Prosper Mérimée CARMEN
seguido de LOKIS
tradução e apresentação
Aníbal Fernandes
T ÍTULO DO ORIGINAL: CARMEN; LOKIS
© SISTEMA SOLAR CRL
RUA PASSOS MANUEL 67B, 1150-258 LISBOA tradução © ANÍBAL FERNANDES, 2023
ISBN 978-989-568-112-9
1.ª EDIÇÃO, OUTUBRO DE 2023
CAPA: GOYA, CAPRICHO (PORMENOR)
REVISÃO: DIOGO FERREIRA
DEPÓSITO LEGAL: 521813/23
ESTE LIVRO FOI IMPRESSO NA ULZAMA
Um livro onde Carmen e Lokis surgem reunidos pode não ser mais do que a associação de dois pontos altos na série de contos e curtas novelas que se fizeram o essencial na obra literária de Prosper Mérimée; mas reúne, além disto, duas histórias-pretexto; ou seja, em Carmen a oportunidade de uma dissertação sobre o mundo e os hábitos dos ciganos ibéricos; em Lokis um fantástico de escabroso subentendido que recupera e transtorna uma lenda da tradição eslava, aqui deslocada até à Lituânia como pretexto para uma reflexão sobre a estranha língua samogítica que Mérimée designa no texto com a forma popular jmud.
Mérimée nasceu em Paris no mês de Setembro do ano 1803; o seu pai, pintor de quadros banais, tinha o curioso nome de Léonor Mérimée; a sua mãe anglófila, culta e autoritária, dominou o filho com uma possessiva relação edipiana e durante toda a vida incitou-o à prudência de um celibato que ele temperou com relações cuidadosamente desviadas da vigilância materna. «Não podes confiar nas mulheres» — dizia ela, cautelosa ao ponto de mandar gravar-lhe num anel uma variante mais vaga do mesmo conselho: «Lembra-te de que deves desconfiar», uma frase que surgia no aro de ouro em minúsculas letras gregas e se reduzia, na gramática pessoal de Madame Mérimée, aos perigos de convivências mais íntimas com o elemento feminino.
Prosper aprendeu, nessa juventude maternalmente tutelada, a tocar piano e a cantar (Roma deu-lhe o primeiro prémio internacional de piano e Paris o terceiro de canto coral); estudou línguas exteriores ao que era mais comum na cultura do francês culto, e ficou a dominar razoavelmente o árabe, o russo e o grego; na universidade, por insistência paterna chegou à licenciatura em direito. Mas a sua mãe, que achava tudo isto mal aproveitado, queixou-se numa carta: «No Prosper há muita ambição mas o hábito de gracejar demais, e dá nas vistas com pouca eficiência.»
A literatura surgiu-lhe a duplicar ocupações administrativas que o tiveram como secretário do conde d’Argout, pouco depois como funcionário nos ministérios do Comércio e da Marinha, como inspector geral dos Monumentos Históricos (ficou a dever-se-lhe, na extensa lista das suas actuações ligadas a este cargo, a salvação do baptistério de São João, a descoberta de uma pintura medieval oculta na catedral de Puy-en-Velay, a classificação da cripta de São Lourenço em Grenoble, o restauro de muitas igrejas hoje consideradas com inegável valor histórico e artístico); a literatura — entre as suas múltiplas actividades — foi a única que lhe deu fama internacional, e revelou-se nela discretamente com novelas e poemas em prosa, com primeiros êxitos muito devedores do enigma que as «travessuras» literárias levantam: a de umas quantas peças de teatro que em 1825 surgiram reunidas no livro Théâtre de Clara Gazul, comédienne espagnole, obra de um autor que se dava a conhecer com o falso nome Joseph Lestrange; a que recolheu em 1927 falsos cantos ilíricos publicados com o título La Guzla (um anagrama de Gazul) e assinados pelo bardo imaginário Hyacinthe Maglanovich. Nesta primeira época, Mérimée também escreveu textos anónimos em prosa que nenhum brilho hoje acrescentam à extensa relação de novelas e contos que vieram
a dar-lhe celebridade e a fazer dele um assinalável nome na literatura francesa do século XIX; ao longo da sua vida literária também escreveu ensaios, estudos históricos e livros de viagens; um romance de 1829 (o único na sua obra e com um título que ilude o género: Chronique du règne de Charles IX); e, como tradutor do russo, fez duas vezes passar Púskine para o seu francês, e cinco para revelar à França o seu amigo Turguéniev.
Em 1844, duplamente reconhecido pela sua obra de escritor e inspector de monumentos históricos, foi eleito membro da Academia das Inscrições e das Belas Letras e (honra bastante maior) da Academia Francesa, onde ocupou o lugar deixado vago com a morte de Charles Nodier. Aqueles que o instalavam como escritor no segundo plano dos superficiais, que só lhe encontravam na prosa um exercício de oralidade onde se apagava desastrosamente o estilo (um «pecado» que a literatura do seu século tinha dificuldade em perdoar) não desaproveitaram a oportunidade destas simultâneas eleições para afirmar que Mérimée era «justamente recompensado pelo seu videirismo». E Victor Hugo, que não lhe apreciava o carácter nem queria encontrar virtudes na sua escrita (não nos esqueçamos de que Hugo tinha sido obrigado a exilar-se numa ilha britânica pelo que escrevia a respeito de Napoleão III, amigo íntimo de Mérimée), servir-se-á mais tarde de um poema incluído em Toute la lyre para associá-lo ao tédio visual que ali sentia: «Outro prazer não me é dado além de ver no horizonte / Um grupo de telhados rasos de onde sobe fumo. / Paisagem tão vulgar como Mérimée.»
Este ficcionista de intensa actividade não era prejudicado pelas distracções nem pelos ambientes hostis à concentração que inevitavelmente se sucedem no dia-a-dia dos que viajam; Mérimée escrevia sem incómodo no ambiente despersonalizado dos hotéis,
dos barcos, dos comboios; fazia, com esta desenvoltura que não lhe atrapalhava a criação, viagens através dos países da Europa; e eles segredavam-lhe histórias dominadas por cores fortes que ele sabia encontrar nos locais que visitava. Em muitas reconhecemos a França, mas também a Córsega, a Itália, a Espanha, a Lituânia, que ele tão bem soube recriar e amar nas suas diferenças.
Nos seus períodos franceses dava ao celibato, defendido com rigor militante, compensações de acaso que não chegassem ao comprometimento. Neste desfile foram mais evidentes George Sand (porque se encarregou de defini-lo por escrito como «um fiasco») e Valentine Delessert (esposa de um prefeito da polícia) que perdurou na sua vida amorosa com um período mais extenso.
A sua vida social, vivida numa simplicidade que o afastava dos aristocratas, fazia-o frequentar muito pouco os salões literários e mundanos. Há no entanto uma excepção nesta vida de homem avesso às aparições em locais excessivamente frequentados pela alta sociedade. Em 1830, numa viagem de Mérimée à Espanha, a condessa de Montijo impressionara-o ao ponto de ele condescender numa amizade que veio a prolongar-se epistolarmente até 1853, e depois disso com uma convivência directa por essa condessa ter-se casado com Napoleão III e passar a ser imperatriz dos Franceses. O pacato Mérimée frequentou regularmente o palácio imperial e foi visto como íntimo amigo da imperatriz, uma proximidade do poder que o elevou ao título de senador; e quando Napoleão III teve vontade de escrever uma Histoire de Jules César, não deixou de ser evidente que a ajuda de Mérimée tinha feito muito mais legível a sua prosa. Tudo isto podia ter chegado à recompensa de uma nomeação como ministro da Instrução Pública se o escritor, depois de hesitações e pedidos de desculpa, não encontrasse a forma não muito indelicada de recusá-la ao imperador do seu país.
Esta vida muito próxima do palácio imperial começou a ser interrompida por frequentes viagens até Cannes. Mérimée, asmático desde a sua juventude, era aconselhado pelos médicos a respirar os ares do Midi; mas um fulminante ataque matou-o em 23 de Setembro de 1870, com sessenta e seis anos de idade. Treze dias antes, a sua amiga imperatriz tinha deixado de ser a mais alta figura feminina do país; Napoleão III, deposto pela Assembleia Nacional, sem ter nenhum papel político na proclamada Terceira República, foi levado preso para o Schloss Wilhelmshöhe de Kassel, na Alemanha, e mais tarde autorizado a um exílio em Chislehurst na Inglaterra.
*
Mérimée, um dos românticos mais corajosos e marcantes da sua geração, teve de J. Barbey d’Aurevilly esta curiosa frase: «Talento brilhante e negro como a Espanha que ele pintou, e com um refinamento que chega à malvadez. Há Goya em Mérimée.» A.F.
carmen
Carmen foi publicado pela primeira vez em Outubro de 1845 na Revue des Deux Mondes e teve no ano seguinte a sua versão em livro, acrescentada com o que passou a ser o seu quarto capítulo. Parece, no entanto, que Mérimée teve algumas hesitações em dar ao público esta novela, que viria a ser a sua obra literária mais célebre. «A miséria, consequência inevitável de uma longa viagem, fez com que eu consentisse em entregar Carmen ao Buloz», escreveu numa carta a Esprit Requien. E dias mais tarde ao advogado Ludovic Vitet: «Vai ler daqui a algum tempo uma graça deste vosso humilde criado, que continuaria inédita se o autor não se visse obrigado a comprar calças.»
A história que está na sua génese tinha-lhe sido contada quinze anos antes na Espanha pela condessa de Montijo. Numa carta de Maio de 1845 ele comunicava-lhe: «Acabo de passar fechado oito dias; não a escrever sobre os factos e os actos do falecido D. Pedro, mas uma história que me contastes há quinze anos e eu temo ter estragado. Diz respeito a um jacque de Málaga que matou a sua amante, uma mulher que se consagrava exclusivamente ao público. Depois de Arsène Guillot, nada de mais moral encontrei para oferecer às nossas belas damas. E como ando desde há algum tempo a estudar com muita atenção os ciganos, fiz da minha heroína uma cigana.»
Mérimée parecia não ter consciência de que esta obra, amadurecida durante quinze anos antes de ser escrita, se destinava a conferir-lhe — com grande ajuda de uma futura ópera de Bizet baseada no seu terceiro capítulo — o maior dos seus prestígios literários; de que o seu encanto saberia suscitar nos próprios espanhóis admirações; de facto, até Miguel de Unamuno, que se mostrava sempre tão comedido nos elogios à cultura literária francesa, escreveu: «Entre todos os escritores franceses que vieram à Espanha buscar a sua inspiração, talvez não haja ninguém que tenha, melhor do que Mérimée, llegado al cogollo [cerne, botão] del alma española alguna vez…»
A preparação para escrever Carmen ficou registada em muitas das suas cartas. Em Agosto de 1844 confessava a Édouard Grasset: «A propósito de linguística, estudei durante vários dias o calão dos zingari.» E em Julho de 1845 a Nicholas Maréchal: «Agradeço muito as interessantes informações que me dá sobre os ciganos que vivem ao pé de si; as palavras que teve o cuidado de confiar-me são quase todas análogas às palavras do dialecto espanhol que exprime as mesmas ideias. […] Levar-me-á a mal, senhor, se eu pedir que continue as suas buscas sobre o romani?»
Mérimée mostra, num desfile de cores vivas e cheiros fortes, a sua consumada arte da encenação. Concentrou numa única personagem feminina o veneno intenso de todas as sedutoras ciganas que pôde ver de perto nas suas deambulações por uma Espanha andaluza e carregada de tradição. A sua Carmen, «a mulher que brinca com o homem», onde a beleza do amor se mistura com a morte, tem sido vista e ouvida nas incontáveis encenações da ópera de Bizet. Mas já foi dito que surgiu mais de vinte vezes no cinema, ao que parece pela primeira vez num filme espanhol de 1910. Ficaram como mais conhecidas a versão de 1915 realizada
LIVROS SISTEMA SOLAR
Os génios, seguido de Exemplos, Victor Hugo
O senhor de Bougrelon, Jean Lorrain
No sentido da noite, Jean Genet
Com os loucos, Albert Londres
Os manuscritos de Aspern (versão de 1888), Henry James
O romance de Tristão e Isolda, Joseph Bédier
A freira no subterrâneo, com o português de Camilo Castelo Branco
Paul Cézanne, Élie Faure, seguido de O que ele me disse…, Joachim Gasquet
David Golder, Irene Nemirowsky
As lágrimas de Eros, George Bataille
As lojas de canela, Bruno Schulz
O mentiroso, Henry James
As mamas de Tirésias – drama surrealista em dois actos e um prólogo, Guillaume Apollinaire
Amor de perdição, Camilo Castelo Branco
Judeus errantes, Joseph Roth
A mulher que fugiu a cavalo, D.H. Lawrence
Porgy e Bess, DuBose Heyward
O aperto do parafuso, Henry James
Bruges-a-Morta – romance, Georges Rodenbach
Billy Budd, marinheiro (uma narrativa no interior), Herman Melville
Histórias da areia, Isabelle Eberhardt
O Lazarilho de Tormes, anónimo do século XVI e H. de Luna
Autobiografia, Thomas Bernhard
Bubu de Montparnasse, Charles-Louis Philippe
Greco ou O segredo de Toledo, Maurice Barrès
Cinco histórias de luz e sombra, Edith Wharton
Dicionário filosófico, Voltaire
A Papisa Joana – segundo o texto de Alfred Jarry, Emmanuel Rhoides
Bom Crioulo, Adolfo Caminha
O meu corpo e eu, René Crevel
Manon Lescaut, Padre Prévost
O duelo, Joseph Conrad
A felicidade dos tristes, Luc Dietrich
Inferno, August Strindberg
Um milhão conta redonda ou Lemuel Pitkin a desmantelar-se, Nathanael West
Freya das sete ilhas, Joseph Conrad
O nascimento da arte, Georges Bataille
Os ombros da marquesa, Émile Zola
O livro branco, Jean Cocteau
Verdes moradas, W.H. Hudson
A guerra do fogo, J.-H. Rosny Aîné
Hamlet-Rei (Luís II da Baviera), Guy de Pourtalès
Messalina, Alfred Jarry
O capitão Veneno, Pedro Antonio Alarcón
Dona Guidinha do Poço, Manoel de Oliveira Paiva
Visão invisível, Jean Cocteau
A liberdade ou o amor, Robert Desnos
A maçã de Cézanne… e eu, D.H. Lawrence
O fogo-fátuo, Drieu la Rochelle
Memórias íntimas e confissões de um pecador justificado, James Hogg
Histórias aquáticas – O parceiro secreto, A laguna, Mocidade, Joseph Conrad
O homem que falou (Un de Baumugnes), Jean Giono
O dicionário do diabo, Ambrose Bierce
A viúva do enforcado, Camilo Castelo Branco
O caso Kurílov, Irène Némirowsky
Nova Safo – tragédia estranha, Visconde de Vila-Moura
A costa de Falesá, Robert Louis Stevenson
Gaspar da Noite – fantasias à maneira de Rembrandt e Callot, Aloysius Bertrand
Rimbaud-Verlaine, o estranho casal
O rato da América, Jacques Lanzmann
As amantes de Dom João V, Alberto Pimentel
Os cavalos de Abdera e mais forças estranhas, Leopoldo Lugones
Preceptores – Gabrielle de Bergerac seguido de O discípulo, Henry James
O Cântico dos Cânticos – traduzido do hebreu com um estudo sobre o plano a idade e o carácter do poema, Ernest Renan
Derborence, Charles Ferdinand Ramuz
O farol de amor, Rachilde
Diário de um fuzilado, precedido de Palavras de um fumador de ópio, Jules Boissière
A minha vida, Isadora Duncan
Rakhil, Isabelle Eberhardt
Fuga sem fim, Joseph Roth
O castelo do homem ancorado, Joris-Karl Huysmans
Tufão, Joseph Conrad
Heliogábalo ou o anarquista coroado, Antonin Artaud
Van Gogh o suicidado da sociedade, Antonin Artaud
Eu, Antonin Artaud
A morte difícil, René Crevel
A lenda do santo bebedor seguido de O Leviatã, Joseph Roth
O Chancellor (Diário do passageiro J.R. Kazallon), Jules Verne
Orunoko ou o escravo real (uma história verídica), Aphra Behn
As Portas do Paraíso, Jerzy Andrzejewski
Tirano Banderas (novela de Terra Quente), Ramón del Valle-Inclán Cáustico Lunar seguido de Ghostkeeper, Malcolm Lowry Balkis (A lenda num café), Gérard de Nerval
Diálogos das carmelitas, Georges Bernanos
O estranho animal do Vaccarès, Joseph d’Arbaud
Riso vermelho – fragmentos encontrados de um manuscrito, Leonid Andreiev
A morte da terra, J.-H. Rosny Aîné
Nossa Senhora dos Ratos, Rachilde
O colóquio dos cães incluído no Casamento enganoso, Miguel de Cervantes
Entre a espada e a parede, Tristan Bernard
A vida de Rembrandt (história a ir para onde lhe dá), Kees van Dongen
Os meus Oscar Wilde, André Gide
As aventuras de uma negrinha à procura de Deus, George Bernard Shaw
Meu irmão feminino – «Noites Florentinas», Marina Tsvietaieva
Jean-Luc perseguido, Charles Ferdinand Ramuz
O filho de duas mães, Edith Wharton
A armadilha, Emmanuel Bove
Um jardim na margem do Orontes, Maurice Barrès
Erotika Biblion, Conde de Mirabeau
A minha amiga Nane, Paul-Jean Toulet
Paludes, André Gide
O bar dos dois caminhos, Gilbert de Voisins
Sol, D.H. Lawrence
Cagliostro, Vicente Huidobro
As magias do Ceilão, Francis de Croisset
Má sorte que ela fosse puta, John Ford
Chita – uma memória da Ilha do Fim, Lafcadio Hearn
A mulher 100 cabeças, Max Ernst
A dificuldade de ser, Jean Cocteau
O duplo Rimbaud (com um preâmbulo de Benjamin Fondane), Victor Segalen
A vida apaixonada da grande Catarina, Princesa Lucien Murat
Casa de incesto, Anaïs Nin
Morte de Judas seguido de O ponto de vista de Pôncio Pilatos, Paul Claudel
Os domingos de Jean Dézert seguido de contos, Jean de la Ville de Mirmont
Ser ou não ser – Três histórias, Honoré de Balzac
Babilónia, René Crevel
O encontro (uma história incerta), Henri de Régnier
Carmilla, Sheridan Le Fanu
Mulheres na vida, Guy de Maupassant
O plantador de Malata, Joseph Conrad
A mandrágora, Jean Lorrain
A biografia de Vénus, deusa do amor, Francis de Miomandre Viagem ao país dos Tarahumaras, Antonin Artaud
O nevoeiro de 26 de Outubro e outras lições de abismo, Maurice Renard
Salomé, Salomés…, Gustave Flaubert, Oscar Wilde, Guillaume Apollinaire e ainda Mário de Sá-Carneiro, Eugénio de Castro, Fernando Pessoa
Battling Malone, pugilista, Louis Hémon
Kyra Kyralina, Panait Istrati
Codine, Panait Istrati