Revista sobed 2013 edição n°22

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REVISTA ISSN 2179-7285

Publicada pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Edição no 22 Julho-Setembro 2013

especial

Jornada BrasilFrança de Endoscopia pela primeira vez na SBAD 2013

DNA

José Luiz Pimenta Modena, professor cirurgião, relembra a evolução da área

Integração

ESTADUAL Unidades estaduais da SOBED são o caminho para a interação, troca de experiências e busca por soluções de problemas locais



índice

Revista Sobed

Edição 22

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Radar SOBED Acompanhe os programas, ações e eventos realizados pela Sociedade, além de ações promovidas pelas unidades estaduais

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IN LOCO

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DNA

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ESPECIAL

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Em ação

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INFO

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DIAGNÓSTICO

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AMB

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ÉTICA

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por dentro

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AGENDA

Doença de Crohn: as perspectivas e dificuldades no diagnóstico desse tipo de inflamação

José Luiz Pimenta Modena, um dos pioneiros do ensino nas áreas de gastroenterologia e endoscopia no País

SOBED inova na programação científica da SBAD com Jornada Brasil-França de Endoscopia Digestiva Avançada

Importância das unidades estaduais para promover a interação e fortalecer a Sociedade a partir do conhecimento sobre a realidade das regiões do País

Saiba mais sobre as próteses metálicas utilizadas no tratamento e em cuidados paliativos

SOBED colhe depoimento de Jacques Devière sobre o papel da endoscopia na doença pancreática, durante 7O Simpósio

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A posição da AMB frente às polêmicas discussões sobre saúde no Brasil

Transcrição na íntegra da Lei do Ato Médico

Veja notícias sobre o aparelho digestivo e a agenda de eventos nacionais e internacionais. Composição da diretoria nacional, comissões e unidades estaduais da SOBED

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editorial

Palavra do Presidente

Dimensões continentais É imensa a diversidade dos quatro cantos do Brasil, e na área de endoscopia digestiva não poderia ser diferente. A SOBED possui atualmente 24 unidades estaduais, cada uma delas com ISSN 2179-7285 Revista SOBED é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED.

suas peculiaridades, problemas e conquistas. Por meio delas é que podemos manter contato com os sobedianos e promover a interação e troca de experiências que fortalecem a Sociedade. A matéria de capa desta edição relata a importância de mantermos uma relação próxima, e traz uma novidade: em breve lançaremos na sede um sistema interativo de reuniões, com o intuito de conhecer os especialistas de todas as regiões e ter uma amostra de cada estado, criando assim um censo. O intuito é saber qual é a “cara” da SOBED e no que ela pode melhorar.

Jornalista Responsável Roberto Souza (Mtb 11.408) Editor-chefe Fábio Berklian Editor Rodrigo Moraes

Além disso, com os últimos acontecimentos relacionados à saúde, como a vinda de médicos de outros países, o difícil relacionamento com os convênios, as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), queremos saber, por meio desse levantamento, como esses fatos alteram a vida dos endoscopistas. Não perca os depoimentos de cinco presidentes das

Subeditora Tatiana Piva

estaduais que contaram detalhes sobre a administração e eventos de seus respectivos estados.

Reportagem Anderson Dias Marina Panham Samantha Cerquetani

Na seção Info, você poderá conferir matéria sobre as próteses metálicas autoexpansíveis que

Revisão Paulo Furstenau Projeto Editorial Fábio Berklian Projeto Gráfico RS Press Luiz Fernando Almeida Designers Felipe Santiago Leonardo Fial Luiz Fernando Almeida Tiragem 2.800 exemplares Impressão Serzegraf

são utilizadas para o tratamento de câncer via endoscopia. O dispositivo é indicado em casos de oclusão por doença benigna ou maligna e melhora a qualidade de vida de pacientes com câncer terminal. A matéria mostra como é importante que o SUS disponibilize o procedimento para a população. Já em In loco, a doença de Chron ganha destaque, pois médicos de todo o País devem ficar atentos a esse problema de saúde que é silencioso e até o momento não possui cura. Aqui você pode verificar a opinião dos especialistas mais indicados para tratar do distúrbio. Em DNA, contamos com a participação de José Luiz Pimenta Modena, que foi um dos grandes professores da área de gastroenterologia e endoscopia e contribuiu para a formação de muitos profissionais. Na entrevista, ele relata como as especialidades evoluíram e de que forma colaboraram para a saúde e bem-estar de milhares de brasileiros. Para finalizar, no Especial há informações preliminares sobre a programação da SBAD. Esperamos reunir 3.500 congressistas no evento. Além da participação dos convidados internacionais, esta edição se destaca pela Jornada Brasil-França, que acontecerá pela primeira vez no Congresso.

Rua Cayowaá, 228, Perdizes São Paulo - SP CEP: 05018-000 11 3875-6296 rspress@rspress.com.br www.rspress.com.br

João Carlos Andreoli Presidente da SOBED Nacional

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Notas

Capacitação em enteroscopia por cápsula endoscópica Com o intuito de instrumentalizar o profissional médico para instalação de cápsula endoscópica e realização de laudo baseado em imagens emitidas por software específico, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre promoveu o 3º Curso de Capacitação em Enteroscopia por Cápsula Endoscópica, no dia 28 de junho. Os especialistas inscritos participaram de atividades práticas e obtiveram conhecimentos técnicos relacionados ao procedimento de cápsula endoscópica.

Mais uma vez, a SOBED-MG, a Sociedade Mineira de Coloproctologia e a Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais se uniram para promover a Gastrominas 2013, nos dias 14 e 15 de junho, no auditório da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), em Belo Horizonte. Aproximadamente 400 congressistas participaram do encontro que, pela primeira vez, foi realizado em associação ao 11º Workshop Internacional de Endoscopia Digestiva. O curso pré-congresso foi realizado no dia 13 de julho com transmissão de casos ao vivo para o auditório.

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Foto: © SOBED–MG / Divulgação

Gastrominas 2013

Em parceria com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) e o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), a SOBED-CE realizou a 1ª Semana Cearense do Aparelho Digestivo (SCAD) em Fortaleza (CE), entre 8 e 10 de agosto. Paralelamente, ocorreram o 2º Congresso Cearense de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva e a 2ª Jornada Cearense de Cirurgia Digestiva. Mais de 400 congressistas participaram do encontro sobre câncer do aparelho digestivo, cirrose hepática, dispepsia funcional, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença de refluxo, doença inflamatória intestinal, ecoendoscopia, hepatites virais, obesidade, POEM e vídeocirurgia. O presidente da 1ª SCAD, Sérgio Pessoa, ressaltou que convidados nacionais e internacionais compartilharam sua experiência com os congressistas, tendo como pano de fundo a possibilidade de debates ao final de cada apresentação. Já o presidente da SOBED-CE, Ruver Herculano Jr., enfatizou que a SCAD já nasce como o maior evento científico da especialidade no estado, mobilizando praticamente toda a comunidade médica local.

© Herbeth Tolêdo / Arquivo Pessoal

Semana Cearense do Aparelho Digestivo


Revisão de Conceitos em Endoscopia Digestiva A SOBED-AL e a SOBED-BA uniram-se para promover o curso Revisão de Conceitos em Endoscopia Digestiva – Questões Comentadas, no Hotel Maceió Atlantic Suites, no dia 20 de julho. Aproximadamente 65 participantes acompanharam questões interativas sobre todo o aparelho digestivo com imagens da prática cotidiana e ampla revisão da literatura. O presidente da SOBED-AL, Herberth Toledo, explica que a atividade baseou-se no Curso Teste seus Conhecimentos – Baseado em Evidências, realizado no 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED, em Salvador (BA). Segundo ele, o curso preparatório para a obtenção do Título de Especialista em Endoscopia (TEE) foi muito bem avaliado. Para Toledo, com ele o modelo do curso deve servir de exemplo para outras estaduais.

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O curso Revisão de Conceitos em Endoscopia Digestiva – Questões Comentadas reuniu aproximadamente 65 participantes no dia 20 de julho

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Notas

Estaduais do sul do País instituem Congresso Sul-brasileiro Durante o Digestive Disease Week 2013, realizado entre os dias 18 e 21 de maio em Orlando, na Flórida (EUA), representantes das entidades de endoscopia e gastroentorologia digestiva do sul do País se reuniram para planejar a criação do Congresso Sul-Brasileiro de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva. Everson Malluta, Eduardo Usuy e Maria Cristina Sartor, presidentes da Sociedade Catarinense de Gastroenterologia (SCG), SOBED-SC e SOBED-PR, respectivamente, determinaram que o congresso substituirá a realização de eventos estaduais, aumentando a representatividade e ampliando as possibilidades de captação de recursos financeiros. A proposta inicial é que o congresso seja realizado em Foz do Iguaçu (PR) no primeiro semestre de 2014.

Representantes das entidades de gastroentorologia e endoscopia digestiva do sul do País se reuniram para planejar a criação do Congresso Sul-Brasileiro de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva no DDW 2013

Há algum tempo que a SOBED vem idealizando um programa de intercâmbio internacional com serviços de endoscopia digestiva de diversos países. De acordo com o ex-presidente e atual coordenador-geral de relações internacionais da Sociedade, Glaciomar Machado, em breve, a partir da divulgação do edital do Programa de Intercâmbio Internacional da SOBED, os interessados poderão se inscrever. Os candidatos selecionados poderão frequentar os serviços como observadores, participando da rotina dos procedimentos realizados,

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de suas reuniões científicas, de sua organização, além da inter-relação entre a endoscopia e os departamentos das diferentes especialidades do hospital. Em contrapartida, essas mesmas facilidades serão oferecidas, no Brasil, aos endoscopistas dos países participantes do programa. Não há número limitado de vagas, e tanto os endoscopistas brasileiros quanto os estrangeiros deverão arcar com suas despesas de passagem e estada. Confira a seguir a lista de países e profissionais que, até o momento, já fazem parte do programa:

Alemanha: Horst Neuhaus (Dusseldorf) e Horst Grimm (Hamburgo) Bélgica: Jacques Deviere (Bruxelas) Canadá: Robert Bailey (Edmonton) EUA: Gregory Haber (Nova York) e Klaus Monkemuller (Birmingham) França: Jéan Escourrou (Toulouse) Thierry Ponchon (Lyon) e Marc Giovannini (Marselha) Inglaterra: David Bjorkmann (Leeds) Itália: Giancarlo Caletti (Bologna) Aguarde mais informações sobre o Programa no site da SOBED.

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Foto: © DDW / Divulgação

Programa de intercâmbio entre endoscopistas


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Notas

Atualização sobre ressecções de lesões planas de cólon

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O primeiro Encontro Carne de Sol & Endoscopia iniciou um ciclo de reuniões entre endoscopistas alagoanos

Carne de Sol & Endoscopia para alagoanos O primeiro Encontro Carne de Sol & Endoscopia, realizado pela SOBED-AL no restaurante Carne de Sol do Picuí, no dia 14 de junho, inicia um ciclo de reuniões entre endoscopistas alagoanos, sob a coordenação científica do endoscopista James Marinho. Mais que uma oportunidade de confraternização em um ambiente descontraído com degustação de comidas típicas nordestinas, o encontro visa promover intercâmbio de experiências e reciclagem médica, por meio de discussões de casos clínicos. O cirurgião e colonoscopista do Hospital Sírio-Libanês e ex-presidente da Comissão Científica da SOBED, Marcelo Averbach, foi o convidado da primeira edição do encontro. O presidente

da SOBED-AL, Herbeth Toledo, enfatiza que esse primeiro encontro científico aconteceu de forma dinâmica e marcou uma nova fase da estadual. “Marcelo Averbach e os demais colegas expuseram seus casos com imagens endoscópicas e terapêuticas com ampla revisão da literatura e compartilharam experiências vividas em cada atividade”, conta. Ainda de acordo com Toledo, esse momento com o especialista incentivou a promoção de novos encontros. “Plantou-se uma semente”, comemora o presidente da SOBED-AL. O próximo Encontro Carne de Sol & Endoscopia será realizado em setembro, com a participação do endoscopista Claudio Rolim, de Porto Alegre (RS).

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Foto: © Herbeth Tolêdo / Arquivo Pessoal

As reuniões científicas mensais da SOBED-RJ são realizadas no auditório do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e divididas em dois módulos. No primeiro, são apresentados vídeos dos serviços de endoscopia da rede pública e aberto para a apresentação de vídeos e casos clínicos da plateia. No segundo módulo, a estadual procura trazer um convidado de outro estado ou profissionais de outras especialidades que façam interface com a endoscopia digestiva. A moderação é feita por um membro titular do RJ. Na seção sobre ressecções de lesões planas de cólon, o endoscopista do Serviço de Endoscopia Digestiva do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Fabio Kawaguti, apresentou vídeos e discorreu sobre o tema, sob moderação de Alexandre Pelosi. A diretoria e comissão científica da SOBED-RJ, ao elaborar a grade científica de 2013, procurou selecionar temas de interesse dos especialistas e médicos residentes.


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In loco

Doença de Crohn: inflamação com difícil diagnóstico Médicos de todo o País devem estar atentos aos sintomas de uma doença silenciosa, porém grave, e, até o momento, sem cura, denominada doença de Crohn. Antes presente em países mais desenvolvidos, principalmente na Europa, o problema tem sido registrado com frequência no Brasil. Em resumo, trata-se de uma doença inflamatória crônica que pode afetar todo o sistema digestivo. O ápice do problema ocorre no íleo terminal, localizado na parte inferior do intestino delgado. O processo de inflamação é extremamente invasivo e atinge todas as camadas da parede intestinal. As causas do problema ainda são desconhecidas e o diagnóstico não é simples. “A doença de Crohn pode se manifestar de três maneiras: inflamatória, estenosante e penetrante”, resume o professor do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade

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de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Aderson Cintra Damião. Não há, por enquanto, possibilidade de cura, apenas o controle. “O tratamento da doença de Crohn melhora consideravelmente a qualidade de vida do paciente, em especial quando o diagnóstico é feito no início, quando predomina a inflamação. Temos hoje potentes medicamentos que combatem o problema de forma contundente e promovem remissão clínica, endoscópica e histológica”, diz Damião. O quadro clínico dos pacientes nem sempre é igual, o que dificulta o diagnóstico correto da doença. A detecção do problema se dá por meio de um conjunto de dados que envolvem história clínica e dados laboratoriais, além de exames endoscópicos e de imagem, de acordo com o especialista. “A colonoscopia é utilizada para o diagnóstico desse problema. Como na maioria dos casos há o comprometimento do íleo terminal, a colonoscopia, ao lado dos demais dados, é suficiente para o diagnóstico da doença”, esclarece.

Foto: © Shutterstock

Problema infeccioso no sistema digestivo leva especialistas a pesquisas intensas no Brasil e em todo o mundo

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No entanto, em alguns casos, é necessária a utilização da enteroscopia. Segundo o profissional, essa exceção ocorre quando a doença acomete locais não alcançados pelo colonoscópio, ou quando a enterotomografia computadorizada (ou enteressonância magnética) deixa alguma dúvida sobre o diagnóstico. “Sendo assim, a enteroscopia anterógrada e/ou retrógrada, com biópsias, devem ser solicitadas pelo médico.” Nos últimos anos, abriu-se outra possibilidade de diagnóstico a partir da realização de exames de cápsula endoscópica do intestino delgado, até então um órgão de difícil acesso. Os sintomas mais frequentes da doença são diarreia, dor abdominal, febre e emagrecimento. “Na doença de Crohn, a inflamação intestinal compromete toda a extensão da parede do intestino, o que propicia o aparecimento de pertuitos que culminarão com as fístulas, que comunicam o orgão inflamado à pele”, completa.

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Procedimentos endoscópicos Em dezembro de 2008, a SOBED publicou estudo científico intitulado Doenças Inflamatórias Intestinais: Acompanhamento Endoscópico. O levantamento foi assinado pelo então presidente da Comissão de Diretrizes, Edivaldo Moreira, e pelos membros Lix de Oliveira, Paulo Alves de Pinho e Walton Albuquerque. O documento tinha como principal objetivo a diferenciação diagnóstica entre a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, além de avaliar a gravidade, explicar e trazer a importância dos procedimentos endoscópicos no cotidiano desses dois problemas. O estudo mostrava também diferenças claras entre as duas doenças. Características como reto frequentemente poupado, lesões saltitadas, úlceras aftoides, aspecto em pedra de calçamento, úlceras longitudinais e serpiginosas, fístulas, ulceração no íleo terminal e presença de estenose são

Doença de Crohn acomete, principalmente, a região do íleo terminal

claros indicadores da doença de Crohn. Os especialistas recomendavam também que todos os pacientes com suspeita desse problema deveriam ser submetidos à ileocolonoscopia, inclusive com a realização de biópsias. O documento também deixava claro que pacientes com doença de Crohn com mais de um terço do cólon comprometido pelo problema deveriam ser submetidos ao mesmo programa de vigilância dos pacientes com retocolite ulcerativa. Vale lembrar que tal medida deve ser adotada quando a doença tem entre oito e 10 anos.

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In loco

Flavio Steinwurz é presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD)

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Fotos: © ABCD/Divulgação

Apesar de a doença de Crohn ainda não ter cura, o arsenal de drogas disponível para tratamento do problema permite uma vida praticamente normal. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), Flavio Steinwurz, as pesquisas de especialistas brasileiros e do exterior garantiram medicamentos eficazes. “Uma boa parcela dos pacientes consegue levar uma vida normal com o tratamento adequado. Um dos fatores que possibilita isso é o conhecimento do médico, e outro, igualmente importante, é o acesso à medicação”, opina Steinwurz. O presidente da ABCD lembra a temática do acesso em função dos preços desses medicamentos, na maioria das vezes altos. “Ocorre que o governo fornece gratuitamente as medicações mediante, é claro, a apresentação de formulários devidamente preenchidos pelo especialista, informando a razão da necessidade.” A alimentação dos pacientes acometidos pela doença de Crohn poderá sofrer alterações. Isso depende especificamente do órgão e em que localidade o problema se encontra.

© Shutterstock

Estabilidade

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Quando há remissão total, não há necessidade de mudanças. No caso da existência de estenose, é preciso controlar a quantidade de alimentos ingeridos de uma vez. Steinwurz também comenta sobre outro grupo de pacientes: “Aqueles com doença ativa, inflamação importante, devem evitar condimentos e fibras e dar preferência a uma dieta leve, evitando possíveis alimentos irritantes. É sempre importante lembrar que os doentes com Crohn também devem evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)”. Em relação à prática de atividades físicas, aqueles em remissão não têm qualquer restrição. “O próprio paciente deve respeitar sua condição física e perceber suas limitações quando seu corpo der sinais de dificuldade para o exercício”, lembra Steinwurz, ao relatar sobre sintomas da doença ou mesmo repercussões da atividade, como anemia, desidratação e artralgia.

Cenário brasileiro Estudos internacionais mostram que doenças inflamatórias no sistema digestivo têm crescido exponencialmente, não sendo diferente no Brasil. Mas para Steinwurz, o País tem condições de enfrentar o problema. “Os médicos brasileiros estão cada vez melhores no que diz respeito ao diagnóstico da doença de Crohn. Temos verificado que o tempo para se provar a existência da doença tem reduzido nos últimos anos”, revela o especialista, que atribui esse fato à competência dos médicos, inclusive da atenção primária, hoje melhor informados sobre o problema. “Se, por um lado, existe um esforço na divulgação da doença e na educação continuada dos profissionais de saúde, por outro temos áreas nesse imenso País sem a devida infraestrutura e sem indivíduos minimamente preparados”, conclui Aderson Damião. Ele lembra que esse problema de saúde exige diagnóstico em tempo hábil, tratamento com drogas e estrutura adequada para atendimento.

Por que Crohn batiza a doença? A doença de Crohn tem esse nome por causa do médico norte-americano Burrill Bernard Crohn (1884-1983). Nascido em Nova York, o profissional cursou medicina e se especializou em gastroenterologia. O especialista se graduou na Universidade de Columbia e atuou durante toda sua carreira no Hospital de Mount Sinai, em Nova York. Em 1932, ele apresentou um estudo com mais de 1100 pacientes, dos quais 14 eram acometidos por ileíte regional, hoje conhecida como doença de Crohn. A descoberta do médico foi publicada na seção de Gastroenterologia e Proctologia do 83° Encontro Anual da Associação Médica Americana. Antes do estudo de Crohn, os casos de ileíte regional eram diagnosticados como tuberculose. Muito respeitado no meio clínico e acadêmico, foi agraciado com a Medalha Townsend Harris pelo City College em 1948, a Medalha Julius Friedenthal da Associação Americana de Gastroenterologia em 1953 e a Medalha Jacobi do Hospital Mount Sinai em 1962. O gastroenterologista morreu aos 99 anos, em 29 de julho de 1983.

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DNA

José Luiz Pimenta Modena

Testemunha da

evolução

Um dos pioneiros do ensino nas áreas de gastroenterologia e endoscopia relata o avanço das especialidades e opina sobre as dificuldades encontradas hoje no País

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posentado desde 2010 de suas atividades médicas e da docência nas universidades de medicina, o professor universitário e cirurgião José Luiz Pimenta Modena, em entrevista exclusiva à Revista SOBED, relata quais foram as principais dificuldades encontradas pela área de endoscopia e gastroenterologia nos últimos 40 anos no Brasil. Ele revela como a tecnologia ajudou na evolução das especialidades e de que forma contribuiu para a saúde e bem-estar de milhares de brasileiros. Além disso, expõe sobre os principais problemas enfrentados pelos endoscopistas e pacientes no Brasil, opina sobre o que ainda é possível melhorar e a importância da SOBED em todo esse processo. “Tive o prazer de acompanhar tantas mudanças na especialidade. Depois de décadas atuando e ensinando diversos profissionais, sinto que cumpri meu dever e resolvi dar espaço para outros colegas”, afirma. Leia a entrevista na íntegra:

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Por que escolheu a carreira de medicina? Desde a infância, duas carreiras me atraíam: a de piloto de caça da força aérea e a de médico-cirurgião. Na juventude, o aparecimento de uma inesperada miopia forçou-me a desistir de ser piloto e passei a dedicar todos os meus esforços para a carreira médica. Formei-me em 1967 na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e fiz residência de cirurgia geral no departamento de cirurgia, ortopedia e traumatologia na mesma faculdade, no final da década de 1960. Como se estabeleceu na área de gastroenterologia cirúrgica? Desde o terceiro ano da faculdade comecei a ajudar em todos os tipos de cirurgias que precisavam de instrumentador ou segundo auxiliar, nos horários vagos e

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Foto: © José Luiz Pimenta Modena / Arquivo pessoal

Por Samantha Cerquetani


em plantões noturnos voluntários. Fui convidado para integrar o corpo docente dessa disciplina em 1970, como auxiliar de ensino em regime de dedicação exclusiva em caráter de experimentação. Em 1972, após concurso, assumi a função de professor-assistente-doutor, em 1975 fui nomeado coordenador e supervisor da Seção de Endoscopia Digestiva do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, e no ano seguinte fui aprovado para o cargo de professor-assistente efetivo do departamento de cirurgia, ortopedia e traumatologia da mesma faculdade, ligado à disciplina de gastroenterologia. Aposentei-me ao completar 70 anos em 2010 e me afastei das atividades médicas. Quais foram as dificuldades encontradas na área? Durante minha formação médica não havia endoscopia digestiva, só existiam esofagoscópios rígidos, assim como os broncoscópios, com extremas limitações de uso devido à necessidade de anestesia geral e riscos de complicações. O mundo só tomou conhecimento de fotografias endoscópicas, primeiramente do interior do estômago, obtidas por meio de gastrocâmeras e, posteriormente, de fibrogastrocâmeras, durante o 2º Congresso Mundial de Gastroenterologia e 1º Congresso Mundial de Endoscopia Diges-

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tiva, realizado em Tóquio em 1966. Foi com total admiração e encantamento que os médicos presentes viram ao vivo as úlceras gástricas, os pólipos e principalmente os cânceres precoces, que eram raramente diagnosticados fora do Japão.

José Luiz Pimenta Modena atuou como professor universitário e cirurgião por décadas

Como eram realizados os exames e diagnósticos nesse período? Até a década de 1970, completávamos os diagnósticos clínicos realizados em gastroenterologia com exames radiológicos convencionais do tubo digestivo, que deixavam muito a desejar em pequenas lesões. O exame radiológico não distinguia úlcera gástrica de pequeno câncer ulcerado, por exemplo. Durante minha residência, lutávamos pela aquisição de um gastroscópio flexível, que já colhia biópsia e fazia fotografia com câmera externa, mas com lâmpada elétrica na sua extremidade, para a área de gastroenterologia cirúrgica, enfrentando toda a oposição de hospital público. Mas recebemos o aparelho em abril de 1971 e começamos a realizar gastroscópias no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da FMRP-USP em sala de ambulatório uma vez por semana, o que era suficiente para atender à demanda de casos com dúvidas diagnósticas no estômago. Assim foi criada a Seção de Endoscopia Digestiva do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

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DNA

José Luiz Pimenta Modena

E como foi essa experiência? No 33º exame realizado, diagnosticamos o primeiro caso de câncer gástrico precoce, e com a ajuda essencial do departamento de patologia conseguimos reproduzir os estudos de mapeamento como os realizados no Japão. Com o tempo, novos casos foram aparecendo e conseguimos comprovar que os resultados de sobrevida observados lá também se repetiam no Brasil, desde que obedecendo às mesmas regras de diagnóstico. A divulgação desses resultados trouxe reconhecimento nacional à seção de endoscopia digestiva, com abundantes pedidos de estágio e de apresentação dos resultados em cursos e congressos. O progresso

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instrumental em endoscopia digestiva foi muito rápido, e, enquanto nosso primeiro aparelho estava sendo adquirido, outros mais modernos foram lançados. Esses aparelhos ampliaram os horizontes diagnósticos do serviço, tornando possível o exame endoscópico do esôfago, estômago, duodeno e logo das vias biliares, este em associação com exame radiológico, na realização das colangiopancreatografias. Como avalia a evolução da área de endoscopia nas últimas décadas? Tive a sorte de acompanhar uma verdadeira revolução na área, com espetacular melhora no diagnóstico e tratamen-

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Foto: © José Luiz Pimenta Modena / Arquivo pessoal

Para Modena, a SOBED teve papel fundamental no aprimoramento de especialistas


to de diversas doenças digestivas. Como a maioria dessas doenças se assenta na mucosa, a endoscopia possibilitou o exame macroscópico in loco. Com a possibilidade da coleta de biópsia endoscópica, o círculo diagnóstico se fecha, tornando muito preciso e quase sempre indicando o tratamento mais correto. A endoscopia terapêutica foi outro grande progresso, resolvendo muitas doenças em um procedimento minimamente invasivo e desbancando os grandes procedimentos cirúrgicos tão comuns no passado. Outro avanço que acompanhei com grande admiração foi o desenvolvimento da cirurgia videolaparoscópica, procedimento minimamente invasivo. A ecoendoscopia foi outro procedimento que acarretou grande avanço no diagnóstico e tratamento de lesões, principalmente as pancreáticas, facilitando o trabalho do cirurgião pela sua demarcação precisa. Em sua opinião, qual é a contribuição da SOBED para a área? A SOBED desempenhou papel fundamental na difusão do exame endoscópico pelo Brasil, sempre procurando manter atualizados nossos endoscopistas sobre os novos aparelhos, constantemente aprimorados, e as novas técnicas diagnósticas e terapêuticas, cada vez mais sofisticadas. E ela continua atuante, mantendo nossos endoscopistas sempre atualizados sobre inovações, trazendo sempre eminentes endoscopistas para demonstrá-las. A criação da Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD), ampliou o horizonte dos eventos e somou forças na atualização dos gastroenterologistas. É uma atividade anual que recomendo a todos os nossos

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endoscopistas, essencial para mantê-los sempre atualizados, pois a endoscopia é muito dinâmica e constantemente aparecem inovações.

Tive a sorte de acompanhar uma verdadeira revolução na área, com espetacular melhora no diagnóstico e tratamento de diversas doenças digestivas

Atualmente quais os problemas enfrentados pelos endoscopistas e pacientes no Brasil? Acredito que todos os hospitais universitários no Brasil tenham atualmente serviços de endoscopia, muitos deles centros de treinamento de comprovada capacidade e que fornecem profissionais eficientes. Além disso, a própria SOBED e muitos hospitais estaduais e particulares também colaboram, havendo todo ano produção suficiente para atender à demanda de nosso País. Na situação atual do Brasil, creio que todo endoscopista deva ter o título de especialista emitido pela SOBED. A endoscopia evoluiu lentamente no Brasil, com demora no reconhecimento da especialidade pelo SUS e pelos convênios, o que trouxe muitas lutas e frustrações. Hoje está razoavelmente reconhecida e em fase de implantação final na rotina de nossos principais estados, mas necessita de aperfeiçoamento e refinamento. O que ainda é preciso evoluir? Todo hospital precisa ter um serviço de endoscopia suficiente para atender à demanda de sua região. Assim, toda cidade acima de 10 mil habitantes precisa ter hospital e endoscopista, com um sistema de agendamento e encaminhamento com presteza do paciente e acompanhante das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Mas nem sempre isso acontece. Além disso, o governo brasileiro deveria abolir os impostos que oneram a importação dos equipamentos endoscópicos, tornando assim o exame mais barato.

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especial

Curso Franco-Brasileiro de Endoscopia

Atualização no cerrado brasileiro SOBED inova a programação científica da SBAD com Jornada Brasil-França de Endoscopia Digestiva Avançada

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tiva, gastroenterologia e cirurgia digestiva (confira no box). Pela SOBED, até o fechamento desta edição, os convidados internacionais confirmados são: Glen A. Lehman (Estados Unidos) e Claude Liguory, Geoffroy Vanbiervilet, Marc Giovannini, Mathieu Pioche, René Lambert e Thierry Ponchon, todos da França. Para discutir as demandas referentes à organização da 12ª edição da SBAD, a diretoria da SOBED se reuniu na sede da entidade no dia 29 de junho. Em relação à elaboração da programação científica, cada entidade é responsável pelo conteúdo de sua respectiva área. Enquanto Igelmar Barreto Paes preside a Comissão Científica da SOBED, José Galvão Alves coordena a Comissão da FBG, e Nelson Adami Andreollo está à frente da Comissão do CBCD. Na opinião de Andreoli, a formatação da programação científica foi extremamente bem elaborada. Como de praxe, a SOBED realizará cursos pré-congresso, oficinas, simpósios e reuniões institucionais no decorrer da SBAD, além de ter um estande com atendimento prioritário aos associados durante o evento. O curso interativo Teste seus Conhecimentos será realizado em 23 de novembro e irá sedimentar,

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Foto: © Goiânia Convention & Visitores Bureau / Divulgação

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ntre 24 e 27 de novembro, a cidade de Goiânia (GO) será a meca dos assuntos relacionados ao aparelho digestivo no Brasil. Mais uma vez, as três entidades relacionadas ao assunto no País – Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) – se unem para promover a Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD). A expectativa é reunir aproximadamente 3.500 congressistas no Centro de Convenções de Goiânia. O presidente da SOBED e da XII SBAD, João Carlos Andreoli, enfatiza que o objetivo do encontro ultrapassa os interesses individuais de cada associação. Segundo ele, a união das entidades para organizar a SBAD visa fortalecer o panorama do assunto no País, por meio de intercâmbio de experiências e atualização científica. Esse modelo de organização conjunta ocorreu pela primeira vez na X SBAD, realizada na cidade de Porto Alegre (RS) em 2011. Durante quatro dias, aproximadamente 500 renomados especialistas nacionais e internacionais conduzirão oficinas, mesas-redondas, conferências e simpósios-satélites sobre temas relevantes para a endoscopia diges-

Por Marina Panham


aprimorar e disseminar novos conceitos e avanços tecnológicos aos candidatos à prova de Título de Especialista em Endoscopia Digestiva (TEED) e aos titulados que buscam atualização. O objetivo do curso é revisar, de forma dinâmica, todos os temas da endoscopia digestiva. Na mesma data, o curso Endoscopia Pediátrica trará abordagens referentes à endoscopia pediátrica avançada, aplicações da ecoendoscopia em crianças e outros temas do dia a dia da endoscopia pediátrica. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), a SOBED promoverá ainda o curso Endoscopia Bariátrica na Prática Clínica, com enfoque em obesidade e endoscopia. Por meio de abordagem teórica e prática, a Oficina de Balão Intragástrico irá aprimorar o conhecimento dos participantes sobre o procedimento, assim como o tratamento com o sistema de emagrecimento. A primeira parte (teórica) será realizada em 23 de novembro e a segunda (prática) no dia 24. Ainda nessa data, a SOBED promoverá a prova para obtenção de TEED e o curso Suporte Avançado de Vida em Endoscopia. O curso apresenta aspectos teóricos e práticos sobre sedação, reanimação cardiorrespiratória, vias aéreas, situações clínicas, ética e responsabilidade, com manequins realísticos de treinamento e dispositivos para simulação de atendimento a situações de emergência. Pela primeira vez, a SOBED promoverá a Jornada Brasil-França de Endoscopia Digestiva Avançada na SBAD, em 24 de novembro. Na ocasião, convidados internacionais apresentarão um panorama das experiências da escola europeia de endoscopia com conteúdo teórico e vídeos. Andreoli enfatiza a importância do curso devido à influência francesa na endoscopia brasileira. “Fomos mais influenciados pelos franceses do que pelos japoneses e americanos”, afirma. Além da programação científica, a SOBED inovará na programação social

e organizará jantar para toda a diretoria da Sociedade na XII SBAD. O curso Hands On (24) possibilitará atualização prática sobre gastrostomia, dilatação e corpo estranho, argônio, clipes e endoloop, mucosectomia EMR-KIT, ligadura elástica e polipectomia. A oficina oferece a possibilidade de treinamento aos endoscopistas não habituados a realizar determinados procedimentos ao lado de especialistas da endoscopia digestiva. A conferência nacional da SOBED e a reunião do Conselho Deliberativo da entidade acontecem em 25 de novembro. No dia seguinte, a SOBED promoverá a Assembleia Geral, o 7º Fórum de Estudos Estratégicos e o 6º Simpósio Internacional de Ecoendoscopia. As apresentações e os debates sobre os casos apresentados serão distribuídos em quatro painéis: Controvérsias em Ecoendoscopia, Como eu Faço e/ou Atualizações, Ecoendoscopia Terapêutica e II Consenso. Para participar dos cursos pré-congresso da SOBED, basta se inscrever na XII SBAD, acessar a seção Meus Cursos na área restrita do usuário. Se ainda não se inscreveu na SBAD, acesse o portal www.sbad.org.br e aproveite!

Pela primeira vez, a SOBED promoverá a Jornada Brasil-França de Endoscopia Digestiva na SBAD, com conteúdo teórico e vídeos sobre as experiências da escola europeia de endoscopia

Teatro Rio Vermelho do Centro de Convenções de Goiânia

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especial

Curso Franco-Brasileiro de Endoscopia

Principais temas da XII SBAD

do sistema digestório

• Neoplasia cística do pâncreas • CPER e doença calculosa • Endoscopia e gastrites • Lesões subepiteliais do sistema digestório • Estenoses do sistema digestório: tratamento endoscópico

• Complicações em endoscopia digestiva • Enteroscopia e cápsula endoscópica nas doenças do intestino delgado

• Pólipos colorretais • DRGE • Mucosectomia e dissecção de submucosa (ESD)

• Tumor neuroendócrino do sistema digestório • Evitando complicações em endoscopia digestiva

• Lesões pré-neoplásicas do esôfago e estômago

• Sessão de vídeos e Meu Dia Terrível em Endoscopia Digestiva

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Hospitalidade goianiense Considerada um dos maiores polos de turismo de negócios e eventos do País, a cidade de Goiânia (GO) oferece uma diversidade de atrativos que conquistam os visitantes. A estrutura turística dispõe de excelentes hotéis e ótimos restaurantes, bares, museus, teatros, parques, cinemas e centro de compras, além de exuberante paisagem natural do cerrado, que pode ser conferida em uma distância de pouco mais de uma hora de viagem de carro do centro da cidade. Situada na região centro-oeste do País, Goiânia é referência mundial na área da saúde, principalmente em oftalmologia, plástica, cardiologia e proctologia, segundo o Goiânia Convention & Visitors Bureau. Portanto, é um destino mais que apropriado para a realização de congressos médicos. O presidente da SOBED e da XII SBAD cita outros motivos para Goiânia ser uma ótima cidade para receber um encontro científico. “O clima é bom, o local é tranquilo e não tem trânsito”, afirma Andreoli. A XII SBAD será realizada no pavilhão azul do Centro de Convenções de Goiânia. Com 51 mil m² de área construída, o espaço é considerado um dos mais modernos e completos da América Latina. A estrutura oferece restaurante de comidas típicas, lanchonete, área climatizada e estacionamento para mais de 800 veículos.

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Foto: © CCGO / Divulgação

• Pancreatites • Hemorragia digestiva alta, média e baixa • Esôfago de Barrett • Novas tecnologias em imagem • Próteses em doenças benignas e malignas


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em ação

Unidades Estaduais

DE PORTAS

ABERTAS eterminada por seu estatuto social, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) é composta por unidades estaduais, além da sede nacional, que propiciam ações pontuais e representam as necessidades da área e dos profissionais em todas as regiões do País, de acordo com a realidade local. Além disso, elas são um intercâmbio de comunicação, já que por meio delas é possível saber o que está acontecendo em todas as regiões, o que pode ser melhorado, e manter uma relação mais próxima com todos os associados. Para que isso seja feito com eficiência, a SOBED realiza anualmente um encontro com os pre-

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sidentes das estaduais, com a finalidade de debater os problemas dos endoscopistas do Brasil, buscando ideias e soluções para as principais dificuldades encontradas pelos sobedianos. Tal ação é importante para promover a interação e troca de experiências que fortalecem a endoscopia digestiva nacional. O presidente da SOBED Nacional, João Carlos Andreoli, afirma que a interação com as regionais é muito importante, pois torna a Sociedade forte e coesa. “As 24 unidades estaduais funcionam como um ‘país separado’, com temáticas, regras, dificuldades e honorários distintos. O desafio é aproximá-las e sabermos o que está acontecendo com os sobedianos em todos os cantos do Brasil”, diz.

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Foto: © Shutterstock

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Por Samantha Cerquetani, colaborou Tatiana Piva


As unidades estaduais da SOBED estão de portas abertas para promover a interação com os sobedianos e saber o que ocorre em todas as regiões do País, fortalecendo assim a endoscopia digestiva

Por Marina Panham

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em ação

Unidades Estaduais

Durante o 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva ocorreram reuniões com os presidentes das unidades estaduais

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profissionais, dificuldades. Queremos saber qual é a ‘cara’ da SOBED”, conta. O presidente cita também os últimos acontecimentos relacionados à saúde, como a vinda de médicos de outros países, o difícil relacionamento com os convênios, as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele explica que o levantamento servirá como ferramenta para saber como esses fatos afetam a vida dos endoscopistas, podendo assim fornecer informações e auxiliá-los sempre que necessário.

Opinião regional A revista SOBED conversou com alguns presidentes regionais para saber como é a organização dessas unidades, quais os desafios enfrentados e conquistas alcançadas por esses estados. Para o presidente da SOBED-PI, Antonio Moreira Filho, as unidades estaduais são importantes para manter o contato com os colegas que atuam na especialidade, estimulando-os a associarem-se e quando possível a prestarem concurso para especialistas. Divi-

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Foto: © RS Press / Arquivo

Para tornar isso possível, a SOBED pretende lançar em breve um sistema interativo de reuniões, com o intuito de conhecer os especialistas de todas as regiões e ter uma amostra de cada estado, criando assim um censo. “Tal sistema realizará a comunicação com as unidades, criando uma amostra de cada região do País. Ele será interativo e permitirá que ocorram reuniões com as unidades, que podem ser temáticas - sobre honorários médicos, cursos e oficinas, hands on, formatação de problema, assuntos administrativos ou científicos, por exemplo”, adianta. Ele explica que a ferramenta já está sendo organizada e a previsão é de que seja possível iniciar esse levantamento com as unidades ainda neste semestre – sua periodicidade ainda está em discussão. Além disso, a diretoria da Sociedade prevê a criação de uma agenda de contatos para ter acesso rapidamente aos associados. “Estamos criando uma nova cultura, não será de um dia para o outro, mas os novos sobedianos vão desde cedo se acostumando a ter contato com a sede, passar os problemas locais, as opiniões dos


dindo a mesma opinião, a presidente da SOBED-SE, Simone Deda, acrescenta que o trabalho da Sociedade visa trazer o que há de mais atual na especialidade para os profissionais. “Os endoscopistas sergipanos associados à SOBED têm os serviços prestados com qualidade e em conformidade com as expectativas”, explica. O presidente da SOBED-SP, Thiago Secchi, afirma que a Sociedade vem crescendo muito ao longo dos últimos anos e as estaduais ajudam nesse crescimento trazendo novos associados. “Estamos aprendendo com esse crescimento, e nos empenhando cada vez mais para nos tornarmos uma SOBED mais unificada”, expõe. Para o presidente da SOBED-CE, Ruver Herculano Junior, a importância da unidade estadual é contribuir com campanhas de esclarecimento à sociedade e representar a especialidade em suas lutas no âmbito estadual. Já o presidente da SOBED-TO, Zoroastro Henrique Santana, relata que ocorreu uma necessidade de agrupar os médicos na sociedade de endoscopia para que fosse possível compartilhar objetivos, mas que isso se concretizou há cinco anos: “Normatizar a atividade, promover o conhecimento científico, e valorizar o trabalho do médico com melhores remunerações, são apenas alguns dos objetivos da associação”.

Encontros e organização Cada unidade possui sua administração e a conduz de forma própria, realizando encontros, oficinas e atualizações para os sobedianos. A SOBED-CE, por exemplo, promove uma sessão clínica mensal: “Ela funciona de forma ininterrupta e cresce cada vez mais em termos de qualidade e frequência. Ocasionalmente, o espaço é também usado como fórum de discussões de assuntos, como as relações éticas com convênios e pacientes”, explica Herculano Junior. O Ceará possui ainda a cooperativa dos endoscopistas (Coopend), que trata de questões e lutas na área financeira. Além disso, em agosto ocorreu a 1ª Semana Cearense do Aparelho Digestivo (I SCAD), o maior evento científico da especialidade no estado. “A Coopend ajuda a filtrar o acesso de profissionais inadequadamente qualificados ao mercado e constitui a grande força da categoria na luta por honorários justos e condições dignas de trabalho.” Apesar disso, Herculano Junior

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Simpósio reúne presidentes estaduais No 7º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva, realizado em Salvador (BA), aconteceu a reunião da diretoria gestão 2012-2014, que contou com a presença de 18 presidentes ou representantes das regionais da SOBED. Na ocasião, eles comentaram a situação atual das unidades. Confira: • Alagoas: Herberth Toledo contou que eles consegui-

ram um aumento nos valores da endoscopia e colonoscopia; • Bahia: Sylon Ribeiro enfatizou a necessidade de articular a defesa dos honorários médicos; • Brasília: Eduardo Aires Coelho Marques discorreu sobre o Congresso Regional e Centro-Oeste de Gastroenterologia e Endoscopia e as reuniões científicas; • Ceará: José Ruver Lima Herculano falou sobre a cooperativa de endoscopia, o Congresso Bianual e a Semana Cearense do Aparelho Digestivo (SCAD); • Espírito Santo: Flavia Emília Lima explanou que foi contratado um consultor para calcular os custos dos procedimentos; • Goiás: Marcelo Barbosa Silva contou que foi criada uma comissão de negociação com os planos de saúde e que obtiveram reajustes; • Maranhão: Milko Abrantes contou que a estrutura local foi recentemente organizada; • Paraíba: Pedro Duques expôs que estão estudando uma forma de viabilizar a compra conjunta de materiais e medicamentos; • Paraná: a representante Sandra Beatriz Marion Valarini focou na realização de reuniões científicas bimestrais; • Pernambuco: o representante Luiz Paulo relatou que uma reunião científica mensal é realizada; • Rio de Janeiro: Ana Maria Zuccaro relatou a realização de reuniões científicas mensais e um congresso anual e a contratação de um especialista para diminuir custos; • Rio Grande do Norte: Lícia Vilas Boas informou que estão intermediando as negociações com os planos de saúde; • Rio Grande do Sul: Claudio Rolim Teixeira contou que a cada três meses ocorre uma reunião sociocientífica; • Santa Catarina: Eduardo Usuy Junior relatou que periodicamente são realizados módulos de atualização científica; • São Paulo: Thiago Festa Secchi informou a criação de câmara técnica no CRM-SP; • Sergipe: Simone Deda explicou que as reuniões científicas são realizadas juntamente com a Sociedade de Gastroenterologia.

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1. Acima: membros da SOBED Fortaleza participam de reunião mensal 2. Gastrominas 2013 reúne especialistas mineiros

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relembra as dificuldades enfrentadas no dia a dia dos profissionais, comuns a outras regiões como “condições de trabalho desumanas no serviço público, valores aviltantes pagos aos procedimentos endoscópicos e viabilização das modificações exigidas pela nova RDC”. Com 28 associados, a SOBED-PI realiza reuniões científicas bimestrais em parceria com a FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia) local e com frequência traz algum profissional de renome para palestrar aos sobedianos do estado. “Os preços cobrados são bastante defasados em relação aos outros locais e nós buscamos sempre renegociar com as operadoras e planos de saúde por melhores condições”, afirma Moreira Filho. Ele relata ainda que o estado neces-

sita de muitos profissionais qualificados e que, muitas vezes, a população é atendida por médicos sem a formação mínima adequada. “O Piauí é um estado com grande extensão territorial e a maioria das cidades não conta sequer com associados.” Moreira acrescenta que o estado precisa ter mais contato com eventos práticos como oficinas e que discussões sobre o tema têm ocorrido em reuniões para decidir o que pode ser feito a respeito dessa necessidade. Estadual do País com maior porcentagem de associados, 25% do quadro total, a SOBED-SP possui aproximadamente 800 sócios. Secchi explica que desde 2009 ocorre uma reunião mensal com todos os residentes de endoscopia de São Paulo, com a participação de todos os centros de treinamentos da cidade. “Temos feito uma reunião bimestral em cidades do interior, levando experientes endoscopistas para debaterem assuntos selecionados. Há também o congresso paulista bienal nos moldes da SBAD, porém numa situação regionalizada”, diz. O presidente da unidade paulista reforça que as dificuldades encontradas são as mesmas que as de outras estaduais, mas com uma distância considerável de outras cidades importantes, além da capital. “Temos a vantagem de ter um número grande de associados, vários centros de formação em endoscopia espalhados pelo estado. Porém, há um longo caminho a ser percorrido na busca de uma integração cada vez maior dentro da nossa estadual.” Em Sergipe, a unidade da SOBED, com 16 associados, promove reuniões científicas mensais com temas relativos a endoscopia e gastroenterologia em conjunto com a FBG–SE. Há também a participação de palestrantes de outros centros para discussões de casos clínicos. “Temos grande dificuldade de negociação com os planos de saúde e o serviço público é deficitário”,

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Foto: © SOBED-CE / Divulgação

em ação


relata Simone. A presidente expõe também que há dificuldades em relação à atualização profissional, pois esses profissionais precisam se ausentar do estado para participar de cursos. “Temos ainda muito o que melhorar e razões para reivindicar, só alçaremos nossos objetivos por meio da mobilização dos profissionais, com o apoio de uma Sociedade forte e o incentivo à aquisição do título de especialista”, opina. Com 24 endoscopistas no estado, dos quais onze são sócios-titulares da SOBED, a unidade de Tocantins possui pouco acesso a serviços de endoscopia em razão do pequeno número de especialistas atuando na região. “Percebe-se, embora

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As 24 unidades estaduais funcionam como um ‘país separado’, com temáticas, regras, dificuldades e honorários distintos João Carlos Andreoli, presidente da SOBED Nacional

lentamente, uma preocupação dos profissionais da especialidade em implantar serviços privados ajustados às normas da sociedade de endoscopia e da vigilância sanitária”, afirma Santana. E continua: “Houve importante avanço com a implantação do serviço de endoscopia digestiva nos três principais hospitais do estado. Essencial, em tudo isso, foi a compra de novos aparelhos de endoscopia e concurso público para área específica”. Para o presidente, ainda há um longo caminho a ser percorrido, considerando as dificuldades presentes, como poucos recursos financeiros, o número de associados e a distância dos centros científicos.

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Próteses metálicas

Próteses metálicas tratamento e © SOBED / Divulgação

cuidados paliativos

Fotos: © Angelo Ferrari Jr. / Divulgação

Dispositivo é indicado em casos de oclusão por doença benigna ou maligna e melhora a qualidade de vida de pacientes com câncer terminal Por Samantha Cerquetani

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m 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que os cuidados paliativos têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes diante de uma doença que ameace a vida, aliviando o sofrimento e dando o tratamento adequado durante o período. Essa é umas das principais funções da prótese metálica autoexpansível (Self-Expandable Metallic Stent, ou SEMS, em inglês), conhecida com mais frequência como stent, utilizada para o tratamento de câncer via endoscopia. O dispositivo é um tubo metálico cujo objetivo é manter aberta uma estrutura no trato gastrointestinal, que por alguma razão encontra-se estenosado, fazendo com que seja possível ocorrer a passagem de alimentos, quimioterapia, fezes ou outras secreções necessárias para que aconteça a digestão dos alimentos ou o tratamento contra a doença. A maioria das próteses é utilizada para ​​ aliviar os sintomas causados pelo câncer no ​​ trato gastrointestinal, que obstruem o interior das estruturas semelhantes a tubos como esôfago, duodeno e cólon. Geralmente, elas são implantadas quando a doença está em fase avançada e não pode ser tratada e removida por cirurgia, podendo assim melhorar a qualidade de vida do paciente. De acordo com o gerente médico do Setor de Endoscopia do Hospital Israelita Albert Einstein, Angelo Ferrari Jr. , as próteses metálicas são indicadas para dois grandes grupos de pacientes: com oclusão por doença benigna ou maligna. “A indicação mais comum é a desobstrução em pacientes com doença maligna, como câncer de esôfago, estômago, duodeno, via biliar, pâncreas e cólon, nos quais não há condições de cirurgia curativa, seja pela irressecabilidade local, presença de metástase ou condições do quadro clínico do paciente”, ressalta. Segundo o especialista, as indicações para oclusões benignas são mais recentes, e ainda faltam dados na literatura, mas esse tipo de tratamento pode ser indicado para pacientes com estenoses de esôfago (cáusticas ou cor-

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O endoscopista Wagner Colaiacovo é representante da Comissão de Órteses e Próteses na AMB pela SOBED

rosivas), fístulas pós-cirúrgicas e estenose pós-cirúrgica da via biliar. Além de ser usado em casos de pancreatite crônica e em abdômen agudo obstrutivo por diverticulite ou estenose (inflamatória ou pós-cirúrgica). Ele explica, por exemplo, que em tumores do esôfago médio, com envolvimento da traqueia, deve-se avaliar a necessidade de implantação de prótese pelo risco de obstrução das vias respiratórias ou em casos de pacientes com câncer em fase terminal. Além disso, pode haver contraindicações relacionadas à localização do tumor e suas características. De acordo com o Atlas de endoscopia digestiva da SOBED, as próteses metálicas podem ser feitas com diferentes tipos de materiais, como o nitinol, cuja ótima flexibilidade

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Próteses metálicas

permite a inserção em estenoses bastante angulosas. Há ainda as feitas com cobalto, níquel e cromo, resistentes à corrosão e com grande força radial. Todas possuem diâmetros e comprimentos variados, além de diversos formatos e diâmetros nas extremidades para evitar migrações. Há também próteses recobertas com silicone ou poliuretano que previnem a invasão tumoral. Além disso, elas restauram e mantêm a iluminação de órgãos e vasos obstruídos por lesões. “Esse dispositivo é a melhor alternativa para o paciente que possui alguma obstrução, por seu baixo custo, rápido efeito e poucas complicações”, pontua Ferrari.

Procedimento Um dos autores do livro Prótese endoscópica no sistema digestório, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura explica que após a análise adequada da indicação do uso da prótese, da interpretação de imagens não invasivas como a tomografia computadorizada axial e exames radiológicos contrastados, ocorrem as seguintes etapas: passagem do endoscópio por meio de um fio-guia; transposição ou não da lesão; passagem de fio-guia para apoio do instrumento de liberação da prótese; controle radioscópico da passagem e liberação da prótese e estudo complementar com contraste hidrossolúvel para avaliar a permeabilidade da prótese e se houve ou não perfuração. O pro-

Próteses metálicas em esôfago

Próteses metálicas em estômago

cedimento deve ser realizado em uma sala com radioscopia. “Já está comprovado que a prótese metálica permite passagem do alimento com maior facilidade e apresenta menor risco de complicações, particularmente nos casos de perfuração e hemorragia. Nas estenoses benignas, estão sendo empregadas as próteses biodegradáveis, que ainda necessitam de aperfeiçoamentos”, afirma Moura. Ele relata que em sua tese de doutorado, apresentada em 2000, comparou as próteses metálicas autoexpansíveis e a cirurgia de derivação do esôfago em pacientes com câncer avançado neste órgão, demonstrando que os resultados se sobrepõem, havendo a vantagem do menor custo do procedimento endoscópico. “A prótese nada mais é que um tubo, em diferentes modelos: plásticos, metálicos totalmente cobertos ou não, descobertos na totalidade e modelos biodegradáveis. É um material inerte e que não apresenta deformidades durante a deglutição. Permite o restabelecimento do lúmen do órgão afetado. Em doenças malignas, é uma forma paliativa de tratamento, que melhora a qualidade de vida do paciente e não interfere em sua sobrevida”, acrescenta. De acordo com Ferrari, para a implantação de qualquer tipo de prótese metálica autoexpansível, o procedimento técnico é semelhante: envolve a avaliação da área estenosada, que deve ser medida, o que pode ser feito di-

Próteses metálicas em cólon

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Fotos: © Angelo Ferrari Jr. / Divulgação

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retamente pela endoscopia, com uso de aparelhos de fino calibre ou dilatação, ou pela avaliação de estudos radiológicos. O endoscopista explica que após a análise é determinado o comprimento das próteses, que devem ser de dois a quatro centímetros maiores que a estenose que a recebem; o fioguia, por sua vez, deve ser utilizado para transpor a área, com o intuito de manter o acesso.

vantagens da prótese metálica • • • • •

Histórico da prótese As primeiras próteses metálicas autoexpansivas destinadas ao uso na área de gastroenterologia surgiram no início da década de 1980. Eram plásticas, rígidas e foram aplicadas nas vias biliares e posteriormente no esôfago. Em 1991, surgiram as primeiras próteses metálicas autoexpansíveis, de aço inoxidável e comercializado pela marca Wilson-Cook. É importante ressaltar que, inicialmente, esses dispositivos foram criados para a utilização nas áreas cardiovasculares, sendo expandida em pouco tempo para o tubo digestivo, concebidas para a paliação de estenoses malignas esofágicas e biliares. Logo em seguida, as próteses que eram implantadas apenas com o intuito paliativo começaram a ser utilizadas no tratamento de lesões benignas, sendo removidas após um período. “O primeiro procedimento com o emprego de prótese metálica autoexpansível efetuado no Brasil foi realizado em 1994 no

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Baixo custo; Variedade de modelos; Poucas complicações; Pouca necessidade de dilatação do órgão; Altos índices de resolução clínica; Aplicação fácil, geralmente de remoção simples; Melhora da qualidade de vida de pacientes com câncer terminal.

avanço do dispositivo •

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Primeira prótese esofágica: fabricada com marfim descalcificado e inserida pelo francês d’Etiolles em 1845; Primeira prótese metálica: produzida em 1887 por Charles Symonds; Entre as décadas de 1950 e 1960: tubos de Mousseau e Celestin, utilizados via laparotomia; 1980: criação de próteses plásticas; 1983: primeira prótese metálica autoexpansível é desenvolvida.

Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). O paciente apresentava câncer avançado do esôfago e o resultado foi muito adequado, recuperando plenamente sua capacidade de ingerir alimentos”, afirma Moura. O endoscopista Wagner Colaiacovo, representante da comissão de Órteses e Próteses na Associação Médica Brasileira (AMB) pela SOBED ressaltou que atualmente os custos das próteses são bastante acessíveis, uma vez que nos últimos anos ocorreu um aumento no desenvolvimento desses dispositivos nacionais. “Estamos empenhados em conseguir que o SUS disponibilize esse procedimento para toda a população, que hoje conta com a cobertura de alguns convênios.” O especialista reforça a importância do procedimento que ajuda a melhorar a qualidade de vida de pessoas que possuem uma obstrução completa no estômago, esôfago, colón, vias biliares, duodeno, por exemplo. Apesar dos benefícios, segundo Ferrari, infelizmente as próteses geralmente não são utilizadas em serviços públicos, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) não reembolsa o uso do procedimento. “Além de que, muitas vezes, os próprios médicos não estão familiarizados com o uso, e não indicam a técnica para seus pacientes.”

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diagnóstico

Simpósio Internacional

Depoimento

internacional

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oi uma experiência muito boa estar neste encontro da SOBED. Fui convidado para discutir um pouco sobre o papel da endoscopia na doença pancreática. Esta é certamente uma área onde a endoscopia alcançou função importante nos últimos 20 ou 30 anos. Podemos dividir seu papel em quatro partes: o diagnóstico e tratamento paliativo do câncer, o tratamento da pancreatite aguda, o tratamento da pancreatite crônica e o tratamento e diagnóstico de lesão cística do pâncreas, as também chamadas de coleções líquidas pancreáticas. Quando falamos sobre a atuação da endoscopia no câncer, ela está realmente desempenhando o papel importante para o diagnóstico tecidual de câncer no pâncreas. O desenvolvimento da ultrassonografia endoscópica permite coletar amostras de tecidos muito precisas e, também, a identificação de linfonodos ou a invasão, que seriam contraindicações para a cirurgia. Por outro lado, endoscopia terapêutica vem tendo grande importância para os pa-

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cientes que não são candidatos à ressecção cirúrgica e, neste caso, o implante de prótese no ducto biliar por via endoscópica substituiu completamente a cirurgia paliativa para conseguir descompressão biliar nesses pacientes. Para a pancreatite aguda, a endoscopia possui duas funções: a primeira é no tratamento da pancreatite biliar, que é induzida pela impactação de cálculos na via biliar principal, e tem sido demonstrado que, se for possível, a esfincterotomia precoce nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas pode reduzir a gravidade da doença e reduzir o risco de complicação. Além disso, ela também pode ser usada para remover cálculos restantes após uma crise de pancreatite. Há outra área que é chamada pancreatite aguda recidivante, naqueles pacientes com pancreatite crônica inicial ou alguma variação anatômica associada, ou algumas alterações ao nível do esfíncter, o que é chamado de disfunção do esfíncter de Oddi. Neste caso, não é a esfincterotomia biliar que é realizada, mas a esfincterotomia pancreática. É muito importante saber que essa técnica tem sido associada com muito menos com-

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Foto: © RS Press / Divulgação

Durante a 7ª edição do Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED, realizada em Salvador (BA), a sociedade colheu depoimentos dos convidados internacionais presentes. Confira a seguir o registro de Jacques Devière, responsável pelo Departamento de Gastroenterologia do Erasme University Hospital da Université Libre de Bruxelles, na Bélgica


plicações graças ao uso rotineiro do que chamamos de colocação de prótese de proteção. É a colocação temporária de uma prótese para descomprimir o ducto pancreático e reduzir o risco de pancreatite induzida por edema ao nível da papila. A terceira área onde a endoscopia desempenha papel importante é o tratamento da dor no quadro de pancreatite crônica. Ela é uma doença rara, que pode estar associada ao alcoolismo, mas também pode ser idiopática e é caracterizada pela formação de cálculos radiopacos muito duros no ducto pancreático principal. Neste caso, a primeira linha de abordagem pode ser litotripsia extracorpórea por ondas de choque. Nesse equipamento você fragmenta os cálculos por fora do corpo e, se não for suficiente, pode ser seguida também por uma descompressão endoscópica com remoção de algum fragmento por esfincterotomia pancreática, por colocação de prótese para calibrar o ducto ou por descompressão cirúrgica. Houve muitos estudos publicados nos últimos 20 anos, mostrando que a endoscopia era de fato eficaz nessa área. Algumas vezes não é a endoscopia que tem de ser aplicada. Nesses casos, quanto menor a invasão, melhor. Por ser menos invasiva, a litotripsia por ondas de choque isoladas provavelmente poderá controlar as dores na maioria dos pacientes. Tornando-se assim nossa primeira abordagem em pacientes com pancreatite crônica calcificante. E, por último, mas não menos importante, o papel da endoscopia no diagnóstico e tratamento das coleções líquidas pancreáticas tornou-se a principal abordagem para o tratamento desses pacientes. Novamente, uma ecoendoscopia pode identificar e caracterizar a lesão cística do pâncreas quando há suspeitas de ser algo como o cisto de retenção, mas que pode ser um tumor cístico do pâncreas. Nesse caso, ela também permite a coleta de amostras no interior do cisto, e até mesmo visualizar o seu interior por meio da endomi-

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croscopia confocal. Portanto, seu papel principal é no diagnóstico diferencial. Uma área em que a endoscopia não é amplamente reconhecida como a primeira linha de abordagem é o tratamento das coleções líquidas pancreáticas. Elas podem ocorrer nas pancreatites crônicas e nas pancreatites agudas ou talvez ainda mais sérias, nas pancreatites agudas graves, quando se tornam infectadas. Nessas três situações, atualmente, é reconhecido por todos que o tratamento endoscópico deve ser a primeira linha de abordagem, permitindo o tratamento desses pacientes, resolução da coleção e também para fazer a chamada necrosectomia endoscópica. Em casos mais graves, podemos agora sair do estômago ou do duodeno e fazer a coleta e remover a necrose, sem a necessidade de uma cirurgia aberta. Tem havido recentemente diversos ensaios clínicos muito bons, que demonstraram claramente que essa abordagem é superior à cirurgia aberta.

Jacques Devière durante apresentação na 7ª edição do Simpósio

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Associação Médica Brasileira

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Associação Médica Brasileira (AMB) tem sido atuante em todos os assuntos que dizem respeito à saúde pública e privada, sempre procurando consenso entre as outras entidades médicas e em sintonia com as federadas e sociedades de especialidade. Nesse momento, trabalhamos especialmente com a hierarquização e contratualização da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Nunca deixamos de convidar os diferentes setores envolvidos, sem qualquer veto. Acreditamos que a busca de soluções seja balizada pelo ético, científico, possível, factível etc. Sempre com sólidas argumentações e sabendo conviver com o contraditório. Estaremos sempre unidos para a busca das melhores soluções. A saúde pública brasileira vive momentos ruins, pois vislumbramos vieses que não interessam à saúde da população, especialmente a mais pobre e carente, que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). A formação médica está em crise, porque temos escolas médicas que não formam os profissionais adequadamente, quer por carência curricular, falhas na estrutura física para o ensino ou deficiente corpo docente. Já começamos a segunda centena de escolas. Nosso entendimento é que o governo só pensa na quantidade. Queremos a quantidade adequada, mas com qualidade. Ficamos preocupados com a maneira não transpa-

rente com que o governo federal quer patrocinar a vinda de médicos formados fora do Brasil. Se fizerem a avaliação para aferir conhecimentos, habilidades e atitudes são todos bem-vindos. Impressiona-nos também a maneira politiqueira como importantes assuntos são tratados, como o Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab), por exemplo. Não podemos concordar com o bônus (10% dos pontos no concurso da residência médica), nem como o programa está sendo desenvolvido. Uma atenção básica ideal é aquela que valoriza os profissionais e não tem como valorizar se não for incentivando a boa formação em medicina de família e comunidade. Precisamos ter condições para que nos mantenhamos atualizados com nossa área do conhecimento, as condições de trabalho precisam ser satisfatórias e a remuneração compatível. A carreira de estado é, nesse momento, o que mais rápido vislumbramos para melhorar a assistência nas áreas de difícil acesso e provimento. Junte-se a isso o possível envolvimento dos hospitais universitários para interiorizar a medicina, onde agora não seja conseguido interiorizar o médico. As questões mais cruciais da saúde pública continuam sem ser resolvidas de maneira eficaz: subfinanciamento, má gestão e corrupção/desvios. Falta vontade política e priorizar nosso bem maior: a saúde. O povo brasileiro merece respeito e a AMB continua altiva e revigorada na luta pela dignidade na saúde da nossa população. Chega de ver o sofrimento dos nossos pacientes em longas filas de espera para consultas, exames e cirurgias. Chega de ver emergências superlotadas, com pacientes em macas, cadeiras e até no chão. Chega de ver pacientes desassistidos e ocorrências de mortes evitáveis. Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)

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Foto: © Elza Fiúza / ABr

Vieses da saúde pública


ética

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Lei do Ato Médico

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o transcrever a redação final, aprovada pelo Congresso Nacional (projeto de lei do Senado nº 268 de 2002 e Câmara dos Deputados nº 7.703 de 2006), não pude acreditar no que estava lendo na Lei nº 12.842, publicada em 11 de julho de 2013 no Diário Oficial da União, conhecida como Lei do Ato Médico. É bom lembrar que o projeto de lei tramitou por 11 anos no Congresso Nacional e foi tema de 27 audiências públicas, durante as quais foram ouvidos vários setores da sociedade, entidades representativas de todas as profissões da saúde, até chegar ao texto final que atendia, principalmente, às necessidades da população. Confiram o que a presidente em exercício vetou (negritados) e sancionou. Ao final, veja o alerta do Conselho Federal de Medicina (CFM) à população e ação no Congresso Nacional frente à reação das instituições médicas representativas e em especial o CFM. Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013 Dispõe sobre o exercício da Medicina A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O exercício da Medicina é regido pelas disposições desta Lei. Art. 2º O objeto da atuação do médico é a saúde do ser humano e das coletividades humanas, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo, com o melhor de sua capacidade profissional e sem discriminação de qualquer natureza. Parágrafo único. O médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção à saúde para: I – a promoção, a proteção e a recuperação da saúde; II – a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças; III – a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências.

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Art. 3º O médico integrante da equipe de saúde que assiste o indivíduo ou a coletividade atuará em mútua colaboração com os demais profissionais de saúde que a compõem. Art. 4º São atividades privativas do médico: I – formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica; VETADO II – indicação e execução da intervenção cirúrgica e prescrição dos cuidados médicos pré e pós-operatórios; III – indicação da execução e execução de procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias; IV – intubação traqueal; V – coordenação da estratégia ventilatória inicial para a ventilação mecânica invasiva, bem como das mudanças necessárias diante das intercorrências clínicas, e do programa de interrupção da ventilação mecânica invasiva, incluindo a desintubação traqueal; VI – execução de sedação profunda, bloqueios anestésicos e anestesia geral; VII – emissão de laudo dos exames endoscópicos e de imagem, dos procedimentos diagnósticos invasivos e dos exames anatomopatológicos; VIII – indicação do uso de órteses e próteses, exceto as órteses de uso temporário; VETADO IX – prescrição de órteses e próteses oftalmológicas; VETADO X – determinação do prognóstico relativo ao diagnóstico nosológico; XI – indicação de internação e alta médica nos serviços de atenção à saúde; XII – realização de perícia médica e exames médico-legais, excetuados os exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular; XIII – atestação médica de condições de saúde, doenças e possíveis sequelas; XIV – atestação do óbito, exceto em casos de morte natural em localidade em que não haja médico.

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§ 1º Diagnóstico nosológico é a determinação da doença que acomete o ser humano, aqui definida como interrupção, cessação ou distúrbio da função do corpo, sistema ou órgão, caracterizada por, no mínimo, 2 (dois) dos seguintes critérios: I – agente etiológico reconhecido; II – grupo identificável de sinais ou sintomas; III – alterações anatômicas ou psicopatológicas. § 2º Não são privativos do médico os diagnósticos funcional, cinésio-funcional, psicológico, nutricional e ambiental, e as avaliações comportamental e das capacidades mental, sensorial e perceptocognitiva. VETADO § 3º As doenças, para os efeitos desta Lei, encontram-se referenciadas na versão atualizada da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. § 4º Procedimentos invasivos, para os efeitos desta Lei, são os caracterizados por quaisquer das seguintes situações: I – invasão da epiderme e derme com o uso de produtos químicos ou abrasivos; VETADO II – invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos; VETADO III – invasão dos orifícios naturais do corpo, atingindo órgãos internos. § 5º Excetuam-se do rol de atividades privativas do médico: I – aplicação de injeções subcutâneas, intradérmicas, intramusculares e intravenosas, de acordo com a prescrição médica; VETADO II – cateterização nasofaringeana, orotraqueal, esofágica, gástrica, enteral, anal, vesical, e venosa periférica, de acordo com a prescrição médica; VETADO III – aspiração nasofaringeana ou orotraqueal; IV – punções venosa e arterial periféricas, de acordo com a prescrição médica; VETADO V – realização de curativo com desbridamento

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até o limite do tecido subcutâneo, sem a necessidade de tratamento cirúrgico; VI – atendimento à pessoa sob risco de morte iminente; VII – realização de exames citopatológicos e seus respectivos laudos; VIII – coleta de material biológico para realização de análises clínico-laboratoriais; IX – procedimentos realizados através de orifícios naturais em estruturas anatômicas visando à recuperação físico-funcional e não comprometendo a estrutura celular e tecidual. § 6º O disposto neste artigo não se aplica ao exercício da Odontologia, no âmbito de sua área de atuação. § 7º O disposto neste artigo será aplicado de forma que sejam resguardadas as competências próprias das profissões de assistente social, biólogo, biomédico, enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, profissional de educação física, psicólogo, terapeuta ocupacional e técnico e tecnólogo de radiologia. Art. 5º São privativos de médico: I – direção e chefia de serviços médicos; VETADO II – perícia e auditoria médicas; coordenação e supervisão vinculadas, de forma imediata e direta, às atividades privativas de médico; III – ensino de disciplinas especificamente médicas; IV – coordenação dos cursos de graduação em Medicina, dos programas de residência médica e dos cursos de pós-graduação específicos para médicos. Parágrafo único. A direção administrativa de serviços de saúde não constitui função privativa de médico. Art. 6º A denominação de “médico” é privativa dos graduados em cursos superiores de Medicina, e o exercício da profissão, dos inscritos no Conselho Regional de Medicina com jurisdição na respectiva unidade da Federação.

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Art. 7º Compreende-se entre as competências do Conselho Federal de Medicina editar normas para definir o caráter experimental de procedimentos em Medicina, autorizando ou vedando a sua prática pelos médicos. Parágrafo único. A competência fiscalizadora dos Conselhos Regionais de Medicina abrange a fiscalização e o controle dos procedimentos especificados no caput, bem como a aplicação das sanções pertinentes em caso de inobservância das normas determinadas pelo Conselho Federal. Art. 8º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação. Alerta à população do Conselho Federal de Medicina Diante de equívocos divulgados pela imprensa e nas redes sociais, o Conselho Federal de Medicina (CFM) esclarece que: 1) Os vetos ao projeto de Lei do Ato Médico não implicam em ampliação das competências e atribuições das outras 13 categorias da área da saúde; 2) Os médicos continuam a ser responsáveis pelo diagnóstico de doenças e prescrição de tratamentos, sendo que os outros profissionais atuarão unicamente dentro do escopo de suas respectivas legislações, conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores; 3) As únicas exceções possíveis estão dentro dos protocolos definidos pelo Ministério da Saúde que regulam programas de combate e prevenção a doenças como tuberculose, dengue, malária, hanseníase, entre outras; 4) Pessoas que realizem estes atos de diagnóstico e prescrição fora destes contextos específicos devem ser denunciadas às autoridades por exercício ilegal da Medicina, crime previsto no Código Penal com penas que vão de seis meses a dois anos de prisão; 5) Os pacientes devem ficar tranquilos, confiar sua saúde aos médicos, que têm assumido papel chave na assistência, e cobrar dos gestores o investimento necessário para qualificar os serviços públicos de saúde.

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Os Conselhos de Medicina ressaltam que estão atentos às possíveis irregularidades e informam à população e aos médicos que se desdobrarão para a derrubada de todos os 10 vetos presidenciais no Congresso, ainda em agosto, como parte de seu esforço pela proteção e segurança dos pacientes. Comissão Mista do Congresso Nacional vai analisar veto parcial ao PL de regulamentação da medicina Quatro senadores e cinco deputados avaliarão trechos eliminados pela presidente Dilma Rousseff, como o que dava a médicos exclusividade na formulação de diagnóstico e prescrição terapêutica. Ao presidir a sessão plenária de ontem, Sérgio Souza (PMDB-PR) leu os nomes dos parlamentares que integrarão a comissão mista destinada a relatar o veto parcial da presidente Dilma Rousseff ao projeto de Lei do Ato Médico (PLS nº 268/2002), que foi aprovado pelo Senado no mês passado. Dilma derrubou, por exemplo, o inciso 1º do artigo 4º, o qual previa que a formulação de diagnóstico e a prescrição terapêutica seriam atividades privativas dos médicos. Para compor a comissão, foram designados os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Gim (PTB-DF). Os deputados escolhidos para o colegiado foram André Vargas (PT-PR), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Eduardo Barbosa (PSDB-MG), Eleuses Paiva (PSD-SP) e Arnon Bezerra (PTB-CE). A proposta, que tramitou por quase 12 anos no Congresso e gerou muita polêmica, com 27 audiências públicas, regulamenta a atividade médica. Souza leu também os nomes dos membros das comissões mistas destinadas a examinar os vetos ao PLV 13/2013 (MP 606/2013) e ao PLV 15/2013 (MP 609/2013). Fonte: Jornal do Senado

Vera Mello, Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED

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Assoalho pélvico em questão Fisioterapia é aliada no diagnóstico e tratamento das disfunções dessa estrutura Por Marina Panham

Desconhecido pela maioria da população, o assoalho pélvico é responsável por sustentar e suspender os órgãos da cavidade pélvica, controlar os esfíncteres uretral, fecal e vaginal, além de ter grande participação na atividade sexual. A fisioterapeuta Mirca Ocanhas, especializada em reeducação funcional do assoalho pélvico, enfatiza que esse tema importante e complexo necessita de um olhar mais atento dos profissionais da área da saúde e maior dedicação no processo investigativo.

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Acima, exame biofeedback executado em paciente pela fisioterapeuta Mirca Ocanhas

Alterações da musculatura do assoalho pélvico podem provocar disfunções anorretais, urológicas, ginecológicas e sexuais, que podem ser tratadas e, em muitos casos, curadas com a ajuda da fisioterapia. Além do diagnóstico prescrito pelo médico, a especialista destaca que a avaliação fisioterapêutica é fundamental para o sucesso do tratamento, pois por meio dela são coletados os dados necessários para a condução mais adequada de um programa de reabilitação. Com conhecimento em anatomia, fisiologia e biomecânica, e paramentado com as técnicas fisioterapêuticas, Mirca afirma ser o fisioterapeuta o profissional mais habilitado para realizar a reeducação funcional do assoalho pélvico, com o objetivo de prevenir e tratar possíveis disfunções dessa estrutura. Para um resultado mais adequado, é fundamental que exista um trabalho multidisciplinar com médicos, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros e fisioterapeutas. Dentre as disfunções anorretais, os distúrbios mais comuns tratados pela fisioterapia são incontinência fecal e de flatos, constipação, anismo, encoprese, algias anorretais, proctalgia fugaz, coccigodínia, descenso perineal e prolapsos. Esses podem estar associados a outras disfunções dos sistemas urinário, ginecológico ou sexual. A fisioterapeuta explica que a maioria dos casos de incontinências estão associados à hipotonia da musculatura do assoalho pélvico, seja por alteração na fibra muscular, deficiência do colágeno e até alterações neurológicas, sensoriais ou motoras, cuja identificação durante a anamnese orienta a conduta fisioterapêutica. Já a proctalgia fugaz está associada à hipertonia do assoalho

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Fotos: © Mirca Ocanhas / Arquivo pessoal

Aparelho digestivo e saúde em destaque


pélvico e pode provocar dor. A fisioterapia pode ajudar nesse caso com técnicas específicas para tratamento da dor, relaxamento e reeducação da musculatura esquelética. Segundo ela, o treino mal conduzido do esporte e da atividade física fragiliza e debilita a musculatura do assoalho pélvico e pode provocar distúrbios urinário, fecal, ginecológico ou sexual em mulheres jovens. Um estudo clássico com atletas, conduzido pelo grupo da Nygaard I (1990), revelou que a taxa de incontinência em mulheres jovens esportistas varia de 10% a 40%. De acordo com a fisioterapeuta, essa situação agrava-se nos períodos pós-menopausa e andropausa. “A queda dos hormônios compromete o funcionamento de alguns dos mecanismos e estruturas responsáveis pela contenção voluntária de urina, flatos e fezes, além da arquitetura de suspensão e sustentação dos órgãos pélvicos, sem falar na importância desses na sexualidade”, explica. Outra observação feita pela fisioterapeuta é que as disfunções também podem ser provocadas por trauma cirúrgico, muitas vezes devido à complexidade e gravidade da patologia e do tratamento administrado ao paciente. Na ressecção de um câncer no intestino, por exemplo, nervos podem ser traumatizados ou seccionados, causando disfunções em vários sistemas. A fisioterapia pré-operatória pode ajudar a evitar possíveis intercorrências e beneficiar a recuperação do paciente. “O ideal é que a fisioterapia seja indicada no pré-operatório, no pós-operatório e, obviamente, quando não há indicação cirúrgica, uma vez que a especialidade é considerada a primeira linha de tratamento para as disfunções do

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O ideal é que a fisioterapia seja indicada no pré-operatório, no pós-operatório e, obviamente, quando não há indicação cirúrgica, uma vez que a especialidade é considerada a primeira linha de tratamento para as disfunções do assoalho pélvico pela International Continence Society (ICS)

assoalho pélvico pela International Continence Society (ICS)”, afirma. Os distúrbios no assoalho pélvico também podem ser causados por doenças endócrinas e neurológicas, como a síndrome pós-poliomielite. Em seu estudo Avaliação da Função da Musculatura do Assoalho Pélvico nos Pacientes com Síndrome Pós-Poliomielite (primeiro no mundo), ela demonstra que as disfunções do assoalho pélvico são pouco estudadas nas doenças neurológicas. A fisioterapia para reabilitar as disfunções abdominopélvicas, dispõe de técnicas como eletroestimulação; biofeedback; massagem do assoalho pélvico e, para retorno venoso, manobras miofasciais; treinamento dos músculos do assoalho pélvico, abdômen e de outros específicos; modificação e terapia comportamental; reeducação postural global (RPG); e pilates reabilitativo realizado por fisioterapeuta com especialização na área - caso contrário pode ser danoso. Mirca destaca ainda que a fisioterapia pode ajudar no tratamento de outros distúrbios do sistema digestivo, como o refluxo gastroesofágico. A fisioterapeuta elucida que o estresse pode gerar tensão muscular no diafragma respiratório e, consequentemente, estreitar o hiato esofágico. “Quando recebo um paciente com refluxo gastroesofágico, imediatamente examino seu diafragma, observo seu tônus e avalio suas características emocionais”, explica. A especialista conta que, se identificado algum sinal de tensão, recorre a manobras no diafragma associadas a técnicas de respiração e relaxamento. Ela finaliza lembrando que o método também tem sido empregado em bebês. “Ajudei a tratar bebês com refluxo gastroesofágico, ensinando aos pais a massagear e executar as manobras no diafragma.”

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Guia para transplantados de fígado é lançado

Associação Médica Americana classifica a obesidade como doença Em junho, a Associação Médica Americana (AMA) começou a considerar oficialmente a obesidade como uma doença. A entidade destacou que essa decisão será positiva, pois mudará a forma como a comunidade médica lida com o problema que afeta um em cada três americanos, além de melhorar o tratamento e reduzir a incidência de problemas relacionados, como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Os últimos dados nacionais disponibilizados pelo Ministério da Saúde revelam que 15,8% dos brasileiros são obesos e 48,5% estão acima do peso. Em 2006, eram 11,4% de obesos e 42,7% de pessoas com sobrepeso no Brasil. Vale lembrar que em março o governo brasileiro lançou a Portaria nº 424 que estabelece as diretrizes para prevenção e tratamento do sobrepeso e da obesidade e que, entre outras questões, define mudanças no acesso à cirurgia ba-riátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram novos guidelines à comunidade mundial sobre procedimentos para ajudar pacientes transplantados do fígado, e que tenham doenças hepáticas graves, para que reduzam os fatores de risco de infecção nos períodos do transplante (antes e após a cirurgia). O estudo, que foi realizado no Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) foi publicado em junho no periódico Liver Transplantation. Os pacientes que passaram por transplantes no HC no período de 2002 a 2011 foram avaliados. Ao todo, ocorreram 597 transplantes em 543 pacientes (alguns deles precisaram fazer um novo transplante, devido à falha do órgão). Desde 2006, o Brasil passou a realizar esses transplantes por ordem de urgência e não cronológica. Sendo assim, os especialistas começaram a observar o impacto da gravidade desses doentes e notaram que aqueles mais graves são infectados com frequência, precisando de dosagens maiores de antibióticos e internações prolongadas, chegando à morte em alguns casos. Além disso, a pesquisa levantou a discussão sobre o número de fígados transplantados mensalmente no Brasil.

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Convênios oferecerão medicamentos orais para câncer

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Azia pode estar relacionada a câncer na garganta De acordo com estudo publicado no periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, a azia frequente aumenta o risco de câncer na garganta e os antiácidos utilizados para tratar o desconforto podem oferecer proteção. Os pesquisadores estudaram a incidência de azia e o uso de medicamentos em 631 pacientes com carcinoma de células escamosas na garganta e nas cordas vocais, que não fumavam nem consumiam bebidas alcoólicas em excesso. Esses pacientes foram comparados com 1.234 pessoas saudáveis de um grupo de controle. Foram analisados os fatores idade, sexo, raça, tabagismo, consumo de álcool, infecção pelo HPV-16, nível educacional e índice de massa corporal, e descobriu-se que as pessoas que possuíam azia com frequência estavam 78% mais propensas a ter câncer. Já para aqueles que tomavam antiácido, o risco foi reduzido a 41%.

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A partir de 2014, os planos de saúde serão obrigados a oferecer 36 medicamentos orais que podem ser usados em casa para o tratamento do câncer, de acordo com a nova proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Atualmente, os planos de saúde são obrigados a oferecer o tratamento contra a doença apenas dentro dos serviços de saúde. Além disso, ficou estabelecido o aumento do número de consultas com nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas, inclusão de novos procedimentos e de uma nova técnica de radioterapia. Os remédios são indicados para os seguintes tipos de câncer: próstata, mama, colorretal, leucemia, linfoma, de pulmão, rim, estômago e pele. Ficará sob a responsabilidade de cada plano de saúde decidir como fará a distribuição dos medicamentos – direta, convênios com farmácias privadas ou criação de mecanismos de reembolso aos pacientes. No entanto, não poderá haver limite na quantidade de medicamentos. Sendo assim, o paciente terá direito à quantia presente na prescrição médica, enquanto durar o tratamento.

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Novas regras para pesquisas realizadas com seres humanos

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A imunização contra a síndrome mão-pé-boca é descoberta A revista científica inglesa The Lancet publicou pesquisa de cientistas chineses que revela a descoberta da imunização contra a síndrome mão-pé-boca. Os infectados apresentam feridas avermelhadas na planta dos pés, mãos e interior da garganta, podendo ser confundida com outras doenças como catapora e alergias dermatológicas. O agente causador da doença EV-71 foi descrito na década de 1970 como um enterovírus, que afeta principalmente crianças, mas pessoas de qualquer idade podem ser suscetíveis. Em junho de 2012, um surto da síndrome surgiu na Ásia e 54 crianças morreram. Durante esse período, foi possível isolar um vírus encontrado nas amostras colhidas de 31 crianças. A pesquisa observou mais de 10,2 mil crianças saudáveis com idade entre 6 e 35 meses. Elas receberam duas doses da vacina, em meses alternados, e foram divididas no grupo de imunização e de placebo. O índice de sucesso dos testes, realizados em seres humanos, foi de 90% de proteção depois de um ano.

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O Conselho Nacional de Saúde (CNS) divulgou resolução que estabelece novas regras para os estudos científicos envolvendo seres humanos. De acordo com a Resolução nº 466/2012, esse tipo de pesquisa só poderá ser realizado quando não se puder chegar aos resultados por outros meios, levando-se em conta o consentimento dos participantes ou de seus representantes legais. Define também os direitos dos voluntários (reforça a privacidade de seus dados, o ressarcimento de gastos e a possibilidade de abandonar a pesquisa no momento que desejar) e abre a possibilidade para recompensa financeira aos participantes, pois até o momento o pagamento era proibido no Brasil. O documento define ainda o prazo de dois meses para a análise ética com o objetivo de acelerar o processo. O texto, que foi publicado no Diário Oficial da União, determina que os resultados devam ser comunicados às autoridades competentes sempre que possível para a melhoria das condições de vida da coletividade. Outra novidade importante que a Resolução traz é o estabelecimento de classificação de riscos às diferentes metodologias de pesquisas. Dessa forma, estudos menos invasivos terão análise mais rápida. Antes da publicação, as novas regras foram submetidas à consulta pública.


Cientistas encontram molécula relacionada ao diabetes Ao estudarem um camundongo que não tinha a molécula PIKfyve, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Wayne State, nos EUA, descobriram que ela pode ser fundamental para evitar o diabetes tipo 2. A pesquisa, que foi publicada na última edição do periódico American Journal of Physiology – Endocrinology and Metabolism, demonstrou que a ausência dessa molécula está relacionada a quadros de pré-diabetes, quando o nível de glicose já está acima do

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normal. Para os pesquisadores, a descoberta proporciona novos dados sobre os mecanismos que levam ao desenvolvimento de resistência à insulina. Em 1999, o grupo identificou a molécula PIKfyve e observou que ela tem importante papel no momento que a insulina transporta a glicose para as células. Como resultado da pesquisa, a cobaia sem a molécula apresentou intolerância à glicose e resistência à ação da insulina, devido a um aumento do depósito de gordura.

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SUS oferecerá vacina contra HPV em 2014 Em março de 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer vacina contra o papilomavírus humano (HPV). Haverá a imunização de meninas de 10 e 11 anos, com autorização dos pais ou responsáveis. A meta é vacinar 80% desse público-alvo. A vacina vai ser utilizada contra quatro tipos do vírus HPV, que, segundo o Ministério da Saúde, são responsáveis por alto índice de casos de câncer de colo de útero. A imunização ocorrerá nas unidades de saúde e nas escolas públicas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou em nota oficial a importância da incorporação da vacina contra o HPV ao SUS e a implementação da tecnologia que possibilitará a produção nacional.

Dormir pouco eleva riscos de doenças De acordo com especialistas do sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e do Western Psychiatric Institute and Clinic, dos EUA, dormir menos do que o recomendado (sete ou oito horas por noite) pode comprometer a saúde e até encurtar a vida. O sono inadequado afeta negativamente diversos sistemas corporais como coração, pulmões, rins, apetite, meta-

bolismo e controle de peso, função imunológica e resistência a doenças, sensibilidade à dor, tempo de reação, humor e função cerebral. Além disso, pode atrapalhar a memória, aprendizado, criatividade, produtividade e estabilidade emocional, assim como a saúde física. Os especialistas afirmam que a má qualidade do sono é um fator de risco para a depressão e abuso de substâncias.

Levantamento realizado pela Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo mostrou que ocorreu uma redução de 9% na taxa de mortalidade por câncer na última década em todo o estado. Entre os homens, a queda foi de 10%, maior do que a redução

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observada entre as mulheres, de 8%. Os cânceres de colo de útero, de estômago e de pulmão foram os que apresentaram maior diminuição na taxa de mortalidade. Além disso, a pesquisa apontou redução nas mortes por cânceres associados ao ta-

bagismo, como o de pulmão (16%), laringe (16%), faringe (11%), esôfago (11%) e bexiga (11%). O estudo mostrou também queda na taxa de mortalidade por linfoma não-Hodgkin de 19% entre os homens e de 14% entre as mulheres.

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Taxa de mortalidade por câncer reduz em São Paulo


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Diretorias nacionais

• diretoria nacional Presidente: João Carlos Andreoli (SP) Vice-presidente: Ramiro Robson F. Mascarenhas (BA) 1º Secretário: Jairo Silva Alves (MG) 2º Tesoureiro: Silvana Dagostin (SC) 1º Tesoureiro: Dalton Marques Chaves (SP) 2º Tesoureiro: Luis Fernando Tullio (PR) Sede SOBED Ricardo Anuar Dib (SP) Thiago Festa Secchi (SP)

• comissões estatutárias Eleitoral, de Estatutos, Regimentos e Regulamentos Presidente: Carlos Marcelo Dotti (MS) Carlos Eugenio Gantois (PE) Eli Kahan Foigel (SP) Geraldo Ferreira Lima Junior (MG) Laercio Tenório Ribeiro (AL) Admissão e Sindicância Presidente: Antonio Gentil Neto José Olympio Meirelles dos Santos (SP) Juarez Alves Sampaio (CE) Científica e Editorial Presidente: Igelmar Barreto Paes (BA) Adriana Vaz Safatle-Ribeiro (SP) Angelo Paulo Ferrari Junior (SP) Claudio Rolim Teixeira (RS) Dalton Marques Chaves (SP) Edivaldo Fraga Moreira (MG) Fauze Maluf Filho (SP) Gilberto Reynaldo Mansur (RJ) José Celso Ardengh (SP) Lucio Giovanni Battista Rossini (SP) Marcelo Averbach (SP) Marcos Clarencio Batista Silva (BA) Vitor Nunes Arantes (MG) Walton Albuquerque (MG) Simpósio Internacional Presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro (SP) Angelo Paulo Ferrari Junior (SP) Claudio Rolim Teixeira (RS) Dalton Marques Chaves (SP) Fauze Maluf Filho (SP) Vitor Nunes Arantes (MG) Consultor internacional: René Lambert (França) Curso ao Vivo Presidente: Marcos Bastos da Silva (ES) Coordenador-Geral: Gustavo Andrade de Paulo (SP) Esteban Sadovsky (ES) Herbeth José Toledo Silva (AL) Luiz Fernando Ferreira Campos (ES) Viriato João Leal da Cunha (SC) SBAD

Presidente: João Carlos Andreoli (SP) Carlos Alberto Cappellanes (SP) Dalton Marques Chaves (SP) Jairo Silva Alves (MG) Luis Fernando Tullio (PR) Ramiro Robson Fernandes Mascarenhas (BA) Sérgio Luiz Bizinelli (PR) Silvana Dagostin (SC)

Ética e Defesa Profissional Presidente: Vera Helena A. F. de Mello (SP) Tomazo Antonio Prince Franzini (SP) Lincoln Eduardo V. V.de C. Ferreira (MG) Adriane Graicer Pelosof (SP) Claudia Zitron (SP) Oswaldo Luiz Pavan Junior (ES) Avaliação e Credenciamentos de Centros de Ensino e Treinamento Presidente: Admar Borges da Costa Junior (PE) Afonso Celso da Silva Paredes (RJ) Daniel Moribe (SP) Eduardo G. Houneaux de Moura (SP)

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Eloá Marussi Morsoletto Machado (PR) Fabio Marioni (SP) Giovani Antonio Bemvenuti (RS) José Eduardo Brunaldi (SP) José Flávio Ernesto Coelho (RJ) Ismael Maguilnik (RS) José Flávio Ernesto Coelho Julio Carlos Pereira Lima (RS) Luciana Rodrigues Leal da Silva (BA) Luis Masuo Maruta (SP) Luiz Cláudio Miranda da Rocha (MG) Luiz Sérgio Emery Ferreira (ES) TÍTULO DE ESPECIALISTA E SUA ATUALIZAÇÃO Presidente: Flavio Hayato Ejima (DF) Afonso Celso da Silva Paredes (RJ) Antonio Carlos Coelho Conrado (PE) Beatriz Monica Sugai (SP) Daniela Medeiros Milhomem Cardoso (GO) Fabio Marioni (SP) Guilherme Becker Sander (RS) Jimi Izaques Bifi Scarparo (SP) José Luiz Sebba de Souza (SP) Marco Aurélio D’Assunção (SP) Luis Fernando Túlio (PR) Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG) Ricardo Anuar Dib (SP) Ricardo Rangel de Paula Pessoa (CE) Rodrigo José Felipe (BA) Sérgio Eiji Matuguma (SP) Fabio Segal (RS) Júlio César Souza Lobo (PR) Gerônimo Franco de Almeida (PB) Thiago Festa Secchi (SP) Thiago Andrade Tatagiba (RJ)

• comissões não estatutárias formação e Treinamento em Técnicas Endoscópicas – Centro de Treinamento Coordenador: Carlos Alberto Cappellanes (SP) Ricardo Anuar Dib (SP) Rodrigo Roda Rodrigues da Silva (MG) Ciro Garcia Montes (SP) Relações Internacionais Coordenador-Geral: Glaciomar Machado (RJ) Coord. América do Sul: Everson Luiz de A. Artifon (SP) José Celso Ardengh (SP) Julio Carlos Pereira Lima (RS) Paulo Sakai (SP) Coord. Europa: Adriana Vaz Safatle (SP) René Lambert (FRANÇA) Sérgio Luiz Bizinelli (PR) Walton Albuquerque (MG) Coord. EUA: Angelo Paulo Ferrari Junior (SP) Dalton Marques Chaves (MG) Eduardo G. Houneaux de Moura (SP) Luiz Leite Luna (RJ) Ricardo Anuar Dib (SP) Coord. Japão: Cláudio Rolim Teixeira (RS) Paulo Sakai (SP) Vitor Nunes Arantes (MG) ASSESSORIA À PRESIDÊNCIA Artur Adolfo Parada (SP) Igelmar Barreto Paes (BA) Luiz Felipe Paula Soares (PR) COMUNICAÇãO (Revista SOBED + site + rede SOBED + SOBED em Casa) Coordenador: Gustavo Andrade de Paulo (SP) Alexandre de Souza Carlos (SP) Atanagildo Cortes Junior (MG) Flávio Braguim (SP) José Luiz Paccos (SP) Marcelo Simas de Lima (SP) Ricardo Leite Ganc (SP) DIRETRIZES E PROTOCOLOS Claudio Lyioiti Hashimoto Lix Alfredo Reis de Oliveira (SP) Luiza Maria Filomena Romanello (SP) Paulo Roberto Alves de Pinho (RJ) Tadayoshi Akiba (SP)

REPRESENTANTE NAS REVISTAS: GED e Arquivos Brasileiros de Gastroenterologia Alexandre de Souza Carlos (SP) Marcelo Simas de Lima (SP) Paulo Roberto Arruda Alves (SP) REPRESENTANTES EM INSTITUIÇÕES CFM E CNRM Coordernador: Flavio Hayato Ejima (DF) Zuleica Barrio Bortoli (DF) anvisa Coordenador: Vera Helena A. F. de Mello (SP) Carlos Alberto da Silva Barros (MG) Flávio Hayato Ejima (DF) Francisco José Medina Pereira Caldas (RJ) Tadayoshi Akiba (SP) AMB

Coordenador: Maria das Graças Pimenta Sanna (MG) Carlos Alberto Cappellanes (SP) Rodrigo José Felipe (BA) Órteses e Próteses: Wagner Colaiacovo (SP)

COMISSÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO (CNA) Coordenador: Renato Baracat (SP) Carlos Alberto da Silva Barros (MG)

• núcleos Ecoendoscopia Coordenador: Simone Guaraldi da Silva (RJ) Fauze Maluf Filho (SP) José Celso Ardengh (SP) Lucio Giovanni Batista Rossini (SP) Marco Aurélio D’Assunção (SP) Vitor Nunes Arantes (MG) Walton Albuquerque (MG) Pediatria Coordenador: Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG) Cristina Helena Targa Ferreira (RS) Paula Bechara Poletti (SP) Silvia Regina Cardoso (SP) NOTES Ângelo Paulo Ferrari Junior (SP) Marco Aurélio D’Assunção (SP) Pablo Rodrigo de Siqueira (SP) Paulo Sakai (SP) Núcleo de Tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto (AM) patologia endoscópica Coordenador: Filadelfio Euclides Venco (SP) Elisa Ryoka Baba (SP) COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DE HONORÁRIOS MÉDICOS E COOPERATIVAS NAS UNIDADES ESTADUAIS Coordenador-Geral: Lincoln Eduardo V. V. de Castro Ferreira (MG) Artur Adolfo Parada (SP) Edson Luiz Doncatto (RS) Francisco das Chagas Gonçalves de Oliveira (CE) Francisco Paulo Ponte Prado Júnior (CE) José Edmilson Ferreira da Silva (RJ) Julio César Souza Lobo (PR) Julio Pereira Lima (RS) Luiz Fernando Tullio (PR) Luiz Paulo Reis Galvão (PE) Marcus Valerius Saboia Rattacaso (CE) Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG) Sandra Teixeira (PR) Sérgio Luiz Bizinelli (PR) Vera Helena de Aguiar Freire de Mello (SP) Viriato João Leal da Cunha (SC) CONSELHO EDITORIAL (LIVROS) Artur Adolfo Parada (SP) João Carlos Andreoli (SP) Luiz Leite Luna (RJ) Marcelo Averbach (SP)

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Por dentro

Diretorias estaduais

• ALAGOAS Rua Carlos Povina Cavalcanti, 49 - Apto 302 – Maceió CEP 57036-411 | (82)9631-2000 | herbethtoledo@hotmail.com Presidente: Herbeth Jose Toledo Silva Vice-presidente: Carlos Henrique Barros Amaral 1º Secretário: Laercio Tenório Ribeiro 1º Tesoureiro: Francisco Milton Mel

• AMAZONAS Rua do Congresso, 90 – Manaus CEP: 69010-970 | (92) 9152-9119 | jeannemonique.gp@hotmail.com Presidente: Jeanne Monique Guimarães Pimentel Vice-presidente: Déborah Nadir Cruz Ferreira 1º Secretário: Ricardo Paes Barreto Ferreira 2º Secretário: Alinne Lais Bessa Maia 1º Tesoureiro: Jorge Luis Bastos Arana 2º Tesoureiro: Lourenço Candido Neves

• BAHIA R. Baependi, 162, sala 3 - Ondina – Salvador CEP: 40170-070 | (71) 9338-0220 | sylonjr@hotmail.com Presidente: Sylon Ribeiro de Britto Junior Vice-presidente: Luciano Magalhães Oliveira 1º Secretário: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Secretário: Wladimir Campos de Araújo 1º Tesoureiro: Alcione Prates Leite 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva

• CEARÁ Avenida Santos Dumont, 1168 – Sala 301 – Centro – Fortaleza CEP: 60150-160 | (85) 9996-0281 Presidente: José Rúver Lima Herculano Junior Vice-presidente: Luiz Helder de Alencar Moreno 1° Secretário: Ricardo Rangel de Paula Pessoa 2° Secretário: Marcellus Henrique Loiola P. de Souza 1º Tesoureiro: Raphael Felipe Bezerra de Aragão 2º Tesoureiro: João Paulo Aguiar Ribeiro

• DISTRITO FEDERAL SGAS, 910, Bloco A, sala 224, Asa Sul – Brasília CEP: 70390-100 | (61) 3242-9203 sobedbrasilia@gmail.com Presidente: Eduardo Aires Coelho Marques Vice-presidente: Francisco Machado da Silva 1º Secretário: Luciana Machado Nonino 2º Secretário: Carmem Alves Pereira 1º Tesoureiro: Fabio Santana Bolinja Rodrigues 2º Tesoureiro: Hermes Gonçalves Aguiar Junior

• espírito santo R. Francisco Rubim, 395 - Bento Ferreira – Vitória CEP: 29050-680 | (27) 3324-1333 sobedestadual.es@gmail.com Presidente: Flavia Emília Lima de Oliveirao Vice-presidente: Roseane Valeria Bicalho Ferreira Assis 1º Secretário: Giovana Pereira Nogueira da Gama 2º Secretário: Edorio de Souza Ribeiro 1º Tesoureiro: Márcio Demoner Brandão 2º Tesoureiro: Luiz Fernando Ferreira Campos

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• goiás Avenida Portugal, 1052 – Setor Marista – Goiânia CEP: 74150-030 | (62) 3251-7208 sobedgoias@hotmail.com Presidente: Marcelo Barbosa Silva Vice-presidente: Fernando Henrique Porto Barbosa Ramos 1º Secretário: Daniela Medeiros Milhomem Cardoso 2º Secretário: Marcus Vinicius da Silva Ney 1º Tesoureiro: Américo de Oliveira Silvério 2º Tesoureiro: Eduardo Aguiar Silva Neto

• maranhão R. Carutapera 2, Quadra 37 B - Jd. Renascença – São Luís CEP: 65075-690 | (98) 8141-1116 | milkoabrantes@oi.com.br Presidente: Milko Abrantes de Oliveira Vice-presidente: Selma Santos Maluf 1º Secretário: Elian Oliveira Barros 2º Secretário: Clelma Pires Batista 1º Tesoureiro: Djalma dos Santos 2º Tesoureiro: Nailton Jorge Ferreira Lyra

• mato grosso Rua 25 de Agosto, 33 - Apto 1801 - Edificio Maison Du Park – Cuiabá CEP: 78043-382 | (65) 9983-1701 | ronama@terra.com.br Presidente: Roberto Carlos Fraife Barreto Vice-presidente: Carlos Eduardo Miranda de Barros 1º Secretário: José Geraldo Favalesso 2º Secretário: José Carlos Comar 1º Tesoureiro: Ubirajarbas Miranda Vinagre 2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira

• mato grosso do sul Rua Goiás, 405 - sala 01 - Jd. dos Estados – Campo Grande CEP - 79020-101 | (67) 3325-6040 | sobed.ms@gmail.com Presidente: Rogerio Nascimento Martins Vice-presidente: Marcelo de Souza Cury 1º Secretário: Geraldo Vinicius Ferreira Hemerly Elias 2º Secretário: Adriano Fernandes da Silva 1º Tesoureiro: Eduarda Nassar Tebet Ajeje 2º Tesoureiro: Thiago Alonso

• minas gerais Av. João Pinheiro, 161 - Centro – Belo Horizonte CEP: 30130-180 | (31) 3247-1647 | sobedmg@ammg.org.br Presidente: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho Vice-presidente: Vitor Nunes Arantes 1º Secretário: Roberta Nogueira de Sá 2º Secretário: Ricardo Castejon Nascimento 1º Tesoureiro: Rodrigo Roda Rodrigues da Silva 2º Tesoureiro: Gustavo Miranda Martins

• pará Cidade Nova -VI Travessa WE 69, nº302 – Belém CEP: 67140-120 | (91) 3263-7693 | maués@uol.com.br Presidente: Erivaldo de Araujo Maues Vice-presidente: Zacarias Pereira de Almeida Neto 1º Secretário: Monica Barauna Assunção 2º Secretário: Lilian Costa de Almeida 1º Tesoureiro: Marcos Moreno Domingues 2º Tesoureiro: Aida Lopes Sirotheau Correa

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• PARAÍBA Rua Sílvio Almeida, 620 - Expedicionários – João Pessoa CEP: 58041-020 | (83) 3244-8080 | pedroduques@hotmail.com Presidente: Pedro Duques de Amorim Vice-presidente: Francisco de Sales Moreira Pinto 1º Secretário: Paulo Duques de Amorim 2º Secretário: Tarcisio Carneiro da Costa 1º Tesoureiro: Fábio da Silva Delgado 2º Tesoureiro: Daniel Chaves Mendes

• PARANÁ R. Candido Xavier, 575 - São Rafael – Curitiba CEP: 80240-280 | (41) 3342-3282 sobed@onda.com.br Presidente: Maria Cristina Sartor Vice-presidente: Flávio Heuta Ivano 1º Secretário: Wanderlei da Rocha Carneiro Junior 2º Secretário: Rafael Nastas Acras 1º Tesoureiro: Silvia Maria da Rosa 2º Tesoureiro: Sandra Beatriz Marion Valarini

• PERNAMBUCO R. Sen. José Henrique, 141, 1º andar, Ilha do Leite – Recife CEP: 52050-020 | (81) 3221-6959 | araujojulia@hotmail.com Presidente: Júlia Corrêa de Araújo Vice-presidente: Admar Borges da Costa Junior 1º Secretário: Carlos Eugênio Gantois 2º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo 1º Tesoureiro: Antônio Carlos Coelho Conrado 2º Tesoureiro: José Julio Viana

• PIAUÍ Rua Aviador Irapuan Rocha, 1430, Ed. Medical Leste (3º andar) Jóquei – Teresina CEP: 64049-518 | (86) 3221-5968 moreira-filho@uol.com.br Presidente: Antonio Moreira Mendes Filho Vice-presidente: Carlos Dimas Carvalho Souza 1º Secretário: Valdeci Ribeiro de Carvalho 2º Secretário: Adelmar Neiva de Sousa Sobrinho 1º Tesoureiro: Wilson Ferreira Almino de Lima 2º Tesoureiro: Artur Pereira e Silva

• RIO DE JANEIRO R. da Lapa, 120, sl. 309 - Centro – Rio de Janeiro CEP: 20021-180 | (21) 2507-1243 sobedrj@infolink.com.br Presidente: Ana Maria Zuccaro Vice-presidente: Afonso Celso da Silva Paredes 1º Secretário: Evandro de Oliveira Sá 2º Secretário: Lílian Machado Silva 1º Tesoureiro: Maria Elizabeth Cardoso de Castro 2º Tesoureiro: Mariceli Santos Costa

• RIO GRANDE DO NORTE R. Maria Auxiliadora, 804 - Tirol – Natal CEP: 59014-500 | (84) 3198-1900 liciavbmoura@uol.com.br Presidente: Licia Vilas Boas Moura Vice-presidente: Carlos dos Santos Fonsêca 1º Tesoureiro: Mara Lúcia Lauria de Souza Presidente Comissão de Honorários e Defesa Profissional: Verônica de Souza Vale

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• RIO GRANDE DO SUL Av. Ipiranga, 5.311, sl. 207 - Azenha – Porto Alegre CEP: 90610-001 | (51) 3014-2072 | texcla@terra.com.br Presidente: Claudio Rolim Teixeira Vice-presidente: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos 1º Secretário: Luciana Filchtiner Figueiredo 1º Tesoureiro: César Vivian Lopes

• RONDÔNIA Rua Campos Salles, 2245 - Nova União 03 – Porto Velho CEP: 76801-081 | (69) 9981-5375 | aassis@enter-net.com.br Presidente: Adriana Silva Assis Vice-presidente: Marcelo Pereira da Silva 1° Secretário: Edson Aleotti 2° Secretário: Márcia Coelho de Mello Bach 1° Tesoureiro: Victor Hugo Pereira Marques 2° Tesoureiro: Domingos Montaldi Lopes

• SANTA CATARINA Rodovia SC 401, nº 3854, Km 04 - Saco Grande – Florianópolis CEP: 88032-005 | (48) 3231-0324 sobedsc@acm.org.br Eduardo Nobuyuki Usuy Jr Hoiti Okamoto Lothar Stange Waldir Savi Junior Luiz Locks Junior Felipe Paludo Salles

• SÃO PAULO R. Itapeva, 202, sl. 98 - Bela Vista – São Paulo CEP: 01332-000 | Fone: (11) 3288-6883 sobedsp@uol.com.br Presidente: Thiago Festa Secchi Vice-presidente: Dalton Marques Chaves 1º Secretário: Gustavo Andrade de Paulo 2º Secretário: Fábio Marioni 1º Tesoureiro: Francisco Susumu Correa Koyama 2º Tesoureiro: Marcel Langer

• SERGIPE R. Guilhermino Rezende, 462, São José – Aracaju CEP: 49020-270 | (79) 3246-2763 | simonededa@oi.com.br Presidente: Simone Déda Lima Barreto Vice-presidente: Kelly Menezio Oliveira Giardina 1º Secretário: Jilvan Pinto Monteiro 2º Secretário: Raul Andrade Mendonça Filho 1º Tesoureiro: Miraldo Nascimento da Silva Filho 2º Tesoureiro: Patricia Santos Rodrigues Costa

• TOCANTINS Rua Engenheiro Bernardo Sayão, 770, Gurupi CEP: 77402-060 | (63) 3312-0013 ou (63)8446-0113 | zoroastrohs@yahoo.com.br Presidente: Zoroastro Henrique de Santana Vice-presidente: Mery Tossa Nakamura 1º Secretário: Jorge Luiz de Matos Zeve 2º Secretário: Sebastião Geraldo de Melo 1º Tesoureiro: Eduardo Komka Filho 2º Tesoureiro: Haley Pandolfi Junior

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Por dentro

Agenda

Confira na relação abaixo os principais eventos ligados à gastroenterologia e à endoscopia digestiva dos próximos meses. Saiba mais no site da SOBED setembro 6 e 7 de setembro III Curso Internacional de Endoscopia Oncológica (ENEO) Local: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, (SP) www.icesp.org.br 20 e 21 de setembro Oficina de Balão Intragástrico SOBED 2013: colocação e retirada Local: Hospital das Clínicas, Recife (PE) www.oficinabalao.com.br

21 a 24 de setembro Gastro 2013 Local: Shanghai Expo Center, Xangai – China www.gastro2013.org 23 e 24 de setembro Jornada de Endoscopia Digestiva 2013, SOBED PR Local: Hotel Deville Maringá (PR) sobed@onda.com.br 27 e 28 de setembro VIII Congresso de Endoscopia Digestiva do Rio de Janeiro Local: Centro de Convenções do Barra Shopping www.sobedrj.com.br

outubro 12 a 16 de outubro UEG (United European Gastroenterology) Week Local: ICC Berlin, Alemanha www.ueg.eu/week

25 e 26 de outubro Oficina de Balão Intragástrico SOBED 2013: colocação e retirada Local: Hospital Ipiranga, São Paulo (SP) www.oficinabalao.com.br

novembro - SOBED na SBAD 24 a 27 de novembro XII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo 23 de novembro Curso Teste seus Conhecimentos Endoscopia Bariátrica Endoscopia Pediátrica

24 de novembro Curso Hands On Suporte Avançado de Vida em Endoscopia Prova de Título de Especialista 26 de novembro VI Simpósio Internacional de Ecoendoscopia da SOBED

Local: Centro de Convenções de Goiânia | www.sbad.org.br

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