A Ideia É Nossa! (Arte, Filosofia e Mundo)

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LIVROS PUBLICADOS

Sequência

Ameríndias: performances do cinema indígena no Brasil, AA.VV., seleção de textos de Rita Natálio, Rodrigo Lacerda, Susana de Matos Viegas

Matchundadi: género, performance e violência política na Guiné-Bissau, Joacine Katar Moreira, prefácio de Pedro Vasconcelos

Esferas da Insurreição: notas para uma vida não chulada, Suely Rolnik, prefácio de Paul B. Preciado

O Desensino da Arte: projecto de uma Escola Ideal, Maria Sequeira Mendes, Marta Cordeiro, Marisa F. Falcón

Coisas de Theatro e Loisas de Theatro, Sousa Basto, Santos Gonçalves, prefácio de André e. Teodósio, prelúdio de Paula Gomes Magalhães

Uma Coisa Não É Outra Coisa: teatro e literatura, José Maria Vieira Mendes

Recordações d’uma Colonial (Memorias da preta Fernanda), A. Totta & F. Machado, introdução de Pedro Schacht Pereira, epílogo de Inocência Mata

A Construção Sonora de Moçambique 1974-1994, Marco Roque de Freitas, prefácio de Nataniel Ngomane

Série

Curta introdução a um catálogo sem autor, Anónimo, prefácio de Cyriaque Villemaux

Impasse, João Pedro Vale, Nuno Alexandre Ferreira, Diogo Bento, introdução de André e. Teodósio

Anda, Diana, Diana Niepce, prefácio de André e. Teodósio, J.M. Vieira Mendes

Delirar a Anatomia, Partituras-Poemas de Ana Rita Teodoro + (des)léxico para A.A. de Joana Levi

a body as listening – resonant cartography of music (im)materialities, Joana Sá

#aseriesofprotectivestyles, Vol. I. A Coroa, Petra.Preta

ed._________

Sequência

coleção dirigida por André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes

«ed._________» resulta da colaboração da editora Sistema Solar com o Teatro Praga. Esta chancela é composta por duas coleções. A coleção «Série» divulga o património imaterial das artes performativas contemporâneas. A coleção «Sequência» organiza-se em livros temáticos oriundos de diversas disciplinas, que ofereçam uma reflexão sobre sistemas de poder e protesto na atualidade. Pretende-se assim colmatar a ausência, no panorama editorial português, de uma bibliografia regular e consistente dedicada às artes performativas, bem como pensar o mundo e a história com recurso a disciplinas estéticas, filosóficas e políticas.

André Barata, André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes (orgs.)

A IDEIA É NOSSA! (Arte, filosofia e mundo)

SISTEMA SOLAR ed._________
Índice «A ideia é vossa», Prefácio pelo Teatro Praga ....................... 11 I. Duas perguntas, duas conversas ......................... 19 Introdução, por André Barata ............................... 21 1. «Pode mesmo a arte transformar o mundo?» ................... 23 Com Boris Groys, Béatrice Joyeux-Prunel e Catarina Pombo Nabais Moderação de André Barata 2. Como nos vamos entender com o mundo? .................... 39 Com Yves Michaud, Peter Trawny e Luísa Semedo Moderação de André Barata II. Frente-a-frente ....................................... 57 Introdução, por José Maria Vieira Mendes ...................... 59 1. Música e filosofia ........................................ 63 Com Filipe Sambado e Nuno Fonseca 2. Cinema e filosofia ....................................... 77 Com André Godinho e João Constâncio 3. Artes plásticas e filosofia ................................... 87 Com Susana Mendes Silva e António Guerreiro 4. Poesia e filosofia ......................................... 99 Com Yara Monteiro e Maribel Sobreira Biografias ................................................. 111

Prefácio pelo TeatroP ra g a

A ideia é vossa

Criatividade é a inteligência a divertir-se.

A convite do Teatro Municipal São Luiz e da sua diretora, Aida Tavares, a curadoria da segunda edição do evento Filo-Lisboa, programa que resulta da associação entre três estruturas de países diferentes (Goethe-Institut Portugal, Institut Français du Portugal e São Luiz Teatro Municipal), ficou a cargo do Teatro Praga (André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes), que convidou o filósofo e professor André Barata para pensar o que poderia ser um dia inteiro dedicado à Arte e à Filosofia.

E assim, a 29 de novembro de 2021, aconteceu A ideia é minha! (Arte e Filosofia), evento com diferentes atividades e línguas (francês, alemão e português) que se disseminou pelos espaços do Teatro Municipal São Luiz, bem como numa plataforma on-line, resultado dos tempos pandémicos que nos empurraram para novos hábitos. Pôde ver-se filmes, ouvir música, assistir a conferências filosóficas para crianças, a leituras de livros, conversas com artistas e espetáculos em torno da relação entre filosofia e arte.

Pretendeu a programação juntar diferentes gerações, tal como se juntavam diferentes línguas, e testar as possibilidades de diálogo entre pessoas que se dedicam a coisas distintas mas também semelhantes. E por isso, logo pela manhã, e sob o título «A idade dos porquês», Vanessa Martins e Dina Mendonça conversaram com crianças, respetivamente sobre o feio («Isto é cocó») e sobre a interpretação («Quem pensa aqui sou eu!»), recorrendo a formas participativas variadas. Pouco depois, o músico Alex d’Alva Teixeira fazia uma homenagem a José Barata Moura para escolas do primeiro e segundo ciclo, interpretando algumas das famosas músicas do cancioneiro infantil do filósofo e compositor, articulando-as com a sua (de Alex d’Alva) história de vida e forma de pensar a música. À tarde, pudemos seguir on-line uma leitura, feita por várias pessoas convidadas, de parte da obra Rua de Sentido Único de Walter Benjamin, enquanto decorriam, na sala

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Mário Viegas e Bernardo Sassetti do São Luiz, quatro «frente-a-frente» entre filósofxs e artistas e, na sala Luís Miguel Cintra, dois debates moderados por André Barata subordinados às questões, «Pode mesmo a arte transformar o mundo?» (com Béatrice Joyeux-Prunel, Boris Groys e Catarina Pombo Nabais) e «Como nos vamos entender com o mundo?» (com Luísa Semedo, Peter Trawny e Yves Michaud). Finalmente, já à noite, pudemos assistir a um concerto de Mário Laginha, que intercalava a música com a partilha do seu processo criativo, dando-nos a ouvir ecos da história da música alemã e francesa na sua biografia. Na sala Mário Viegas, e em simultâneo, podia ver-se o espetáculo de Vera Mantero, O Que Podemos Dizer de Pierre, em que a coreógrafa e bailarina dança ao som de uma conferência de Deleuze.

Tomando conta dos vários espaços do São Luiz, espalhando-se por palcos, plateias, ecrãs e foyers, com intervenções visuais múltiplas do artista Bruno Bogarim, criou-se assim uma relação que se pretendia quotidiana e descomprometida e que buscava a acessibilidade sem facilitismo e sem abdicar da diversão. A dinâmica, a simultaneidade e o trânsito que o espaço do Teatro estimulavam revelou-se fundamental para um pensamento em movimento, com entradas e saídas, que obrigava a escolher e que nos fazia ficar sempre com uma sensação de parcialidade e desequilíbrio. Foi um dia em cheio porque cheio de perguntas e em que cada pessoa saiu com ideias diferentes porque, afinal de contas, o mote era esse mesmo: a ideia a quem a fizesse, porque a ideia é vossa, ou seja, a ideia é nossa.

Este livro é um eco, também ele parcial, desse acontecimento, seguindo o mesmo interesse de tornar acessível o pensamento de quem faz filosofia, bem como de quem faz arte, não através de estratégias de simplificação ou infantilização, mas pela disponibilização de alguns dos materiais que resultaram daquele dia. Coube aos curadores transformarem-se em editores e converterem o registo das conversas em texto para leitura. Entendemos que o que se passou naquele dia de novembro merecia um objeto que o recordasse, mas que também lhe desse futuro. O privilégio de se ter juntado gente tão díspar e a singularidade dos encontros, bem como a felicidade dos registos, impulsionou este livro. Poderão, pois, encontrar nele as duas conversas moderadas por André Barata, bem como o conteúdo dos frente-a-frente entre artistas e filósofos. Ficará sempre a faltar tudo o resto, mas, como o livro quer viver para lá da memória e com olhos para si próprio, esqueçamos agora tudo o resto. Foi também para isso que juntámos a estes materiais dois textos escritos, em jeito de prefácio, por André Barata e José Maria Vieira Mendes, que também servem como reflexão a partir do que está publicado e já não a partir do que aconteceu. E assim uma ideia virou um livro que virou muitas ideias, porque a ideia é vossa.

André E. Teodósio e José Maria Vieira Mendes 14 Prefácio: «A ideia é vossa»

A ideia é minha!

Arte e Filosofia

Um programa pensado pelo Teatro Praga (André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes) e André Barata.

Espaço cénico de Bruno Bogarim.

Site/Plataforma (filolisboa2021.pt) AP|Portugal

Produção executiva: Teatro Praga e São Luiz Teatro Municipal

Coprodução: Goethe-Institut Portugal, Institut Français du Portugal e São Luiz

Teatro Municipal

Com o financiamento do: Fundo Franco-Alemão

Apoio de: Associação de S. Bartolomeu dos Alemães em Lisboa / Teatro Praga

Notas:

Os poemas de Yara Monteiro aqui reproduzidos foram gentilmente cedidos pela Companhia das Letras, chancela Penguin Random House.

As letras de Filipe Sambado aqui reproduzidas foram gentilmente cedidas pela Valentim de Carvalho.

15 (Arte, filosofia e mundo) A IDEIA É NOSSA!

I. DUAS PERGUNTAS, DUAS CONVERSAS

Introdução

Convidámos Béatrice Joyeux-Prunel, Boris Groys e Catarina Pombo Nabais para debater a questão «Pode mesmo a arte transformar o mundo?» e Luísa Semedo, Peter Trawny e Yves Michaud para enfrentar esta outra: «Como nos vamos entender com o mundo?». Juntos perseguimos duas perguntas com genealogia, a primeira a fazer ecoar o repto à transformação do mundo numa marcante tese de Marx sobre Feuerbach, e a outra a reverberar, ainda que de maneiras muito diferentes, a pergunta sobre como vivermos juntos que animou os cursos de Roland Barthes no Colégio de França, ainda nos anos 70 do século passado. Nas duas questões, o mundo foi o elemento comum, entre a filosofia e a arte, as possibilidades do entendimento e da transformação.

Aberto o debate, a resposta às questões não se fará sem perguntas dirigidas às próprias questões — Pode sequer, por princípio, esperar-se que a arte transforme o mundo? E é o entendimento com o mundo uma questão com sentido? Como se as perguntas fossem realidades a observar desta e daquela perspetiva, com um recuo analítico, antes de serem abertas — e abertas serão — na exploração das respostas que possam conter.

A respeito da primeira questão, será notado que o horizonte mais imediato de expectativas pode não ser transformar o mundo. Talvez seja mais o mundo a transformar a arte, ou a imprimir nela a transformação e, por isso, como apontará Boris Groys, há uma vocação de arquivo cultural na arte, a ligar tempos. Também Catarina Nabais perguntará qual a direção do impulso transformador, se partirá das artes para recair sobre o mundo ou se partirá do mundo a transformação de que a arte será sobretudo veículo? E, no entanto, na verdade ao mesmo tempo, há poderosas forças transformadoras na arte, revoluções simbólicas, como lhes chamará Béatrice Joyeux-Prunel. E Groys apresentará uma inspiradora perspetiva da consciência ecológica como consciência artística aplicada à Terra, que Catarina Nabais refraseará pensando a arte como forma de ecologia social e mental. De volta da segunda questão, haveria que notar, à partida, que durante décadas vivemos a vontade de romper consensos opressores, que não guardavam

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direito de alternativa e impunham uma condição gestionária, a contas com os meios apenas, sem escolha de finalidades, um único caminho possível. Num passado ainda recente importou, por isso, libertar o direito ao desentendimento, abrir fissuras na continuidade, restituir espaço de diferença e respiração. Duas décadas dentro do novo milénio, contudo, as preocupações reorientam-se e pedem formulação. A urgência do desentendimento não o pode tornar fim em si mesmo, regra de construção de trincheiras dentro de trincheiras, autoconfinamentos, compartimentações, demarcações, afastamentos, indisponibilidades. Não se trata de retornar ao consenso que não escuta nem acolhe, mas ir desfazendo o desentendimento de que fazemos hábito pelo uso que dele fazemos, os caminhos que nele fazemos, mas dificilmente habitamos de tanto tropeçarmos. E, no entanto, não é fácil. Identifica-se a necessidade de uma mudança, mas também a magnitude que teria de a atravessar. A pergunta torna-se outra, sobre que ideia de política pode estar à altura da mudança. Luísa Semedo confia na empatia, Peter Trawny reclama por outro entendimento de sujeitos individuais, que não desmobiliza a empatia. Michaud discorda, aponta riscos à crença na benevolência, e acusa mesmo um cepticismo — «hoje o mundo é aquilo que não conseguimos suportar nem compreender nem dominar. Queríamos suportá-lo, compreendê-lo e transformá-lo, mas não conseguimos». Talvez, então, antes de qualquer resposta, devêssemos voltar ao começo e perguntar simplesmente: como suportar e estar à altura do que quer que seja que nos surja diante, a começar pela própria capacidade de perguntar? Como enfrentar uma pergunta, suportá-la, como uma ferida aberta, antes de quaisquer respostas que a sarem?

Talvez possa a arte guardar e ensinar-nos essa coragem diante do mundo que é não deixar de o enfrentar, suportar a sua plena presença, sem evasões, por fuga ou delegação. Suportar o mundo, como Sémele diante de Zeus. Talvez assim não morramos, pelo menos de forma indigna.

22 André Barata Introdução

« Pode mesmo a arte transformar o mu n d o ? » Com B o r i s yorG,s lenurP-xueyoJecirtaéB e bmoPanirataC o Nba ia s doãçaredoM e A n d r é Barata

André Barata — Filósofo de formação, é professor associado na Universidade da Beira Interior e presidente da Faculdade de Artes e Letras. Os seus interesses académicos circulam pela filosofia social e política, o pensamento existencial e a psicologia fenomenológica. Tem publicados vários livros de ensaio, como Metáforas da Consciência (2000), Primeiras Vontades — Sobre a liberdade política em tempos árduos (2012); E Se Parássemos de Sobreviver — Pequeno livro para pensar e agir contra a ditadura do tempo (2018) e O Desligamento do Mundo e a Questão do Humano (2020).

André Godinho — Cineasta, realizou os documentários MHM (2009), Faz

Tudo Parte (2009), No Trilho dos Naturalistas (2016) e ficções experimentais:

La chambre jaune (2012), Ponto Morto (2014), Fim da Fita e Uma Rapariga Imaterial (2022). Desde 2018, realizou as séries documentais para a televisão: Armário e As Coisas em Volta. Trabalhou em rodagens como assistente de imagem de 2004 a 2008 e como anotador desde 2015. Realiza vídeo para espetáculos de teatro, dança e ópera. Trabalha regularmente com as companhias Teatro Praga e Estrutura. Faz parte da Cão Solteiro Teatro, com quem trabalha como cocriador e ator, em performances que cruzam o teatro e o cinema.

António Guerreiro — É ensaísta, crítico literário e cronista do jornal Público. A sua área preferencial de produção crítica e ensaística é a literatura portuguesa contemporânea, a estética e a arte contemporânea, a crítica cultural. Publicou dois livros de ensaios: O Acento Agudo do Presente e O Demónio das Imagens — Sobre Aby Warburg, e uma seleção de crónicas, Zonas de Baixa Pressão. É também editor da revista Electra.

Béatrice Joyeux-Prunel — É historiadora de arte moderna e contemporânea, professora universitária e diretora da cátedra de Humanidades Digitais da Universidade de Genebra. Até 2019, foi conferencista de história da arte con-

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Biografias

temporânea na École normale supérieure de Paris. Autora de uma trilogia sobre a globalização artística nos séculos XIX e XX: Les avant-gardes artistiques 1848-1918: Une histoire transnationale (2016); Les avant-gardes artistiques 1918-1945: Une histoire transnationale (2017); e Naissance de l’art contemporain 1945-1970: Une histoire mondiale (2021). Coordena vários projetos utilizando ferramentas digitais para compreender melhor a globalização artística e visual, em particular Artl@as e Visual Contagions. Também trabalha na arte algorítmica de um ponto de vista histórico, social e globalizado, bem como na história visual do petróleo.

Catarina Pombo Nabais — Doutorada em Filosofia Contemporânea pela Universidade Paris 8, com orientação de Jacques Rancière. Investigadora do Departamento de História e Filosofia das Ciências da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e membro integrado do Centro de Filosofia das Ciências, atualmente é head do Science-Art-Philosophy-Lab de que foi criadora (2014) e vice-head do RG Filosofia da Tecnologia, Ciências Humanas, Arte e Sociedade. Pós-graduada em Curadoria da Arte (FSCH/Nova), é também diretora-curadora da galeria Oficina Impossível. Publicou, entre outros, Gilles Deleuze: Philosophie et littérature (2013), Deleuze’s Literary Theory. The Laboratory of His Philosophy (2020) e Processos Criativos nas Ciências e nas Artes. A Questão da Participação Pública (2021).

Boris Groys — É professor na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Nova Iorque, e professor de Filosofia e de História da Arte, na EGS, Saas Fee, Suíça. É autor dos livros Art Power (MIT Press, 2008); History Becomes Form: Moscow Conceptualism (MIT Press, Cambridge Ma. 2010); An Introduction to Antiphilosophy (Verso, 2012); Under Suspicion. A Phenomenology of Media (Columbia University Press, 2012); On the New (Verso, 2014); In the Flow (Verso, 2016); Logic of the Collection (Sternberg Press, 2021).

Filipe Sambado — Inaugurou o seu percurso musical em 2012 com o lançamento do EP Isto Não É Coisa Pra Voltar a Acontecer. No entanto, aconteceu mesmo e assim chegou até nós Vida Salgada, o seu primeiro longa-duração, lançado em 2016. A este sucedeu-se Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo (2018), considerado o melhor disco nacional do ano pela Antena 3, Radar, Vodafone FM, e nomeado para os Prémios SPA 2019 na categoria de Música — Melhor Trabalho de Música Popular. No primeiro trimestre de 2020, Filipe Sambado participou no Festival da Canção, interpretando o tema original «Ger-

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bera Amarela do Sul», que a consagrou vencedora do voto do júri e lhe rendeu o 3.º lugar no pódio da final. Este tema integra o seu último disco, Revezo.

João Constâncio — É professor catedrático do Departamento de Filosofia da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou, em 2005, com uma dissertação sobre Platão, e onde ensina desde 1996. É coordenador executivo do Departamento de Filosofia e diretor, bem como investigador, do IFILNOVA (Instituto de Filosofia da Nova). É autor do livro Arte e Niilismo: Nietzsche e o Enigma do Mundo (Tinta da China, 2013), bem como de muitas outras publicações.

Luísa Semedo — Doutorada em Filosofia, especialidade em Ética e Filosofia Política, pela Universidade Paris-Sorbonne com uma tese intitulada Vers une éthique de l’empathie. Docente na Universidade Clermont-Auvergne e no ensino secundário, dirigente associativa, conselheira das comunidades portuguesas e escritora. Assina uma crónica no jornal Público

Maribel Sobreira — Divide a sua atividade profissional entre a investigação, a docência e o ensaio. As suas áreas de interesse fluem nos entres e cruzam a reflexão filosófica com a arte e a arquitetura. É investigadora em formação do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (CFUL); membro da ISPA (International Society for the Philosophy of Architecture) e do Núcleo de Estudos Simmelianos da Universidade de Lisboa. Concebe e orienta atividades de sensibilização para as artes e arquitetura, colaborou com o Museu Coleção Berardo e MAAT. Iniciou a sua prática curatorial em 2019, com o projeto ARQUIVO EXQUIS, é cofundadora do Colectivo FACA. Tem publicado ensaios na área da reflexão sobre a arquitetura e a filosofia da arte.

Nuno Fonseca — É investigador integrado do Instituto de Filosofia da Nova (IFILNOVA). Investiga vários tópicos da Estética e Filosofia da Arte, focando-se sobretudo na experiência sonora no âmbito das práticas artísticas e musicais contemporâneas, mas também no contexto do quotidiano urbano. Além de vários artigos e capítulos publicados nacional e internacionalmente, é também o autor da primeira tradução e edição integral portuguesa da Lógica de Port-Royal, publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Desde os anos 90, está ligado a experiências com o meio sonoro, nomeadamente através da realização de programas radiofónicos na Rádio Universidade de Coimbra, e mais recentemente, na Antena 2, tem feito também algumas incursões na sonoplastia de espetáculos de teatro e performance.

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Peter Trawny — Estudou Filosofia, Musicologia e História da Arte em Bochum, Freiburg e Basileia; doutoramento em Heidegger, em 1995; licenciatura em Hegel e Schelling, em 2000; palestras em Estocolmo, Viena e Xangai; a partir de 2006, professor adjunto na Universidade de Wuppertal; coeditor da coletânea da obra integral de Martin Heidegger; desde 2012, diretor do Instituto Martin Heidegger na Universidade de Wuppertal.

Susana Mendes Silva — É artista plástica, performer e professora auxiliar na Universidade de Évora/DPAO. O seu trabalho integra uma componente de investigação e de prática arquivística, que se traduz em obras cujas referências históricas e políticas se materializam em exposições, ações e performances através dos mais diversos meios de produção. O seu universo contempla e reconfigura contextos sociais diversos sem perder de vista a singularidade do indivíduo. A sua intimidade psicológica ou a sua voz são inúmeras vezes veículos de difusão e receção de mensagens poéticas e políticas que convocam e reativam a memória dos participantes e espectadores.

Yara Monteiro — Nasceu em Angola, na província do Huambo, em 1979, e cresceu na periferia de Lisboa. Estudou Gestão de Recursos Humanos, área em que trabalhou durante quinze anos. O seu primeiro romance, Essa Dama Bate Bué! (2018), aborda questões de identidade, pós-memória, género, colonialismo e diáspora. Memórias Aparições Arritmias (2021) é o seu primeiro livro de poesia. Tem colaborado na escrita de argumentos e guiões para artes audiovisuais. Já foi comentadora de rádio na RDP África. É curadora do podcast Mukaji, onde explora e reflete sobre questões de cidadania e mobilidade social da mulher em África e na diáspora.

Yves Michaud — Ensinou filosofia em várias universidades em França e no estrangeiro (Montpellier, Rouen, Berkeley, Edimburgo, Tunis, São Paulo, Paris-Sorbonne). É também um crítico de arte e especialista em arte contemporânea. Foi presidente da École des Beaux-Arts de Paris, de 1989 a 1997. Tem escrito extensivamente sobre filosofia política, empirismo, cultura contemporânea e estética. Últimas publicações: L’Art, c’est bien fini — Essai sur l’hyper-esthétique et les atmosphères (2021); Citoyenneté et loyauté (2017); Contre la bienveillance (2016); Narcisse et ses avatars (2014).

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Biografias

© Teatro Praga / Sistema Solar (chancela ed._________ ), 2023 Textos © os Autores

1.ª edição, dezembro de 2023 500 exemplares

ISBN 978-989-568-127-3

Conceção gráfica

Horácio Frutuoso

Tratamento de imagens

Maria Teresa Lacerda

Revisão

José Mário Silva

Impressão e acabamento Europress

Rua João Saraiva, 10 A 1700-249 Lisboa, Portugal

Depósito legal 000000/23

Esta publicação recebeu o apoio da República Portuguesa – Cultura | DGARTES –Direção-Geral das Artes

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