Salazar no Coleccionismo

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SALAZAR NO COLECCIONISMO

FICHA TÉCNICA

título: Salazar no Coleccionismo

autor: Fernando de Castro Brandão

edição: edições Ex-Libris ® (Chancela do Sítio do Livro)

arranjo de capa: Ângela Espinha

paginação: Alda Teixeira

Lisboa, julho 2025

isbn: 978-989-9198-27-2

depósito legal: 545860/25

© Fernando de Castro Brandão

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O autor não segue a grafia do Acordo Ortográfico de 1990.

publicação e comercialização:

www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt (+351) 211 932 500

ÍNDICE

SALAZAR NA MEDALHÍSTICA 1

SALAZAR NA MEDALHÍSTICA APÓS A MORTE

SALAZAR NO BILHETE-POSTAL – 1

SALAZAR NO BILHETE-POSTAL – 2

SALAZAR NO BILHETE-POSTAL – 3

A MEMORABILIA DE SALAZAR

SALAZAR NA HISTÓRIA POSTAL

OS CALENDÁRIOS DE SALAZAR

SALAZAR NA FILATELIA

SALAZAR NA NUMISMÁTICA

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BREVE EXPLICAÇÃO

Coleccionar foi sempre uma atracção que não conhece idades Colhendo o exemplo pessoal, recordo que ainda infante me deixei seduzir pelos cromos/ estampas, então muito em voga . Os mais populares eram ligados ao futebol, ilustrando jogadores de múltiplos clubes Nessa altura, tal como hoje, foi um tema que nunca me seduziu, pelo que a minha preferência recaiu em outras temáticas, v.g . actores de cinema, mundo animal ou automobilismo . Sem esquecer os famosos berlindes, pequenas bolas de vidro, muitas delas profusamente coloridas, como era o caso das designadas na gíria como “papas” e “bispos”, que podiam “abafar” as demais bolas . Todas serviam para jogos ao ar livre em saudável e pacífica actividade.

Já adolescente e graças a um tio, então consagrado como “Filatelista Emérito”, mergulhei nesse mundo fantástico dos selos, gosto que me acompanhou por muitos anos .

Na Faculdade e em decorrência da cadeira opcional de Etnografia, iniciei uma colecção que, acredito, é até agora singular: candeias Andarilho irrequieto, percorria numa vetusta mota, durante as férias, os lugares mais recônditos do País, recolhendo todos os exemplares que ia encontrando, sobretudo de latão, mas também de cerâmica pintada, de cobre e até de vidro Infelizmente, a criatividade dos artesãos não era fecunda, pelo que só consegui reunir oitenta exemplares, muitos deles com grandes similitudes entre si, que ainda hoje conservo

A vida diplomática, à qual dediquei 35 anos, abriu-me um enorme e vasto horizonte para saciar o que se tornara mais do que um passatempo, um verdadeiro fascínio .

Em breve relance direi que no México, autêntico alforje de talentos no domínio do artesanato, reuni uma, creio que inigualável, colecção de “pasPreview

tilheiros”, pequenas caixas de prata para guardar pílulas, a que os ingleses chamam pillbox, e que são objecto de interesse dos coleccionadores . Não é por acaso que o país é o primeiro ou segundo detentor de jazidas daquele metal precioso, o que explica a proliferação de hábeis e imaginativos ourives

As frequentes visitas ao magnífico e majestoso Museu de Antropologia suscitaram-me uma incontida atracção pelos cachimbos votivos da civilização Asteca. De uma trintena de exemplares que consegui reunir, nunca fiquei com certezas sobre a autenticidade de todos Mas “do mal, o menos”: ainda que algumas réplicas sejam fruto de uma ancestralidade que lhes conferem um valor distinto .

Seguiu-se Boston, onde em soberbos alfarrabistas pude adquirir um substancial número de obras sobre a História Diplomática dos Estados Unidos da América, entretanto oferecidas, e hoje no acervo bibliográfico da Biblioteca do Ministério dos Negócios Estrangeiros .

À conta das descomunais derrotas infligidas pelos afegãos aos ingleses no século XIX, subsistem muitos polvorinhos utilizados pelas tropas destes, Preview

“Exilado” para Luanda como Cônsul-Geral, onde nessa altura grassava a guerra civil e nada havia, juntei um curioso conjunto de bengalas aborígenes em madeiras locais (cerca de 70), mas sem qualquer elemento decorativo de marfim, como tradicionalmente se utilizava, porque era algo há muito desaparecido…

Já como Embaixador passei, por opção pessoal, três inolvidáveis anos em Islamabade, capital do grande país muçulmano, o Paquistão . Ali encontrei outro paraíso para colectar objectos singularmente interessantes . Foi o caso dos “polvorinhos” – recipientes para guardar pólvora, que guerrilheiros, utilizando espingardas de carregar pela boca, transportavam nos seus combates . Os exemplos que logrei obter são quase todos provenientes do Afeganistão, por forças das terríveis guerras mantidas ao longo dos últimos 180 anos e que deram origem à expressão que se aplica à região como o “cemitérios dos Impérios” … Principalmente feitos de couro, conservaram sempre uma feição primitiva Mas existem igualmente géneros em metal, sejam de latão ou cobre e com as mais variadas formas: redondas, quadradas, triangulares, etc .

sempre de metal e com uma técnica mais apurada de utilização Todos que encontrei não me escaparam!

Em vias de extinção, mas ainda com alguma abundância, oferecia-se uma sortida gama de utensílios de cobre . Também neste campo foi um “fartar vilanagem” Por preços muito acessíveis, como, aliás, em tudo o que se vendia, coleccionei peças de todo o género: samovares, sopeiras, pratos, travessas, jarros, copos, etc ., a ponto de, quando apresentei ao Presidente da República as minhas despedidas, na conversa havida este não deixou de comentar com um sorriso: “Já sei que levará grande parte dos nossos cobres”! . . .

E, como não podia deixar de ser, atirei-me como esfaimado à comida, à pródiga realidade do mundo dos tapetes . Embora cobiçasse exemplares de superior qualidade, os custos superavam em muito o meu tecto financeiro. Encontrei, por isso, uma solução ou expediente para permitir aquisições em maior número, mas de menor padrão . Nesse sentido, adoptei o critério de seleccionar somente os pequenos tapetes de oração, por serem individuais E uma vez mais pude saciar o meu apetite de coleccionador, com a vasta escolha disponível .

O filão do coleccionismo acabará aqui. Os próximos postos diplomáticos, se bem que boas experiências, foram completamente inócuos para a matéria em causa . Quer a Venezuela quer a República Checa em nada contribuíram para satisfazer esse “bichinho” que nascera e medrara ao longo de uma vida .

Logo que jubilado, senhor de todo o tempo do mundo, achei que poderia e deveria dedicar-me a uma causa há muito abraçada De facto, desde sempre, nutri uma infinda admiração pela vida e obra de António de Oliveira Salazar. Tendo vivido 25 anos sob o regime do Estado Novo, dele guardo a melhor lembrança Desde a adolescência, quando passava parte das férias em campos de trabalho estudantis em Inglaterra e em França, recordo o orgulho de, como português, defender em reuniões e colóquios a presença e a posse das possessões do derradeiro império europeu

Iniciei nessa altura uma colecção com capas de revistas onde figuravam imagens do estadista . O passatempo em breve se volveu em busca atenta e disciplinada, sobretudo quando tomei perfeita consciência da verdadeira lavagem Preview

ao cérebro que o “radioso” regime democrático impunha a 10 milhões de Portugueses, ou por via da mentira, da manipulação, da injúria, do insulto, ou pela forma mais eficaz do silêncio, de tudo as “liberdades” apregoadas se serviram para denegrir o período do Estado Novo, mormente o seu fundador Realidade, aliás, que perdura até hoje, 50 anos depois da queda do regime autoritário de “Ordem e Progresso” .

A ideia de reunir testemunhos de admiração, apreço e respeito devotados ao hoje sempre chamado “Ditador”, levaram-me a expandir o âmbito da recolha . Assim aconteceu com os bustos do estadista das mais variadas formas e materiais; pinturas a óleo de autores ignotos ou simples desenhos; caricaturas de Abel Manta, Ressano Garcia, Amarelhe e outros; medalhística, cujos mais de trinta exemplares celebram efemérides ou apenas glorificam o governante; calendários impressos por firmas, empresas e igualmente por cidadãos comuns; numismática com a cunhagem de diversas colecções em ouro, prata, vermeil e níquel; bilhetes-postais, contando quase uma centena, a ilustrar a toponímia de praças, ruas e pontes no Portugal continental e ultramarino com o seu nome

A isto se foram juntando algumas peças, tais como baixos-relevos; medalhões em porcelana, cobre e bronze; esculturas humorísticas; porta-chaves; emblemas de lapela; louças de barro, v.g . mealheiros, pratos, canecas e copos .

Como objectos mais singulares somaram-se isqueiros; um corta-papel; espelhos de bolso; sobrecapa de pele para livros; estampados em papel e em seda e ainda um raríssimo bengaleiro de louça das Caldas .

Hoje, na recta final da vida, tenho a angústia de não encontrar um local onde este legado, em termos mecenáticos, pudesse ser usufruído e partilhado .

Não sabendo, portanto, o que o futuro reserva a este acervo colectado com zeloso empenho, quero aqui deixar testemunho escrito do mesmo, para memória presente e futura . FCB

Março de 2025

SALAZAR NA MEDALHÍSTICA 1

Preview

Longe de ser especialista na matéria, considerei pertinente e útil tratar do tema em epígrafe Tanto quanto sei, não houve até agora o interesse ou o cuidado de fazer um balanço sobre o número, a origem e as razões da cunhagem de medalhas dedicadas ao estadista .

Da colecção que possuo, recolhida ao longo dos anos, posso adiantar que se contarão para cima das três dezenas, sem contar com placas (trabalhadas só no verso e lisas no reverso) e outras representações em metal, rectangulares ou ovais .

Guiado apenas por elementos muito dispersos, a tarefa tornou-se mais difícil e susceptível de cair em inexactidões ou até em erros Que me relevem dessas falhas os mais críticos, na certeza de que tenho plena consciência das limitações deste trabalho .

Começo por confessar não estar ainda absolutamente seguro quanto à primeira medalha cunhada Salvo prova em contrário, que muito agradecia, a notícia que possuo recai sobre a medalha entregue pelo Director da Casa da Moeda ao Presidente do Conselho, Doutor António de Oliveira Salazar, a 27 de Março de 1934 Trata-se de uma cunhagem “Comemorativa de se ter acabado o lavramento da prata” no ano anterior .

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Anverso – Apresenta a efígie de António de Oliveira Salazar (AOS) voltado para a esquerda . Na orla, a legenda “DOUTOR OLIVEIRA SALAZAR” . Junto à base do pescoço a assinatura do autor, “M . Norte”, de nome completo Marcelino Norte de Almeida .

Reverso – Na orla a legenda: “REFORMA MONETÁRIA DE 1931” No centro: “COMEMORAÇÃO DE HAVER ACABADO O LAVRAMENTO DA PRATA”. Por baixo: “CASA DA MOEDA 1933”

Cunhagem em prata 999, 45 mm; peso: 65 g .

Nota: A efígie de AOS estampada no anverso serviu, sem alteração, para cunhagens posteriores, v g medalha da “Regata Oceânica Belém-Berlengas-Cascais” de 1953 e da medalha sobre a “Exposição Comemorativa da Entrada da AOS para o Governo” de 1963 .

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Embora mantendo a incerteza, avanço com a data de 1934 como sendo o ano da segunda cunhagem medalhística de homenagem ao Chefe do Governo . Trata-se de uma placa com a mesma autoria da anterior, ou seja, Marcelino Norte de Almeida .

Anverso – No campo: a cabeça relevada do homenageado voltada para esquerda Na orla: a legenda “DR. OLIVEIRA” (à esquerda) “SALAZAR” (à direita)

Reverso – Liso

Placa de bronze 90x112 mm; sem peso (porque não a possuo e nunca a localizei) .

Exposta no Salão da Primavera na Sociedade Nacional das Belas Artes em 1934 .

Cunhagem em bronze com 75 x 96 mm; peso: 360 g . Preview

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Com segurança, porque registada no anverso, temos esta placa lavrada em 1937, com a originalidade de ser em forma oval

Autor – Desconhecido .

Anverso – Sendo placa não possui gravação no reverso. A figuração da cabeça de Salazar, em acentuado relevo, está voltada para direita, representando-se a parte superior do casaco, camisa e gravata

À direita sob o queixo as iniciais, supostamente do autor, lamentavelmente indecifráveis, e a data bem gravada de 1937 .

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Variante da anterior, decerto foi cunhada na mesma data de 1937, mas sem indicação, outra placa de menor dimensão, feita em molde e encimada por uma decoração acrescida

Autor – Desconhecido

Anverso – A composição da figura representada é exactamente igual à antecedente . O medalhão, porém, aduz na parte superior uma estrela de cinco pontas e uma decoração em laços Cunhagem de molde, crê-se que em metal fundido, com 60x90 mm; peso: 70 g .

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Uma terceira versão foi ainda emitida pela mesma altura, apenas com três alterações, na indumentária, na dimensão e no peso

Autor – Desconhecido

Anverso – A figuração da cabeça de Salazar é rigorosamente a mesma das anteriores . Diverge, porém, no que respeita ao vestuário: em vez do casaco, camisa e gravata enverga o capelo de catedrático . Lavrada em bronze, difere na dimensão 90x120 mm; peso: 400 g .

Anverso – No campo, a figura de Salazar em meio corpo de perfil, voltado para a esquerda, trajando o capelo das suas insígnias doutorais, a despeito de nunca na vida as ter envergado Ainda à esquerda, junto à orla, a data e a assinatura do gravador em três linhas: “A.º 1939/MPS/FLEUR” . Na orla superior, a legenda “DR.º ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR” .

Reverso – No campo, o escudo das quinas, tendo em volta uma coroa de louros . Na orla, a legenda circular formada pela frase de Salazar retirada de um dos seus discursos: “TUDO PELA NAÇÃO-NADA CONTRA A NAÇÃO – 1140-1640” .

Esta medalha foi mandada cunhar pelo grande industrial holandês Carel Begeer em homenagem e admiração pelo estadista .

Foram feitos apenas três exemplares: um em prata e dois de cobre . O primeiro destinar-se-ia à oferta ao Presidente do Conselho que, de facto, nunca a recebeu Ao que consta, a medalha teria sido entregue ao Ministro Português em Haia, que neste meio tempo subitamente faleceu .

Por volta de 1950, o grande numismata e medalhista Pedro Batalha Reis teve conhecimento de que a Casa Bancária Almeida, Bastos & Piombino & C .ª de Lisboa havia adquirido no estrangeiro um exemplar das medalhas de cobre, mas da qual hoje em dia não se lhe conhece o paradeiro . 7

Em 1942, perfazendo 10 anos sobre a assunção ao poder por Oliveira Salazar, cunha-se a “MEDALHA DE AGRADECIMENTO A SALAZAR POR TER EVITADO A BANCARROTA”

Autor – Desconhecido

Anverso – No campo, a cabeça de Salazar de perfil relevado e voltado para a direita

Reverso – No campo, a legenda: “1932 SALAZAR FINANCIER, SAUVER DU PORTUGAL DE LA BANQROUTE 1942” . Na orla, somente um pontilhado .

Nota: Nada logrei apurar sobre a origem, autoria e tiragem desta medalha, salvo ser de bronze e com a dimensão de 50 mm; e peso: 63 g .

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Logo no ano seguinte, 1943, surge nova medalha com proveniência no estrangeiro . Mau grado os esforços, não tive sucesso nas pesquisas efectuadas para conhecer a origem da encomenda . Cunhada em Bruxelas graças a Pedro Batalha Reis, que dela deu notícia no Diário da Manhã de 1 de Junho de 1944, sabemos que o seu autor foi o gravurista belga Charles Van Dionant de Caceres

Anverso – No campo, a cabeça relevada de Salazar voltada para a direita . À esquerda o escudo das quinas português com a legenda: “TUDO PELA NAÇÃO” .

Na orla, a legenda: “DOUTOR OLIVEIRA SALAZAR” .

Reverso – No campo dentro de um círculo envolto por larga coroa de carvalho, a dedicatória: “A SON EXCELLENCE MONSIEUR LE PRESIDENT DU CONSEIL DES MINISTRES, DOCTEUR ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR, HOMAGE BELGE-PORTUGAIS DE GRAND ADMIRATION ET DE PROFONDE SYMPATHIE – BRUXELLES – ANNO MCMMLIII”

Desta medalha cunharam-se alguns exemplares de bronze e uma única de prata, feita expressamente para ser oferecida ao homenageado, como aconteceu .

Tem a dimensão de 70 mm; peso: 135 g . Foi executada pela Casa Fich & Cie .

Pelo XIII aniversário da tomada do poder como Presidente do Conselho de Ministros, cunha-se a medalha “COMEMORATIVA DO ANO XIII DO

Datada, portanto, de 1945, pouco ou quase nada pude averiguar sobre esta

É caso para dizer: – No campo, a cabeça de Salazar relevada e voltada para a direita .

Todos os demais elementos, como origem, dimensão, tiragem, etc. ficam por conhecer…

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Ao tornar-se quase uma tradição celebrar os anos de governação salazarista, não surpreende que em 1948 seja cunhada a “MEDALHA COMEMORATIVA DO ANO XIII DO GOVERNO DE SALAZAR” .

Autor – Marcelino Norte de Almeida .

Anverso – No campo, a cabeça de Salazar de perfil voltado para a esquerda. Ao lado, sob o pescoço, a indicação do autor “M. NORTE” . Na orla: “OLIVEIRA SALAZAR 1928-1948”

Reverso – No campo em cima: as cinco quinas do escudo nacional Abaixo ao centro a legenda: “VINTE ANOS NO ENGRANDECIMENTO DA NAÇÃO” . Ao fundo: um livro aberto, tendo a página esquerda a inscrição: “CARPENT TUM POMA” . Na página da direita, a inscrição: “NEPOTES – VIRGILIO” (*). Na orla: uma coroa de flores. Emitida na Casa da Moeda, em bronze e com 70 mm; peso: 180 g

(*) “Os vindouros colhem os teus frutos”, Virgílio in Bucólicas

No âmbito desportivo não faltarão oportunidades para homenagear o governante . Foi o caso da medalha cunhada em 1953, ao ensejo da Regata .

Oceânica Belém-Berlengas-Cascais

Autor – O já bem conhecido e consagrado Marcelino Norte de Almeida .

Anverso – No campo, o busto de perfil de Salazar voltado para a esquerda. Na orla, a legenda: “DOUTOR OLIVEIRA SALAZAR” . Abaixo do pescoço a indicação do autor “M. NORTE” .

Reverso – No campo, a legenda: “REGATA OCEÂNICA BELÉM-BERLENGAS-CASCAIS –ORG.ªº DA ASS.ªº NAVAL DE LISBOA – TROFÉU SALAZAR 1953” . Na orla, a legenda: “FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE VELA” .

Medalha em bronze cunhada pela Casa da Moeda, com 45 mm; peso: 50 g .

De notar que a composição copia ipsis verbis a utilizada em 1939, na feitura da medalha sobre o fim do lavramento da prata.

A nível municipal, deparamo-nos, ainda em 1953, com o exemplo da medalha de “HOMENAGEM DA VILA DE GONDOMAR A SALAZAR” . Celebra os 25 anos no Governo de Portugal, sendo que o ano de 1928 assinala a sua tomada de posse como Ministro das Finanças .

Autor – Desconhecido .

Anverso – No campo: Salazar de perfil relevado, voltado para a direita, trajando casaco, camisa e gravata. Sob a figura, a data de 27-4-953. Abaixo o nome “SALAZAR” .

Reverso – No campo, o brasão da Vila de Gondomar . Na orla, a legenda: “HOMENAGEM DE GONDOMAR” .

Cunhagem em prata (que possuo), desconhecendo se terá sido emitida em bronze . Dimensão: 30 mm; peso: 14 g .

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Sem qualquer informação obtida sobre esta placa, datada de 1956, quer da origem quer da razão para a sua cunhagem, salvo ser obviamente de homenagem a Salazar, resta-nos registar as respectivas especificidades.

Autor – Luís Ramos de Abreu .

Anverso – No campo, o perfil da cabeça de Salazar voltado para a esquerda, envergando casaco, camisa e gravata. Sob a figura, a assinatura do autor “L. RAMOS ABREU” . Na orla, a legenda: “PROF. DR. OLIVEIRA SALAZAR PRES_te DO CONSELHO” .

Reverso – Liso . Tiragem ignorada; em bronze e bronze dourado . Dimensão: 110 mm; peso: 375 g .

Esta placa já tem aparecido atribuída a Raúl Xavier .

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Ao atingir os 70 anos, idade limite para obter a reforma, a Universidade de Coimbra manda gravar uma medalha “Comemorativa do Jubileu Universitário de Salazar” .

Entregue em Maio de 1959 pelo Reitor, Doutor Maximino Correia, ao Dr . Baltazar Rebelo de Sousa, Subsecretário de Estado da Educação Nacional, que a recebeu em nome do homenageado

Autor – Álvaro de Brée

Anverso – Efígie de Salazar, voltado para a direita, usando o capelo de Professor Catedrático que, por sinal, ele jamais trajou . Iniciais do autor “ADB” gravadas no lado direito do campo . Na orla, a legenda: “1917-JUBILEU-1959 DOUTOR ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR”

Reverso – Ao centro, a Rainha Santa Isabel, Princesa de Aragão, mulher de D . Dinis e padroeira da cidade de Coimbra . Com a mão direita segura uma esfera armilar e com a esquerda um livro aberto . Ainda no campo, à esquerda, o escudo de Portugal sobre alguns livros e uma peneira (?) À direita, o escudo municipal da cidade, tendo por baixo uma coruja (símbolo do saber) sobre um livro . Do lado direito do mocho, as iniciais do autor e a data da emissão . Na orla, a legenda: “+P:ME:REGENS:REGNAT – E: LEGV:?DTORES:IVSA:DECNAVT”

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