, trabalho em equipa, resolução de problemas e nesta actividade, também tivemos um pouco destes tópicos, o que foi espectacular. Os jogadores que vieram a esta actividade tiveram compromisso, empenho, na realização das reflexões no nosso programa, o que faz com que estejam aqui, porque tiveram esse mérito”, complementou Margarida Henriques.

Simão Margato, jogador sub-14, ficou bastante agradado por participar na actividade. “Tivemos uma

experiência de realidade virtual, foi muito divertido. Trabalhámos muito a nossa união. É muito importante até para os jogos, estarmos nestas zonas lúdicas ajuda-nos a estarmos mais unidos e mais preparados para comunicar e agir juntos. Já estamos todos os dias juntos, mas é mais uma oportunidade de estarmos todos juntos, estes momentos deixam-nos mais unidos e são muito divertidos”.

O EPIC também promove competição, mas sobretudo trabalho de equipa e estratégias em grupo, muito válidas para situações de jogo futuras. O balanço não podia ter sido mais positivo. “Gostei desta actividade, porque saímos da Academia, onde passamos muito tempo, entre treinos, sala de estudo e escola. Aqui podemos re-

laxar nestes momentos”, referiu, acrescentando o propósito desta iniciativa em mundo virtual: “Trabalhámos a concentração, o foco, de onde vinham os bichos, comunicar para estarmos mais ligados ao jogo e foi um bom momento para nos unirmos”, afirmou Frederico Gonçalves, jogador sub14 do Sporting CP.

Recriar em ambiente mais descontraído os desafios de um jogo de futebol para ajudar a consolidar os laços que fazem as equipas mais fortes, assim se traduziu mais uma iniciativa do programa EPIC, que visa ajudar os jovens atletas a estarem cada vez mais preparados, não apenas dentro, mas também fora do campo, com os valores sociais e humanos fomentados pelo Sporting Clube de Portugal.

Programa EPIC levou jovens da formação de futebol do Sporting CP a um ambiente de realidade virtual para ajudar a desenvolver valores de equipa num contexto diferente dos relvados
Experiência no mundo dos jogos virtuais foi vivida com entusiasmo pelos jovens da formação do Sporting CP

ÂNGELO GIRÃO

“O QUE CONSTRUÍMOS NESTE CLUBE É O MEU MAIOR MOTIVO DE ORGULHO”

DURANTE MAIS DE UMA DÉCADA, ÂNGELO GIRÃO FOI O DONO DA BALIZA DA EQUIPA DE HÓQUEI EM PATINS DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL. CAPITÃO, UMA VOZ DE LIDERANÇA DENTRO E FORA DA PISTA, TORNOU-SE FIGURA INCONTORNÁVEL DO HÓQUEI PORTUGUÊS E DO CLUBE. AGORA, AOS 35 ANOS, PENDURA OS PATINS. EM ENTREVISTA À SPORTING TV, COM UMA HONESTIDADE DESARMANTE, ÂNGELO GIRÃO REVISITA OS ANOS DE VERDE E BRANCO, AS CONQUISTAS, OS ERROS… E OS LAÇOS QUE SÓ O HÓQUEI FOI CAPAZ DE CRIAR.

Texto: Filipa Santos Lopes, Tiago Labreca

Fotografia: Frederico Ferreira, João Pedro Morais

Falar de hóquei em patins em Portugal e no Sporting Clube de Portugal tem sido sinónimo de falar de Ângelo Girão. Um livro feito de conquistas, de grandes jogos ao serviço do Clube e da Selecção. Hoje, não dizemos adeus, mas sim até já – pelo menos no que ao rinque diz respeito. Ângelo, conhecerá certamente a frase “não chore porque acabou, sorria porque aconteceu”. Já con segue sorrir mais do que chorar? (Emociona-se) Está a ser muito difícil. (Pausa) Foi muito bonito. Foram anos incríveis. Não só aqui no Sporting CP, mas também na Selecção. Levo amigos para a vida, pessoas de quem gosto muito — jogadores, staff, adeptos. Levo muitos momentos, muitas histórias para contar. Mas não consigo neste momento ser racional e pensar que isto terminou. Está a ser duro.

Este foi um livro que começou a escrever muito cedo. Ainda andava no Vigorosa, a jogar com o seu irmão e com o seu pai a ver. Esse menino acreditava que podia

escrever tantas páginas de ouro na modalidade? Quando comecei no Vigorosa queria ser igual ao meu irmão. Foi por causa disso que fui para a baliza. Nem sequer podia imaginar que algum dia pudesse ser jogador profissional. Ao longo do tempo, as coisas foram acontecendo. Tive muita sorte. Houve muitas pessoas que acreditaram em mim ao longo dos anos, até aqui chegar. Claro que houve muito trabalho, muita dedicação, mas também tive sorte, porque em vários momentos optaram por mim e não por outros. E esse conjunto de pessoas que me foi dando oportunidades ao longo da carreira foi decisivo. Existem outros guarda-redes com qualidade que foram preteridos para eu poder estar. Tenho de agradecer por isso. Sei que marquei muita gente com a minha dedicação, trabalho e a minha vontade às vezes desmedida e excessiva. Sei que o exemplo que dei muitas vezes não foi o mais correcto, mas nunca foi contra alguém ou contra alguma instituição. Foi porque queria demasiado ganhar. E por isso, se fiz algo de mal, peço desculpa. Acho que exagerei algumas vezes, mas sempre com o intuito de colocar o Sporting CP e a Selecção no lugar mais alto.

“SEI QUE MARQUEI MUITA GENTE COM A MINHA DEDICAÇÃO, TRABALHO E A MINHA VONTADE ÀS VEZES DESMEDIDA E EXCESSIVA. SEI QUE O EXEMPLO QUE DEI MUITAS VEZES NÃO FOI O MAIS CORRECTO, MAS NUNCA FOI CONTRA ALGUÉM OU CONTRA ALGUMA INSTITUIÇÃO. FOI PORQUE QUERIA DEMASIADO GANHAR”

O que acha que vai deixar mais saudades? Adoro jogar hóquei. É a melhor coisa da minha vida. Tive muita sorte por ter escolhido o hóquei em patins — e, mais do que isso, por o hóquei me ter escolhido a mim. Nunca foi um trabalho. Sempre adorei estar dentro de campo, num pavilhão completamente cheio. Tive a sorte de poder desfrutar de muitos jogos aqui no Pavilhão >>

>> João Rocha, e fora também. Grandes rivalidades. Mas aquilo de que vou sentir mais falta é do balneário. Das pessoas com quem privei todos estes anos (emociona-se). Ontem, estava a falar com um amigo com quem joguei aqui e disse-lhe: “Perdemos e foi injusto, merecíamos ganhar, fomos melhores do que eles este ano”. E ele respondeu-me: “Há jogadores que têm currículo, e tu tens algum currículo, e há outros que têm carreira. Aquilo que conseguiste construir com a tua equipa chama-se carreira. A ligação que vocês têm é especial”. O que nós conseguimos construir neste Clube, ao longo destes anos em que por cá passaram tantos atletas que disseram o mesmo, é o meu maior motivo de orgulho (emociona-se). Acho que fiz alguma coisa bem. Não há nenhum título que pague isto.

“TIVE A SORTE DE PODER DESFRUTAR DE MUITOS JOGOS AQUI NO PAVILHÃO JOÃO ROCHA, E FORA TAMBÉM. GRANDES RIVALIDADES.

MAS AQUILO DE QUE VOU SENTIR MAIS FALTA É DO BALNEÁRIO”

Sente que deixou uma marca nas pessoas com quem se cruzou?

Acredito que sim. Na baliza, umas vezes fiz melhor, outras pior. Tentei sempre ajudar, mas durante muitos anos fui demasiado cáustico. Acho que por querer tanto ganhar. Tinha de ser à minha maneira. Era preciso vencer. Com o tempo, isso mudou. Passei a ajudar de forma diferente. Fui crescendo, tive outras vivências. Os atletas começaram a conhecer-me melhor, e também me ajudaram. Deixou de ser apenas num sentido, passou a ser em dois. Ajudávamo-nos mutuamente. Cresci muito com estes jogadores, com estes amigos que foram moldando a minha personalidade e a minha forma de ser. Estou muito satisfeito com o que conseguimos conquistar. Acho que podíamos ter ganhado mais, principalmente nestes últimos anos, mas há contingências da vida e do desporto que não controlamos. As lesões… é inexplicável o que se passou ao longo desta temporada com a nossa equipa. Os

títulos são o reflexo daquilo que conseguimos produzir, mas nem sempre estão associados àquilo que damos em campo. Por isso, hoje, opto por ver a parte positiva. Tentámos ao máximo dar tudo pelo Clube. Nunca deixei que alguém colocasse a sua camisola acima do Clube. O Sporting CP, o grupo e a equipa estão sempre acima de tudo. A única coisa que pedi ao Nolo [Gonzalo Romero] foi que isto não se perdesse.

“ESTOU MUITO SATISFEITO

COM O QUE CONSEGUIMOS

CONQUISTAR. ACHO QUE PODÍAMOS TER GANHADO MAIS, PRINCIPALMENTE NESTES ÚLTIMOS ANOS, MAS HÁ CONTINGÊNCIAS DA VIDA E DO DESPORTO QUE NÃO CONTROLAMOS”

Ainda não escreveu o seu texto de despedida. Quando o fez para a Selecção, usou poucas palavras. “Foi bonito”. Ainda não encontrou as palavras certas? Na Selecção foi mais rápido. Não me quis alongar mas era um espaço onde vivia um mês por ano com pessoas que são minhas amigas. Continuo a estar com eles. Deixei de ir à Selecção, mas continuo a encontrá-los. Este texto do Sporting CP vai-me custar mais, porque era algo que vivia todos os dias. Ainda não tive coragem de o escrever. Têm sido dias muito duros a nível emocional.

Enche o de orgulho saber que, um dia, as suas filhas vão ouvir dizer que o pai foi um dos melhores guarda‑ ‑redes de hóquei de todos os tempos?

Não sei se estou entre os melhores de todos os tempos, ou apenas dentro de uma geração. Sei que nunca fiz nada com o objectivo de ser o melhor. Nunca quis que me dissessem isso. Eu só queria ganhar. Nunca pus a fasquia em ser o melhor, porque às vezes há equipas que têm os melhores jogadores e não ganham. Isso não me interessa. Nunca tive um objectivo pessoal. Sempre ganhei troféus individuais e quase nunca os partilhei. Tenho vários da

WSE Champions League, do Mundial… Nunca tive esse objectivo. Agora, se outras pessoas me colocam nesse patamar, fico extremamente feliz e agradecido. Mas, mais do que isso, espero que as minhas filhas tenham orgulho de mim pelo pai que sou.

O que é que gostava, então, que os Sportinguistas dis sessem sobre si?

Nunca imaginei receber o carinho que recebi ao longo destes anos. Cheguei ao Sporting CP com 24 anos, vindo de Valongo, e, no primeiro ano, conquistámos a Taça CERS. A secção tinha sido formada à pressão e de repente vencíamos essa competição. Foi uma explosão. Fomos recebidos em apoteose no aeroporto. Os meus grandes momentos no Clube são estes. Esta onda verde que conseguimos criar no hóquei. Fizemos com que as pessoas gostassem de nós, quisessem vir aos jogos acarinhar-nos. O que posso eu pedir mais? Nada. O Clube são as pessoas. E eu estou eternamente agradecido a todas elas. Sinto-me completamente realizado com tudo o que o Sporting CP e os seus adeptos me deram.

[Vê um vídeo com uma dedicatória especial da sua mu‑ lher, Matilde, e das filhas.]

Elas são a minha vida. Tenho uma sorte muito grande. Conheci a Matilde aqui, no Sporting CP. Até isso. Quem diria que um Clube ia mudar a minha vida toda? Conheci-a, construí uma família com ela, fui pai de duas meninas. Ela é uma mulher incrível, uma excelente mãe. E é por isso que tenho a certeza de que esta etapa pós-carreira vai correr bem. Porque, sempre que chego a casa, tenho estas três mulheres lindas à minha espera. E não há sensação de segurança melhor do que essa. Posso enfrentar o mundo com elas.

Os colegas também o descrevem com as palavras mais impactantes. “Melhor de sempre”, “monstro”, “gigan te”, “ídolo”, “lenda”, “inspiração”, “maior referência”, “melhor do mundo”, “irmão”, “família”, “exemplo”, “um de nós”, “Leão”. Como é que assume este papel para tanta gente?

(Emociona-se) Mais do que os títulos, sinto que consegui ajudar e tocar o coração das pessoas que comigo traba-

Em entrevista à Sporting TV, o agora antigo guardião revisitou as memórias, as conquistas e os afectos que marcaram 11 temporadas de Leão ao peito

lharam todos os dias. Tivemos o nosso jantar de equipa e as palavras… quer de antigos e actuais jogadores, staff, pessoas que por aqui passaram e conviveram comigo… estou completamente realizado. Mesmo. Estou com o coração cheio. Podia ter ganho mais ou menos. Juro que, neste momento, isso é o que menos importa. Estou de coração cheio, cheio, cheio. Este carinho é a melhor coisa do mundo.

E já agradeceu ao seu irmão por o ter levado à baliza?

Ainda não tive oportunidade. Mas vou agradecer. Foi por causa dele que comecei. E, ao longo do tempo, ele foi sempre um exemplo para mim. O meu pai e a minha mãe têm um papel enorme nesta caminhada também, ajudaram-me bastante. O meu pai é o meu maior fã. Às vezes até discutimos por isso - porque, para ele, eu estou sempre bem (risos). Acompanhou-me em tudo. Veio todas as semanas a Lisboa, durante anos, para me ver jogar. Esteve sempre lá. E isso não se paga. Não se consegue retribuir. Agradeço e espero que esteja orgulhoso de tudo o que fiz. Acho que está (emociona-se).

Falámos da sua primeira família, a de sangue, mas tam‑ bém tem uma segunda família, que é a do balneário. Como é que transformou cada balneário num lar? Quando cheguei ao Sporting CP, o capitão era o Ricardo Figueira. Eu conhecia-o desde miúdo, ele jogou com o meu irmão. E a forma como ele me recebeu, como tratava o balneário, como puxava cada um para si… Fez-me pensar que, se um dia fosse capitão, gostava de ser igual a ele. Em Valongo e na AA Espinho foi diferente, porque éramos todos da mesma zona, todos miúdos, andávamos juntos, tínhamos os mesmos interesses, queríamos fazer as mesmas coisas. Era mais fácil criar um grupo forte. Aqui, no Sporting CP, tive esse período de transição com o Figueira. E só houve um ano, penso que foi o segundo, em que não conseguimos ter um balneário forte. Foi uma época complicada e atípica, com exigências acima daquilo que podíamos entregar. Mas tive sempre essa preocupação, independentemente de ser ou não capitão: ninguém, enquanto eu estivesse no balneário, podia colocar o “eu” à frente da equipa. Isso nunca existiu, nem vai existir. A equipa está sempre acima de qualquer expectativa pessoal. E também tive a sorte de estar num Clube com pessoas como o Engenheiro Gilberto [Borges], que quiseram sempre formar plantéis sólidos, mas dando primazia à qualidade pessoal e humana. Este ano disse várias coisas duras no balneário. Depois de sermos eliminados em Igualada e de perdermos em casa com o OC Barcelos num jogo decisivo para o primeiro lugar do play-off, disse coisas muito difíceis de ouvir. Qualquer outro grupo de trabalho tinha-se virado contra mim. Se eu não tivesse um grupo de pessoas fantásticas ao meu lado, nunca teríamos chegado onde chegámos. O mérito de juntar esta gente toda é do Clube e de quem o gere. Eu só posso agradecer.

“NINGUÉM, ENQUANTO EU ESTIVESSE NO BALNEÁRIO, PODIA COLOCAR O “EU” À FRENTE DA EQUIPA. ISSO NUNCA EXISTIU. A EQUIPA ESTÁ SEMPRE ACIMA DE QUALQUER EXPECTATIVA PESSOAL”

Em todos estes anos, qual foi o melhor conselho que ouviu e qual foi o melhor conselho que deu nesse espa ço sagrado?

Muitos. Tentei ajudar muita gente, à minha maneira. Da

forma que pude, em cada altura e a cada momento, tentei sempre ajudar todos os jogadores, em assuntos que tinham e não tinham a ver com o hóquei. Tentei ajudar toda a gente, não apenas os jogadores. Sentia-me tão próximo de todos que sentia que tinha de defendê-los, até porque me ajudavam todos os dias, também, a ser melhor jogador e melhor pessoa. Acredito que estaria a ser injusto para muita gente se falasse no Henrique [Magalhães] ou no [João] Souto, que me conhecem de Valongo, que são meus amigos e que me tentaram ajudar várias vezes. Como seria injusto se falasse do Mati [Platero], do Caio, do Vitinha, do Ricardo Figueira, do [Tiago] Losna, do Poka, do Nolo [Gonzalo Romero], do [Alessandro] Verona. Devo agradecimentos a tanta gente que é muito injusto estar aqui a dizer estes nomes e a não outros. Depois, posso falar de treinadores. O Paulo Freitas foi super importante para mim aqui no Sporting CP, mas também o Alejandro Dominguez, o Nuno Lopes, o Edo Bosch. E depois, o Gilberto [Borges], o João Alves [director operacional do Pavilhão João Rocha] e o Marquito [Marco Lopes, técnico de equipamentos], que é o meu pai fora de campo, o meu pai de Lisboa.  É uma pessoa muito importante para mim.

Falando um pouco desta aventura de onze anos de Clube. Tem noção de quão difícil é para esta geração, que viu esta equipa jogar e que se calhar não conheceu a anterior, falar de hóquei em patins no Sporting CP sem mencionar o seu nome, a partir de agora? Eu tenho uma perspectiva um pouco mais fria, porque acho que o Sporting CP formou uma grande equipa para o próximo ano. Sendo racional, os clubes e as pessoas reinventam-se. As dinâmicas mudam. Há coisas que evoluem para melhor, outras que podem mudar para pior. Nem toda a gente ganha da mesma forma. Nem todos reagem ao sucesso da mesma maneira. Mas acredito que o Clube está na direcção certa. Aquilo que espero é que o Sporting CP se reinvente na secção de hóquei em patins. Vai terminar um ciclo, começar outro. E todos esperamos, vou ser mais um a torcer por isso, que esse novo ciclo seja tão bom ou até melhor do que aquele que conseguimos construir.

“VAI TERMINAR UM CICLO, COMEÇAR OUTRO. E TODOS ESPERAMOS, VOU SER MAIS UM A TORCER POR ISSO, QUE ESSE NOVO CICLO SEJA TÃO BOM OU ATÉ MELHOR DO QUE AQUELE QUE CONSEGUIMOS CONSTRUIR”

Mas tem noção de que enquanto existir alguém que se lembre de um jogo seu, é impossível esquecer aquilo que pelo Clube?

Sim. Quebrámos jejuns de muitos anos. Títulos que o Sporting CP não tinha no seu palmarés e que nós conquistámos. Outros que estavam distantes há demasiado tempo, e voltaram a entrar no Museu graças ao nosso trabalho. Na Selecção foi igual. Também não foi uma caminhada fácil, mas sinto que vou ficar ligado, para sempre, a esses títulos que demoraram tanto tempo a chegar… e que, finalmente, chegaram.

Deixe‑me recuperar uma frase sua de uma entrevista recente. Disse: “O Sporting CP significa casa. Tenho uma enorme ligação emocional ao Clube. Fiz parte des te começo e deste crescimento. Quis sempre retribuir tudo aquilo que os adeptos me deram”. A pergunta é simples: conseguiu retribuir?

Acho que não. O carinho que me deram, tudo o que recebi dos adeptos… a forma como me senti acarinhado, mesmo quando errei - e não foram poucas vezes -, tudo isso não se paga. Não se retribui. Quando chegas e és recebido de forma tão calorosa, percebes a verdadeira dimensão do Clube. E é simplesmente fora do normal. O carinho que recebo e recebi dos Sportinguistas, nunca o vou conseguir retribuir. Nunca. Tentei ao máximo. Entreguei-me por completo. A única coisa que posso fazer é pedir desculpa a todos os Sportinguistas pelos maus momentos. E garantir que não podia ter dado uma gota de suor a mais do que aquelas que dei. Dei tudo de mim pelo Sporting CP nestes 12 anos. Não conseguia fazer mais. Não havia mais para dar.

O que é que cada um dos seus colegas gravou em si?

Que legado deixaram?

Acho que todos, à sua maneira, contribuíram para aquilo que se conquistou. Seja os primeiros, os que cá estavam quando cheguei ao Sporting CP, ou os mais recentes. Estamos a falar de onze anos de Clube. E nos primeiros três … estávamos a construir. A tentar perceber para onde ir. Jogávamos contra equipas completamente formadas, cimentadas, que dominavam a modalidade, como o FC Porto e o SL Benfica. Estivemos três anos a tentar ver onde é que nos podíamos encaixar. E teve de ser à força. Teve de ser “na marra”, como se costuma dizer. A roubar-lhes palco, a tentar conquistar um lugar que ninguém nos queria dar. Porque quem ganha não quer ceder espaço. Porque quem concorre com poucos… tem mais facilidade em vencer. Nós entrámos na luta. E todos esses atletas, cada um no seu tempo e à sua maneira, deram tudo o que tinham pelo Clube. Contribuíram para chegarmos onde estamos hoje. O Sporting CP, neste momento, é um Clube muito mais apetecível do que era há onze anos, quando cheguei. Fui muito criticado por ter vindo para o Sporting CP. Mas hoje sinto que o projecto cresceu. E sinto que, à minha maneira, e com a contribuição de todos esses nomes, ajudei a colocar o Sporting CP onde merece estar: entre os melhores da Europa. Entre os melhores do mundo.

“SINTO QUE, À MINHA MANEIRA, AJUDEI A COLOCAR O SPORTING CP ONDE MERECE ESTAR: ENTRE OS MELHORES DA EUROPA. ENTRE OS MELHORES DO MUNDO”

Quantas vezes lhe chamaram maluco quando assinou, em 2014?

Disseram que tinha estragado a carreira. Que era o maior erro da minha vida. É verdade que, como já disse, no segundo ano a exigência foi desmedida, ainda não havia um projecto verdadeiramente sólido. Cheguei a um Clube gigante, ganhámos a Taça CERS logo no primeiro ano, depois a Supertaça, e as expectativas dispararam. As pessoas diziam: “Estes vão ser campeões nacionais!”. Os adeptos acreditavam mesmo que podíamos sê-lo, mas isso, naquela altura, estava completamente fora de questão. Não tínhamos hipótese. Tínhamos uma equipa que podia, sim, conquistar algumas coisas. A Taça CERS, a Supertaça – que conseguimos -, ou a Taça de Portugal. Mas um Campeonato Nacional, nessa fase, ainda não era realista. Na Taça CERS e na Taça de Portugal chegamos à final four e ficámos em 4.º lugar no Campeonato. Ou seja, foi uma época positiva, mesmo com todas as contingências e com as expectativas falhadas. Tivemos de crescer a pulso. Agora, quem chegar, no próximo ano, já não tem de o fazer. O Sporting CP está cimentado >>

>> como um dos melhores clubes do mundo. Já não têm de perder três ou quatro até serem campeões. Quando cheguei, não tínhamos pavilhão, andávamos com a casa às costas. Treinámos em seis ou sete pavilhões diferentes no primeiro ano. Uma panóplia de situações nas quais me podia demorar. Agora, o Clube já é completamente profissional. Aquilo que eu espero é que as próximas gerações ganhem muito mais do que nós.

De todos os colegas de que há pouco falávamos, há um que se manteve sempre a seu lado. Muitos diziam que era a sua sombra. O eterno suplente de Ângelo Girão. Mas quem vos conhece, quem assistiu a pelo menos um treino… percebe que o Zé Diogo era tudo, menos a sua sombra. Era o seu braço direito, o seu braço esquerdo, a sua perna direita. Era a sua extensão. O Zé é mais do que um guarda-redes. A primeira coisa que disse ao Edo Bosch quando me comunicaram a minha saída foi: “Acho super importante o Zé Diogo ficar.” O Zé é o atleta mais antigo, talvez de todas as modalidades do Sporting CP. E espero que continue, porque ainda tem muitos anos para conquistar. Somos os dois os atletas com mais títulos europeus pelo Sporting CP. E quando dizem que ele era a minha sombra, esquecem-se do que é, realmente, uma equipa. O Zé deu-nos uma Supertaça, uma Taça de Portugal, um Campeonato Nacional… Ainda agora fez uma exibição gigante no Dragão, quando fui expulso. Ele é mais do que um guarda-redes. O Zé simboliza o nosso balneário. Não podia estar mais satisfeito por ter uma pessoa assim ao meu lado. É um amigo para a vida. É meu sócio agora, trabalhamos juntos. Tenho um orgulho gigante no Zé, no miúdo que conheci quando cheguei. E espero, sinceramente, que, quando se retirar, saia como o guarda-redes – ou o atleta – com mais títulos europeus de sempre do Sporting CP.

Hoje, toda a gente olha para o Sporting CP como favo rito a ganhar qualquer competição onde entra. Isto foi conquistado a pulso, como dizia. Foi preciso batalhar muito para agora sair e deixar esta certeza. Não havia outra forma de entrar nas contas se não fosse “a mal”. Não havia. Se tentássemos entrar de fininho eles não nos deixavam. O FC Porto e o SL Benfica. Se fosse ao contrário, também não deixaríamos. Tivemos de nos impor. Tivemos de ir para a guerra. E quando digo guerra,

não é no sentido bélico, mas simbólico: cada jogo era o último das nossas vidas. Era fundamental que o espírito que vivíamos fosse esse: isto é um jogo, mas é um jogo que temos de ganhar dê por onde der.

“A ÚNICA AMARGURA É MESMO ESSA, A DOS TÍTULOS DE CAMPEONATO NACIONAL QUE FUGIRAM. MAS O QUE VAI FICAR, O QUE IMPORTA MESMO QUE FIQUE, É QUE CONSEGUI TOCAR NO CORAÇÃO DAS PESSOAS. É ISSO QUE LEVO”

Se eu lhe dissesse, em 2014, no seu primeiro jogo con tra o SL Benfica, que estaríamos aqui onze anos depois, com 12 títulos na bagagem – mesmo com a sua fome de vencer e com a sua ambição, tinha acreditado? Ou dizia que estava a alucinar?

Seríamos dois a alucinar. Pensem na equipa do SL Benfica nessa altura… e na do Sporting CP. Nunca na vida eu acreditava. Se me dissesse que, dali a onze anos, o Sporting CP seria a equipa com mais títulos europeus, eu diria que era impossível. Que íamos lutar, sim. Mas isto? Não. A única amargura que fica são os Campeonatos Nacionais. Especialmente estes dois últimos. Porque acredito mesmo que fomos melhores do que o FC Porto. O ano passado, não acreditámos cedo o suficiente. Sabíamos que tínhamos de ganhar um jogo fora. E quem conhece o hóquei em patins… sabe o que isso significa. Acreditámos tarde demais que era possível. Não chega jogar três vezes no Dragão e só acreditar ao intervalo do último jogo. Este ano… Não há palavras para explicar o que aconteceu. Fomos melhores. Jogámos melhor. E perdemos. Mas também já aconteceu o contrário. O FC Porto foi, muitas vezes, melhor do que nós. Lembro-me de uma final da WSE Champions League, outra de um Campeonato Nacional, onde eles eram muito melhores do que nós e nós ganhámos. Se calhar, agora, foi a paga dessas vezes. Parabéns ao FC Porto, que nos venceu. A única amargura é mesmo essa, a dos títulos de Campeonato Nacional que fugiram. Mas o que vai ficar, o que importa mesmo que

fique, é que consegui tocar no coração das pessoas. É isso que levo.

Falava das pessoas. E os adeptos? Olhando à volta, há caras que conseguia já identificar e que levará para sempre consigo?

Sim, há pessoas e caras que eu identifico perfeitamente. Pessoas que nos acompanharam, que nos acarinhavam e que fizeram questão de estar presentes em muitos dos nossos jogos. Não só aqui, mas também fora. Atenção que estas pessoas iam connosco para onde fôssemos jogar. O meu profundo agradecimento por todo esse carinho, por toda a crença, por tudo o que nos deram. Essa é uma das páginas mais bonitas que levo comigo.

Perdoem me se estiver enganado, mas acredito que seja o único jogador das modalidades que tem uma mú sica só para si…

Os adeptos sempre me deram um carinho enorme. Só tenho uma coisa a fazer: agradecer pelas homenagens que me fizeram, pelas palavras, pelo carinho que me deram… Só lhes posso mesmo agradecer.

E já que “defende com a cabeça, com os pés e com as mãos” … qual foi a defesa mais especial da sua carreira? O título que mais me marcou foi o Campeonato do Mundo. É esse o sonho de qualquer atleta: representar a Selecção, ouvir o hino, levar o nosso país ao mais alto nível. Ser campeão do mundo foi um marco gigante – não tanto pela forma como foi, mas porque era algo que eu queria muito. Depois, o título de campeão nacional pelo Sporting CP, aquela Taça CERS, o primeiro campeonato, a primeira WSE Champions League, a segunda, a terceira… Títulos com que eu só sonhava. São todos especiais. Não consigo destacar uma defesa, um título. Foram muitos momentos felizes… Felizmente, posso dizer que tive vários momentos em que fui muito feliz.

“NÃO CONSIGO DESTACAR UMA DEFESA, UM TÍTULO. FORAM MUITOS MOMENTOS FELIZES… FELIZMENTE, POSSO DIZER QUE TIVE VÁRIOS MOMENTOS EM QUE FUI MUITO FELIZ”

E jogos? Algum que consiga individualizar? Vários. A Taça CERS em Valongo. O Sporting CP x FC Porto no primeiro título de campeão nacional. A final da primeira WSE Champions League, a segunda Liga dos Campeões. Os jogos com a UD Oliveirense. Vários dérbis com o SL Benfica, jogos no Dragão… Gostava muito de jogar lá, mesmo sendo muito insultado. Quando me insultavam, pensava: “Não insultam um jogador que não interessa. Alguma coisa estou a fazer bem para os irritar”. E isso dava-me ainda mais prazer. Ia jogar à Luz e ao Dragão e ficava motivado. Gostava do ambiente tenso, da luta, da expectativa. Gostava dos jogos em Barcelos, foram sempre grandes batalhas.

Mas a verdade é que nunca o vimos tão emociona do como agora, na conquista desta Taça de Portugal. Porque era o título que faltava.

Depois de perdermos em Tomar [refere-se à final da Taça de Portugal na temporada 2022/2023] disse a mim próprio, ao João Lino, que é um grande amigo meu, e ao Caio: “Esquece. Nunca vou ganhar a Taça de Portugal. Se não foi agora, não é mais. É impossível”. E este ano, por obra do destino, os deuses do desporto alinharam-

Com Facundo Bridge, a celebrar a recente e histórica conquista da Taça de Portugal

-se e nós conseguimos ganhar a Taça de Portugal. Contra todas as expectativas. O Rafa [Bessa] vinha de lesão, tínhamos passado por derrotas duríssimas, numa época muito difícil… e, mesmo assim, conseguimos. No ano mais improvável de todos. Na meia-final vencemos uma superequipa, o SL Benfica — um rival muito difícil de ultrapassar. E no dia seguinte ainda tínhamos de ganhar à UD Oliveirense. Mas estávamos mortos. Mortos. E, mesmo assim, acabámos por conquistar a Taça de Portugal. O único título que me faltava em toda a carreira. Acho que os deuses do hóquei foram justos comigo.

“NO ANO MAIS IMPROVÁVEL DE TODOS (…) ACABÁMOS POR CONQUISTAR A TAÇA DE PORTUGAL. O ÚNICO TÍTULO QUE ME FALTAVA EM TODA A CARREIRA. ACHO QUE OS DEUSES DO HÓQUEI FORAM JUSTOS COMIGO”

O Edo Bosch disse, no final do último jogo, que o Ângelo Girão merecia sair de outra forma. Depois desta meia‑final, já consegue ver o copo meio cheio? Pensar “ok, não consegui vencer o campeonato, mas saio com a Taça de Portugal que me faltava”? É difícil… Eu não troco títulos. Se pudesse ganhar mais, ganhava todos. Como disse há pouco, fica esse amargo de boca, porque acho mesmo que podíamos ter ganho ao FC Porto este ano. Era justo que ganhássemos. Não ganhámos. Demos tudo o que tínhamos. Voltamos ao mesmo: umas vezes ganhámos e eles foram superiores, mas desta vez acho que fomos nós os superiores. E mesmo assim não vencemos. Não há muito mais a dizer.

Deixe me só abrir aqui um parêntesis antes da recta final da entrevista para falar da Selecção. Já o ouvi di zer isto. Esta geração portuguesa ganhou muito, sim. Mas também podia ter ganho mais. Acho que a geração anterior à nossa teve muitas dificuldades em chegar a finais, em conquistar títulos. E nós conseguimos quebrar isso. Passámos a ser presença assídua nas finais, candidatos reais a vencer. Coisa que antes não acontecia. Mas, com a qualidade que tivemos ao serviço da Selecção Nacional… ganhar um Europeu, um Mundial e quatro Taças das Nações é pouco. É francamente pouco. Mesmo tendo estado em várias finais de Europeus e Mundiais. A culpa? É nossa. No final do Mundial de Novara, em 2024, fiz questão de o dizer: esta geração ganhou pouco. E não pode ser culpa só dos treinadores ou do staff. A culpa tem de ser assumida por nós, jogadores. Quando nos juntamos durante um mês, vivemos só para aquilo. Tínhamos a obrigação de seguir um caminho, uma linha orientadora, para vencer mais vezes. Não conseguimos. E espero, sinceramente, que os que continuam consigam. Esta geração ainda é muito válida. E em Paredes temos já uma grande oportunidade: um Europeu em casa, onde somos claramente favoritos. Eu vou ser mais um a torcer por eles na bancada. Como farei com o Sporting CP.

Fechando esse parêntesis, ainda não falámos sobre a sua decisão de terminar. Foi a mais difícil da sua vida? Sim, mas felizmente preparei o meu pós-carreira. Tenho outras coisas a acontecer e a minha mulher também tem um bom trabalho aqui em Lisboa. Pesei tudo. E desta vez o hóquei perdeu.

Já está em paz com essa decisão?

Não. Porque gostava mesmo de jogar mais algum tempo. Mas tenho de aceitar que tudo acaba. E mais vale sair pela porta grande, com as pessoas a dizerem “o Girão ainda era o Girão” do que sair a pensarem “já não é o mesmo”. Nem tenho feitio para estar num balneário e não conseguir ajudar. E sei que agora, no meu balneário, todos confiam em mim. Confiam às cegas. E eu não queria sair com esse amargo de boca, o de algum dia olharem para mim e pensarem “já não é o mesmo Girão”.

“NÃO QUERIA SAIR COM ESSE AMARGO DE BOCA, O DE ALGUM
DIA OLHAREM PARA MIM E PENSAREM ‘JÁ NÃO É O MESMO GIRÃO’”

E em relação ao Sporting CP? Sente que colocou o Clube onde merece estar?

Sinto, claro que sinto. A exigência que eu trouxe, aquilo que exigi às pessoas à minha volta, à estrutura… obrigou o Clube a mudar. Nem sempre da melhor forma, admito, mas sinto que a minha personalidade, aliada à minha qualidade dentro de campo, ajudou o Sporting CP a chegar a onde está hoje. O que fiz fora de campo é outra coisa da qual me orgulho muito. Sinto mesmo que ajudei o Clube a crescer.

Os nossos avós viram o Ramalhete, o Rendeiro, o Sobrinho, o Chana e o Livramento. Os nossos pais viram o Guilherme Silva, o Fortunato, o Paulo Alves, o Pedro Alves e o Tó Neves. Nós podemos dizer aos nossos filhos que vimos o Ângelo Girão nas balizas de Portugal e do Sporting CP?

Estar associado a esses nomes… só isso já é um orgulho. Estou associado aos melhores. Para muita gente, nunca vou ser “bom”. E percebo; as cores clubísticas, as atitudes

com as quais não se identificam. Mas há uma coisa que ninguém pode apagar: eu consegui, por direito próprio, estar ao lado de nomes importantes da minha era. E isso para mim é suficiente.

“HÁ UMA COISA QUE NINGUÉM PODE APAGAR: EU CONSEGUI, POR DIREITO PRÓPRIO, ESTAR AO LADO DE NOMES IMPORTANTES DA MINHA ERA. E ISSO BASTA-ME”

O que é que o Ângelo Girão de hoje diria ao menino que começou no Vigorosa, com um equipamento maior do que ele?

Que desfrutasse. Que aproveitasse todos os momentos. Isto passa rápido. Demasiado rápido. (Emociona-se) Este ano passou num estalar de dedos. E não volta a acontecer. Outras batalhas virão. Noutros campos, noutros contextos, noutras áreas da vida. Mas esta… esta acabou para mim.

“VOU SER ADEPTO DESTA EQUIPA PARA A VIDA. VOU AO FUTEBOL MUITAS VEZES. VOU CRUZAR-ME COM TODOS. ISTO NÃO É UM ADEUS. É UM ATÉ JÁ. VOU ANDAR POR AQUI”

E agora... como é que se diz adeus a alguém a quem nos habituámos a dizer “obrigado”?

Não sei. Vou estar cá mais vezes. Já disse isto e volto a dizer: vou ser adepto desta equipa para a vida. Vou ao futebol muitas vezes. Vou cruzar-me com todos. Isto não é um adeus. É um até já. Vou andar por aqui.

Ângelo Girão posa no balneário, espaço sagrado de liderança e companheirismo. Ao serviço do Sporting CP, venceu dez títulos

JOÃO SOUTO

“O SPORTING CP TRANSFORMOU

ESTES SEIS ANOS NUNS DOS MELHORES DA MINHA VIDA”

EM ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING, JOÃO SOUTO DIZ SENTIR GRATIDÃO ETERNA PELO EMBLEMA LEONINO E NÃO CONTEVE AS LÁGRIMAS PELAS GRANDES EMOÇÕES VIVIDAS COM A CAMISOLA VERDE E BRANCA.

Texto: Nuno Miguel Simas

Fotografia: João Pedro Morais

Seis temporadas de Sporting CP. Qual o balanço que faz deste tempo?

Um balanço extremamente positivo. Foi uma etapa muito feliz da minha carreira, da minha vida inclusive, foram anos de glória, de muitos títulos aqui no Sporting CP, mas acima disso tudo o que eu levo para a vida e o que mais me enriqueceu foram estes companheiros, este grupo, esta família que conseguimos construir neste balneário e depois todas as pessoas que ajudaram a que isso fosse possível, que ajudaram todos os jogadores e este espírito de família que se conseguiu criar neste grupo, mas que é transversal em todo o Clube. Foi o que mais me marcou.

“FOI UMA ETAPA MUITO FELIZ DA MINHA CARREIRA, DA MINHA VIDA INCLUSIVE, FORAM ANOS DE GLÓRIA, DE MUITOS TÍTULOS”

Companheirismo e superação são adjectivos que classi ficam os grupos de trabalho e que fez parte nestas seis

temporadas de Sporting CP?

Sem dúvida, realço essas duas palavras, companheirismo e superação, mas podia também dizer outras, como evolução, porque este grupo evoluiu muito ao longo destes anos e acaba por estar mais preparado do que estava no passado para as grandes decisões e para conquistar títulos.

“O MEU TRAJECTO INDIVIDUAL ACABA POR SE CONFUNDIR NO BOM SENTIDO COM O TRAJECTO COLECTIVO. FOI EM CRESCENDO A MINHA VIVÊNCIA NO CLUBE”

Evolução é também um predicado que o caracterizou a nível de golos no Sporting CP. Foi sempre a subir e na sua penúltima época apontou 47 golos. Sente que este ve sempre em crescendo no Clube?

Sem dúvida. O meu trajecto individual acaba por se confundir, no bom sentido, com o trajecto colectivo. Sim, foi em crescendo a minha vivência aqui no Sporting CP, porque a época passada talvez tivesse sido a melhor da minha careira, mas esta época consegui dar continuidade

a essa boa forma e sinto que sim, tive uma evolução enquanto jogador e como pessoa muito grande a também por isso estou muito agradecido por todos estes anos que vivi no Sporting CP.

“OS ADEPTOS SÃO INCRÍVEIS, FERVOROSOS E MUITO LIGADOS ÀS MODALIDADES”

Resumidamente, como classifica as épocas que teve no Sporting CP, com uma Liga, duas WSE Champions League, duas Taças Continentais e uma Taça de Portugal?

Foram sempre emoções e sentimentos diferentes. Lembro-me que quando cheguei ao Sporting CP vinha com a maior ilusão do Mundo, encontrei um balneário e um grupo recheados de qualidade e no que me competia, creio que fui importante porque trouxe essa ilusão, o acreditar que tínhamos um grupo muito forte e que podíamos conquistar títulos. Com todas as contingências, na altura da COVID-19, conseguimos culminar com um ano fantástico, com a conquista do Campeonato Nacional e da WSE Champions League no mesmo ano foi um sentimento de orgulho enorme, de reconhecimento, pois estava a con-

quistar títulos, principalmente a WSE Champions League, que nunca tinha conquistado e a viver emoções que me eram novas e foi mesmo um sentimento de surpresa, mas também de felicidade imensa. A partir daí foram outros sentimentos, a conquista da WSE Champions League na época passada foi tremenda, também, já numa fase diferente do ciclo deste grupo, no qual me lembro que a palavra que mais nos vinha à memória nessa altura foi “conseguimos”, fomos capazes, porque houve uma altura em que se pensava que este grupo estava em fim de ciclo, ou a perder as forças, mas nós conseguimos reinventar-nos, unir as tropas e voltar a conquistar um grande título. Este ano, indiscritível a conquista da Taça de Portugal, por tudo o que significou para o Clube, que já não a conquistava há muitos anos e por tudo o que significou para estes jogadores, porque a grande maioria, se não todos, nunca tinha conquistado uma Taça de Portugal. E foi incrível, foi uma sensação de alegria imensa porque era o grande título que nos faltava, seja internacional, seja nacional e foi aquela prenda que nós precisávamos. Foi um misto de emoções fantásticas, ao longo de seis épocas maravilhosas.

“O GOLO DA FINAL DA WSE CHAMPIONS LEAGUE FOI, PROVAVELMENTE, O MAIS IMPORTANTE DA MINHA CARREIRA”

Na Liga dos Campeões da época 2023/2024, marcou na grande final um golo diante da UD Oliveirense que valeu a vitória na competição (2 1 na final), ao trans formar um livre directo. Foi o golo mais importante que marcou pelo Sporting CP?

Sem dúvida, foi o golo mais marcante das seis temporadas e, provavelmente, o golo mais importante da minha carreira, por tudo o que significou. Na altura ainda faltava algum tempo para o final do jogo, não tinha essa noção, mas à posteriori fiquei muito satisfeito e orgulhoso, talvez tenha sido o golo que possa ter dado a Champions ao Sporting CP e a este grupo, porque nós merecíamos. Já disse várias vezes que o golo foi meu, é um momento que se define no individual, mas acaba por não ser. Lembrome que nestes últimos três anos, o Girão, o Zé Diogo e todos os outros colegas fazíamos um trabalho imenso no final dos treinos, mesmo durante os treinos, para estarmos preparados para esse momento e eu sei que muitas vezes as coisas não correram como queríamos, que falhámos bolas paradas, mas mesmo nesse sentido houve uma evolução muito grande. Na altura desse livre directo sentia-me preparado, confiante por todo o trabalho que tinha sido feito ao longo do ano e por todo o feedback que era aportado pelos colegas e pela equipa técnica. Foi sem dúvida o golo mais importante da minha carreira, um golo importantíssimo, mas estava preparado para aquele momento e ainda bem.

“A TAÇA DE PORTUGAL ERA O GRANDE TÍTULO QUE NOS FALTAVA, SEJA INTERNACIONAL,

SEJA NACIONAL E FOI AQUELA PRENDA DE QUE NÓS PRECISÁVAMOS”

Foi no improviso, ou foi algo muito planeado, a execu‑ ção dessa bola parada? O que sentiu no momento? Em primeiro lugar, senti o nervosismo habitual, é inevitável. Por muita experiência, por muito que a personalidade seja de determinada forma, o nervosismo está

sempre lá e o receio de que algo possa não correr bem, é normal que exista. Mas naquele momento, a confiança com que eu encarava as bolas paradas, e encarei aquele momento, sobrepôs-se a esse receio. Foi tudo planeado, estudado ao pormenor, tal como preparávamos o jogo técnica e tacticamente, também preparávamos a bola parada, tinha muito feedback, fosse do treinador principal, ou dos adjuntos e treinador de guarda-redes, muita ajuda dos nossos guarda-redes, que tentavam analisar os guarda-redes adversários e dizer onde poderíamos colocar a bola. Estava um pouco nervoso, mas confiante e seguro daquilo que estava a fazer porque sabia que os feebdacks que me tinham dado para bater a bola parada naquele momento eram correctos e eu confiava muito em mim, mas também em quem me dava esses conselhos.

“[GRUPO DE TRABALHO]. SOMOS UMA FAMÍLIA, ERAMOS

EXTREMAMENTE AMIGOS”

Na primeira Champions que ganharam, tiveram muito pouco tempo de descanso entre a meia‑final frente ao SL Benfica, ganha nas grandes penalidades e que ter‑ minou já depois da meia‑noite e a final, algumas horas depois, frente ao FC Porto, no Luso. Foi um momento de superação e transcendência?

Sim, esse momento teve isso, que se voltou a repetir na Taça de Portugal desta época em Famalicão, em que tivemos muito pouco tempo de descanso e uma noite complicada entre a meia-final e a final. O grupo conseguiu sempre superar-se internamente e depois com esse suporte do Clube e dos adeptos para essas finais com uma força extra para conquistar esses títulos. Mas não foram só esses momentos, foram muitos outros que são difíceis de explicar, do dia-a-dia, de quando as coisas correm mal, de quando é preciso juntarmo-nos todos. Este grupo tinha essa força. Somos uma família, eramos extremamente amigos, mas era um grupo que quando as coisas estavam mal e era preciso reunirmo-nos e apontar o dedo de forma construtiva uns aos outros, e pormos o dedo na ferida, estava toda a gente sempre pronta para isso, muito receptiva a ouvir a crítica ou o conselho do colega do

lado. Foi isso que fez com que criássemos este espírito, que conseguíssemos fazer das nossas fraquezas forças e superarmo-nos muitas vezes.

“PESSOALMENTE IDENTIFICO-ME MUITO COM OS VALORES DO CUBE E ISSO ENCHE DE ORGULHO E DE FELICIDADE”

Viveram muitos momentos de proximidade com os adeptos Sportinguistas. Como caracteriza a relação com eles, que parecia baseada na cumplicidade e no grande apoio?

Houve dois factores: primeiro os adeptos do Sporting CP são incríveis, fervorosos e muito ligados às modalidades. Vivem o Clube, não só o futebol, mas todas as modalidades de uma forma muito intensa e depois esse espírito de união, de família que este grupo criou, aquela raça que jogo após jogo mostrávamos em campo acabou por transbordar para o público. Os adeptos reconheceram isso e criámos uma grande ligação. Nós tentámos sempre retribuir ao máximo, eles também nunca nos falharam, quando precisámos encheram sempre o Pavilhão João Rocha, os pavilhões visitantes. Essa ligação foi muito bonita e é o que enriquece os momentos de festejos e de glória que fomos vivendo, porque poder partilhá-los com quem nos segue diariamente, com quem nos apoia, é o melhor que pode haver.

O último jogo que fez com a camisola do Sporting CP correspondeu à partida 250 de Leão ao peito. O que significa esta marca?

Não escondo que nos últimos tempos pensei um bocadinho nisso, que gostava muito de chegar a essa marca redonda, porque é um número que deixa outra memória futura. Por um lado, fiquei muito feliz por ter atingido essa marca, por outro senti uma certa tristeza, uma certa mágoa de não poder continuar a jogar pelo Sporting CP, porque estávamos preparados para conquistar mais títulos. Não foi possível, mas fico muito feliz por ter chegado a esta marca e muito feliz por o Sporting CP me ter dado esta grande oportunidade. >>

Duas Ligas dos Campeões, duas Taças Continentais, um Campeonato e uma Supertaça marcaram o grande contributo de João Souto para o hóquei do Sporting CP

>> Como foram vividos estes play-offs, sabendo que à medida que os jogos corriam estaria mais perto o fim?

Essa terá sido a situação mais difícil. O facto de ser um play-off tona tudo muito intenso: jogo atrás de jogo, a meio da semana, ao fim-de-semana, adversários para preparar, jogos diferentes para encarar, fosse em casa ou fora. O play-off é muito intenso e nós nunca sabíamos quando ia ser o nosso último jogo, isso acabou por transparecer nos momentos finais do 5.º jogo com o FC Porto, porque tanto eu, como os meus colegas que vão terminar desabámos em lágrimas porque não conseguimos ter uma preparação mental e psicológica para este fim de ciclo no Sporting CP e naquele momento que aconteceu e não estávamos à espera – sabíamos que podia acontecer, mas estávamos confiantes na passagem à final – foi um abanão muito grande que levámos e é normal que acabássemos por desabar e todas as recordações nos virem à cabeça.

“ESTÁVAMOS

PREPARADOS PARA CONQUISTAR MAIS TÍTULOS”

As emoções geradas pelo Sporting CP são a prova de que um homem também chora?

Sem dúvida e acho que não há vergonha nenhuma nisso, eu pelo menos nunca tive. Nestes momentos sou uma pessoa muito emotiva. O Sporting CP é, sem dúvida, um clube que deixa esse sentimento, porque acolhe os atletas muito bem, e apesar de ser um clube com uma dimensão enorme, dentro de cada modalidade há um espírito de família muito grande e ainda bem, porque acabamos por passar mais tempo aqui com estas pessoas que envolvem o Clube do que muitas vezes com outras pessoas do nosso círculo de amigos ou de família e isso é muito importante para o bem-estar do dia-a-dia, para conseguirmos desenvolver melhor o nosso trabalho e para atingirmos os objectivos. Só tenho a agradecer ao Sporting CP, é uma gratidão eterna porque transformou estes seis anos nuns dos melhores da minha vida.

“MUITO

FELIZ POR TER CHEGADO A ESTA MARCA [250 JOGOS]”

O que torna tão especial jogar no Pavilhão João Rocha e com a camisola do Sporting CP?

Em primeiro lugar os adeptos e o ambiente que conseguem criar neste Pavilhão, principalmente nos jogos de maior dimensão, como foi este jogo cinco das meias-finais. É simplesmente lindo ver o Pavilhão desta maneira e os adeptos a cantarem a uma só voz. Depois, o simples facto de vestir a camisola do Sporting CP, de saber que estamos a representar os valores de um clube com os quais, pessoalmente me identifico muito, isso enche-nos de orgulho e de responsabilidade. Esses sentimentos são os principais: orgulho, responsabilidade por representar bem o Clube e depois a parte mais emotiva dos adeptos, das bancadas é fantástico.

“SÓ TENHO A AGRADECER AO SPORTING CP, É UMA GRATIDÃO ETERNA”

Também sentiu muito o carinho dos Sportinguistas na rua?

Sim, muito mesmo, algo de que se calhar nem estava à espera, porque muitas vezes podemos não ser tão reconhecidos como os jogadores de futebol, é perfeitamente normal, mas esse fervor, esse gosto dos adeptos do

Sporting CP por todas as modalidades vê-se não só nas bancadas, mas também na rua. Muita gente conhece-nos fora do Pavilhão e mostram-nos sempre um carinho muito grande, um apoio imenso e isso também deixa uma marca em nós. É gratificante sentir o carinho dos adeptos.

“NÃO É FÁCIL TER ESTE TIPO DE TRANSFORMAÇÃO E AMAR TANTO UM CLUBE COMO EU SAIO DAQUI A AMAR

O SPORTING CP”

Há jogadores que quando terminam a ligação ao Clube falam de o nome deles ficar gravado no Museu. Isso é também reconfortante para si pelos títulos deixados? Sim, é um orgulho sentir isso. Sentir que as pessoas não irão esquecer-se de nós e que a nossa marca fica presente no Clube. Isso torna este momento de despedida ainda mais especial. Mas como disse, a vivência, o dia-a-dia, as amizades, as memórias que este Clube me deixou, são tão ou mais importantes do que os títulos e do que as marcas que deixámos presentes no Museu.

“NÃO NASCI SPORTINGUISTA, MAS NESTE MOMENTO SOU UM SPORTINGUISTA DE ALMA E CORAÇÃO”

Estamos a fazer esta entrevista num ambiente muito sagrado: o balneário. Fica aqui muita história? Muita, mesmo. É talvez a parte mais difícil. Apesar de ser um atleta muito intenso na pista, com muita garra, houve dias em que me apetecia estar mais no balneário do que dentro do rinque. Eu era um desses atletas que vivia muito o balneário, vinha muito tempo antes para aqui, para estar na brincadeira, a conviver com os companheiros e não só, também com o staff. Ainda no último jogo, abraçado ao Girão, dizia isso: ainda não acreditava que esses momentos no balneário iam terminar (lágrimas). Acima de tudo é isso. É um local sagrado, mas era um local no qual nos sentíamos muito felizes.

“NO ÚLTIMO JOGO, ABRAÇADO AO GIRÃO, DIZIA QUE O QUE NÃO ACREDITAVA ERA QUE ESSES MOMENTOS NO BALNEÁRIO IAM TERMINAR”

Acima de tudo, ficam as amizades no Sporting CP?

Sem dúvida. Sei que o hóquei em patins é um desporto de muito contacto, em que os limites estão muito próximos de serem ultrapassados, mas o que mais desejo é que no futuro possa levar todas estas amizades e que nunca se estraguem por alguma contingência do hóquei. Que possamos contactar-nos e sermos amigos para o resto da vida.

Fica um cantinho muito especial do Sporting CP no coração?

Sem dúvida que sim.

“FOI UM ORGULHO ENORME

TER VESTIDO ESTA CAMISOLA, TER REPRESENTADO ESTE CLUBE”

Que mensagem final fica para os Sportinguistas?

É a parte mais difícil. Foi um orgulho enorme ter vestido esta camisola, ter representado este clube e depois dizer isto sem me emocionar muito: a primeira memória que vem, a primeira pessoa em que penso é o meu avô materno, que já não está cá, mas era um Sportinguista de coração e eu tenho a certeza de que ele estará muito orgulhoso e muito feliz. Esta mensagem que vou deixar é para ele e para todos os Sportinguistas, tenho a certeza de que ele estará orgulhoso e todos os Sportinguistas podem estar orgulhosos. Eu não nasci Sportinguista, mas neste momento sou um Sportinguista de alma e coração (lágrimas). E só posso deixar um grande obrigado por isso, porque não é fácil uma pessoa ter este tipo de transformação e amar tanto um clube, saio daqui a amar o Sporting CP. Obrigado por tudo e sou um Leão para sempre.

João Souto vestiu a camisola do Sporting CP durante seis temporadas

MATÍAS PLATERO

“O SPORTING CP DEU-ME TUDO”

CHEGOU EM 2017, AJUDANDO A RELANÇAR O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL PARA OS MAIS ALTOS PATAMARES DO HÓQUEI EM PATINS. PILAR DE UMA GERAÇÃO VITORIOSA, SÍMBOLO DA MODALIDADE E REFERÊNCIA DE UMA CASA QUE APRENDEU A CHAMAR SUA, MATÍAS PLATERO DESPEDE-SE AGORA DAS PISTAS E DOS PALCOS QUE O VIRAM BRILHAR AO LONGO DE MAIS DE DUAS DÉCADAS DE CARREIRA PROFISSIONAL – OITO DELAS DE LEÃO AO PEITO. AQUI, CONQUISTOU TRÊS WSE CHAMPIONS LEAGUE, DUAS WSE CONTINENTAL CUP, DOIS CAMPEONATOS NACIONAIS, UMA SUPERTAÇA E, JÁ NO ANO DO ADEUS, A TÃO DESEJADA TAÇA DE PORTUGAL. EM ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING, O ARGENTINO REVIVEU MEMÓRIAS, SABOREOU CONQUISTAS E ANTECIPOU O FUTURO, POR AGORA LONGE DO HÓQUEI.

Texto: Filipa Santos Lopes

Fotografia: João Pedro Morais

Matías, na hora da despedida, quero regressar consigo ao dia em que aqui chegou. Quando o recorda, qual é a primeira coisa que lhe surge na memória? Olhando para trás, foram os momentos mais especiais e bonitos que vivi na minha carreira. Vim para um clube como o Sporting CP, que estava com muita fome de vitórias, e onde se criou um grupo e uma família espectacular. Quando cheguei, logo no primeiro dia, disse: “É aqui que vou querer ficar, conquistar muitas coisas, ganhar”. Graças a Deus aconteceu.

O que é que o fez sentir essa vontade numa fase tão precoce da sua chegada?

Quando cheguei, a equipa já estava fechada, eu fui o último. E receberam-me como se eu fosse, já, parte do Clube. Na verdade, isso fez-me sentir, logo nessa altura, mais um Sportinguista Acho que dei tudo, tentei sem-

pre dar tudo a cada treino e a cada jogo, porque sabia que aqui era importante ganhar. Os adeptos do Sporting CP precisavam disso, precisavam de títulos, precisavam de ver jogadores que morriam em campo por estas cores e por esta camisola. E nós, sobretudo no primeiro ano, demos isso ao público. Foi aí que entrámos nos corações dos Sportinguistas. Por isso, se calhar, foi muito mais fácil depois dar continuidade a esses anos de glória e criar esta união de família, de grupo, que me fez sempre querer ficar.

“QUANDO CHEGUEI, LOGO NO PRIMEIRO DIA, DISSE: “É AQUI QUE VOU QUERER FICAR, CONQUISTAR MUITAS COISAS, GANHAR”. GRAÇAS

A DEUS ACONTECEU”

Na altura, falava se do interesse de outros clubes e do

ano de contrato que ainda o ‘prendia’ a Espanha, mas o Sporting CP pagou por si uma cláusula de 41 mil eu ros – um valor, para muitos, tido como uma “loucura”. Essa vontade declarada do Clube em contar com os seus serviços foi o que, na altura, mais o atraiu no projecto? Sim. Sinceramente, foi que me demonstraram: que precisavam de mim, que me queriam. Sobretudo o Paulo Freitas, que era o treinador na altura. Foi ele quem me ligou, quando estava em Reus, e que me disse: “Olha, eu quero-te aqui; seja como for, mas quero o Matias Platero no Sporting CP”. E ligou-me não sei quantas vezes; foi-me convencendo a vir, a ter uma nova experiência. Eu saí de casa aos 17 anos, para mim já era normal mudar de clube, de equipa. Por isso pensei para comigo: “Se calhar o comboio só passa uma vez, vou apanhá-lo e espero que o caminho seja longo e repleto de vitórias”.

Falou de casa; o Matias é por muitos conhecido como “o príncipe de San Juan”, a província da Argentina de onde é natural. Lisboa lembra lhe a sua casa, de algu

ma forma?

Lisboa é muito parecida a San Juan no clima, nas pessoas e na forma como vivem o hóquei. Aqui ensinaram-me, sobretudo os Sportinguistas, que o hóquei, e as modalidades num geral, são muito importantes para o Clube. E fazem-nos sentir isso a cada jogo e em cada campeonato que vencemos, mas também quando as coisas não correm tão bem. Foram oito anos belíssimos, para mim os melhores. Vou levar para sempre comigo Portugal e Lisboa, e sobretudo o Sporting CP. Na verdade, vou ficar cá a viver. Formei uma bonita família, por isso Lisboa já é para mim a minha segunda casa, ou até a primeira.

“DEMONSTRARAM-ME QUE PRECISAVAM DE MIM, QUE ME QUERIAM. (…) POR ISSO PENSEI PARA COMIGO: “SE CALHAR O COMBOIO SÓ PASSA UMA VEZ, VOU APANHÁ-LO E ESPERO QUE O CAMINHO SEJA LONGO E REPLETO DE VITÓRIAS””

Ao longo destes oito anos foram oito os títulos conquis‑ tados. Terá certamente uma lista infindável de memó rias que vão além dos troféus, mas se tivesse de esco lher um momento vivido com a camisola do Sporting CP, qual é que destacaria?

Um momento que me marcou – fora as vitórias, as conquistas de títulos, a WSE Champions League que ganhámos aqui no Pavilhão e que vou levar para a vida – foi jogarmos em Barcelona e ver como a minha mulher viveu e sofreu com esse jogo. Ganhar e poder desfrutar com ela dessa vitória foi um dos momentos que mais me marcou no Sporting CP [Matías Platero refere-se ao jogo da segunda mão dos quartos-de-final da WSE Champions League de 2023/2024. A vitória deu acesso à final four da competição, que o Sporting CP acabaria por vencer].

Eu dei muito, dei tudo ao Sporting CP, e graças a Deus o Sporting CP deu-me uma família. Fora os títulos, porque ganhar também é importante para os jogadores e para o Clube, a minha família foi o que de mais importante aqui conquistei.

“DEI TUDO AO SPORTING CP, E GRAÇAS A DEUS O SPORTING CP DEU-ME UMA FAMÍLIA”

Falou da Ana [Freitas, antiga jornalista da Sporting TV] por duas vezes. Vocês conhecem se por intermédio do Clube e, agora já têm dois filhos pequenos… Sim, eu venho da Argentina e os meus pais deram-me tudo. Deixaram de ter férias, deixaram de comprar coisas para eles para mas darem a mim. (Emociona-se). Vou tentar demonstrar-lhes que vão ter sempre um pai e uma mãe com os quais vão poder contar. E que o caminho vai ser difícil, mas que nós vamos estar sempre atrás deles [para os amparar].

Gostava que eles fossem desportistas?

Seguramente, sim. Hóquei se calhar não, porque praticamente não tiveram a oportunidade de me ver em pista, mas jogamos muito futebol em casa, o mais velho brinca muito com bolas, e eu disse à minha mulher: “Algum desporto eles terão de fazer”. Não vamos obrigá-los a nada, a única coisa que queremos é que sejam os dois felizes, mas espero que sejam desportistas, porque acho que praticar desporto é muito bom para qualquer pessoa.

Ainda dentro do tema família: o seu irmão [Franco Platero, atleta da UD Oliveirense] também é hoquista e, nas últimas temporadas, vocês foram rivais dentro de campo. Como é que viveu a experiência de o defrontar?

Ainda há pouco mais de um mês, a sua alegria foi a in felicidade dele…

Acho que nunca consegui jogar contra ele como joguei sempre ao longo da minha carreira. Tenho muita boa relação com o meu irmão e jogar contra ele era muito difícil. Às vezes, havia momentos em que pensava “não quero jogar”, preferia estar fora. Depois, obviamente, pensava no lado profissional e dava tudo, mas tentava sempre ou não o defender directamente ou ir para longe dele. E ele dizia-me o mesmo. O ano passado, ganhámos a WSE Champions League contra ele e tinha os sentimentos muito divididos. Estava muito feliz pela minha família, por ganhar, pelo Sporting CP, pelos meus colegas… mas vê-lo chorar fazia-me não querer celebrar muito, porque sabia que metade do meu sangue estava triste. O desporto é assim. Tentei sempre jogar com ele, não contra ele, mas não conseguimos. Só uma vez, na Selecção, e foi estupendo.

Vestiu a camisola alviceleste por 27 ocasiões e tornou‑ ‑se um dos mais titulados jogadores da sua geração. O que significou para si representar a Argentina e vencer dois Campeonatos do Mundo pelo seu país, um deles na sua cidade?

O sonho de todos os meninos de San Juan, porque em San Juan o desporto principal é o hóquei, é ser campeão com a nossa Selecção, vestir a camisola do nosso país. E nós, que desde os três, quatros anos, calçamos uns patins e começamos a patinar, vivemo-lo à flor da pele. Ter a possibilidade de partilhar balneário com jogadores excepcionais, que se tornaram amigos, e poder ganhar, sobretudo o Mundial que conquistámos em San Juan, foi uma das coisas que… ao hóquei não posso pedir mais nada. Não fico com nada por fazer, por jogar ou por ganhar. Ganhar esse Mundial com o meu bebé, a minha mulher e os meus pais na bancada foi muito especial – e para eles também. Ver um filho que saiu dali tão jovem, um miúdo que faz 12 mil quilómetros e que ficou sozinho, que foi obrigado a crescer sozinho… Todas essas coisas fizeram-me ser o homem que sou agora. É verdade que, como dizem, sou um pouco frio, mas foi uma forma de autodefesa, porque estive sozinho muito tempo e tive de crescer muito. É

o que vou passar ao meu filho: que tem de ser sempre uma pessoa correcta, humilde e trabalhadora. Pensei em retirar-me da Selecção aí em San Juan, porque ganhar esse Mundial com 15 mil pessoas no pavilhão foi o topo do topo, mas voltei a jogar no Mundial passado. Contudo, estava já com muitas dores e não desfrutei como gostaria. Foram escolhas que fiz, se calhar tinha sido melhor ficar aqui, mas o importante é que venci esse Mundial em casa e, além de ficar na história da Argentina e dos Mundiais, fiquei também na história de San Juan.

“É VERDADE QUE, COMO DIZEM, SOU UM POUCO FRIO, MAS FOI UMA FORMA DE AUTODEFESA, PORQUE ESTIVE SOZINHO MUITO TEMPO E TIVE DE CRESCER MUITO. É O QUE VOU PASSAR AO MEU FILHO: QUE TEM DE SER SEMPRE UMA PESSOA CORRECTA, HUMILDE E TRABALHADORA”

Disse que o hóquei já não lhe devia nada. Acredito que tenha maturado longamente a decisão de terminar a carreira, mas que o desgaste e as dores físicas que foi acumulando a tenham também precipitado. Fica lhe, no entanto, a mágoa de não ter terminado em pista, ao lado dos seus companheiros?

Sim, seguramente. No último jogo, frente ao FC Porto, tive vontade de estar lá dentro e de ajudar a equipa como sempre fiz, mas, por outro lado, também me senti tranquilo, porque sabia que não conseguia. Não é que não quisesse; não conseguia mesmo. A lesão que tenho, estas dores, e o que sofri durante quase uma temporada inteira não me permitiam já viver o hóquei como sempre o vivi. Já não desfrutava do que mais amei e do que foi sempre a minha vida. Por isso, cheguei a um ponto no qual desisti, já não aguentava – e dei um passo ao lado. Mas continuei sempre aqui, a apoiar e a tentar ajudar os meus colegas, porque pensei que se não podia já contribuir em campo, ao menos podia fazê-lo desde fora. Podia dar-lhes dicas, ajudar tanto o treinador como os jogadores.>>

Matías Platero terminou uma formidável carreira; condicionado por uma grave lesão, fez o último jogo a 12 de Março de 2025

>> Conheço-os a todos há muito tempo, sabíamos jogar quase de memória. Conheço a cabeça deles, sei por onde ir, como falar e por onde entrar. Mas, obviamente, fiquei com essa dor no peito – a de não poder acabar em pista, com os patins calçados.

“A

LESÃO QUE

TENHO, ESTAS

DORES,

E O QUE SOFRI DURANTE QUASE UMA TEMPORADA INTEIRA NÃO ME PERMITIAM JÁ VIVER O HÓQUEI COMO SEMPRE O VIVI. JÁ NÃO DESFRUTAVA DO QUE MAIS AMEI E DO QUE FOI SEMPRE A MINHA VIDA.”

Consegue explicar aos Sportinguistas que lesão foi esta?

Esta dor surgiu no final da época passada. Foi quando comecei a senti-la. Só que pensei sempre que eram dores musculares. Fiz tudo para as tratar, para ficar bem. Fiz muitos tratamentos tanto no Sporting CP como fora. Cuidava-me para estar bem no dia seguinte e continuar treinar. Foi assim, constantemente. Mas depois do Mundial de 2024, arranquei a pré-época e as dores foram ficando cada vez piores. Chegou ao ponto que o treino terminava e eu não conseguia sequer caminhar. Ficava preso das costas, na lombar. Falei com os médicos e com o treinador, fizemos todas as diligências necessárias, e foi aí que percebi realmente a lesão que tinha. Vou ter de ser operado, ainda não sei quando, e meter uma prótese nas duas ancas. Foi por isso que desisti. Porque sentia que já não ia ajudar os meus colegas. O sofrimento era tanto que já não desfrutava do que estava a viver; vir treinar era um sofrimento – não apenas no momento, também em casa, porque não conseguia sequer brincar com o meu filho. Foi aí que se fez um clique na minha cabeça e pensei: “Já chega”. Dei tudo, fico mesmo muito orgulhoso por tudo o que consegui dar ao hóquei, a mim mesmo – provei-me muitas coisas – à minha família e aos Sportinguistas.

O que é que de mais bonito leva do Pavilhão João Rocha?

Jogar aqui, neste Pavilhão que é único, o mais bonito da Europa, e com este ambiente impressionante… podíamos estar cansados, mas quando ouvíamos os adeptos a cantar, tentávamos sempre chegar a uma bola que

achávamos perdida. Os Sportinguistas davam-nos esse oxigénio. Levo tudo. Levo todas as pessoas que aqui conheci. Passei por muita gente, e agradeço a todos os que aqui estiveram, do meu primeiro até ao último dia. Levo muitos amigos, gente que vai ficar para a vida. Agradeço eternamente a todos os que me ajudaram, àqueles que estiveram nos momentos bons e principalmente nos menos bons.

E foi um Pavilhão João Rocha cheio aquele que, há uns dias, o ovacionou e se despediu de si. O que é que sentiu nesse momento?

Tentei ser como fui sempre, discreto, mas obviamente gostei, adorei. Só que o clique só se deu no dia seguinte, quando comecei a responder às muitas mensagens e às palavras bonitas que me escreveram. Parecia o meu filho de três anos a chorar. Estava em casa, e a minha mulher olhava para mim e dizia: “Chora, deita tudo cá para fora, para depois fazeres o luto do hóquei e continuares a tua vida”. Eu já sabia que a minha carreira ia terminar em algum momento. Estava mais do que decidido. Mas quando o momento chega e te dão carinho, te demonstram que valorizam realmente aquilo que deste… Eu nunca tinha falado com muitas das pessoas que me enviaram mensagens, mas as palavras que me dedicaram ficar-me-ão eternizadas na cabeça e no coração.

Essa tarde ficou marcada também pela despedida de Ângelo Girão, que terminou igualmente a sua carreira, e pelos adeus ao Sporting CP de Toni Pérez e de João Souto. Que recordações leva desses seus companheiros de tantas batalhas?

Sempre disse que gostava de jogar com o [João] Souto, porque via um jogador que não se cansava nunca, que estava a 100% na pista. Mas, ao longo destes anos, conheci uma pessoa excepcional. É um amigo que vou levar para a vida, porque é sincero, honesto. E é engraçado também. Divertimo-nos muito com ele e de certeza que vai continuar a ter uma carreira bonita, para onde for, porque é muito trabalhador. Deus queira que sim, que esta mudança seja para o seu bem e o da sua família. O Toni [Pérez] é um guerreiro também, na minha equipa jogava sempre. É um jogador que se mete na cabeça que vai marcar, marca. Identifico-me muito com ele por isso. Chegámos no mesmo ano e conversámos muito sobre tudo aquilo que íamos ganhar se fossemos uma família, um grupo unido. E fomo-lo sempre. Fomos sempre amigos. Aqueles colegas de equipa que falavam muito em campo, mas sempre

para ajudar, para apoiar o outro. Já lho disse directamente: foi muito bonito tudo o que vivemos. Já lhe agradeci por estes oito anos que partilhei com ele. Vai ser seguramente muito feliz. Por último, o [Ângelo] Girão. Ao longo destes anos, fomos falando mais e mais. Tivemos muito boa relação desde o princípio, mas apenas aqui, em pista. Com o passar do tempo, encontrei um amigo que vou levar para a vida. Vamos ter muito para viver juntos, agora que o hóquei termina. Falámos disso muitas vezes. O hóquei era a nossa vida, a nossa profissão, mas ia acabar. E para nós acabou, mas a nossa relação vai continuar cá fora. Vamos construir muitas coisas bonitas fora de campo também. Tudo o que disser para falar da carreira dele é pouco. Não tenho palavras, mas os títulos estão aí, toda a gente sabe o que é que ele deu a Portugal. No Mundial em que nos ganharam, foi ele e mais quatro, mais oito, mais nove… mas foi sempre ele. E aqui no Sporting CP ganhámos muito porque ele meteu na cabeça que queria ser o melhor do mundo, que queria defender bolas e ganhar. E fazia-o. Teve sempre uma palavra para apoiar a equipa, levou sempre tudo à frente. Foi um verdadeiro capitão. Ele sabe que gosto muito dele e que desejo o melhor para ele e para a sua bonita família.

Já de fora, como é que antecipa o futuro desta equipa? Desejo o melhor a todos, todo o sucesso do mundo. Que possam vencer muitos mais títulos para o hóquei do Sporting CP e que continuem a ser esta família que construímos, porque foi isso que fez com que ganhássemos tanto.

“DESEJO O MELHOR A TODOS, TODO O SUCESSO DO MUNDO. QUE POSSAM VENCER MUITOS MAIS TÍTULOS PARA O HÓQUEI DO SPORTING CP E QUE CONTINUEM A SER ESTA FAMÍLIA QUE CONSTRUÍMOS, PORQUE FOI ISSO QUE FEZ COM QUE GANHÁSSEMOS TANTO”

E o futuro de Matias Platero, o que é que guarda? Vai continuar ligado ao hóquei?

Para já não. Quero desligar um pouco, aproveitar o tempo com os meus filhos, a minha família. Aos fins-de-semana não conseguia ter tempo e não pude estar com eles como gostaria. Depois, logo se verá. Tenho alguns projectos pensados com a minha mulher e as nossas famílias, mas não digo nunca. Se calhar vai chegar o dia em que vou aparecer como treinador, dirigente ou algo relacionado.

No entanto, vai lançar este Verão um Summer Camp de hóquei para crianças, certo? Que projecto é este? Sempre tive de ser um pouco ‘empurrado’ para as coisas (sorri), mas tive dois colegas que insistiram muito para lançarmos este projecto e eu lá disse “Ok, vamos”. E fiquei surpreendido porque preenchemos as vagas em três dias. O que vamos fazer é um campo de treinos de hóquei diferente da oferta já existente, onde as crianças se sintam felizes. Vai ser uma semana bonita. Vou tentar calçar os patins, mas não sei quanto tempo conseguirei fazê-lo. Se calhar para o ano, já com as próteses, vou estar um jogador novo (risos), mas vai ser algo bonito de viver. Estou contente. Espero que chegue rapidamente o dia em que vou poder ‘tirar’ essa espinha que tenho na garganta, voltar a calçar uns patins e divertir-me com os miúdos.

Matías Platero com a mulher, Ana Freitas, e o pequeno Matteo, após a conquista da WSE Champions League de 2024

OUÇAM O RUGIDO DO LEÃO

Confesso que, não sendo o melhor dos optimistas serei, como aqueles que me conhecem pessoalmente o sabem, longe de ser o pior dos pessimistas.

Perguntam vocês: e o que é que isso tem a ver com o Sporting Clube de Portugal?  Pois bem, passo a explicar. Todos sabemos que passámos por períodos pouco ganhadores no futebol – que não no universo das modalidades – não há como o esconder. Em quatro décadas ganhámos somente quatro Campeonatos, a que somámos aqui ou ali alguns troféus na Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga.

Mas uma coisa existe que inequivocamente tanto nos orgulha e que nos diferencia claramente dos demais, provocando-lhes até espanto e, porque não, um fundado receio, ao assistirem a este imenso rugido do Leão renascido e a criar hábitos ganhadores. Que é interclassista. Que abrange todas as gerações. Sobretudo as mais jovens, numa clara demonstração de grandeza sem paralelo e que sobretudo são o garante do futuro. Arrepiante!

OPINIÃO

Não nos deixámos abater quando parecia que havia um manifesto conluio do poder instituído para que só houvesse um grande a Sul e outro a Norte. Comentadores havia que falavam na perda das novas gerações de adeptos. Confesso que também o temi. Dizer o contrário era fugir ao que sentia e não o consigo. Comentei até esse assunto em privado com amigos. Uns corroboraram. Outros, felizmente mais optimistas, refutavam a plenos pulmões essa teoria. Sabia que a família Leonina era imensa. Disso nunca duvidei. Mas em 2021,19 anos depois, chegou um campeonato que, mesmo com as limitações então provocadas pelo COVID-19, fez encher o país e as comunidades onde existissem Sportinguistas, numa loucura indescritível. Estava mais do que provado que o Leão continuava vivo... e bem vivo. Esse foi o primeiro grande indicador.

E depois desse, chegaram mais dois e com eles o Bicampeonato e a dobradinha.

E aquilo a que se assistiu nos últimos dois anos foi simplesmente indescritível e revelador de que somos únicos... inigualáveis até na forma como sabemos estar nos festejos. Apareceram, numa demonstração clara de amor, milhares e milhares de Sportinguistas a festejar como se não houvesse amanhã, com claro epicentro no Marquês de Pombal, em Lisboa, mas também desde as maiores cidades do país, e não só, até aos locais mais recônditos.

A forma como a imensidão de crianças e jovens festejaram efusivamente, com cânticos de amor ao Clube, a imitar a

DEFESO… GYÖKERES E FUTSAL!

DEFESO / TRANSFE RÊNCIAS / GYÖKERES – Estamos em pleno defeso futebolístico, com a enorme maioria de clubes e jogadores a gozarem as suas habituais férias. Compreendemos que no deserto de jogos destas semanas os meios de comunicação social, nomeadamente os desportivos, se agarrem a temas mais sensacionalistas (ou a jogos de torneios de Verão, de fim ou de início de época). Um dos temas preferidos é o das transferências de jogadores, sendo que o respectivo mercado se estende – no geral – do próximo dia 1 de julho (ou seja, ainda nem abriu) até 1 de setembro. Avulta e de que modo, nesse particular domínio, a propalada novela da transferência do nosso Viktor Gyökeres! Certo é que o jogador tem contrato com o Sporting CP até ao final da época 2027/2028! São mais três temporadas! Tenham calma, portanto. Sabemos o papel que Gyökeres tem tido no futebol do Clube! Sabemos da sua enorme valia! Sabemos que os nossos adversários o temem! Sabemos quanto tantos gostariam de ver o Sporting CP fraquejar ou ser enfraquecido. Mas, contudo, o Viktor tem contrato, continua a ter contrato, é jogador do Sporting CP e assim continuará a ser… até que o presidente Frederico Varandas se convença e decida fazer o negócio da transferência desse extraordinário jogador para uma qualquer outra latitude, sempre com adequada e valiosa compensação ao Clube. Tenhamos, pois, calma!

CONFIANÇA E CORAGEM – No meio dessa interminável novela, como em tantos outros momentos, soube muito bem ver e ouvir a intervenção pública do presidente Frederico Varandas, por ocasião da sua visita – na semana passada – ao Museu Sporting em Leiria (salvé, Bernardes Dinis!). Foi exemplar! E taxativo! Colocou os “pontos nos i”, transmitiu calma aos Sportinguistas, calou muito comentário, definiu caminho e fixou barreiras e limites! Todos percebemos que o presidente está em cima do assunto, conhecedor da situação, detentor de uma privilegiada posição negocial, atento ao mercado e aos seus sinais. O corolário da sua intervenção foi confirmarmos, no seio do que nos importa, isto é, da Família Sportinguista, o reforço da confiança no presidente, na certeza de que o mesmo tratará do assunto guiado por um único fundamental vector, qual seja a defesa dos superiores interesses do Sporting CP! Força, presidente! Coragem, presidente!

LADAINHAS E QUEIXINHAS – O SL Benfica continua a queixar-se… já perdemos até a conta às vezes que o faz. A verdade é que já ninguém, nem eles próprios, sabe do que eles se queixam e muito menos qual a razão! Certo é que o clube que mais foi beneficiado na história do futebol português está agora – depois das derrotas que consecutivamente o Sporting CP lhes foi infligindo no Campeonato e na Taça de Portugal – em estado catatónico, viciado em birrentas lamechas e fixado em infantis queixinhas. Coitados… não fosse a hipocrisia e até poderiam meter dó… não é, contudo, o caso! Não merecem isso. Sublinhamos, isso sim, que – agora – também no futsal se queixam… tendo feito um lamentável comunicado a propósito da arbitragem do primeiro jogo da final do Campeonato, que foi magistralmente contestado no feliz comunicado de resposta do Sporting CP! Tanta lamechice, tanta lágrima de crocodilo, tanta hipocrisia!

máscara de Viktor Gyökeres, a dar vivas ao Sporting CP, a extravasar uma alegria incontida, foi emocionante.  Somos decididamente um clube dos netos até aos avós. Um clube de uma dimensão única.

Os que achavam que o Sporting Clube de Portugal era aquele clube fofinho e que ganharia sempre pouco, estavam profundamente equivocados. Sem arrogância, com a marca indelével da capacidade do trabalho e quanto e bom trabalho tem sido feito, ambicionamos continuar no topo. Tendo a consciência de que ninguém ganha sempre, é legítimo sonhar na manutenção deste momento épico. Ambicionamos agora chegar ao Tri, o que é um objectivo possível.

E é na força motriz desta verdadeira Onda Verde que tem crescido e transbordado de paixão à causa, que temos que nos agarrar e levar os nossos rapazes às cavalitas rumo ao sonho. E que sonho este que nos invade o coração Leonino. Teremos de ser unos e indivisíveis e não vacilar. Nem quando as virgens ofendidas, que deveriam corar de vergonha por terem um passado recente cheio de casos judiciais, procuram maquilhar os seus fracassos pessoais, numa espécie de papas e bolos para enganar os tolos, querem relativizar as nossas conquistas.

A esses recomendo-lhes Kompensan ou em alternativa que continuem a ouvir o imenso rugido do Leão, aquele que ecoa um pouco por todos os lugares onde existem Sportinguistas. E tantos eles são.

FUTSAL / A FINAL – No passado domingo teve lugar esse tal primeiro jogo da final do Campeonato, em nossa casa, no Pavilhão João Rocha. Lutámos muito, podíamos ter ganho o jogo. Fomos sempre recuperando, com muita garra e pundonor, das desvantagens que fomos sucessivamente tendo no marcador. Quatro vezes nos vimos a perder e quatro vezes conseguimos recuperar, empatando sempre a partida. No final, nos penáltis, a sorte nada quis connosco e foi-nos madrasta. Estamos em desvantagem. Mas sabemos que o nosso futsal é feito de Campeões! De gente de rija têmpera! Uma equipa de antes quebrar que torcer! E foi isso que se viu nas declarações no final do jogo, desde o Nuno Dias, passando pelo capitão João Matos e indo até aos demais jogadores que prestaram declarações. Nós acreditamos em vocês! Força, Leões! Vamos ao Penta!

ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE – Aos poucos e poucos vai-se desvendando tudo quanto se está a passar com as obras que decorrem dentro do nosso templo. Vamos ficar com um Estádio ainda mais espectacular! As fotos que aqui e ali vão aparecendo dão nota disso mesmo. Cresce, pois, a excitação nos Associados Leoninos! O frenesim aumenta! Toda a gente quer ver e experimentar os seus novos Lion Seats! Também aqui, força, Sporting CP!

Viva o Sporting Clube de Portugal!

P.S – Acabo de ver a autêntica “patada” (esta sim!) que um tal de Belotti deu num jogador do Boca Juniors. Não se faz! Mas ainda não vi nenhuma “comoção nacional”... nem nenhum pedido de “exemplar punição”... porque será? Já esqueceram o que andaram a dizer há menos de um mês? Fraca memória... ou hipocrisia?

TITO ARANTES FONTES
JUVENAL CARVALHO

PÉREZ

“ESPERO QUE ME RECORDEM COMO ALGUÉM

DURANTE OITO TEMPORADAS, TONI PÉREZ DEU A PELE PELO LEÃO RAMPANTE QUE LEVA NELA TATUADO. PELOS GOLOS DECISIVOS, PELA VOZ NO BALNEÁRIO E PELA ALMA EM PISTA, TORNOU-SE UMA FIGURA CENTRAL DE UM DOS PERÍODOS MAIS VITORIOSOS DA HISTÓRIA DO HÓQUEI EM PATINS NO CLUBE CAMPEÃO NACIONAL, VENCEDOR DE TÍTULOS EUROPEUS E SÍMBOLO DA RAÇA VERDE E BRANCA, O ESPANHOL DESPEDE-SE AGORA DE LISBOA, MAS CARREGA CONSIGO UMA BAGAGEM REPLETA DE MOMENTOS MARCANTES. O DERRADEIRO DELES, O GOLO QUE MARCOU NO PROLONGAMENTO DO QUINTO E ÚLTIMO JOGO DAS MEIAS-FINAIS DO CAMPEONATO, LEVANDO A DECISÃO PARA AS GRANDES PENALIDADES – NAS QUAIS O SPORTING CP ACABARIA INGLORIAMENTE ELIMINADO. EM ENTREVISTA AO JORNAL SPORTING, O HOQUISTA REVISITA O INÍCIO DA CAMINHADA, AS CONQUISTAS E O FUTURO, SEM NUNCA ESCONDER A EMOÇÃO DA DESPEDIDA.

Foi muito comovente ver a forma como sentiu aque les minutos finais do último jogo frente ao FC Porto, e também como celebrou o quarto golo, entre lágri‑ mas e uma gigante euforia. Consegue traduzir o que lhe passou pela alma nesse momento?

Sinceramente, o jogo frente ao FC Porto foi muito especial. Não pensava que fosse o último, porque tinha

a convicção de que a equipa ia conseguir a vitória e passar à final. Mas, obviamente, somos humanos, o tempo ia passando, estávamos muito igualados, tínhamos a nona falta, a equipa estava em desvantagem no marcador… Quando entro em pista, faltavam dois minutos para terminar e pela minha cabeça só passava “quero fazer um golo, quero fazer um golo” para ajudar a equipa a entrar no jogo e empatar a eliminatória. Quando a bola entra, não vejo o tempo que falta, nada. Pensei que faltavam segundos. Foi uma explosão de todo o Pavilhão, aquela loucura que só neste Pavilhão se pode viver. E é algo que vou levar para a

vida, tanto esse golo como muitos outros (emociona-se). Mas esse é especial, sobretudo pela euforia das pessoas. Ainda me arrepio com a explosão que sentimos, a crença de que ainda poderíamos chegar aos penáltis e passar.

Acredita que as lágrimas do final foram ainda mais sentidas pela esperança de um desfecho diferente; a esperança que esse golo, inevitavelmente, trouxe?  Ainda no outro dia disse: oito anos não são oito dias. As emoções que aqui vivi, tudo aquilo que cá pude desfrutar… chegou ao fim. Eram os últimos momentos.

Texto: Filipa Santos Lopes Fotografia: Isabel Silva, João Pedro Morais, Museu Sporting – Centro de Documentação
“OITO ANOS NÃO SÃO OITO DIAS. AS EMOÇÕES QUE AQUI VIVI, TUDO AQUILO QUE CÁ PUDE DESFRUTAR… CHEGOU AO FIM”

Desse dia há ainda uma imagem muito bonita, que quem viu não vai esquecer: a do Toni sozinho na pista no final do jogo, já com as bancadas vazias. Precisou desse momento para se despedir do Clube e do Pavilhão João Rocha?

(Emociona-se) Sim, sem dúvida. Depois de darmos a volta e cumprimentarmos os adeptos que ficaram até ao fim, chego ao balneário e está, obviamente, toda a gente totalmente destroçada; pelo jogo, pela eliminação, pelos jogadores que iam embora e pelos que terminavam a carreira… Precisei do meu momento. Não sabia quando é que ia voltar a ter a oportunidade de estar sozinho no Pavilhão. Quando cheguei, também tive a oportunidade de estar sozinho no Pavilhão vazio, ainda antes da inauguração – porque fui uma das pessoas que estreou este Pavilhão. E quis ter esse tempo, passear para a frente e para trás na pista, sozinho, enquanto pensava em todos os momentos que aqui vivi com os meus colegas, com a minha família, com os meus adeptos, com toda a gente que torce por nós. Foi um momento especial, onde relembrei tudo o que de bom vivemos e onde aproveitei, sobretudo, para respirar um pouco depois do jogo, para chorar mais um ‘bocadinho’.

Fica lhe o amargo de não se ter despedido do Sporting CP com a ida à final do Campeonato?  Sem dúvida. Obviamente, ninguém queria que chegasse o fim, mas acabar assim dói muito. Dói muito porque foram oito épocas de muito sucesso. Perdemos muita coisa também, mas nesses momentos havia sempre outra oportunidade. Pensávamos sempre: “Amanhã vou treinar, amanhã vou fazer melhor para voltar a ganhar – por toda esta gente, por nós, pela nossa família, pelos nossos colegas, pelos adeptos”. Pensávamos “vou voltar a conseguir, sei que sim”. E no dia do jogo com o FC Porto, infelizmente, não tínhamos já essa oportunidade.

Olhando agora com mais distância para a eliminatória, consegue já identificar o que falhou, se é que falhou al‑ guma coisa?

O [Ângelo] Girão disse uma coisa depois do jogo com a qual eu concordo: o hóquei em patins é um jogo de pormenores, é um jogo de detalhes. Nós já ganhamos muita coisa com detalhes. Lembro-me, por exemplo, de um remate do Nolo [Gonzalo Romero], que eu desvio e a bola entra, já no prolongamento. É golo e ganhamos a WSE Champions League, precisamente frente ao FC Porto [Toni Pérez refere-se à final de 2020/2021]. Desta vez, eles fazem o empate com uma bola que bate no [João] Souto, fica morta, bate no [Ângelo] Girão, fica morta e entra. São coisas que, no desporto, acontecem, e em jogos entre equipas tão igualadas, como somos nós e o FC Porto, a decisão vai ao mínimo detalhe. Infelizmente, este ano não caiu para o nosso lado, mas fico com a satisfação de que fizemos uma eliminatória muito boa. Merecíamos muito estar na final, fizemos por isso tanto nos jogos em casa como fora, mas houve pequenos detalhes que nos escaparam. Estou a lembrar-me, por exemplo, do jogo lá, com um 4-2 a nosso favor que não segurámos, das bolas paradas, dos penaltis do quarto jogo e do quinto jogo… São detalhes que, noutros anos, nos deram as vitórias, mas que desta vez, infelizmente, caíram para o outro lado.

“INFELIZMENTE,
PARA O NOSSO

ESTE ANO

NÃO

CAIU

LADO, MAS FICO

COM A SATISFAÇÃO DE QUE FIZEMOS

UMA ELIMINATÓRIA MUITO BOA E MERECÍAMOS MUITO ESTAR NA FINAL”

Agora, o futuro levá lo á para outras paragens. Fica a promessa de continuar a acompanhar o Sporting CP à distância?

Sem dúvida. O Sporting CP fica marcado na minha vida. Foram oito anos, mas o Leão rampante vai continuar comigo (mostra a tatuagem de um leão no antebraço).

Cheguei ao Sporting CP sabendo que este era um Clube grande, muito ecléctico, com muitas modalidades e com muita massa associativa, mas saio daqui Sportinguista.

“CHEGUEI AO SPORTING CP

SABENDO QUE ESTE ERA UM CLUBE GRANDE, MUITO ECLÉCTICO, COM

MUITAS MODALIDADES E COM

MUITA MASSA ASSOCIATIVA, MAS SAIO DAQUI SPORTINGUISTA”

Consegue já entender o significado daquela palavra tão portuguesa, “saudade”?

Consigo. Sei o que significa, mas acho que vou senti-la muito mais quando, de facto, me for embora.

Do que é que vai ter mais saudades?

De tudo. (Emociona-se) De tudo. De tudo. Ainda agora entrei pela porta do Pavilhão e senti que estava a fazer algumas coisas pela última vez. Vou ter saudades de entrar no balneário, ir directo ao canto do Marco [Lopes, técnico de equipamentos], cumprimentá-lo e tomar um café com ele. De ser dos primeiros a chegar, estar lá com ele, a falar um pouco antes do treino. De chegar ao balneário e brincar com cada um dos meus colegas. Depois, dos treinos e de ver toda a gente que trabalha aqui, no dia a dia, connosco. Afinal, esta nossa família não é formada apenas pela equipa, mas sim por todos os que aqui trabalham diariamente. E vou ter saudades, sobretudo, dos jogos. Dos adeptos que encontrávamos, não só no nosso

Pavilhão, mas também noutros pavilhões e na rua. Das pessoas que me abordavam para dar uma palavra, que nos apoiavam e que estiveram sempre ao nosso lado.

“VOU TER SAUDADES, SOBRETUDO, DOS JOGOS. DOS ADEPTOS QUE ENCONTRÁVAMOS, NÃO SÓ NO NOSSO PAVILHÃO, MAS TAMBÉM NOUTROS PAVILHÕES E NA RUA. DAS PESSOAS QUE ME ABORDAVAM PARA DAR UMA PALAVRA, QUE NOS APOIAVAM E QUE ESTIVERAM SEMPRE AO NOSSO LADO”

O Toni falou há pouco do seu primeiro dia aqui no Pavilhão. Imaginava, na altura, que venceria pratica mente tudo o que havia para vencer no Sporting CP, e que por cá ficaria tantos anos?

Quando cheguei não esperava [ficar] tantos anos e [conseguir] tantas vitórias. Vim para ganhar, porque sempre tive essa mentalidade e essa força de querer ganhar tudo, mas o campeonato português não era ainda o melhor campeonato do mundo, não era tudo o que é agora. Na altura, vim com um contrato de dois anos, era a primeira vez que saía de Espanha e não sabia como é que iria correr, mas cheguei obviamente com muita vontade de ganhar. Conseguir vencer o Campeonato logo no primeiro ano foi espectacular.

“CONSEGUIR VENCER O CAMPEONATO LOGO NO PRIMEIRO ANO FOI ESPECTACULAR”

Era um Campeonato que fugia ao Sporting CP há 30 anos. O Toni foi sempre caminhando ao lado da his tória: vence esse título, vence uma WSE Champions League que escapava há 42 anos, e agora, muito recen temente, uma Taça de Portugal que o Clube não con quistava há 35 anos. A WSE Continental Cup, na altura, também foi uma conquista inédita – que, depois, vocês repetiram. Sente‑se uma lenda viva deste Clube?  Sinto-me muito afortunado. Afortunado por ter podido viver toda esta história, por ter jogado aqui, com toda >>

No passado dia 10 de Junho, Toni Pérez despediu-se do Pavilhão João Rocha em lágrimas

>> esta família que criámos; jogadores, adeptos – a família Sportinguista. Mais do que uma lenda, sinto-me muito afortunado por ser parte desta história.

Foram oito títulos em oito temporadas. Consegue des‑ tacar aquele que para si foi o mais marcante?  Marcantes são todos. Lutamos sempre para ganhar, mas obviamente o primeiro foi uma loucura. Uma loucura porque ninguém contava connosco, porque éramos uma equipa praticamente nova; nesse ano, que foi também o primeiro ano no Pavilhão, chegámos quatro novos atletas à equipa. Ganhámos em todas as modalidades e essa mística que aqui se viveu foi irrepetível. Todas as semanas vínhamos festejar títulos. Lembro-me de ver a final de voleibol, em pé, na bancada, cinco horas e meia de jogo, cinco sets, decidido na negra. Lembro-me do jogo do andebol, do futsal, e de todos os jogos em que cá estivemos a festejar esses títulos. E, depois, eles também estiveram no nosso – fomos os últimos.Nesse dia, depois de ganharmos… a loucura que se viveu aqui neste Pavilhão! Se calhar, esse título foi o mais especial, mas posso falar também da WSE Champions League de 2018/2019, obviamente. A final foi aqui, no Pavilhão João Rocha, e foi um ambiente brutal.

Falava do ambiente e dos adeptos. O seu estilo de jogo é muito combativo, muito apaixonado e intenso. Acha que foi isso que o aproximou dos adeptos e que fez com que os Sportinguistas o admirassem e apoiassem sempre?

Como os adeptos bem sabem, nós somos muito mais fortes com eles. Precisamos muito deles. Com eles do nosso lado, estivemos sempre muito mais perto de ganhar. Não há mais ninguém no mundo que nos possa dar essa força. Acho que sempre percebi isso, porque a minha forma de jogar também passa muito por puxar pelos colegas, pela equipa e pelos adeptos, para que tudo some e nos aproxime do objectivo. A importância dos adeptos em todos os títulos que vencemos foi tanta ou maior do que a de alguém que marcou o último golo, fez a última assistência ou do que uma última defesa do [Ângelo] Girão. Portanto, a ligação que sempre tive com eles vem daí - de ter sempre sentido esse carinho único.

“A IMPORTÂNCIA DOS ADEPTOS EM TODOS OS TÍTULOS QUE VENCEMOS
FOI TANTA OU MAIOR DO QUE A DE ALGUÉM QUE MARCOU O ÚLTIMO GOLO, FEZ A ÚLTIMA ASSISTÊNCIA

OU DO QUE UMA

ÚLTIMA

DEFESA DO [ÂNGELO] GIRÃO”

O que é que acha que por cá fica do hoquista e do ho mem Toni Pérez?

Tentei sempre dar tudo pelo Clube, pelos meus colegas. Dei tudo o que tinha e mais. Espero que me recordem e que se lembrem de mim como uma pessoa que não deixou de lutar, que sempre acreditou e que quis sempre ganhar.

Já mencionou várias vezes esta família que vai além dos jogadores. No entanto, e acompanhando vos sema na após semana nos últimos anos, a imagem que fica é a de que o vosso grupo é efectivamente muito unido. Sente que esse foi o segredo para tantas vitórias?  Claro, é que não há outro caminho. Partilho balneário com o [Ângelo] Girão, com o Zé Diogo, com o Mati [Platero], com o Nolo [Gonzalo Romero], com o Ale [Alessandro Verona] e com o [João] Souto há pelo menos seis anos. E seis anos não são, como dizia há pouco, seis dias. Cria-se uma ligação. Estamos todos os dias juntos para treinar, mas também combinamos coisas fora dos treinos, juntamos as famílias. Também nas viagens… estamos sempre juntos. Ou seja, é uma ligação para a qual a palavra “irmão” fica pequena. É inexplicável. Por isso é que a palavra “família” define mesmo este grupo.

A par da sua despedida, o jogo com o FC Porto marcou também a despedida de duas lendas do hóquei em pa tins e do Sporting CP. Gostava de dedicar uma palavra a Ângelo Girão e a Matías Platero?

É como diz: são duas lendas. Lendas do desporto, lendas do hóquei, lendas do Sporting CP. O Mati chegou comigo há oito anos. Entrámos no mesmo ano, vindos de Espanha, e chegámos com o propósito de tornar o

Sporting CP campeão. Sempre foi um guerreiro; digo-lhe muitas vezes que foi um prazer enorme jogar ao lado dele. Safou-nos muito com alguns golos (risos), mas o que fica é a pessoa de balneário, que esteve sempre que foi preciso e que nos trazia uma tranquilidade muito necessária. E o Girão é totalmente o contrário: é o homem de sangue quente, o homem que nos fazia estar alerta, atentos, que nos deu tantos e tantos títulos com as suas defesas que ninguém sabe como fez.

O hóquei do Sporting CP vai começar na próxima épo ca um novo ciclo, passará por um período de renovação inevitável com a saída de muitos jogadores históri‑ cos. Perspectiva um futuro sorridente para o conjunto Leonino?

Espero e desejo que seja um futuro brilhante, que continuem a ganhar, que continuem a lutar. Sei que esta equipa não vai deixar de o fazer, porque o ADN mantém-se. O Nolo [Gonzalo Romero], o Ale [Alessandro Verona], o Zé Diogo e o Henrique [Magalhães] ficam para dizer aos mais novos como é que se faz e qual é o caminho para as vitórias. O [Rafa] Bessa e o [Facundo] Bridge já conhecem o caminho também, mas estão cá há menos anos. Agora, é levar essa gente nova – com ilusão e com mentalidade, como nós quando cá chegamos há oito anos – ao mesmo patamar. Espero que igualem o que fizemos, inclusive que superem. Menos contra mim, se nos cruzarmos (risos).

“ESPERO E DESEJO QUE SEJA UM FUTURO BRILHANTE, QUE CONTINUEM A GANHAR, QUE CONTINUEM A LUTAR. SEI QUE ESTA EQUIPA NÃO VAI DEIXAR DE O FAZER, PORQUE O ADN MANTÉM-SE”

Já falou várias vezes dos adeptos, mas estando quase a terminar esta entrevista, pedia lhe agora, de for ma mais directa, uma mensagem também para eles. De agradecimento, despedida ou de retribuição, tal vez, por tudo o que significaram para si estes oito anos. (Suspira). Só queria agradecer-vos. Por preencherem cada uma destas bancadas, todos os dias. Sei que não é fácil vir a uma terça-feira assistir a um jogo do Campeonato Nacional contra uma equipa da zona médio-baixa da tabela, mas vocês estiveram sempre cá. Muitos sei que estiveram mesmo sempre cá. Agradecer-vos o carinho que tiveram comigo a cada momento, mesmo os menos bons. Quero que saibam que agora vou ser mais um a apoiar o hóquei do Sporting CP, mas também todas as equipas que representam este grande Clube.

“QUERO QUE SAIBAM QUE AGORA VOU SER MAIS UM A APOIAR O HÓQUEI DO SPORTING CP, MAS TAMBÉM TODAS AS EQUIPAS QUE REPRESENTAM ESTE GRANDE CLUBE”

Para fechar: se pudesse guardar apenas uma imagem destes oito anos com a camisola do Sporting CP, qual seria?

Vou ficar com a primeira. A primeira fotografia que tirei, no Estádio José Alvalade, no dia da minha apresentação. Foi aí que começou tudo. E tenho a certeza de que é uma imagem que, em mim, vai ficar para sempre.

Toni Pérez celebra o título nacional de 2017/2018 com Ferran Font, Henrique Magalhães e Caio

MODALIDADES FUTSAL

NUNO DIAS E PAULO LUÍS RENOVAM PARA “CONTINUAR A FAZER HISTÓRIA”

EM PLENO PAVILHÃO JOÃO ROCHA, A TITULADA EQUIPA TÉCNICA DO FUTSAL PROLONGOU A JÁ EXTENSA LIGAÇÃO AO SPORTING CP, AGORA ATÉ 2030. “A AMBIÇÃO E A VONTADE DE GANHAR CONTINUAM AS MESMAS”, GARANTIU NUNO DIAS.

Texto: Xavier Costa

Fotografia: João Pedro Morais

Depois de mais de uma década repleta de sucesso, Nuno Dias, treinador principal, e Paulo Luís, treinador-adjunto, estão para ficar à frente da equipa de futsal do Sporting Clube de Portugal. Chegados a Alvalade em 2012/2013, são os artífices de uma era que fez do futsal uma das mais ganhadoras e tituladas modalidades do Clube [ver caixa].

“Estar tanto tempo num clube é sinal de que estamos a fazer bem as coisas”, começou por dizer Nuno Dias, após a assinatura, aos meios de comunicação Leoninos. “Gostamos de cá estar e o Sporting CP gosta de nós aqui. O prolongar deste contrato provavelmente vai ser mais um recorde de longevidade e tem sido um privilégio”, atentou, revelando-se “feliz, orgulhoso e um privilegiado por poder continuar”.

Sentimentos reforçados por ter o adjunto Paulo Luís sempre ao seu lado. “Tenho o privilégio de estar com alguém que, além de ser meu amigo de longa data, é um profissional de excelência. Acho que nos complementamos muito bem”, frisou o técnico dos actuais Tetracampeões Nacionais – um feito único na modalidade em Portugal.

Apesar do longo trajecto de Leão ao peito, Nuno Dias rejeita que esta seja uma zona de conforto, porque no Sporting CP a responsabilidade é “redobrada” pela vontade de “continuar a fazer História”, traçou. “Quem está no Sporting CP, e foi uma imagem de marca que passamos ao longo dos anos, não se pode contentar com o que temos feito”, apontou. E a prova disso é a presente temporada, ainda inacabada, mas na qual os Leões seguem no trilho da glória: depois da Taça da Liga e da Taça de Portugal alcançadas, há uma nova final da Liga no horizonte que pode significar um

histórico Pentacampeonato – e o 30.º troféu nacional desta dupla.

“O Sporting CP já nos deu muito e a gratidão que tenho pelo Clube é muito grande, mas acho que também há uma resposta da nossa parte nesse sentido. Trabalhamos nos limites e a ambição e a vontade de ganhar continuam as mesmas desde o dia 1 de Julho de 2012”, garantiu Nuno Dias.

Após mais de 600 jogos e mais de 500 vitórias de Leão ao peito, também Paulo Luís realçou “o orgulho imenso” por prolongar esta ligação longa e de muito êxito, o que representa um “sinal muito grande da confiança do Clube”, sublinhou o treinador-adjunto, além de assegurar que não estão cansados nem de ganhar, nem de inovar.

“A modalidade em si está diferente e uma das coisas que nos orgulha é saber que fizemos parte da mudança. Não é só o ganhar, que é fundamental, mas também a forma como transmitimos os valores do Clube e como os adeptos

se identificam com a equipa. Há sempre algo a melhorar e nós estamos constantemente insatisfeitos”, considerou.

Uma equipa dentro da equipa, é assim que se pode definir a dinâmica entre Nuno Dias e Paulo Luís - que se estende à restante equipa técnica – e tão bem tem funcionado. “Somos diferentes, nem sempre estamos de acordo, tal como acontece nas famílias, mas ainda bem, porque é nas discussões saudáveis que vamos arranjar as melhores soluções”, explicou Paulo Luís.

“As decisões são tomadas sempre em conjunto e a última palavra é sempre do Nuno, sendo o líder, mas ele também tem a capacidade de atribuir tarefas e todos sabemos o que temos de fazer e sentimos que temos uma parte desta linda história que vamos continuar a construir”, destacou, por fim. Uma dupla que está para perdurar no futsal do Sporting CP, agora por mais cinco anos.

OS NÚMEROS DE UMA DUPLA DE SUCESSO

Na 13.ª época no Sporting CP (desde 2012/2013):

604 JOGOS

509 VITÓRIAS

47 EMPATES

48 DERROTAS

2 UEFA FUTSAL CHAMPIONS LEAGUE

9 CAMPEONATOS NACIONAIS (ACTUAIS TETRACAMPEÕES)

7 TAÇAS DE PORTUGAL

7 SUPERTAÇAS

6 TAÇAS DA LIGA VENCERAM

29DOS 46 TROFÉUS NACIONAIS DO PALMARÉS LEONINO

Momento das assinaturas contou com a presença do presidente Frederico Varandas

MODALIDADES FUTSAL

LEÕES TIVERAM RESPOSTA PARA TUDO, MENOS NOS PENÁLTIS

COM UM ZICKY ARREBATADOR (HAT-TRICK ), O SPORTING CP BATALHO SEM TRÉGUAS EM CASA PARA RECUPERAR DE ATÉ QUATRO DESVANTAGENS, MAS NOS PENÁLTIS A EFICÁCIA TOTAL DO SL BENFICA VALEU-LHE O PRIMEIRO GOLPE NA LUTA PELO TÍTULO.

Texto: Xavier Costa

Fotografia: João Pedro Morais

Disputado nos limites e decidido até à última. Foi assim o primeiro jogo da final dos play-offs da Liga, no Pavilhão João Rocha, onde a equipa de futsal do Sporting Clube de Portugal perdeu diante do SL Benfica por 3-5 no desempate por grandes penalidades (após 4-4 no prolongamento), no passado domingo.

Sob um grande ambiente, este quinto dérbi da temporada – depois de dois empates e duas vitórias Leoninas – começou desde logo com o SL Benfica mais perigoso e após duas tentativas chegou mesmo a um madrugador 0-1 por André Coelho, que apareceu solto na cara de Bernardo Paçó.

O Sporting CP, impreciso até então, soltou-se a partir dos sete minutos quando Pauleta obrigou Léo Gugiel a uma defesa apertada. E o ascendente dos Leões confirmou-se com o 1-1: descaído sobre

15.06.2025

Liga – Play-offs – Final – Jogo 1 Pavilhão João Rocha

SPORTING CP SL BENFICA

4 4

3-5 g.p

2-3 ao intervalo

Wesley (10’), Zicky Té (19’, 28’, 44’)

André Coelho (3’), Silvestre Ferreira (17’), Chishkala (20’), Carlos Monteiro (43’)

Sporting CP: Bernardo Paçó [GR], Tomás Paçó, Zicky Té, Diogo Santos, Wesley, João Matos [C], Pauleta, Anton Sokolov, Andriy Dzyalo, Eurico Cunha [GR], Alex Merlim, Taynan, Rocha, Rúben Freire. Treinador: Nuno Dias. Disciplina: cartão amarelo para Zicky Té (12’), Pauleta (33’), Taynan (34’) e Wesley (42’).

a direita, Wesley encheu o pé para um cruzamento-remate tenso que ainda sofreu um desvio antes de entrar na baliza.

Estava lançada a toada de parada e resposta de dérbi que se reequilibrou até um final de primeira parte repleto de acção e golos. Até foram os Leões a dispor das melhores ocasiões, por Alex Merlim e Bernardo Paçó, mas o SL Benfica foi mais eficaz para se voltar a adiantar, graças a um golo de Silvestre Ferreira mesmo com pouco ângulo sobre o corredor esquerdo.

Mais uma vez, os Tetracampeões Nacionais até foram lestos a responder, agora com um fantástico pontapé de Zicky Té sem hipótese de defesa para o 2-2, que ainda motivou novas queixas do lado encarnado, mas após revisão das imagens nada se alterou – o mesmo sucedera anteriormente a pedido de penálti sobre Raúl Moreira. Ainda assim, o empate não prevaleceu. A apenas 20 segundos do intervalo, um desvio de Chishkala ao segundo poste levou o conjunto encarnado em vantagem para o segundo tempo (2-3).

E obrigados a continuar a correr atrás do prejuízo, os comandados de Nuno Dias – totalmente reconfigurados – reentraram claramente por cima e só não chegaram logo ao golo porque Pauleta não acertou no alvo só com o guarda-redes pela frente. Mas o 3-3 chegou e foi só repetir a fórmula anterior: a partir de uma reposição lateral, Taynan picou para Zicky e o pivô, após ‘matar’ no peito, chutou à meia-volta para o fundo das redes aos 28 minutos.

Este excelente período verde e branco causou sérias dificuldades ao SL Benfica, que rapidamente

ficou ‘tapado’ em faltas, mas sem efeitos práticos até final apesar das queixas Leoninas em vários lances. Daqui em diante, as águias tentaram contrariar o ímpeto com posses de bola mais longas e tudo se manteve na mesma até aos últimos minutos, embora oportunidades não tenham faltado – Arthur e Lúcio para as águias e Pauleta e Rocha para os Leões.

Além disso, a mais perigosa de todas deu-se nos derradeiros segundos e para o SL Benfica, mas o poste negou o golo a Léo Gugiel numa bola parada e ‘nó’ no dérbi estava para ficar, forçando a ida a prolongamento.

E também aqui os Leões começaram em desvantagem, fruto de uma jogada individual de Carlos Monteiro que acabou em golo encarnado, mas do lado verde e branco também apareceu o ‘suspeito do costume’ para manter a coerência no ‘filme’ do dérbi. Com oportunismo, Zicky apareceu na cara do golo e, feito o hat-trick, levou o 4-4 para a segunda parte do tempo-extra, onde também nada ficou decidido.

Numa ponta final de nervos brilhou Bernardo Paçó ao fechar totalmente a sua baliza, travando inclusivamente, a André Coelho, uma muito discutida sexta falta assinalada aos Leões a escassos 17 segundos do fim.

No entanto, no desempate veio ao de cima o acerto total do SL Benfica, que converteu todas as cinco tentativas, enquanto o poste negou o golo a Taynan e foi o suficiente para decidir este primeiro e longo dérbi. Desde 2019 que o SL Benfica não vencia o Sporting CP no Pavilhão João Rocha. Agora, a final da Liga – disputada à melhor de cinco – segue para a

Só os penáltis desequilibraram o primeiro dérbi da final

Luz, onde Leões e águias voltam a enfrentar-se na quinta-feira, às 17h30, já com o SL Benfica em vantagem.

NUNO DIAS: “EQUILÍBRIO FOI A NOTA DOMINANTE”

Terminado o primeiro dérbi da final dos play-offs da Liga, o treinador do Sporting CP fez o rescaldo em conferência de imprensa. “Para se ser Campeão há que ganhar três jogos na final. O SL Benfica hoje deu um passo importante, o primeiro, enquanto a nós faltam-nos três. O equilíbrio foi a nota dominante do jogo, por isso é que em 50 minutos terminou em empatado e até nos penáltis a margem foi mínima”, considerou.

Nuno Dias não escondeu que entre os aspectos a melhorar estão “os duelos e o confronto individual”, uma vez que no seu entender os quatro golos encarnados nascem de “situações de 1v1 em que fomos batidos”.

Ao mesmo tempo, o técnico verde e branco realçou a capacidade de reacção que a equipa demonstrou. “Em quatro momentos de desvantagem conseguimos recuperar e em todos eles, após o empate, tivemos oportunidades para passar para a frente, o que nunca conseguimos. Acho que se o tivéssemos feito as coisas podiam ter sido bem diferentes, mas isso já é futurologia”, apontou, antes de virar o foco para o reencontro na Luz, onde quer uma equipa “mais competente”.

BREVES

GRUPO “OS CINQUENTENÁRIOS”: ALMOÇO-CONVÍVIO DIA 28 DE JUNHO

NA ACADEMIA CRISTIANO RONALDO

O Grupo “Os Cinquentenários” vai reunir-se no próximo dia 28 de Junho, naquele que será o 305.º almoço-convívio do Grupo e que irá realizar-se na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete.

O convívio incluirá uma visita guiada pela Academia e contará com intervenções dos codirectores-gerais Paulo Gomes e Tomaz Morais. Será feita uma homenagem póstuma a Aurélio Pereira e serão ainda homenageados os Sócios com mais de 85 anos de filiação no Sporting CP. O encontro assinala ainda o aniversário do Clube e do Grupo “Os Cinquentenários”.

A concentração terá lugar, como habitualmente, na entrada do Edifício Multidesportivo, pelas 9h45, sendo que a saída será impreterivelmente feita às 10h00.

Devido à elevada procura as inscrições já se encontram encerradas.

SURF: TERESA BONVALOT SAGRA-SE CAMPEÃ NACIONAL

A surfista do Sporting CP, Teresa Bonvalot sagrou-se Campeã Nacional de surf pela 6.ª vez na carreira. Teresa Bonvalot conquistou o lugar mais alto do pódio na prova Allianz Ribeira Grande Pro.

KICKBOXING: LEÕES BRILHAM EM MIRANDELA

Cinco medalhas conquistadas foi o pecúlio dos atletas do Sporting CP de kickboxing que participaram no Sunset K1 Rules, prova que teve lugar em Mirandela.

As medalhas ficaram assim distribuídos para os atletas do Sporting CP: três de ouro, por Maria Clérigo, Maria Ferreira e Hugo Marques e duas medalhas de prata, por Leonor Loureiro e Andrei Canoua.

HÓQUEI EM PATINS: SPORTING CP É CAMPEÃO NACIONAL DE VETERANOS

A equipa de veteranos de hóquei em patins do Sporting Clube de Portugal (Masters +de 50 anos) conquistou o Campeonato Nacional, após vencer na final o Óquei Clube de Barcelos por 4-3, após grandes penalidades, numa prova realizada em Barcelos. Na meia-final, o Sporting CP venceu o FC Porto Vintage por 9-1. A equipa do Sporting CP foi Bicampeã Nacional. Eis os jogadores do Sporting CP: Miguel Amorim, Alexandre Marques, Paulo Alves, Fernando Cunha, José Garrido, Pedro Pestana, Pedro Teles,Artur Pereira, Nuno Capela, Bruno Pires e Pedro Vasconcelos.

TÉNIS DE MESA: JOÃO SOLDADO COM MAIS UM TÍTULO

João Soldado, jogador de ténis de mesa do Sporting CP, foi Campeão Nacional de Síndrome Down da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa. O atleta Leonino já tinha sido campeão de ANDDI esta temporada.

TRIATLO: FILIPE MARQUES É VICE-CAMPEÃO DA EUROPA

O atleta de triatlo do Sporting Clube de Portugal, Filipe Marques, sagrou-se vice-campeão europeu. Filipe Marques foi medalha de prata no Campeonato da Europa pela terceira vez consecutiva.

ATLETISMO: SUB-16 SÃO CAMPEÕES NACIONAIS

A equipa sub-16 de atletismo do Sporting Clube de Portugal sagrou-se Campeã Nacional, em prova colectiva realizada na cidade de Seia. Os atletas do Sporting CP conquistaram um total de 24 medalhas em 36 provas, com dez títulos individuais, sete medalhas de prata e sete medalhas de bronze. Continua assim o domínio do Sporting CP nos escalões de formação de atletismo.

FUTSAL: SUB-17 CONQUISTAM O CAMPEONATO NACIONAL

A equipa sub-17 de futsal do Sporting CP conquistou o Campeonato Nacional, após vencer o SL Benfica no jogo dois de atribuição do título, por 3-0.

A celebração do campeonato seguiu-se à que tinha sido conseguida pelos sub-19 Leoninos, também diante do SL Benfica, mas em quatro jogos.

1.º

1.º

/ Juvenis Torn. 110.º Aniv. SAD 4x100 m estilos

1.º Sporting CP (Matias Mata, Margarida Moura, Diogo Reis e Maria Nunes) 4’25’’96

Seniores Premier Padel Major Itália

17.º Miguel Deus / Nuno Deus (1 V / 1 D)

Seniores FPP Padel Tour 10000 / Open HSM Porto

1.º Miguel Deus / Nuno Deus (4 V)VENCEDORES PAINTBALL MASCULINO

AGENDA

QUINTA, 19 DE JUNHO

12H20 Vários escalões

DIOGO BARRIGANA e ABDEL

LARRINAGA

Liese Prokop Memorial St Paulen (Áustria)

14H30 Formação

SPORTING CP

Taça Passovite

Pista de Almeirim

17H00 Vários escalões

SPORTING CP

Meeting Cidade Évora

Comp. Desp. Évora

SEXTA, 20 DE JUNHO

17H00 Seniores

SPORTING CP

Meeting de Cáceres

Cáceres (Espanha)

20H30 Seniores

SPORTING CP

Meeting Nocturno Meio fundo Seixal Comp. Mun. Atletismo Carla Sacramento (Seixal)

SÁBADO, 21 DE JUNHO

12H00 Seniores

SPORTING CP

Atleticageneve

Stade du Bout du Monde (Genebra, Suiça)

14H00 Seniores

NUNO PEREIRA

Anhalt Meeting Dessau Paul-Greifzu-Stadion (Dessau, Alemanha)

15H00 Vários escalões

SPORTING CP

Meeting Abrantes

Estádio Mun. Abrantes

15H00 Sub-18 / Sub-14

SPORTING CP Camp. Reg.

Pista Mun. Carlos Lopes (Torres Vedras)

15H15 Seniores

SPORTING CP

Jõhvi Kergejõustikuõhtu / Heino Lipp

Memorial Heino Lipu staadion (Jõhvi, Estónia)

20H00 Seniores

SPORTING CP

Gold Gala Fernanda Ribeiro

Estádio da Maia

DOMINGO, 22 DE JUNHO

9H30 Sub-18 / Sub-14

1.ª etapa 1.º Sporting CP B - VENCEDOR

Camp. Mundo / Água Doce

89.º João Chelinho 4,703 kg Equipas

22.º Portugal (João Chelinho, José Evangelista, Rui Ferreira, Rui Pacheco, Paulo Correia e José Calado) 19,657 kg

SURF

MASCULINO

Seniores - Camp. Nac. / Ribeira Grande Pro 4.ª etapa 13.º Luís Perloiro 13.º João Roque Pinho  13.º António Marques 17.º Jaime Veselko

FEMININO

Seniores Camp. Nac. / Ribeira Grande Pro 4.ª etapa

1.º Teresa Bonvalot - VENCEDORA / CAMPEÃ NACIONAL POLO AQUÁTICO MASCULINO

Sub 16 Camp. Nac. Sporting CP 25-5 Lagoa AC Paredes PA 9-19 Sporting CP

TÉNIS DE MESA

MASCULINO

Sub 19 Camp. Nac. Equipas 7.º Sporting CP (3 D)

Sub 13 Camp. Nac. Equipas 5.º Sporting CP (1 V /

MASCULINO Sprint 1.ª etapa Camp. Nac. Clubes

Absolutos

4.º João Mansos 56’09’’ 6.º Afonso Ferreira 56’45’’ 7.º João Vaz 56’49’’ 8.º José Ferreira 56’59’’ 12.º David Abreu 57’38’’ 15.º Dinis Ferreira 58’38’’ 20.º Rodrigo Neves 59’19’’ 39.º Diogo Nunes 1h03’33’’ 40.º João Dias 1h03’44’’

João Cabral 1h05’32’’ 68.º Rodrigo Nunes 1h07’42’’

77.º Denis Fragoso 1h08’33’’

90.º Lourenço Mota 1h09’28’’

165.º Daniel Pacheco 1h14’58’’ 174.º Filipe Matos 1h15’20’’ 261.º Gonçalo Ribeiro 1h20’31’’ Rafael Pacheco não terminou Clubes

2.º Sporting CP (João Mansos, Afonso Ferreira, João Vaz e José

Ferreira) 3h46’44’’ (+6’27’’) 45 49 9.º Lourenço Mota 1h09’28’’ 35 39 13.º Filipe Matos 1h15’20’’ 30 34 1.º João Mansos 56’09’’ 25.º Gonçalo Ribeiro 1h20’31’’ 20 24 4.º João Vaz 56’49’’ 13.º Diogo Nunes 1h03’33’’ 14.º João Dias 1h03’44’’

16.º João Cabral 1h05’32’’ Juniores

1.º Afonso Ferreira 56’45’’ 2.º José Ferreira 56’59’’ 3.º David Abreu 57’38’’ 5.º Dinis Ferreira 58’38’’ 8.º Rodrigo Neves 59’19’’ 11.º Rodrigo Nunes 1h07’42’’ 17.º Daniel Pacheco 1h14’58’’ Cadetes

17.º Denis Fragoso 1h08’33’’ Rafael Pacheco DNF

Sprint Camp. Nac. Sprint Universitário

3.º David Abreu 57’38’’ 8.º Diogo Nunes 1h03’33’’ 9.º João Dias 1h03’44’’ 12.º Rodrigo Nunes 1h07’42’’

Aquatlo Camp. Nac. Jovem Clubes Juvenis

14.º David Pacheco 12’59’’ 15.º Júlio Duarte 13’02’’ 36.º Filipe Duarte 14’10’’ Iniciados

3.º Ivan Fragoso 7’16’’ 15.º Afonso Valente 7’55’’ 22.º Miguel Pinto 8’12’’ 55.º Santiago Martins 11’16’’ Benjamins 31.º Duarte Valente 5’15’’ Paratriatlo Camp. Europa PTS5 2.º Filipe Marques 1h03’43’’ - MED. PRATA FEMININO

1.ª etapa Camp. Nac. Clubes Sprint Absolutos 4.º Marta Ribeiro 1h06’15’’ 6.º Margarida Barão 1h06’32’’ 7.º Lily Mora 1h07’08’’ 13.º Letícia Magalhães 1h10’21’’ 14.º Joana Alves 1h10’21’’ 30.º Inês Costa 1h16’20’’ 43.º Ana Duarte 1h25’22’’ 61.º Rita Gregório 1h31’48’’ 79.º Stephanie Seddon Brown 1h38’41’’ Clubes 2.º Sporting CP (Marta Ribeiro, Margarida Barão e Lily Mora) 3h19’56’’ (+11’21’’)

Stephanie Seddon Brown 1h38’41’’

Rita Gregório 1h31’48’’ 20 24 3.º Margarida Barão 1h06’32’’ Juniores 2.º Marta Ribeiro 1h06’15’’ 4.º Lily Mora 1h07’08’’

Piscinas Mun. Sto. Ant.º Cavaleiros

9H00 Sub-19 / Sub-15

11H00 Rítmica

8H00 Rítmica

QUARTA, 25 DE JUNHO

19H00 Vários escalões

SPORTING CP Torneio de S. Pedro

Pista Mun. Carlos Lopes (Torres Vedras)

BILHAR

QUINTA, 19 DE JUNHO

21H30 Carambola

SL Benfica vs. SPORTING CP 1.ª jorn. S2 Final 8 Camp. Nac. 1.ª Div. Sala Bilhar Amigos Ginásio (Almada)

SÁBADO, 21 DE JUNHO

10H00 Carambola

SPORTING CP vs. Leça FC

2.ª jorn. S2 Final 8 Camp. Nac. 1.ª Div. Sala Bilhar Amigos Ginásio (Almada)

21H30 Carambola FC Porto vs. SPORTING CP

3.ª jorn. S2 Final 8 Camp. Nac. 1.ª Div. Sala Bilhar Amigos Ginásio (Almada)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

HORÁRIOS A DEFINIR

Carambola

SPORTING CP

Meias-finais e Final Camp. Nac. 1.ª Div. (em caso de apuramento) Sala Bilhar Amigos Ginásio (Almada)

FUTSAL

QUINTA, 19 DE JUNHO

17H30 Seniores M

SL Benfica vs. SPORTING CP jogo 2 Final da Liga Pav. n.º 1 Estádio SL Benfica (Lisboa)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

19H00 Seniores M

SPORTING CP vs. SL Benfica jogo 3 Final da Liga Pavilhão João Rocha

QUARTA, 25 DE JUNHO

20H00 Seniores M

SL Benfica vs. SPORTING CP jogo 4 Final da Liga (se necessário) Pav. n.º 1 Estádio SL Benfica (Lisboa)

GINÁSTICA

SPORTING CP Camp. Reg. Pista Mun. Carlos Lopes (Torres Vedras)

QUINTA, 19 DE JUNHO

SPORTING CP

Camp. Mundo Juniores

Multifunctional Sports Hall Arena Sofia (Sofia, Bulgária)

8H30 Acrobática

SPORTING CP

Taça do Mundo Aalen

Ulrich-Pfeifle-Halle Aalen (Aalen, Alemanha)

9H00 Gin. Todos

SPORTING CP AlbigymFest

Castelo Branco

SEXTA, 20 DE JUNHO

8H30 Acrobática

SPORTING CP

Taça do Mundo Aalen

Ulrich-Pfeifle-Halle Aalen (Aalen, Alemanha)

17H00 Gin. Todos

SPORTING CP AlbigymFest Castelo Branco

SÁBADO, 21 DE JUNHO

9H00 Rítmica

SPORTING CP

Camp. Mundo Juniores

Multifunctional Sports Hall Arena Sofia (Sofia, Bulgária)

9H00 TeamGym

SPORTING CP

Camp. Nac. Div. Base

Palácio Desportos (Torres Novas)

9H00 Gin. Todos

SPORTING CP

AlbigymFest

Castelo Branco

9H30 Acrobática

SPORTING CP

Taça do Mundo Aalen

Ulrich-Pfeifle-Halle Aalen (Aalen, Alemanha)

16H00 Rítmica / Acrobática

SPORTING CP

LouriGym

Pav. José António dos Santos (Lourinhã)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

9H00 TeamGym

SPORTING CP

Camp. Nac. Div. Base

Palácio Desportos (Torres Novas)

9H00 Gin. Todos

SPORTING CP

AlbigymFest

Castelo Branco

SPORTING CP

Camp. Mundo Juniores

Multifunctional Sports Hall Arena Sofia (Sofia, Bulgária)

13H35 Rítmica

SPORTING CP

Camp. Territorial de Conjuntos

Comp. Desp. Mun. Casal Vistoso

HÓQUEI EM PATINS

SEXTA, 20 DE JUNHO

16H00 Sub-19 M

SPORTING CP vs. AD Valongo

Quartos-de-final Camp. Nac. S19

Pav. Mun. Barcelos

SÁBADO, 21 DE JUNHO

15H00 - 21H00 Sub-19 M

SPORTING CP

Meias-finais Camp. Nac. S19 Pav. Mun. Barcelos

19H00 Sub-15 M

SPORTING CP vs. HC Turquel

Quartos-de-final Camp. Nac. S15 Pav. Mun. Nortecoope (Maia)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

10H00 - 16H00 Sub-19 M

SPORTING CP

Finais Camp. Nac. S19

Pav. Mun. Barcelos

10H00 - 16H00 Sub-15 M

SPORTING CP

Meias-finais Camp. Nac. S15

Pav. Mun. Nortecoope (Maia)

SEGUNDA, 23 DE JUNHO

9H30 - 15h30 Sub-15 M

SPORTING CP

Finais Camp. Nac. S15

Pav. Mun. Nortecoope (Maia)

KARATE

QUARTA, 25 DE JUNHO

8H00 Iniciados

SPORTING CP

WKF Youth Cup Porec

Porec (Croácia)

NATAÇÃO

QUINTA, 19 DE JUNHO

9H00 Vários escalões

SPORTING CP

Torn. Aniv. Gesloures

16H00 Vários escalões

SPORTING CP

Torn. Aniv. Gesloures

Piscinas Mun. Sto. Ant.º Cavaleiros

PADEL

SEXTA, 20 DE JUNHO

19H30 Seniores

MIGUEL DEUS / NUNO DEUS

Dezasseis-avos-de-final Camp. Nac. Absoluto M1

Oeiras Padel Academy (Oeiras)

SÁBADO, 21 DE JUNHO

12H30 Seniores

MIGUEL DEUS / NUNO DEUS

Oitavos-de-final Camp. Nac. Absoluto

M1 (em caso de apuramento)

Oeiras Padel Academy (Oeiras)

20H00 Seniores

MIGUEL DEUS / NUNO DEUS

Quartos-de-final Camp. Nac. Absoluto M1 (em caso de apuramento)

Oeiras Padel Academy (Oeiras)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

12H30 Seniores

MIGUEL DEUS / NUNO DEUS

Meias-finais Camp. Nac. Absoluto M1 (em caso de apuramento)

Oeiras Padel Academy (Oeiras)

16H00 Seniores

MIGUEL DEUS / NUNO DEUS

Final Camp. Nac. Absoluto M1 (em caso de apuramento)

Oeiras Padel Academy (Oeiras)

SURF

SÁBADO, 21 DE JUNHO

8H00 Sub-20

SPORTING CP

3ª Etapa do Circuito Nacional de Surf

Junior Tour

Praia de São Jacinto (Aveiro)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

8H00 Sub-20

SPORTING CP

3ª Etapa do Circuito Nacional de Surf

Junior Tour

Praia de São Jacinto (Aveiro)

TÉNIS DE MESA

SÁBADO, 21 DE JUNHO

SPORTING CP

Camp. Nac. Individuais

Pav. Multiusos GICA (Águeda)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

9H00 Sub-19 / Sub-15

SPORTING CP

Camp. Nac. Individuais Pav. Multiusos GICA (Águeda)

TIRO

SÁBADO, 21 DE JUNHO

9H00 P Std SPORTING CP Camp. Nac. Absoluto Centro Desp. Nacional Jamor (Oeiras) 9H00 C3x20 300 m SPORTING CP Camp. Reg. Centro Carreira Tiro EU Polícia (Belas)

DOMINGO, 22 DE JUNHO

9H00 PPC

SPORTING CP Camp. Nac. Absoluto Centro Desp. Nacional Jamor (Oeiras)

TIRO COM ARCO

DOMINGO, 22 DE JUNHO

9H00 Vários escalões

SPORTING CP

8.ª prova Camp. Nac. Campo Campo do Real SC (Massamá)

TRIATLO

SÁBADO, 21 DE JUNHO

8H00 Sprint SPORTING CP Camp. Europa Duatlo GI PONTEVEDRA (Espanha) 10H00 Elites / Juniores SPORTING CP Taça Europa Holten Holten (Países Baixos) 17H00 Vários escalões

SPORTING CP

4.ª etapa Taça Portugal Serpa

*Informação sujeita a alterações após o fecho de edição. Consulte a agenda actualizada em sporting.pt

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