Do Mini-Conto ao Romance

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Do Mini-Conto ao Romance

Do Mini-CONTO ao ROMANCE (Trági-Comédia)

título: Do Mini-Conto ao Romance (Trági-Comédia)

autora: Ana Joana Castanho

edição: Edições Vírgula® (Chancela Sítio do Livro)

revisão: Inês Dias

arranjo de capa: Ângela Espinha

paginação: Paulo Resende

1.ª edição

Lisboa, julho 2025

isbn: 978-989-9284-01-2

depósito legal: 548708/25

© Maria Luísa aMoriM-Braun

Todos os direitos de propriedade reservados, em conformidade com a legislação vigente. A reprodução, a digitalização ou a divulgação, por qualquer meio, não autorizadas, de partes do conteúdo desta obra ou do seu todo constituem delito penal e estão sujeitas às sanções previstas na Lei.

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publicação e comercialização: www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt (+351) 211 932 500

Do Mini-CONTO ao ROMANCE (Trági-Comédia)

Ana-Joana Castanho

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A minha máxima é: levar tudo a sério, mas nada a tragédia.

L. A. Thiers

Muitas conversas são a tentativa desesperada de querer fazer um diálogo de dois monólogos.

Harald Schmidt

Mesmo o pior dos livros tem uma| boa página: a última.

John Osborne

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Será que os objectos têm alma?

Esta foi uma das questões que debati com o meu vizinho do 3.º esquerdo, o Almeida, um solteirão reformado que, tal como eu, vive sozinho e, coitado, não tem mais ninguém com quem falar. Quando me apanha a jeito no elevador, pergunta logo:

Vamos tomar um cafezinho e bater um papo, Senhor Cruz? Ajudava a desenferrujar a língua e a desentorpecer as pernas. Tenho aqui uma dor na anca de enlouquecer! Além disso, gostava muito de lhe fazer uma pergunta, quer dizer, ouvir a sua abalizada opinião.

Vamos lá ao café, Senhor Almeida. Então qual é a questão que o traz preocupado? Sou todo-ouvidos!

O café Chave d’Ouro ficava a meia dúzia de passos do nosso prédio. Praticamente era só atravessar a rua na passadeira. Pouca ginástica para as pernas, mas, em contrapartida, um óptimo lugar para ginasticar a língua e observar calmamente o

ambiente. E a bica tinha fama intercidades. O empregado, que a servia num pronto, era um Hermes de ébano, de pés alados. A sua destreza e elegância de movimentos garantiam ao dono do café a fiel clientela. Vinha de longe e não era só por causa da bica. Mal nos sentámos, o vizinho do 3.º andar atirou-me com esta:

Ó Senhor Cruz, tenho andado a matutar cá numa coisa: Será que os objectos têm alma?

Os objectos, as coisas? Ó Senhor Almeida, não faço a menor ideia. Explique lá isso melhor para eu entender.

Olhe, Senhor Cruz, isto é um assunto um tanto complexo. É que, dada a hipótese de os objectos terem alma, automaticamente há que perguntar como lhes foi transmitida. Os manufacturados terão recebido átomos anímicos de quem os manufacturou?

Ó Senhor Almeida, essa é boa! E se os objectos forem produtos de origem estritamente fabril? Será que, então, também as máquinas têm uma alma como a gente? Pura especulação, a meu ver. E creio que só por método experimental se pode chegar a uma conclusão válida. Haverá que coleccionar factos concretos: provas irrefutáveis.

Ora aí está, Senhor Cruz, a este ponto é que eu queria chegar. E, por isso mesmo, devo contar-lhe a história verídica do meu secador ressentido. O senhor dirá que se Preview

trata de mera coincidência, um fenómeno casual, quotidiano. Mas eu sei melhor dito pressenti que se tratava de um caso invulgar, com consequências de longo alcance. Deixe que lhe conte, é rápido: Comprei, na semana passada, um secador para, no caso de me falhar o meu — que andava com crises de asma — não ficar desprevenido, isto é, ter logo um substituto à mão de semear. Como tenho o cabelo ralo, o secador sempre me ajuda a armar o penteado, dá-lhe mais volume, percebe? Pois nesse mesmo dia o aparelho que, pelos vistos, também se afeiçoara a mim, viu o rival a espreitar da saca dos electrodomésticos do Tem Tudo & Co, ficou sentido comigo, amuou e fez greve definitiva! Fiquei sem saber se havia de rir ou de chorar. E, entre uma e outra opção, a sensação esquisita de ter sido ingrato para com o meu velho aliado, tê-lo ofendido à socapa... Pedi-lhe desculpa e, claro, utilizei o novo. Depois, quando me resolvia a guardar os restos mortais do velho não tive coragem de o descartar imediatamente liguei-o por descargo de consciência. E imagine o senhor que ele desatou a bufar, que até parecia uma ventoinha! Foi este facto que me levou a pensar que o meu secador não era um simples objecto. Agora funciona como se fosse novo em folha, sinal visível de que me perdoou. Isto prova que tem uma alma! Ora bem: objectos com alma requerem nome, não é? Pensei chamar-lhe Simão. Ele gostará? Se não, ainda volta a pregar-me a partida e finge-se inválido.

Olhe, amigo Almeida, não terá sido simplesmente um Preview

canto de cisne electrónico sacana? Não pensou nessa hipótese?

(Discutir o assunto como convinha e, ainda por cima, analisar os prós e os contras do nome para um secador ultra-sensível levava um ror de tempo, hoje era impossível.)

Eu é que tenho que ir já apanhar o metro para o Rossio.

Por que é que o Senhor Cruz está assim com tanta pressa? Tem alguém à sua espera?

Talvez. Estou aqui a ler no jornal que a Futuro Editora desafia à criação de um livro de Contos, em comemoração do ”Dia do Livro 2025”. E hoje é o dia 23 de Abril.

O prazo de entrega dos originais na baixa lisboeta termina às 12:30. Se perco o metro das 11:30, está o caldo entornado.

Não me diga, Senhor Cruz, que escreveu um Conto.

Eu via-o, de vez em quando, a rabiscar papéis, mas pensava que estava a escrever cartas e, portanto, como sou uma pessoa discreta, nunca deitei o rabo do olho. Mas esse Conto de que fala, então, que conta?

Coisa de pouca monta, amigo. Uma espécie de protocolo dos nossos bate-papos aqui no café. Se for aceite, e como o senhor é um dos principais protagonistas, faço de si meu co-autor. Agradava--lhe o pseudónimo comum de dois: Almeida & Cruz?

Vá lá a correr, homem, despache-se! E alma até Almeida! Se não fosse esta maldita dor na anca, até eu ia lá consigo.

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Sábado, 24 de Abril (Dia da Descoberta da Costa da Guiné)

No dia seguinte, mal premi o botão do elevador, a porta abre-se de repente, e quase me assustei: a sombra do Almeida estava lá dentro à minha espera.

Bom dia, Senhor Cruz, como vai essa bizarria? Está com melhor cara, dormiu bem?

Olá, Senhor Almeida, obrigado, nem por isso, apesar do sagrado comprimido. Comigo é sempre isto: a mudança da hora ataranta o meu ritmo biológico.

A mim, desta vez, não me fez diferença. Desde que mudei a cama para o quarto das traseiras, durmo como uma pedra. Antes, sim, era um problema com ou sem mudanças horárias. Ia agora mesmo ao café tomar o mata-bicho. Fazem lá umas torradas deliciosas. E o nosso Hermes põe-nas a pingar de manteiga. Dá-me o prazer de o convidar? Deve ter notícias para me dar...

Obrigado, obrigado, Senhor Almeida! Como passei a

noite em branco, tomei o café da manhã mais cedo. Mas tenho muito gosto em fazer-lhe companhia. Em vez da torrada, tomo a bica da praxe.

Então, vamos! Atenção à sinaleira! Os automobilistas, agora, não querem saber dos travões para nada. De olho no telemóvel, sempre na corrida, verde ou vermelho são sinónimos. Ontem à tarde, houve aqui um acidente espectacular! Assisti da minha janela da frente. Meteu polícia e tudo.

Eu não vi, porque, nessa altura, tinha ido ao cemitério tratar da floreira. Mas contaram-me. Parece que não houve danos de maior.

O Almeida, mal acabou a torrada e lambeu as pontas dos dedos besuntadas, emendou logo a conversa na questão da alma que lhe ocupava o cérebro.

Saiba o Senhor Cruz que, depois da história que lhe contei ontem, ocorreu-me outra que comprova a minha tese.

Tese, qual tese?

O senhor estava céptico, teve de sair a correr por causa da história do conto. E não foi possível discutir o assunto a fundo. A propósito: aceitaram-no, sim ou não? Eu continuo na minha: há objectos com alma, há, sim senhor! Oiça mais esta: a história resumida do meu computador e sua cara-metade, a impressora, meus fiéis companheiros

durante tantos anos. Mas, antes, não quer outra bica, Senhor Cruz? E aquele bolinho de arroz tentador na vitrine, não quer provar?

— Fale à vontade, Senhor Almeida, fale, que eu hoje tenho tempo e estou aqui bem instalado a gozar o solzinho enviusado a bater-me nas pernas.

Eu a contar tudo em pormenor e o senhor porventura perito em informática deve estar a fazer um esforço para não se rir nas minhas barbas. Eu sei, sei muito bem que é uma pessoa educada. Mas não quero abusar da sua paciência. Só queria acabar de lhe contar, em meia dúzia de palavras, a história do computador avariado. (Pigarreando) Pois lá chegou o dia em que o meu computador que, diga-se de passagem, já tem uns anitos largos no lombo desvariou. E a companheira dele, a impressora sua unha com carne acompanhou-o nos caprichos. Tive de os meter nos eixos, a ambos, e pôr-me em campo para os substituir. Comecei a informar-me das marcas e dos preços. Uma trabalheira insana! O senhor pode crer que, nessa fase de (des)orientação, até fiquei doente e tive de recorrer ao médico, facto que, por princípio e a todo o custo, evito. Mas nem ele logrou descobrir a causa do distúrbio. (Tossica) Quando já tinha deitado contas à vida e à bolsa e tratado de tudo para a instalação das novas máquinas, quis despedir-me dos velhos, ligá-los em derradeira reverência. E até pretendia escrever posteriormente um “in memoriam”. E quer saber como eles reagiram? Em vez de soltarem o Preview

último suspiro, desataram a funcionar como adolescentes tresloucados! A impressora até deu conta do recado, de que a tinha incumbido um mês atrás, com desembaraço já desnecessário... Uma coisa de pasmar!! (De dedo insistente no ar)E agora diga-me, Senhor Cruz, o meu computador não revela, pela reacção que teve, que é um objecto com alma? Entendeu os problemas todos que me tinha causado, teve pena de mim e resolveu, por empatia, continuar ao meu serviço, sem ceder à tentação do descanso e da reforma merecida. Actualmente lido com ele com mais sensibilidade, sem esquecer os devidos “faz favor” e “obrigado”! E vou-lhe pedindo que aguente por mais algum tempo a nossa cruz comum.Agora preciso da sua ajuda, Senhor Cruz, para achar um nome condigno para este objecto-pessoa (?)Quando puder passar por minha casa, até lhos apresento. E faço questão que seja o padrinho de baptismo. Eu pensei, num súbito impulso, chamar-lhe Cireneu. Que acha?

Obrigado, amigo Almeida, ser padrinho é uma honra e distinção! Acho Cireneu apropriado, em todos os sentidos. Mas podia escolher um nome mais curto, mais ligeiro de articular: Zuca, por exemplo. Assim de repente, não me ocorre nada de jeito.

Já deve estar com fome, não vai agora um bolinho de coco ou uma torrada?

— Não, fica para a próxima. Agora não podemos continuar a empatar. O Hermes já limpou as máquinas e está

morto por trancar a baiuca.

Então vamos lá embora! Mas pense num nome, por favor!

Chegámos a casa num instante a sinaleira sempre no verde. Mas o elevador não descia, por mais que premíssemos o botão.

Senhor Almeida, o elevador está avariado! Não tem o seu telemóvel à mão? Ligue para o Ferreira!

Qual Ferreira?

O homem das avarias.

E o número?

O que está escrito aí na chapa: 13 55 77.

… … … Não atendem.

Insista, homem, não desista!

… … … … … … Já lhe disse que ninguém responde. É sempre assim: “Em casa de Ferreira espeto de pau”.

Vamos ver, amigo Cruz, se o café ainda tem meia porta aberta.

O Hermes está a cerrar o esquema de segurança.

— Chame-o! Faça-lhe um sinal!

O Hermes, reluzente, voou célere ao nosso encontro e desencalhou o elevador num ápice. Afinal era ele também o H. Ferreira das avarias! Santo Deus!

Domingo, 25 de Abril (Dia da Liberdade)

O Hermes, inspirado pela data do calendário à sua frente, resolveu pôr música a condizer com o dia: o novo álbum dos “Finalistas de Abril”, oferta da véspera do seu ex-compincha e contrabaixo da banda.

A música do CD agradou ao Hermes, mas ainda mais aos passantes, que fizeram ajuntamento à porta do Chave d’Ouro, na expectativa de um copito à borla. E a malta, pronta a invadir o café, gritava em coro:

— Viva o povo! Viva a liberdade! Também queremos reinar!

O Hermes, ampliando a estatura num esforço atlético de braços e pernas em girândola, conseguiu travar a investida popular, repetindo a súplica inaudível no rumor das vozes em volta.

Saiam daqui, não impeçam a entrada aos nossos clientes! Não há nada à borla.

O matula de gorra vermelha, que se improvisou em chefe de grupo, comandou.

Embora, vamos embora, que daqui hoje não se leva nada. Se o preto te manda um soco, ficas lixado pró resto da vida!

Os senhores venham por aqui, por este lado! Vou abrir uma nesga da porta de serviço só para os senhores. E aqui já não entra mais ninguém.

Ó Hermes, que tal barafunda hoje!

A mesinha está de reserva à vossa espera.

Em que apertos nos metemos, Almeida! Toca a entrar, que recuar ainda é mais complicado.

Desta não estava eu à espera, Cruz. Tinha-me esquecido por completo da data. Por um lado, antes assim. Se nos tivéssemos lembrado a tempo, não teríamos provavelmente saído de casa. E estaria eu às voltas com o microondas, que era capaz de me estragar a comida e o humor. Aqui, ao menos, não passamos fome.

Nunca vi o café tão animado, Hermes. É só por causa da efeméride?

— Eu ajudei à missa com a música da banda dos „Finalistas

de Abril“. É uma formação recente. Um cara meu conhecido veio ontem cá trazer-me um CD fresquinho. Como veem, um êxito de fazer parar o trânsito! O que lhes trago? Pela hora, devem querer mais do que a biquinha…

Eu vou por uma tosta mista e um galão. E você, Cruz?

O mesmo, para já. E aproveitar para descansar as pernas.

Então, enquanto esperamos pelo conduto, queria dizer-lhe que o Simão está satisfeito com o nome. O que me falta agora é um nome para o safado do microondas. Consome-me.

Esse também é objecto com alma?

E de que raça! Ou esturra, ou nem aquece o que lhe meto no bucho. Só faz o que lhe apetece. Ontem ia tendo um ataque de nervos com as partes gagás do indivíduo. Imagino que se o tratasse como gente, com nome, (mas qual?) tudo seria mais fácil entre nós. Ó Cruz, ajude-me!

Se ele é assim tão lunático, precisa de dois nomes complementares. Sugiro que lhe chame Abel ou Caim, conforme a maré. Abel para os dias-sim, Caim para os dias-não.

Boa ideia, Cruz! Deixe-me experimentar a articulação: Caim, cão, canalha! Até alivia a raiva…

Lá vem o Hermes com as tostas. Almeida, vamos a isto, que se faz tarde.

Segunda-feira, 26 de Abril

(Dia de Santo Anacleto e Dia da Propriedade Intelectual)

São as 11:30. O Senhor Almeida, já engravatado e pronto para sair, não se dirige logo ao elevador, mas, após ligeira hesitação, toca à campainha do Senhor Cruz. Este abre a porta sorridente, atira a escova, que ainda segurava na mão direita, para cima de uma cadeira atrás de si e, sem mesmo pedir ao outro que entrasse, sai rápido com um „bom dia“ escapado por entre os dentes.

Como está um dia tão bonito, Cruz, pensei que quisesse dar uma voltinha antes da bica.

Eu também estava com vontade de mudar de posição.

Estive muito tempo sentado à secretária, o que é fatal para as minhas vértebras descalcificadas.

Pelos vistos você está, então, em produção acelerada… Eu também estava com curiosidade de saber o

que aconteceu ao seu Conto. Ontem, com a balbúrdia no café, nem deu para tocar no assunto. Ora diga lá: foi aceite?

— Foi, sim, mas sem promessa de remuneração… Que ainda tinham de fazer uns cálculos antes de me apresentarem uma proposta concreta. Prometeram entrar em contacto comigo logo no início do próximo mês.

Mas isso já é uma vitória, Cruz: ver o seu trabalho em letra de forma, homem de Deus! E lá virá o dia da remuneração para festejarmos devidamente o sucesso! Bom, para já, uma bica bem tirada pelo Hermes.

(Já dentro do Chave d’Ouro)

Sejam bem-vindos depois da revolução de ontem! Hoje está tudo calminho, num santo repouso, como diz aqui o santo do calendário.

Qual santo, Hermes?

Não faço ideia quem seja este Santo Anacleto; mas, se o padre Amaro passar hoje por cá, pergunto-lhe. Só as biquinhas ou mais alguma coisita para debicar?

Mais um jesuíta para mim. E para você, Almeida?

Um menos monástico para mim: um „éclair“ de chocolate.

OK. É só um momentinho.

A propósito de comida, Cruz, o estafermo do Caim

gostou tanto do nome, que eu hoje só precisei de o tratar por Abel. Você teve uma ideia magnífica! E agora — como se vê por este bom resultado que há objectos com alma e que você tem dedo para lidar com as coisas queria perguntar-lhe se já me arranjou um nome que agrade ao meu computador destrambelhado. Nós já tínhamos começado a tratar do caso, mas tivemos de interromper porque se fez tarde. Recorda-se?

Cá estão os debiques, com licença.

Obrigados, Hermes.

Eu pensei numa solução mais prática, já que se trata do computador e da impressora, um par de almas tão unidas.

A ele chame-lhe Adão o primeiro homem, ou Alfa a primeira letra do alfabeto. A ela chame-lhe Eva, ou Beta. E aqui temos os nomes do primeiro par da humanidade ou do primeiro par de letras.

Caramba, Cruz, que ideia genial! Que você era uma pessoa educada, já eu sabia, mas assim culta: Chapéu! A mim convenceu-me; vai convencê-los a eles de certeza.

O pior, Almeida, é que eu já tinha sugerido o nome de Zuca…

Não tem importância. Ele, se calhar, com a idade que tem já não se lembra… E os seus argumentos são irresistíveis. De forma que se podia guardar o Zuca para o zuca do elevador, esse que tem uma alma azoratada.

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