BEM-ESTAR ON-LINE
FEC
Áudios na velocidade 2x, vídeos de até 15 segundos para prender a atenção de quem assiste, botão de “acelerar” disponível em quase todas as plataformas de conteúdo: navegar na internet é sinônimo de estar sempre com pressa? Os resultados desse processo, descritos como “aceleração algorítmica” (termo também usado para descrever o avanço do algoritmo sobre as cadeias de produção), já podem ser refletidos na forma que produzimos e consumimos conteúdo, quer ver só? Segundo relatório da empresa de dados Domo, em 2020, a cada 1 minuto cerca de 500 horas de vídeo eram postadas no YouTube, 41,7 milhões de mensagens enviadas pelo WhatsApp e 347,2 mil novos stories postados no Instagram. Mas, afinal, quem consome tanto conteúdo e tão rápido assim? E o que a aceleração algorítmica causa na gente? Para a neurociência, o consumo frequente de conteúdos acelerados pode manter o nosso cérebro em um estado de urgência que não corresponde à realidade. Funciona assim: quando estamos sob um estado de aceleração é ativado um mecanismo cerebral conhecido como “sistema de luta e fuga”. Ele corresponde a uma reação primitiva da amígdala e faz referência aos comportamentos de resposta rápida diante da sensação de medo, alerta e ansiedade que costumávamos ter ainda nos primórdios da vida humana.
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