Jornal Sporting n.º 4025

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DIA DO LEÃO ASSINALADO EM ALVALADE

FREDERICO VARANDAS, RESTANTES MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS, SOBREVIVENTES DA QUEDA DO VARANDIM E FAMILIARES E AMIGOS DOS LEÕES FALECIDOS PRESENTES NA PRAÇA CENTENÁRIO.

Texto: Luís Santos Castelo

Fotografia: Frederico Ferreira

Como acontece todos os anos a 7 de Maio, o Sporting Clube de Portugal voltou a assinalar, ontem, o Dia do Leão, dedicado aos Sportinguistas que faleceram enquanto apoiavam o Clube. Repetiu-se, assim, a homenagem a José Gonçalves e Paulo Ferreira, que faleceram na sequência da queda do varandim do antigo Estádio José Alvalade, e a Rui Mendes, que foi atingido mortalmente por um very light no Estádio Nacional.

Presentes na Praça Centenário, onde está o memorial do Dia

do Leão, estiveram Frederico Varandas e vários outros membros dos órgãos sociais, assim como sobreviventes da queda do varandim e familiares e amigos

dos Leões falecidos. Como habitual, cumpriu-se um minuto de silêncio e foi colocada uma coroa de flores no local. João Teives, presidente do Conse-

lho Fiscal e Disciplinar do Sporting CP, explicou aos meios de comunicação Leoninos que dias como este trazem “sempre um desafio”. “Por um lado, recordamos momentos de dor, mas por outro percebemos que trouxeram união reforçada à família Sportinguista. Nesse aspecto, a comemoração de um dia em que lembramos momentos difíceis faz-nos lembrar, também, que somos todos uma grande família”, disse. O dirigente lembrou que “neste dia aconteceu a queda do varandim”, mas o Dia do Leão serve também para lembrar “outras situações dramáticas que ocorreram quando Sportinguistas

apoiavam o seu clube”: “Também por esse aspecto este dia tem uma importância fulcral porque nos recorda os nossos valores. O combate à violência no desporto tem sido uma trave-mestra do Conselho Fiscal e Disciplinar e do Sporting CP e deve continuar”. Por fim, João Teives deixou uma mensagem aos Sócios e adeptos do emblema verde e branco: “Estamos sempre unidos e unidos seremos sempre mais fortes. Somos uma grande família”. António Dionísio, um dos sobreviventes da queda do varandim, também falou: “Este Dia do Leão representa muito para mim. Fui um dos que caiu do varandim e enquanto conseguir andar vou tentar estar sempre presente para relembrar todos aqueles que faleceram de Leão ao peito. Não só o Zé e o Paulo, mas também o Rui Mendes, a Filipa ou o meu falecido pai. Enquanto for possível, estarei sempre cá como tenho estado todos os anos”.

Habitual homenagem decorreu no memorial do Dia do Leão

de Alvalade, por 3-5, e entra em cena de maneira definitiva para uma discussão a dois até ao fim do Campeonato Nacional. Até porque, logo na jornada a seguir, os Leões empataram em Aveiro (1-1) e permitiram que às águias ficassem a apenas um ponto, outra vez.

RECTA FINAL DE CAMPEÃO

RESPONDEU A MALFADADO DÉRBI

Por esta altura, começara também a caminhada na Taça de Portugal, com o Sporting CP a ultrapassar o duro Vitória FC (4-2) e o CF ‘Os Belenenses’ (2-1) nos primeiros ‘degraus’. Os Leões de Mário Lino, até aqui, brilhavam também na Europa, após terem eliminado Cardiff City FC, Sunderland AFC e FC Zürich para chegar às meias-finais da Taça das Taças – uma década depois da conquista do troféu. Contudo, sem o lesionado Yazalde, foi com os fatídicos alemães do 1. FC Magdeburg que o sonho ruiu – e não foi a única coisa que nesses dias se desfez. Era Abril de 1974, viviam-se os últimos dias de ditadura em Portugal e o 25 de Abril coincidiu com o regresso da equipa verde e branca vinda da República Democrática Alemã (RDA). Uma odisseia rocambolesca, entre viagens de autocarro e avião, informações contraditórias sobre a acção do MFA e esforços redobrados do presidente João Rocha que valeram, na melhor das situações, para trazer a comitiva de volta ao país já na tarde do dia 26 – uma história a ler com mais detalhe na edição n.º 3973 do Jornal Sporting, publicada a 25 de Abril de 2024.

Assim, estava por coroar o primeiro Campeão Nacional em Liberdade. E para lá chegar a resposta Leonina foi categórica nas derradeiras três jornadas, apesar do cerco aperta-

do dos encarnados: de ‘final’ em ‘final’ só com vitórias, o Sporting CP não deu hipóteses e manteve-se agarrado ao trono para recuperar o título que fugia desde 1969/1970. Yazalde, sempre ele, mas com Vítor Baltasar e Nélson Fernandes também a contribuírem com golos importantes, os Leões ultrapassaram A. Académica de Coimbra (1-3), SC Olhanense (5-0) e FC Barreirense (0-3), sendo que os dois últimos também foram adversários do SL Benfica nesta recta final – ambos superados também –, mas as águias ainda viriam a falhar no último jogo. Um empate por 2-2 em casa do Vitória FC, que acabou por ficar com o terceiro lugar.

ATÉ AO ÚLTIMO MINUTO DO ÚLTIMO JOGO

Com 49 pontos (23 vitórias, três empates e quatro derrotas), Mário Lino conduziu a equipa a um título que vencera, primeiro, como jogador Leonino. Esta ‘revolução’ verde e branca, porém, estava a meio, porque havia ainda uma Taça de Portugal para levantar – a segunda consecutiva – mesmo sem poder contar com a sua maior estrela, o ‘Chirola’, tendo Marinho assumido o protagonismo. Depois do 2-0 ao Boavista FC nos ‘quartos’, Marinho apontou o golo da vitória (2-1 SC Olhanense) que selou a passagem para o Jamor e, por lá, no Estádio Nacional, foi herói também. Numa final que foi discutida até ao fim, o SL Benfica voltou a sucumbir aos pés de um Sporting CP perseverante, já muito perto do fim. Nené adiantou as águias na primeira parte, mas um golo tardio de Chico Faria (89’) levou a decisão, no limite, para o prolongamento e, aqui, apareceu Marinho (107’) para que - tal como o troféu do Campeonato – a prova-rainha acabasse nas seguras mãos

do guarda-redes e capitão Vítor Damas. Uma época histórica pela ‘dobradinha’, conseguida frente ao rival encarnado em ambas as frentes, acabando pintada a verde e branco e cujo único tom de vermelho à vista foi o dos cravos que foram brotando nos festejos, apesar da concorrência incansável do SL Benfica.

Mais de meio século depois, a história pode repetir-se. Agora, a bola está do lado dos Leões de Rui Borges.

YAZALDE E GYÖKERES:

À ‘CAÇA’

DE TÍTULOS COM A PONTARIA DOS MELHORES

Outro curioso ponto em comum entre estas duas épocas, separadas por 51 anos, é o facto de ambas as equipas Leoninas, quer a orientada por Mário Lino, quer a de Rui Borges, contarem com um avançado não só acima dos demais em Portugal, como também com registos sem paralelo na Europa do futebol.

O ‘Chirola’ Héctor Yazalde acabou 1973/1974 com 50 golos, dos quais uns impressionantes 46 apontados só na Liga (em 29 jogos disputados). Um número ainda recorde e que lhe valeu a Bota de Ouro – a primeira ganha por um jogador do Sporting CP -, uma distinção europeia cuja corrida actual é liderada precisamente por Viktor Gyökeres, avançado dos Leões, que leva 38 no Campeonato e 52 em toda a época (em 49 jogos).

A equipa que fez de 1973/1974 uma época extraordinária

FUTEBOL EQUIPA PRINCIPAL

ATÉ À CATARSE PARA NÃO DESARMAR NA CORRIDA PELO TÍTULO

ATÉ AO FIM, ASSIM FOI O JOGO E ASSIM VAI SER O CAMPEONATO. DEPOIS DE UM PENÁLTI TER ADIANTADO O GIL VICENTE FC, O JOGO TORNOU-SE DE QUERER E NÃO PODER PARA OS LEÕES, A QUEM NADA PARECIA SAIR ATÉ QUE CHEGARAM UNS ÚLTIMOS MINUTOS DE LOUCOS EM ALVALADE: MAXI ARAÚJO, AOS 81’, FEZ O EMPATE E, JÁ EM PERÍODO DE DESCONTOS, EDUARDO QUARESMA FOI O HERÓI AO CONFIRMAR A REVIRAVOLTA ÉPICA COM UM GOLAÇO QUE DESATOU A LOUCURA EM CAMPO E NAS BANCADAS. TUDO PRONTO E EM PÉ DE IGUALDADE (PONTUAL) PARA UM DÉRBI CAPITAL E MAIS ETERNO DO QUE NUNCA: O TÍTULO JÁ VAI ESTAR EM JOGO.

Texto: Xavier Costa Fotografia: Isabel Silva, José Lorvão

Em Alvalade, tudo é possível. Com a Luz ao fundo do túnel, os Leões tiveram de puxar pela atitude quando a inspiração faltou e a obrigatória reacção chegou tarde, mas com estrondo. Para continuar no topo da classificação da Liga, a equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal arrancou ‘a ferros’ uma vitória com reviravolta sobre o Gil Vicente FC por 2-1, no domingo, num jogo de emoções fortes na 32.ª e antepenúltima jornada.

E, mesmo depois disto, as pulsações – se é possível – ainda vão ter de subir. A vitória foi tão milagrosa como valiosa, porque há um trepidante e decisivo dérbi já na próxima jornada que pode

04.05.2025

Liga Portugal – 32.ª jornada Estádio José Alvalade SPORTING CP GIL VICENTE FC

2 1

0-1 ao intervalo

Maxi Araújo (81’), Eduardo Quaresma (90+3’)

Félix Correia (PP 26’)

Sporting CP: Rui Silva [GR], Eduardo Quaresma, Jeremiah St. Juste (Morten Hjulmand, 63’), Gonçalo Inácio [C], Geny Catamo (Biel Teixeira, 83’), Zeno Debast, Hidemasa Morita (Geovany Quenda, 63’), Maxi Araújo, Francisco Trincão (Matheus Reis, 90+5’), Pedro Gonçalves (Conrad Harder, 63’), Viktor Gyökeres. Treinador: Rui Borges. Disciplina: cartão amarelo para Jeremiah St. Juste (25’), Maxi Araújo (44’) e Eduardo Quaresma (90+3’). Antes do apito inicial, Francisco Trincão foi homenageado por ter chegado aos 150 jogos no Clube

acabar em festa e com o título nas mãos quer de Sporting CP, quer de SL Benfica, que vão entrar no Estádio da Luz com os mesmos 78 pontos – mas com os comandados de Rui Borges a poder jogar com dois resultados. Antes disso, muito se sofreu no regresso ao Estádio José Alvalade, de bancadas esgotadas (44.666 espectadores) e ao rubro desde antes do apito inicial, onde os Leões foram embalados – mais uma vez – por uma recepção ao autocarro multitudinária que deu voz à sua crença. E seria mesmo uma noite de crença, acima de tudo.

Em campo, para enfrentar um Gil Vicente FC (14.º classificado) motivado pelo seu momento actual –vinha de duas vitórias sem sofrer golos – e a precisar, apenas, de um ponto para assegurar matematicamente a manutenção, Rui Borges fez apenas duas alterações no ‘onze’ Leonino – uma delas forçada. Jeremiah St. Juste entrou para o eixo do trio de centrais, suprindo o suspenso Ousmane Diomande (a cumprir ciclo de amarelos) e Hidemasa Morita foi titular, o que não acontecia desde 15 de Março, no lugar de Morten Hjulmand – estava a um amarelo de falhar o dérbi da próxima jornada, tal como Matheus Reis, mas ambos estarão disponíveis. Cumprido um minuto de silêncio –regra em todos os jogos Leoninos do fim-de-semana – pelo falecimento de José Carlos, antigo futebolista e capitão dos Leões que foi, também, um dos ‘Heróis de 1964’, a equipa verde e branca até entrou no jogo ‘ligada à corrente’ e quase se gritou golo logo a abrir, mas o remate de Francisco Trincão saiu ligeiramente desviado, tendo pouco depois um outro remate bloqueado por um defesa no último momento.

E o Sporting CP, dominador, continuou a aproximar-se da área gilista sucessivamente, mas sem o acerto necessário no último momento para causar ‘mossa’. Além disso, o ritmo, a seguir, caiu e o pior cenário abateu-se sobre a equipa de Rui Borges.

Do outro lado, o conjunto visitante aventurou-se numa transição, pela primeira vez, à passagem do quarto de hora e Zeno Debast teve de ir ao chão, de carrinho, para evitar males maiores na área. No entanto, à segunda tiveram aproveitamento máximo e chegaram ao 0-1. Com recurso as imagens, o árbitro Tiago Martins assinalou penálti de St. Juste e, aos 26 minutos, Félix Correia – fez a sua formação no Sporting CP –rematou para fora do alcance de Rui Silva.

Balde de água fria em Alvalade, mas prontamente as bancadas fizeram por ‘empurrar’ os Leões, que voltaram a crescer, embora ainda sem aliar às ideias as melhores execuções. Entre combinações imprecisas por dentro, com Viktor Gyökeres sempre muito marcado, foi um movimento de fora para

Quaresma vestiu a capa de herói ao cair do pano e pôs Alvalade a rugir

FUNDAÇÃO SPORTING

LEÕES DISTRIBUEM SORRISOS NO CENTRO SOCIAL DA MUSGUEIRA

TARDE DIFERENTE PARA MAXI ARAÚJO, JOSÉ SILVA, ÉRICA CANCELINHA E MARIA OLIVEIRA, ATLETAS DO SPORTING CP.

Texto: Luís Santos Castelo

Fotografia: João Pedro Morais

O Sporting Clube de Portugal esteve, na tarde da quarta-feira da semana passada, presente no Centro Social da Musgueira, em Lisboa, para uma tarde diferente promovida pela Fundação Sporting.

Maxi Araújo (equipa principal de futebol), José Silva (equipa B), Érica Cancelinha (equipa principal feminina) e Maria Oliveira (basquetebol) foram os atletas Leoninos presentes no Centro Social da Musgueira, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) fundada em 1963 que tem como missão a promoção social e humana, a capacitação, o desenvolvimento, a aprendizagem em conjunto e a integração dos moradores do antigo Bairro da Musgueira, hoje realojados na Alta de Lisboa.

Depois de uma sessão de perguntas e respostas com as crianças e jovens presentes e de algumas fotografias, os Leões e Leoas entregaram ainda algumas lembranças num momento de boa-disposição.

nicação do emblema de Alvalade.

No final da iniciativa, Maxi Araújo mostrou-se muito satisfeito em declarações aos meios de comu-

“O Sporting CP é um grande clube e ter este tipo de iniciativas é muito bom. Estar aqui e poder partilhar o dia com estes jovens é especial. Tanto eu fico feliz como eles. Quando era mais novo, gostava muito quando iam jogadores às escolas onde eu andava. Hoje, estou do lado contrário e acho isso muito bonito”, frisou o uruguaio.

José Silva concordou: “É um sentimento incrível estar perto deles. Aproveitamos sempre estes momentos e gostamos muito de estar com eles. É incrível”.

Maria Oliveira também destacou a relevância deste tipo de acções e o papel do Clube fora de campo. “Para nós, esta iniciativa é muito importante. É bom partilhar experiências e o Sporting CP, enquanto clube grande, tem responsabilidade social. É muito bom para o Clube, para os atletas e para os jovens”, frisou.

Constante Silva Rodrigues, director técnico do Centro Social da Musgueira, também reagiu a um evento com “uma importância

essencial, não só para [os participantes] poderem ter o contacto ao vivo e a cores com pessoas que têm uma notoriedade pública muito grande, mas, mais do que isso, para entenderem que, para chegarem a estes patamares, é preciso trabalhar muito com dedicação e empenho”. “Procuramos sempre valorizar essa dimensão”, acrescentou, antes de falar do papel da instituição.

“Este espaço juvenil que o Centro Social da Musgueira disponibiliza para a comunidade tem esta dimensão inclusiva. É para todos e todos são bem-vindos. São desafiados a respeitar o espaço e as diferenças e a saberem valorizar-se com essas diferenças”, contou. Por fim, Constante Silva Rodrigues assegurou que “as expectativas foram superadas e foi uma tarde muito bem passada”.

Acção foi promovida pela Fundação Sporting
Érica Cancelinha e Maria Oliveira representaram as equipas femininas de futebol e basquetebol
“Estar aqui e poder partilhar o dia com estes jovens é especial”, garantiu Maxi Araújo

FUTEBOL EQUIPA B

O MELHOR FICOU GUARDADO PARA O FIM

TRIUNFO DA EQUIPA B FRENTE AO VARZIM SC POR 2-0, COM GOLOS DE JOÃO MUNIZ E LUÍS GOMES

ÚLTIMOS 20 MINUTOS DA PARTIDA.

Texto: Nuno Miguel Simas

Fotografia: Sérgio Martins

A equipa B do Sporting CP venceu, no último domingo, o Varzim SC, por 2-0, em partida da 12.ª jornada da fase de apuramento de campeão da Liga 3.

Um golo de João Muniz, na entrada para os últimos quinze minutos da partida e outro de Luís Gomes, já em tempo de compensação, valeram mais um precioso triunfo aos jovens Leões. A equipa regressou assim às vitórias, após os empates nas duas jornadas anteriores [1-1 diante do CF ‘Os Belenenses’ e do SU 1.º Dezembro], numa fase final de jogo de muita categoria dos jovens Leões comandados por João Gião diante da equipa poveira.

A equipa subiu ao relvado com camisolas alusivas ao mês da Prevenção dos Maus-Tratos a Crianças e Jovens, uma iniciativa conjunta entre o Sporting Clube de Portugal, Fundação Sporting e CPCJ de Alcochete.

Quanto ao jogo, aos seis minutos, a primeira boa situação de golo pertenceu ao Varzim SC, com Rúben Oliveira a rematar com muito perigo, já dentro da

04.05.2025

Liga 3 – Ap. Campeão 12.ª jornada

Estádio Aurélio Pereira

SPORTING CP VARZIM SC

2 0

0-0 ao intervalo

João Muniz (75’), Luís Gomes (90+1’)

Sporting CP: Diego Calai [GR], João Muniz, David Moreira, Alexandre Brito (Henrique Arreiol, 63’), Rodrigo Dias, José Silva, Salvador Blopa, Mauro Couto (Luís Gomes, 89’), Rafael Nel (Gabriel Silva, 76’), Manuel Mendonça [C], Afonso Moreira (Lucas Taibo, 89’).

Treinador: João Gião. Disciplina: cartão amarelo para Salvador Blopa (58’), Flávio Gonçalves (86’), Diego Calai (87’) e Luís Gomes (90+5’).

área Leonina, por cima da trave da baliza defendida por Diego Calai.

Dois minutos depois, uma entrada mal calculada de Rebelo atingiu David Moreira na cabeça e o árbitro mostrou cartão vermelho ao jogador do Varzim SC.

Mas nos minutos que se seguiram, a equipa B do Sporting CP revelou dificuldades para ultrapassar a organização defensiva dos visitantes.

Até que, aos 21 minutos, Rafael Nel, na área atirou de pé esquerdo à meia-volta, após assistência de Rodrigo Dias, mas o remate saiu à figura de Mbaye, no momento de maior apuro junto da baliza dos varzinistas.

Aos 29 minutos, um grande remate de fora da área de Hircane obrigou Diego Calai a grande defesa.

Aos 36’, o guarda-redes varzinista, Mbaye, não se fez bem a um canto, mas ainda corrigiu a tempo de evitar males maiores para formação da Póvoa de Varzim.

Na última jogada da primeira parte, Alexandre Brito viu a baliza do Varzim descoberta após mau alívio de Mbaybe, mas o remate do médio, atrás da linha de meio-campo, não levou as medidas certas.

No reatamento, a equipa B do Sporting CP criou logo perigo, com um cabeceamento de Manuel Mendonça à figura de Mbaye, após cruzamento de José Silva.

Logo a seguir e do lado dos visitantes, Moshood puxou para o pé esquerdo e atirou por cima da trave da baliza Leonina.

Aos 55’, um lance polémico junto à área com queda de Rafael Nel não teve direito a revisão no vídeo-árbitro. Era da equipa B do Sporting CP o domínio absoluto do jogo, mas o Varzim SC causou mais um susto aos jovens Leões.

Aos 59’, Moshood escapou pela meia direita, com o remate do avançado a ser defendido por Diego Calai. Instalado perto da área adver-

sária, aos 74’, Rafael Nel, quase marcava, de calcanhar, após cruzamento de Afonso Moreira, mas Mbaye defendeu e, no pontapé de canto, o golo Leonino. João Muniz saltou mais alto do que toda a gente, cabeceou ao poste e fez a recarga, em remate de pé esquerdo, sem defesa para o guarda-redes varzinista.

Pelo mesmo meio, ou seja, de cabeça, o central da equipa varzinista, Chicão, ganhou uma bola de cabeça na área, com o remate a sair por cima.

Até final a equipa B Leonina ainda aumentou a diferença para o 2-0 final, com Luís Gomes a concluir grande triangulação, em lance que começou em Salvador Blopa, passou por Luís Gomes que tabelou com Gabriel Silva e o avançado, exemplar, a oferecer o golo a Luís Gomes, que encostou para a baliza deserta.

Um lance magnífico de ataque da formação verde e branca e que sentenciou uma vitória justíssima dos Leões. 20 minutos finais de luxo dos comandados de João

Gião, que ainda ficaram perto do 3-0, após arrancada de Gabriel

desfeitear Mbaye, depois de se isolar.

JOÃO GIÃO: “CHAVE DO JOGO

FOI A MATURIDADE QUE A EQUIPA REVELOU NA SEGUNDA PARTE”

No final da partida, João Gião fez a leitura do jogo.

“A chave foi percebermos que o adversário ficou condicionado muito cedo no jogo com uma expulsão. Na primeira parte não tivemos tanto a clarividência, controlámos o jogo, mas não estávamos a conseguir fazer aquilo que era necessário para conseguimos criar oportunidades de golo, circular mais rápido, ter mais paciência com bola e tomar melhores decisões. Faltou-nos maturidade na primeira parte”, salientou. Para o técnico, a equipa jogou com mais lucidez na etapa complementar do desafio. “Na segunda, fizemos exactamente aquilo que era necessário fazer: cabeça limpa, cabeça fria, perceber que o tempo jogava a nosso favor, mas que tínhamos de criar adversidade ao adversário. Fizemos o nosso jogo, o golo acabou por surgir, deu-nos tranquilidade e o segundo aparece com naturalidade, numa fase em que o adversário estava completamente exposto para tentar o empate. A chave do jogo foi a maturidade que a equipa revelou na segunda parte, sangue-frio e gestão das emoções”, finalizou.

Silva que não conseguiu
João Muniz inaugurou o marcador no triunfo da equipa B do Sporting CP frente ao Varzim SC por 2-0.

FUTEBOL FORMAÇÃO

UM DESPORTIVO E DIVERTIDO DIA DA MÃE

PÓLO EUL RECEBEU AS MÃES DOS ATLETAS DO FUTEBOL DE FORMAÇÃO DO SPORTING CP PARA LHES PROPORCIONAR UM DIA DIFERENTE COM OS SEUS FILHOS. PRATICARAM-SE VÁRIAS MODALIDADES E, NATURALMENTE, REINOU O CONVÍVIO E BOA DISPOSIÇÃO.

Texto: Maria Gomes de Andrade

Fotografia: João Pedro Morais

As mães dos atletas do futebol de formação masculino e feminino do Sporting Clube de Portugal foram convidadas para passar um dia diferente com os seus filhos no Pólo EUL, onde tantas e tantas vezes vão para acompanhar os descentes nos treinos e nos jogos, por ocasião do Dia da Mãe.

No domingo de manhã foi a vez das mães dos jogadores e na segunda-feira à tarde a das jogadoras, em dois momentos diferentes, mas igualmente marcantes para os mais novos e para as mais velhas.

As mães dos futebolistas tiveram a oportunidade de praticar várias modalidades do Sporting CP com os seus filhos, sempre competitivas ‘q.b.’ e bem-dispostas, com a chuva e o tempo cinzento a não serem um impeditivo para uma manhã cheia de energia, convívio e alegria.

No final, Ricardo Damas, coordenador-técnico do futebol de formação masculino do Pólo EUL, falou aos meios de comunicação do Clube sobre mais esta iniciativa verde e branca e deu conta da importância de mães e filhos se terem juntado no recinto Leonino neste dia especial.

“Foi importante por várias razões, a come-

çar por termos a oportunidade de reunir aqui a família, ser bom para criar espírito familiar e transmitir valores, sobretudo como o esforço e a dedicação num dia de chuva e cinzento”, começou por dizer o coordenador-técnico verde e branco, avaliando: “Foi muito divertido e um dia com muita alegria. É sempre bom terem estes hábitos saudáveis, portaram-se todos muito bem e estão todos de parabéns”.

Suely Barros foi uma das mães presentes neste dia da mãe, aceitando o desafio proposto pelo filho Kelvin, e ficou agradecida com esta oportunidade: “Correu tudo lindamente, divertimo-nos muito com os nossos filhos e, apesar da chuva, foi um dia muito bom. Aliás, eles até gostam disso, de treinar e brincar à chuva”.

“Estou muito feliz por ter tido aqui a minha mãe. O que é que ela significa? Amor, alegria, confiança e companheirismo”, disse orgulhoso o jovem Kelvin, com ambos a mostrarem essas mesmas características em cada modalidade que tiveram a oportunidade de experimentar e na qual o jovem jogador teve a confirmação de que ambos se destacam “na velocidade”.

Entre ginástica, capoeira, rugby ou voleibol, foram sete as opções para os cerca de 400 participantes praticarem e Madalena Alves,

professora de ginástica do Clube, que foi uma das responsáveis por levar as modalidades ao Pólo EUL neste dia, não podia ter ficado mais satisfeita com aquilo que viu. “Sejamos treinadores ou atletas é sempre importante contar com o apoio da família. Todos precisamos que haja apoio de casa e, por isso, foi óptimo ver a quantidade de mães que se juntaram nesta iniciativa e foram incríveis a fazer todo o tipo de actividades. Tê-las aqui, vê-las a fazer uma série de actividades, a largarem o guarda-chuva e a deitarem-se na relva molhada a fazer ginástica foi incrível. Foi uma manhã mesmo muito interessante para todos”, referiu Madalena Alves.

No dia seguinte foi então dada uma experiência idêntica às mães das futebolistas do Sporting CP, mas desta feita só se praticou futebol e a actividade contou ainda com a presença do Jubas. Em comum houve a comunhão entre mães e filhas e a demonstração de que o apoio materno é sempre incondicional, seja no futebol masculino ou feminino.

“Todas as nossas mães demonstram ao longo do ano muito apoio, muito respeito pelo que as filhas fazem e por aquilo que elas conseguem fazer dentro de campo. Acima de tudo, apoiam-nas no sonho delas, que

passa por um dia virem a ser jogadoras profissionais de futebol, e esse apoio é muito importante”, disse Ruben Martins, treinador-adjunto da equipa sub-12.

Por isso mesmo, este dia ainda foi mais especial para Andreia Caires, mãe de Maria Fonseca: “Foi muito importante para nós estar aqui. Acho um máximo o Sporting CP proporcionar-nos estes momentos de lazer e de convívio e deixar-nos participar nas actividades desportivas das nossas filhas. Além dos valores e princípios do Clube, acho importante o humanismo que o Sporting CP coloca na formação destas craques que ainda estão numa tenra idade na formação”.

Eurica Ferreira também falou após ter a oportunidade de dividir o campo com a filha Esperança Botas, dizendo que foi uma experiência muito agradável. “Todas nós gostamos muito de participar nestas activadas do Dia da Mãe. É diferente e é importante interagirmos com elas neste meio... também para elas verem que nós também sabemos jogar e que somos boas jogadoras (risos)”, disse a progenitora, com a filha a concordar sobre a importância desta acção: “Fiquei muito feliz com esta experiência, foi muito importante ter estado aqui com a minha mãe neste dia”.

Atletas Leoninos praticaram várias modalidades com as mães
Jogadoras do Sporting CP colocaram as mães à prova no futebol

MODALIDADES FUTSAL

SEM MEDALHA, MAS COM HONRA: SPORTING CP PERDE COM FS CARTAGENA E FALHA O PÓDIO EUROPEU

COM GARRA ATÉ AO FIM, MAS SEM O PRÉMIO DESEJADO. A EQUIPA DE FUTSAL DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL

TERMINOU A FINAL FOUR DA UEFA FUTSAL CHAMPIONS LEAGUE NO QUARTO LUGAR, APÓS PERDER FRENTE AO FS CARTAGENA NO JOGO DE ATRIBUIÇÃO DO TERCEIRO POSTO. OS LEÕES ATÉ ESTIVERAM DUAS VEZES EM VANTAGEM, MAS NÃO CONSEGUIRAM EVITAR MAIS UM DESFECHO INGRATO EM LE MANS.

Texto: Filipa Santos Lopes

Fotografia: Francisco Lino, Ben McShane Sportsfile/UEFA via Getty Images

A equipa de futsal do Sporting Clube de Portugal perdeu frente ao FS Cartagena no último domingo e terminou a final four da UEFA Champions League em quarto lugar. Em causa estava “honrar os adeptos e o escudo” após a dura eliminação nas meias-finais (0-3 frente ao Illes Balnears Palma), tal como frisou Henrique Rafagnin na antevisão. E os Leões fizeram-no com o brio e a ambição de cada partida, mas

após o empate a 2-2 no final do tempo regulamentar, não tiveram sorte nem acerto nas grandes penalidades (5-3). Com menos de 30 segundos no cronómetro, Henrique Rafagnin subiu em posse e, sem oposição, assinou o primeiro aviso à baliza espanhola. A bola embateu num adversário e, na sequência do canto, Taynan obrigou Chispi a uma boa intervenção. Estava dado o mote para uma partida intensa e equilibrada.

O FS Cartagena respondeu por Gabriel Motta, mas o guardião verde e branco, muito seguro entre os postes, defendeu com

relativa facilidade. Influente no jogo da equipa, o brasileiro voltou a subir na quadra e, após boa triangulação com Taynan e Tomás Paçó, viu o remate do camisola 4 passar a centímetros do poste esquerdo da baliza. Aos três minutos, os espanhóis voltaram a ameaçar, desta feita pelos pés de Pablo Ramírez, e o remate foi travado apenas pelo ferro. O mesmo aconteceu dois minutos depois, com o ex-Leão Waltinho a visar o alvo e o poste a adiar novamente o golo inaugural da partida.

O FS Cartagena crescia no jogo e Henrique voltou a surgir em bom

plano, somando mais uma intervenção apertada, mas foi mesmo o Sporting CP quem chegou ao golo. Aos oito minutos, numa reposição lateral muito bem definida por Alex Merlim, a bola cruzou a quadra e chegou direitinha aos pés de Tomás Paçó. O fixo, à entrada da área mas no flanco oposto, rematou cruzado, de primeira e com precisão para o 0-1. Os verdes e brancos galvanizaram-se com o tento e estiveram muito próximos de voltar a marcar três minutos volvidos, num lance tirado a papel químico do primeiro: na sequência de uma reposição lateral, Rocha rematou

fortíssimo, mas desta vez a bola saiu milímetros ao lado da baliza. Ainda aos 11’, a equipa espanhola ameaçou o empate numa transição rápida. Mellardo apareceu na cara de Henrique e rematou rasteiro, mas o guardião verde e branco, talvez o jogador mais decisivo em campo, segurou a vantagem com uma defesa com as pernas. Dois minutos depois, foi Anton Sokolov quem esteve perto de marcar com um desvio de calcanhar de grande classe após excelente passe de longa distância. Falhou por pouco e — como reza a gíria desportiva — golo desper-

Sporting CP não foi feliz em Le Mans

Finalmente, aos 44’, chegou o 3-3 depois de muita insistência. Uma forte stickada de Rafael Bessa encontrou Toni Pérez, que bisou à boca da baliza.

O empate deu uma nova vida ao Sporting CP, que cresceu e podia ter voltado a facturar. Rafael Bessa, por exemplo, teve duas

oportunidades flagrantes, sendo que uma delas bateu na trave.

Do outro lado, a UD Oliveirense ainda tentou uma última vez, mas a bola acertou no poste. Final do tempo regulamentar e 3-3.

A primeira parte do prolongamento acabou por ser a fase mais decisiva da partida uma vez

que o Sporting CP passou para a frente com um tiro de longe de Alessandro Verona, aos 54’, e fez ainda o 5-3 quando Facundo Bridge combinou com Nolito Romero e, na cara de Xano Edo, não desperdiçou.

Com cinco minutos pela frente, a UD Oliveirense deu tudo para

Ângelo Girão não evitou as lágrimas

tentar reduzir e chegou a ter um livre directo a castigar a décima falta Leonina, mas Bruno Di Benedetto não conseguiu superar Ângelo Girão, que segurou a diferença. Mais perto do fim, Facundo Navarro viu o cartão azul e o Sporting CP teve direito a um livre

directo, mas Xano Edo defendeu a conversão de Nolito Romero. Mesmo assim, o emblema de Alvalade aproveitou a vantagem numérica para João Souto, a poucos segundos da buzina final, fechar as contas em 6-3. Terminado o desafio, vitória do Sporting CP e conquista do título que faltava desde o regresso do hóquei em patins sénior masculino ao Clube em 2010/2011.

A felicidade após a buzina final
Houve festa verde e branca em Vila Nova de Famalicão

MODALIDADES HÓQUEI EM PATINS

FALAM OS VENCEDORES!

EM DECLARAÇÕES À SPORTING TV LOGO APÓS A ENTREGA DO TROFÉU, EDO BOSCH E OS SEUS JOGADORES REAGIRAM À CONQUISTA DA TAÇA DE PORTUGAL.

Texto: Luís Santos Castelo Fotografia: João Pedro Morais

EDO BOSCH

“Esperemos que seja o primeiro título de muitos. É uma alegria enorme e é uma equipa grandiosa. As equipas grandes não se vêem só quando ganham. Esta equipa caiu e levantou-se várias vezes este ano e merecia este título. Estou orgulhoso. Estivemos a perder e apareceu a alma da equipa, que faz tudo para ganhar. Hoje era um dia importante porque há 35 anos que o Sporting CP não ganhava a Taça de Portugal. Aqui está, para todos os adeptos que estão aqui e para os Sportinguistas em todo o mundo. A chave é a alma desta equipa. Temos o nosso hóquei, a nossa defesa, mas para além de tudo isso, há uma alma que a torna diferente. O colectivo é muito forte. Notou-se que não estávamos no nosso melhor a nível físico, mas a alma deu-nos uma força extra para empatar o jogo e para vencer no prolongamento.

Estando no Sporting CP, temos sempre a responsabilidade de ganhar. Por vezes fazemos tudo e não conseguimos, mas a partir de agora esperamos ganhar muitos títulos com este emblema ao peito”.

TONI PÉREZ

“Estou cansado, mas muito feliz porque esta equipa merece e trabalha muito todos os dias. Por vezes, as coisas não correm bem. É desporto, mas lutamos sempre para ganhar. Fizemos uma Taça de Portugal brilhante e é um título muito esperado por esta secção. São muitos anos aqui, no Sporting CP, e era o título que me faltava. Ainda vamos lutar pelo Campeonato Nacional, esta equipa nunca se vai render. Sinto muito orgulho por fazer parte deste clube e deste grupo. Estou muito emocionado porque tem sido uma temporada difícil”.

ROC PUJADAS

“Estou muito feliz, a viver um sonho. Estar aqui e ganhar um título é inacreditável. O apoio dos adeptos é imprescindível. Precisamos muito deles e estiveram espectaculares, ajudaram-nos muito”.

NOLITO ROMERO

“É uma satisfação enorme. Este título era muito desejado, fugia há bastante tempo. Desta vez não podia fugir. Fomos consistentes no nosso trabalho depois de nos adaptarmos às novas ideias da equipa técnica”.

RAFAEL BESSA

“Sabe muito bem. A época, no início, não foi nada fácil para nós. Poder celebrar, agora, a Taça de Portugal é fantástico. Este grupo trabalha como ninguém e orgulho-me imenso de fazer parte desta equipa e de ter colegas que foram e continuam a ser dos melhores do mundo. Agora vamos celebrar”.

FACUNDO BRIDGE

“Estou muito feliz. Era um título que queríamos muito. Estamos a fazer uma época algo irregular, mas esta semana juntámo-nos e, tanto ontem como hoje, fomos muito competentes. Estou muito feliz, também, pelos meus colegas”.

ÂNGELO

GIRÃO

“Um dia muito complicado. Foi dos piores jogos da minha carreira, nunca me senti tão nervoso. Esta oportunidade já me tinha sido tirada antes e, desta vez, consegui vir a jogo, mas não ajudei a equipa. Estive muito apagado, mas a equipa é fantástica e não tenho palavras para estes jogadores. Não posso pedir mais nada. Desde que o hóquei em patins voltou, só faltava esta Taça de Portugal para completarmos tudo. Estou orgulhoso deste trajecto e este título é desta equipa e de todos os que contribuíram para este caminho ao longo dos anos. É um sentimento indescritível chegar aos 400 jogos pelo Sporting CP, um clube que me dá todo este apoio e carinho. Não há palavras para retribuir ou agradecer. Mando também um beijinho para a minha mulher e para as minhas filhas. Amo-as muito e sinto muito a falta delas”.

ALESSANDRO VERONA

“Este ano foi difícil. Quando chegavam as alturas a que tínhamos de ganhar fizemos jogos menos bons. Chegados aqui, merecíamos isto, assim como os adeptos e o staff técnico. Os jogadores que no próximo ano não vão estar connosco no próximo ano também merecem. Dedico também à minha família e à minha namorada, que estão sempre comigo”.

JOÃO SOUTO

“Era um título que faltava a este grupo e que muito ambicionávamos. É um orgulho imenso ter conquistado tantos títulos ao serviço do Sporting CP, é uma sensação de dever cumprido. Este grupo deixou o Clube recheado de títulos”.

Rafael Bessa e Facundo Bridge com o troféu
O capitão Ângelo Girão não escondeu a emoção: “A equipa é fantástica e não tenho palavras para estes jogadores”
“Desta vez não podia fugir”, garantiu Nolito Romero
Edo Bosch estreou-se a conquistar um troféu enquanto treinador do Sporting CP, que espera que seja “o primeiro de muitos”

Sabemos que tudo tem um início e um fim, mas eles não queriam ir embora, e os outros também não os queriam deixar ir embora, sem este troféu e deram tudo para o conquistar.

“FOMOS

UNS JUSTOS VENCEDORES (...) A FINAL NÃO ME FICA NA MEMÓRIA PELO HÓQUEI QUE PRATICÁMOS, MAS FICA PELA

GARRA DA EQUIPA”

Não se adivinhava uma tarefa fácil, a começar pela meia‑final frente ao SL Benfica, que tem, provavel‑ mente, o plantel financeiramente mais valioso do hó quei em patins mundial na actualidade. Como se prepa raram para esse jogo, três dias após um clássico intenso no Dragão?

Com um apagão (risos), mas como estávamos instalados em Lousada num hotel muito bom, com muitos espaços verdes, aproveitámos o ar livre e foi bom. Quanto ao jogo, estudámos muito bem o SL Benfica, sabíamos o que podíamos fazer, o que podíamos aproveitar e explorar e isso viu-se em campo. Ao intervalo só disse aos jogadores que estava a ser um prazer e um orgulho vê-los jogar, que não lhes podia pedir mais nada, só que continuassem a fazer o que estavam a fazer e a procurar o golo. E assim foi e acho, sinceramente, que foi o jogo mais bem conseguido e mais completo que fizemos desde que cheguei ao Sporting CP.

Qual foi, para si, o momento chave do encontro para vencer esse dérbi?

A reacção ao 2-1. Gostei muito da entrada no jogo, foi espectacular, mas acho que a reacção à cambalhota no marcador, após não entrarmos tão bem na segunda metade, foi fundamental. Isso provou o tanto que eles queriam chegar à final para ganhar o troféu. Quando fizemos o 2-2 senti mesmo que a equipa ia dar tudo para vencer e acabámos mesmo por vencer.

Depois a final com a UD Oliveirense, a sua antiga equi pa, também foi muito intensa. 3‑3 no final do tempo regulamentar e depois um grande Sporting CP no pro‑ longamento, que acabou com 6‑3 no marcador... Sim, mas a meu ver esse grande Sporting CP apareceu logo no 3-2 deles, quando tivemos a infelicidade de um jogador nosso escorregar no meio-campo e eles aproveitaram para fazer esse resultado. A equipa reagiu logo com bom hóquei, a criar oportunidades e, com isso, chegou ao 3-3. Depois no prolongamento a equipa quis muito vencer. Há muitos jogos em que as equipas se controlam no prolongamento para decidirem o jogo nos penáltis, mas os meus jogadores não quiseram isso até porque não tinham boas memórias desse género de decisão. Nesse sentido, todos eles perceberam que tinham de continuar a fazer o que tinham feito, a chegar à baliza e, como ‘quem procura sempre alcança’, conseguimos. Fizemos o 4-3, depois o 5-3 e aí senti que a UD Oliveirense baixou um pouco os braços. Ao cair do pano ainda fizemos o 6-3, mas aí o jogo já estava decidido.

E sente que, por tudo aquilo que o Sporting CP fez no decorrer de toda a prova, foi um justo vencedor?

Sim, sim. Por tudo aquilo que fizemos ao longo da prova, sim, e não tenho problemas em admitir que não vou recordar esta final pelo hóquei que praticámos. Os exemplos que darei no futuro sobre esta prova serão da meia-final, que para mim foi espectacular. A final só me fica mesmo na memória pela garra da equipa, que era algo

com que eu já sabia que podia contar antes de chegar ao Clube, e que eles fizeram valer quando o resto não estava a correr como queriam.

Esses dois jogos e esta conquista foram também, numa época de altos e muitos baixos no início, a força extra para o que falta da temporada? Logicamente que sim. Ganhar é sempre muito importante e ajuda a fazer acreditar muito mais em tudo, assim como dá força para o que se segue. Neste momento, e depois de jogos tão intensos, a equipa está cansada, mas só já quer começar o play-off. Estamos numa boa dinâmica, a equipa está confiante com o hóquei que pratica, tanto a nível ofensivo como defensivo, e quer dar continuidade a isso.

“FAÇO UM BALANCO POSITIVO ATÉ AQUI, MAS NÃO POSSO DIZER QUE ESTOU SATISFEITO. QUEREMOS A DOBRADINHA”

Agora o foco já, por isso, está no Campeonato Nacional, prova em que aliás já voltaram a jogar e fecharam em segundo lugar a fase regular. O que espera dos quar‑ tos de final diante da AD Sanjoanense? Vamos encontrar uma boa equipa, muito bem orientada e que em sua casa torna a tarefa ainda mais complicada ao adversário. Sabemos isso e também temos de ter consciência de que os jogos que já fizemos frente a eles esta temporada não terão nada a ver com os próximos. Vai ser um confronto de mata-mata e isso altera as coisas, mas nós temos o factor casa a nosso favor e temos de o aproveitar logo no primeiro jogo. Ir a São João da Madeira com outro resultado que não a vitória no primeiro jogo pode comprometer o nosso objectivo, por isso temos de pensar em entrar na eliminatória a vencer. Temos estado a trabalhar para isso e de tudo faremos para que assim seja.

Sente então que, numa eliminatória jogada à melhor

de três jogos, com o Sporting CP a jogar dois deles em casa, é meio caminho andando para seguir em frente?

Tudo pode acontecer, mas isso ajuda e foi para isso que trabalhámos durante toda a fase regular. Trabalhámos para beneficiar do factor casa nas três eliminatórias, infelizmente não conseguimos e só o poderemos ter em duas, mas tentaremos sempre aproveitá-lo da melhor maneira. É sempre muito mais fácil jogar com o apoio dos nossos adeptos e temos de saber aproveitar isso.

De qualquer forma, será uma prova muito competitiva até ao final, onde o Sporting CP espera chegar. Quem são os grandes candidatos ao título?

Para mim são as oito equipas em prova. Fala-se sempre mais dos três grandes, mas o OC Barcelos e a UD Oliveirense também são equipas a ter em conta nesta corrida, assim como as outras porque se qualificaram com mérito próprio. Nesta fase, nenhuma equipa pode cometer erros porque um mau passe ou um mau jogo pode complicar tudo. Às vezes um dia mau pode fazer com que o trabalho de toda uma temporada fique estragado, e isso pode acontecer a qualquer equipa, mas esta equipa tem noção disso, está muito habituada a jogar play offs e sabe o que tem de fazer.

Ainda sem esse objectivo alcançado, mas porque esta mos a falar consigo nesta fase da temporada, que ba lanço faz até aqui?

Para já faço um balanco positivo, mas não posso dizer que estou satisfeito. Gosto muito de ganhar, estou aqui para ganhar e claro que ganhar a Taça de Portugal foi bom, compensou sobretudo aquilo que nos aconteceu no início da época, apesar de saber que tudo é um processo, mas não era o nosso principal objectivo. Esta equipa quer mais, quer ganhar o campeonato, que é a prova que demonstra maior regularidade ao longo da temporada, e agora, depois de conquistar a Taça, pensa na dobradinha. É nisso que pensamos, mesmo sabendo que será difícil. Portanto, só isso me deixará totalmente satisfeito no final da temporada. Ainda assim, claro que sei que conquistar a Taça de Portugal no primeiro ano, depois de várias mudanças, foi bom e devemos estar contentes com isso. >>

"A meia-final da Taça de Portugal foi um hino ao hóquei"
“QUANDO

VEJO A EQUIPA A JOGAR TÃO BEM FICO MUITO ORGULHOSO”

Como seria de esperar, e como já disse, por se tratar de uma ‘nova Era’, o início não foi fácil, mas, neste mo mento, já sente que conseguiu implementar o hóquei em patins e as ideias que queria?

Sim, em Janeiro a equipa começou a jogar o hóquei que eu queria e, já lhes disse isso a eles, há jogos em que vejo essa ideia exposta ao máximo. Por vezes pode faltar algo na defesa ou no ataque, mas eles conseguem levar as minhas ideias a um patamar muito alto e que eu não vi muitas vezes. Portanto, com um trabalho de sete/oito meses, eles já me mostraram que acreditam no processo, que o conhecem e que o sabem aplicar. Nas palestras sinto isso com as intervenções deles e sinto que estamos todos no mesmo barco. Isso é espectacular para um treinador e é meio caminho andado para o sucesso. É óptimo que todos pensem igual e eu sinto que com esta equipa consegui isso. Demorámos a consegui-lo, devido à paragem para o Mundial, a várias lesões e a outras questões que as pessoas não sabem, mas acho que, finalmente, estamos todos alinhados e estou satisfeito por isso. Agora procuramos maior regularidade, mas também isso leva o seu tempo.

E que tipo de relação tem o Edo Bosch com os jogado res? Isso muitas vezes também faz a diferença... É muito boa, mesmo. Sabemos todos quais são os momentos para brincar e os momentos para trabalhar. Fui jogador durante muitos, muitos, anos e sempre quis ter este tipo de relação entre treinador e equipa. Nunca me imaginei a ser como um sargento e acho que por ter sido jogador compreendo melhor os momentos de cada jogador e da equipa, olho para eles como pessoas também e aceito os erros. Tento levar muitas das minhas experiências como jogador para o grupo e digo-lhes sempre que só não erra quem não está cá, mas peço-lhes que tenham ‘memória de peixinho’ e que esqueçam esse erro o mais rápido possível.

Nas competições europeias, que arrancaram com a Continental Cup, prosseguiram com a Champions League e terminaram com a WSE Cup, as coisas não correram bem. Encontra motivos? Esperava‑se mais do

Considero que a máquina ainda não estava a funcionar Como disse, o Mundial tirou-nos um mês [Setembro] de preparação, depois tivemos lesões em momentos importantes e a verdade também é que a implementação do meu processo, que eu achei que podia ser mais rápida, foi mais lenta do que o normal. As ideias que eu achava que podiam estar mais perto das do antigo treinador, afinal estavam mais longe e tirar um chip e meter outro demorou um bocado. Assumo essa responsabilidade, mas também sei que com as incidências de que falei era impossível fazê-lo mais rápido. Os jogadores precisam do seu tempo, apesar de terem dado tudo para perceber o processo, e por isso acho que só em Dezembro é que se começou a ver aquilo que eu queria aplicar. Foi no jogo em Barcelos que pensei ‘agora já vejo o que queria’. Depois houve uma pausa e temi, só pensava ‘que não se estrague isto, que não voltemos para trás’ e não voltámos. Realmente o mês de Janeiro foi espectacular. A seguir houve uma quebra, mas já voltámos a subir e quando vejo a equipa a jogar tão bem fico muito orgulhoso.

“AQUILO QUE ESTA EQUIPA TEM DE MELHOR É A RESILIÊNCIA.

CAI

E LEVANTA-SE

LOGO A SEGUIR”

Nos últimos 14 jogos, após a eliminação na WSE Cup, o Sporting CP soma 12 vitórias, apenas uma derrota e um empate...

Sim e isso aconteceu porque aquilo que esta equipa tem de melhor é a resiliência. Cai e levanta-se logo a seguir. Eles não demoram três ou quatro dias a reagir, estão aqui logo no dia seguinte a admitir os erros, mostram-se logo preparados para o que se segue e o que querem é voltar a jogar rapidamente. Prova disso é termos sido eliminados no sábado e na terça-feira, sem descansar, ganharmos 8-3 à AD Sanjoanense. Isto para mim é ser uma grande equipa. Uma grande equipa não é aquela que ganha todos os dias, mas sim aquela que ganha e que quando perde sabe reagir imediatamente. E esta equipa é assim.

Entretanto foi também conseguindo lançar alguns jo‑ vens, como o Lourenço Soares, Miguel Alves, Filipe Pereira e Rodrigo Gonçalves. Tem estado atento à for‑

mação do Sporting CP?

Tenho estado, sim, mas não tanto quanto queria. Esta época, por ser a primeira e mais complicada, tive de estar muito mais focado na equipa principal, mas sei reconhecer que sempre que os jogadores da formação sobem à nossa equipa nos ajudam muito e que têm muito valor. Por isso, acredito que eles, como outros, possam vingar num futuro próximo. Eles sonham e trabalham para chegar à equipa principal e nós podemos dar-lhes isso, mas sabemos que nem sempre é fácil dar-lhes mais oportunidades.

Não é fácil entrar na alta competição e numa equipa que quer e está obrigada a ganhar tudo, não é? O que se diz aos jovens atletas que percebem que a porta está a abrir, mas ainda não está aberta?

A passagem de sub-19 para sénior não é nada fácil, é sempre difícil. Não é fácil entrar numa equipa cheia de profissionais e onde todos são escolhidos a dedo, mas o que lhes digo sempre é que não achem que o trabalho já terminou por terem a oportunidade de jogar na I Divisão ou somar uns minutos na equipa principal. Pelo contrário, o trabalho começa aí e eles têm de trabalhar ainda mais a partir desse momento porque, grande parte das vezes, não é por se ser o melhor da sua geração, que se chega a sénior. Por isso, o melhor conselho que lhes posso dar é que o talento é importante, mas que não deixem de trabalhar porque o trabalho e a disciplina são o mais importante. Temos jogadores no Sporting CP que, por exemplo, nunca foram à selecção, não eram os melhores da sua geração, mas pelo trabalho e pela regularidade hoje em dia representam um dos maiores clubes da modalidade a nível mundial.

“ESTOU

ENCANTADO DESDE O PRIMEIRO DIA. GOSTO MUITO DA RELAÇÃO FAMILIAR QUE HÁ ENTRE TODAS AS MODALIDADES”

Quase para finalizar, e porque já fizemos um balanço da época até aqui, o que mais o tem surpreendido e o que mais tem gostado neste desafio de Leão ao peito? Antes de vir, naturalmente, já sabia que o Sporting CP era um grande clube, mas não o conhecia dentro de portas e estou muito satisfeito. O Clube dá-nos todas as condições, e mais alguma, para podermos trabalhar e podermos vencer. Estou encantado desde o primeiro dia e gosto muito da relação que existe entre todas as modalidades, que já tinha experienciado como jogador noutro clube e é óptimo que assim seja. Por exemplo, depois de conquistar a Taça de Portugal, recebi mensagens de outros treinadores, assim como eu lhes mando a eles quando conquistam alguma coisa. Nota-se que ficamos todos satisfeitos com as vitórias dos outros, partilhamos experiências e falamos muito. Gosto muito desta relação familiar entre todos nós, que vai além do hóquei, e vejo que o Clube trabalha para que assim seja.

Como não poderia deixar de ser, e porque eles também têm crescido no apoio, o que pede aos Sportinguistas para este final de temporada?

Que nos acompanhem e que acreditem em nós, vamos ‘morrer’ na pista se for preciso. Entendo perfeitamente que foi um processo comprido, que em alguns momentos não estivemos à altura, mas agora estamos bem e com eles somos muito mais fortes. Por isso, peço-lhes que estejam connosco e que nos apoiem. Precisamos muito deles, sobretudo neste momento, para podermos fazer a dobradinha que foge ao Sporting CP desde 1982.

Sporting CP sobretudo na Champions e depois na WSE Cup...
"Precisamos muito dos adeptos para podermos fazer a dobradinha que foge ao Sporting CP desde 1982"

SEGUNDA PARTE DE LUXO GARANTE VITÓRIA CATEGÓRICA NO DÉRBI

TRIUNFO DO SPORTING CP EM CASA DO SL BENFICA POR 29-37.

Texto: Nuno Miguel Simas Fotografia: José Lorvão

A equipa de andebol do Sporting CP venceu, no passado sábado, o SL Benfica, em casa da formação encarnada, por 29-37, em jogo relativo à 4.ª jornada da fase final do Campeonato Nacional.

Um triunfo que aproxima a equipa de Ricardo Costa do segundo título consecutivo de Campeão Nacional, a duas jornadas para o final da prova – na próxima jornada o Sporting CP desloca-se a casa do CS Marítimo e na última ronda, a equipa verde e branca vai receber o FC Porto, no Pavilhão João Rocha.

No dérbi da Luz, a equipa do Sporting CP assinou mais uma grande exibição, nomeadamente uma segunda parte de luxo, que embalou os Campeões Nacionais para um triunfo contundente e que espelha a classe daquela que foi uma das oito melhores equipas da Europa esta temporada. Na primeira parte, o jogo foi marcado pelo equilíbrio, ainda que com ascendente geral do Sporting CP, também espelhado

no marcador.

Com ambas as equipas a defenderem 6x0, ficou espaço para as meias-distâncias irem armando remates e para as entradas de ponta.

Os índices de eficácia no remate começaram por ser elevados nas duas equipas e com Orri Þorkelsson a marcar sempre que era chamado para a linha de sete metros. Até aos 11-11, nenhum dos guarda-redes tinha conseguido rubricar uma defesa, com o Sporting CP ainda um pouco a medir o pulso ao jogo, em dez minutos iniciais um pouco tímidos. Na bancada, uma fantástica presença dos adeptos Leoninos num recital de apoio aos comandados de Ricardo Costa. Nesses dez minutos iniciais, os Leões tiveram duas falhas técnicas que até resultaram em golos do SL Benfica.

A 7-8, com um livre de sete metros, o Sporting CP ganhou vantagem no marcador, situação que alargou, com a boa entrada de Mohamed Ali para a baliza, em troca com André Kristensen. O SL Benfica, com mais dificulda-

des na primeira linha face à defesa profunda e agressiva do Sporting CP, apostava mais nas entradas aos seis metros e nos remates em apoio – recurso várias vezes utilizado por Belone Moreira e Egon Hanusz – lateral direito e central que compensaram na velocidade de remate a menor estatura.

O Sporting CP, com Natán Suárez primeiro a comandar bem o ataque e depois com Jan Gurri (excelente exibição do central que se adapta muito bem a lateral esquerdo) esteve sempre na frente do marcador na primeira parte, mas ao intervalo registava-se uma vantagem de um golo para o Sporting CP (16-17) e o guarda-redes Mohamed Ali a ter já um punhado de defesas importantes, sobretudo aos seis metros. A segunda parte do Sporting CP foi um tratado de andebol, um recital em primeiro lugar na arte de bem defender. Nos primeiros dez minutos a equipa Leonina apenas sofreu três golos, o último deles a bater em cima desses dez minutos iniciais. O Sporting CP forçou remates em ataque de pouca probabilidade de sucesso,

03.05.2025

Campeonato Nacional – Fase final 4.ª jornada | Pavilhão da Luz

SL BENFICA SPORTING CP

29 37

16-17 ao intervalo

Sporting CP: Edy Silva(5), Pedro Portela (2), Francisco Costa (2), Natán Suárez (2), Jan Gurri (5), Pedro Martínez, William Höghielm, Salvador Salvador [C] (9), Orri Þorkelsson (8), Mamadou Gassama, André Kristensen [GR], Diogo Branquinho (1), João Gomes (1), Christian Moga, Martim Costa (2), Mohamed Ali [GR]. Treinador: Ricardo Costa. Disciplina: exclusão de 2’ para Christian Moga, Francisco Costa e João Gomes.

com Pedro Martínez e Christian Moga (grande exibição) a conferirem ainda maior profundidade ao sistema defensivo Leonino. Por essa altura, os ataques também funcionavam com enorme fluidez, com uma primeira linha formada por Jan Gurri a central, Salvador Salvador a lateral esquerdo e João Gomes a direito. 19-25 era o score por essa altura – dez minutos jogados-, com o capitão Salvador endiabrado e Jan Gurri a marcar golos de diferentes formas em entradas aos seis metros, ou em remates de meia distância.

Na bancada, os adeptos Leoninos acompanhavam o show da equipa nas quatro linhas e a vitória adivinhava-se com cada vez maior clareza, mesmo faltando ainda dois terços do segundo tempo.

O máximo que o SL Benfica se aproximou no marcador foi a

24-28, com metade do segundo tempo jogado, mas a exibição do Sporting CP era muito inspirada, com uma combinação de jogo aéreo entre Francisco Costa e o capitão Salvador Salvador a abrilhantar a exibição para um grande golo a 24-30.

Com golos de todas as maneiras e feitios – Salvador Salvador também assinou dois quase de uma baliza à outra – o Sporting CP foi avolumando a vantagem que se fixou em números finais de 2937 e mais momentos mágicos, como novo golo de combinação de jogo aéreo finalizado por Diogo Branquinho e uma defesa de Mohamed Ali, perante um jogador do SL Benfica, isolado. Vitória retumbante do Sporting CP no Pavilhão da Luz frente ao SL Benfica por 29-37, num show Leonino dentro das quatro linhas e na bancada. Foi um grande final de tarde à Sporting CP.

RICARDO COSTA: “ERA IMPERIOSO VENCER”

No final da partida, Ricardo Costa fez a análise ao dérbi e felicitou os jogadores pela capacidade de resposta. “Parabéns aos meus atletas, porque, independentemente do resultado, depois do espectáculo que vivemos na última quarta-feira, no Pavilhão João Rocha e que nos orgulha a todos, era imperioso vencer este jogo. Não sendo decisivo, era importante e os atletas deram essa resposta”, afirmou.

Ricardo Costa considerou que o Sporting CP deu “um passo importante”, rumo ao título, mas lembrou: “Temos uma deslocação ao CS Marítimo, difícil, não têm nada a perder e vão jogar o melhor que podem e depois temos uma finalíssima com o FC Porto. Está nas nossas mãos pensar na importância do próximo jogo e prepararmo-nos para o vencer”.

Quanto à enorme capacidade de mobilização dos adeptos Leoninos em torno da equipa de andebol, com um sector de bancada cheio de Sportinguistas no Pavilhão da Luz, Ricardo Costa referiu: “O factor decisivo e diferenciador são os nossos adeptos que deram uma resposta brutal durante todo o ano. Quando cheguei aqui o desafio era que as pessoas se identificassem com a nossa forma de estar dentro do campo e quando os adeptos estão a bater-nos palmas durante dez minutos, depois do final de um jogo, é um momento importante para nós porque reconhecem que não deixámos nada por fazer, lutámos até ao fim e acredito que se orgulhem de nós. Sentimos a necessidade de estarem perto de nós”.

No dia em que completou 200 jogos no comando técnico do Clube, Ricardo Costa mostrou orgulho pela marca alcançada: “A sério? Parece que foi ontem. Estou ansioso pelos 400. Estes 200 foram fantásticos, estou a adorar estar no Sporting CP, sempre de coração cheio, com a minha equipa, com os adeptos, toda a gente que circunda o Pavilhão, o Estádio, esta atmosfera que vivemos. São 200 jogos de enorme privilégio e espero que possa fazer mais 200 e mais 200 e que haja força para isso”.

O capitão Salvador Salvador esteve de mira afinada e marcou nove golos no dérbi frente ao SL Benfica

BREVES

KICKBOXING: ESTÁGIO INTERNACIONAL NO MULTIDESPORTIVO DE ALVALADE

O Multidesportivo do Estádio José Alvalade recebeu, no último sábado, um estágio internacional de kickboxing orientado pelo treinador Said El Badaoui, que contou com a presença dos atletas André e Tiago Santos, que nos últimos anos têm engrandecido a História do Sporting Clube de Portugal com títulos internacionais.

Com um grupo de lutadores mais experientes e outros menos experientes, que praticam a modalidade apenas por lazer, a manhã serviu para dar a conhecer os métodos e a forma de trabalhar de um dos melhores treinadores da modalidade e que actualmente treina André Santos nos Países Baixos.

“Fazer este estágio internacional era algo que já queríamos há algum tempo e que aconteceu agora na altura certa, com aquele que para mim é o melhor treinador a nível mundial na categoria K1. Esta iniciativa serviu para estimular aqueles que trabalham connosco e os que praticam a modalidade, assim como mostrar-lhes que cá consegui-

mos replicar aquilo que se faz lá fora”, começou por dizer o coordenador do kickboxing Leonino, Paulo Santos, aos meios de comunicação do Sporting CP, acrescentando: “Acho que ficaram todos satisfeitos com aquilo que aqui aconteceu. Foi uma partilha de experiência e também a oportunidade de estar ao lado de atletas de renome internacional”.

Said El Badaoui mostrou-se igualmente satisfeito pela oportunidade, sem esquecer a importância dos atletas portugueses na modalidade que pratica e ensina há vários anos: “Para mim é sempre uma honra sair dos Países Baixos para ensinar às pessoas os meus conhecimentos. Foi muito bom e fiquei muito feliz com aquilo que aqui se passou. Grande parte das pessoas não sabe, mas existem muitos atletas de qualidade nas artes marciais e, em particular, no kickboxing que são portugueses. Temos o exemplo do André Santos, assim como do irmão Tiago, e vários outros atletas que lutam no UFC”.

Ainda assim, o objectivo deste treino não foi fazer destes praticantes, atletas de alta competição: “A ideia foi outra e nem foi motivar as pessoas a praticarem kickboxing, mas sim praticarem desporto. No entanto, o desporto de luta é um pouco como a vida porque no nosso dia-a-dia lutamos e temos

adversidades todos os dias. Nem todos querem ser campeões mundiais de alguma modalidade, mas todos querem ser campeões na vida e é isso que eu pretendo passar às pessoas e ajudá-las a que estejam prontas para superar os problemas difíceis das nossas vidas”, disse ainda Said El Badaoui.

FUNDAÇÃO SPORTING: MÊS EUROPEU DA DIVERSIDADE CELEBRADO COM NOVAS INICIATIVAS

O jogo entre a equipa principal de futebol do Sporting CP e o Gil Vicente FC, do último domingo, marcou um novo capítulo na implementação de um futebol para todos promovida pela Fundação Sporting.

Aproveitando o facto de Maio ser o mês europeu da diversidade e sendo o

Sporting CP um clube de todos e para todos, a Fundação verde e branca contou com um serviço de audiodescrição, coletes sensoriais e um teste piloto com os tablets Touch2See no seu camarote inclusivo – The Green Box – e nas bancadas.

Estes tablets usam a tecnologia para

criar novas experiências de jogo para cegos, através de um íman (bola) e possibilitam que as pessoas possam sentir as movimentações da bola em campo, o que, aliado ao serviço de audiodescrição, torna única a experiência de quem não vê. Por sua vez, os coletes sensoriais permitem que os adeptos surdos sintam as

vibrações musicais ou do golo, trazendo mais emoção à experiência.

Nesta partida, a Fundação Sporting contou ainda com uma intérprete de Língua Gestual Portuguesa que traduziu o Hino do Sporting no momento em que foi tocado no Estádio José Alvalade, assim como o mítico “O mundo sabe que…”.

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