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São recortes dessa trajetória que trouxemos para a segunda edição da Revista Famasul. O ‘Dedo de Prosa’ é com o presiden te Marcelo Bertoni, que traz sua percepção sobre a evolução no campo: dos sistemas produtivos à qualidade de vida de milha res de famílias.
Para esse outubro tão marcante, quando Famasul e Mato Grosso do Sul celebram 45 anos, preparamos reportagens espe ciais que demonstram o compromisso e a presença da Famasul e do Senar/MS na missão de levar conhecimento e inovação para o campo, melhorar a vida de homens e mulheres das áreas rurais e alavancar o agronegócio, com transparência, equilíbrio e, claro, pioneirismo!
Presidente do Sistema
Ao praticar o conceito ESG, a instituição assumiu papel de vanguarda, difundindo as diretrizes que estão revolucionando os rumos do setor em todo o mundo.
E nessa linha de transformação, o convite é para que co nheçam números do agro, narrativas, tendências de mercado, personalidades do campo e a atuação ramificada dos nossos 69 sindicatos rurais, que participam efetivamente de nossas con quistas.
Com diálogo, persistência e muita entrega, o mais belo cami nho vem sendo construído. Parabéns, Famasul e Mato Grosso do Sul, pelos 45 anos!
Boa leitura!
Presidente: Marcelo Bertoni
Vice-Presidente: Mauricio Koji Saito
Diretor Secretário: Claudio George Mendonça - Diretor Tesoureiro: Frederico Borges Stella - 2º Secretário: Fábio Olegário Caminha - 3º Secretário: Massao Ohata - 2º Tesoureiro: André Cardinal Quintino - 3ª Tesoureira: Stéphanie Ferreira Vicente
CONSELHO DE VICE-PRESIDENTES
Antônio de Moraes Ribeiro Neto - Antonio Silvério de Souza - Dario Antonio Gomes Silva - Manoel Agripino Cecílio de Lima - Luciano Aguilar Rodrigues Leite - Leandro Mello Acioly - Rodrigo Ângelo Lorenzetti - Alexandre de Paula Junqueira Netto - Roberto Gonçalves de Andrade Filho
MEMBROS SUPLENTES DA DIRETORIA
Paulo Renato Stefanello - Janes Bernardino Honório Lyrio - Alessandro Oliva CoelhoYoshihiro Hakamada - Bedson Bezerra de Oliveira - Lucicleiton Cirino da Rocha - Hilies de Oliveira - Durval Ferreira Filho - Vilson Mateus
Brusamarello - Valter Dala Valle - Florindo Cavalli Neto - Herminio Pitão - Severino José da Fonseca - Antonio Gisuatto - Edson Bastos - Romeu Barbosa de Souza - Hudson Amorim de Oliveira
MEMBROS DO CONSELHO FISCAL
Efetivos: Jefferson Doretto de SouzaHenrique Mitsuo Vargas Ezoe - Telma Menezes de Araújo - Suplentes: Jesus Cleto TavaresDeny Meirelles Nociti - Fábio Carvalho Macedo
MEMBROS DO CONSELHO DE REPRESENTANTES (CNA)
Efetivo: Marcelo Bertoni - Mauricio Koji Saito - Suplentes: José Vanil de Oliveira GuerraAntonio Ferreira dos Reis
SENAR/MS - Administração Regional do Estado de Mato Grosso do Sul - Conselho Administrativo - Dirigente: Marcelo Bertoni | Membros titulares: José Pereira da Silva | Marcio Margatto Nunes | Valdinir Nobre de Oliveira | Daniel Kluppel Carrara | Suplentes: Mauricio Koji Saito | Janes Bernardino | Honório Lyrio | Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti | Maria Helena dos Santos Dourado Neves | Luciano Muzzi Mendes | Conselho Fiscal: Paulo César Bózoli | João Batista da Silva | José Martins da Silva | Suplentes: Rafael Nunes Gratão | Moacir Reis | Orélio Maciel Gonçalves | Superintendência: Lucas Duriguetto Galvan
REVISTA FAMASUL
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A Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), do Sistema Famasul, criou uma agência de integração de estágio. A plataforma possibilita que estudantes se cadastrem em um banco de currículos que é disponibilizado a empresas do agro.
“A fundação tem o foco no compartilhamento de informações técnicas e científicas, voltadas ao agro, e agora queremos ir além. A ideia é dar oportunidade para que jovens entrem nas empresas e tenham a vivência prática do conteúdo adquirido em sala
de aula. É o primeiro grande passo para uma longa jornada profissional”, explica o superintendente da Funar, Lucas Galvan.
O programa de estágio vai auxiliar as empresas na seleção dos futuros profissionais por meio de ações exclusivas e atendimento personalizado. Para se candidatar, o aluno deve estar matriculado e frequentando as aulas. O cadastro de alunos e a consulta ao banco de talentos são feitos pela página da Famasul na internet.
PORTFÓLIO DO MAPAMato Grosso do Sul é um dos maiores produtores de soja do país. O avanço da cultura ocorreu em terras antes subutilizadas e que enfrentavam processos de degradação. Essas áreas estão sendo incluídas no novo ciclo produtivo graças ao investimento dos produtores na melhoria da qualidade dos solos, aos tratos culturais e, principalmente, ao uso de novas tecnologias, em especial de sementes melhoradas geneticamente. Nos próximos anos, o incremento de produtividade da cultura no estado pode ser ainda maior. A TMG, uma das maiores empresas de melhoramento do país, está desenvolvendo uma variedade específica para o cultivo
O objetivo é produzir uma cultivar que tenha alta produtividade, seja resistente às pragas e doenças mais comuns na região e adaptada às características edafoclimáticas do estado. Entre os desafios a empresa cita altas temperaturas, os veranicos e uma grande diversidade de solos.
Projetos de produtores rurais e de empresas do agro interessados em receber investimen tos estrangeiros já podem ser cadastrados no Portfólio de Investimentos no Agronegócio Brasileiro, no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A partir do cadastramento, os projetos ficarão disponíveis para consulta direta por potenciais investidores interessados no setor, consolidando joint ventures, fusões, aquisições, parcerias tecnológicas e investimentos em par ticipação, entre outras modalidades.
O objetivo é dar condições às empresas nacio nais de ampliar a capacidade produtiva, moder nizar instalações ou ainda implantar projetos de interesse do setor agropecuário a partir de inves timentos externos, permitindo que as empresas/ propriedades beneficiadas tenham aumento da capacidade de produção e competitividade, além de promover o desenvolvimento regional.
OESG está provocando uma mudança de rota no setor produtivo mundial. Instituições e empresas, do campo e da cidade, estão revendo seus concei tos e ajustando modelos de negócios para levar em conta os critérios da sustentabilidade, expressos na sigla inglesa de Environmental, Social and Governance, que em português se traduzem por ambiental, social e governança.
Em âmbito nacional, o Sistema Famasul foi pioneiro na implementação do conceito no agro. “Já trazíamos no nosso DNA e nas nossas ações, processos alinhados ao ESG, po rém não de forma estruturada. Agora, a partir da definição do escopo e metas dentro de um projeto interno bem-con ceituado, passaremos a atuar efetivamente, dentro e fora da instituição, com as diretrizes do ESG”, explicou o superin tendente do Senar/MS, Lucas Galvan.
Ele diz que isso significa mais atenção e foco em inicia tivas ecologicamente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas, com alto impacto na sociedade e maior nível de gestão dos processos internos, melhorando a efici ência do uso dos recursos.
Na prática, a instituição vai continuar a oferecer conhe cimento, por exemplo, para evitar o desperdício de água, incentivar o uso de fontes de energia limpas e renováveis, preservação de áreas verdes, gestão participativa com ações colaborativas e de apoio à formação de novos líderes, e tan tas outras. “Não basta apenas transmitir a definição de ESG, é preciso, sobretudo, vivê-lo internamente na nossa institui
ção. Esse será o nosso grande exemplo”.
Essa intensidade na implementação do conceito deve ajudar Mato Grosso do Sul a se consolidar na vanguarda do agronegócio mundial. “O estado já tem na sua história e base econômica o tripé da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. Com a atuação do Senar/MS, tendo o conceito ESG como diretriz fundamental, mas que vai além da sustentabilidade, o estado conta agora com um forte agente propulsor de bons negócios, sustentáveis, eficientes, competitivos, projetando nossa região para o mundo e potencializando nosso desenvolvimento para as próximas décadas”.
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e a KPMG Internacional fizeram uma pesquisa com produ tores de todo o Brasil sobre governança corporativa e ESG. O levantamento apontou que 42% afirmaram que riscos e oportunidades socioambientais são discutidos frequente mente e que 26% relataram que já existe uma área da em presa para avaliar as oportunidades do tema.
“A governança vai além da sigla ESG, ferramenta impor tantíssima na gestão de riscos dos negócios, na geração de valor. Existe uma lacuna de informação, por isso é tão rele vante conhecer esses detalhes que fazem parte do resultado da pesquisa”, explica a especialista em agronegócio e repre sentante da KPMG, Giovana Araújo.
Tecnologia possibilita produção mais limpa e sustentável
Com a revolução tecnológica, dispositivos e recursos de última geração estão cada vez mais inseridos no campo da agricultura, dando início ao AGRO 4.0. Para man ter o produtor cada vez mais conectado, o Senar/MS oferece cursos, que auxiliam o alcance de elevados níveis de desem penho, qualidade e sustentabilidade nas operações agrícolas.
De acordo com o último Censo Agrope cuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,5 milhão de pro dutores rurais acessam dados por meio de dispositivos eletrônicos, 1.900% a mais do que há 10 anos.
O médico veterinário e doutor em Ciência Animal Luiz Gustavo Caval ca, diretor do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte do Senar/MS, esclarece que a transformação digital no campo, além de garantir uma produção mais sustentável, eleva o potencial produti vo do agronegócio. Segundo ele, as tecnologias apoiam o produtor para a melhor tomada de decisão.
Entre as principais vantagens da revolução tecnológica do agronegócio, Cavalca aponta a diminuição dos custos de produção e melhora na produtividade, favorecendo, assim, a rentabilidade. Além disso, os avanços tecnológicos otimi zam os afazeres do dia a dia, garantindo melhor qualidade de vida.
“O conceito Agro 4.0 está intimamente ligado à agricul tura de precisão, uma agricultura conectada, com alto nível
tecnológico, utilizando-se de sensores, comunicação entre máquinas, armazenamento na nuvem, software e análise de dados. Assim, temos uma produção mais limpa e sustentá vel”, disse.
Para auxiliar o produtor a se manter cada vez mais conectado, o Senar/MS oferece, de forma gratuita, cursos téc nicos em agropecuária, agronegócio, fruticultura, florestas e zootecnia, além de especialização técnica. De 2015 a 2021, mais de 282 mil pes soas concluíram os cursos de For mação Profissional Rural e Promoção Social realizados para trabalhadores e produtores rurais.
O instrutor de informática básica e avançada do Senar/MS, Edgar Umar, re força que a tecnologia no agronegócio, além de aumentar a produtividade e reduzir perdas, fortalece a competitividade dos produtores no mercado internacional e contribui para a sustentabilidade do meio ambiente.
“As tecnologias facilitam a vida do produtor e estão ele vando a organização produtiva do campo, trazendo inú meras facilidades a quem se dedica a esse setor. O Senar/ MS ajuda o produtor nas transformações digitais através de capacitação de mão de obra. Nossos alunos aprendem na teoria e na prática”, destaca.
Por meio da conservação, Mato Grosso do Sul já remunera produtores rurais que prestam serviços ambientais na região de Jardim e Bonito
Mato Grosso do Sul foi um dos pioneiros na criação de uma legislação que dispõe sobre remuneração pelos serviços am bientais prestados à conservação am biental, onde inserem-se os produtores rurais. O Pagamento por Serviços Am bientais (PSA) foi instituído no Estado em 2018 e, três anos depois, a iniciativa ganhou uma dimensão nacional com a aprovação pelo Congresso da Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (PNPSA).
São sete áreas temáticas dispostas na legislação estadual que preveem retribuição, monetária ou não: Apoio e Valorização do Conhecimento Tradi cional; Serviços Ambientais das Unida des de Conservação do Estado de Mato Grosso do Sul; Regulação do Clima e do Carbono; Conservação e Valoriza ção da Biodiversidade; Conservação dos Serviços Hídricos; Conservação e Uso do Solo e Beleza Cênica e Turismo.
A consultora técnica do Senar/MS Ana Beatriz Melo explica que o PSA está relacionado à transação de natu reza voluntária de recursos financeiros
ou outra forma de remuneração pelos serviços prestados que favorecem a ma nutenção, recuperação ou melhoria dos serviços gerados pelos ecossistemas. “Água, alimentos, madeira, fibras, ci clagem de nutrientes, decomposição de resíduos, produção, fertilidade do solo, sequestro de carbono, equilíbrio do ci clo hidrológico, recreação, turismo, e tantos outros, são exemplos de serviços ambientais realizados nas propriedades rurais, que geram benefícios relevantes para toda a sociedade”.
No estado, todo o processo do PSA tem sido feito por meio de editais pu blicados. Primeiramente foi instituído em 2020 o programa - PSA modalidade Uso Múltiplo Rios Cênicos, sendo prio rizado o sub-programa PSA Uso Múlti plo Rios Cênicos Formoso e Prata, que englobou imóveis rurais, inseridos nos municípios de Bonito e Jardim, nas Ba cias Hidrográficas do Rio Formoso e do Rio da Prata. Para receber o incentivo, é necessário o cumprimento de uma sé rie de requisitos.
Está prevista a destinação de quase R$ 1 milhão, valor distribuído entre 42 propriedades rurais cadastradas e habi litadas, sendo que as primeiras parcelas do incentivo já estão disponíveis.
Segundo Ana Beatriz, cada área te mática deve possuir um edital específi co de chamamento público. O primeiro foi publicado em 2021, em Jardim e Bonito, recompensando serviços como conservação das florestas e demais formas de vegetação natural privadas existentes; restauração ecológica das florestas e demais formas de vegetação natural privadas e conversão produtiva de pastagens e terras degradadas para usos alternativos da terra com maior armazenamento de carbono. “O produ tor beneficia a sociedade e, em retribui ção, entendeu-se o quão importante é a valorização através da remuneração por estes serviços ambientais prestados”.
A especialista evidencia o potencial de Mato Grosso do Sul para inserção de novas propriedades no PSA. Segun do dados da Famasul, cerca de 78,5 mil produtores estão inscritos no CAR (Cadastro Ambiental Rural), o que cor
responde a uma área com mais de 35 milhões de hectares, 98% das proprie dades rurais do estado. Outro dado po sitivo é o de áreas com vegetações nati vas em estágio primário ou secundário de regeneração, que ultrapassam 12,5 milhões de hectares. Posto os números, 35% da área do estado aparecem com este grande potencial para PSA.
“Em Mato Grosso do Sul temos, por exemplo, vegetação nativa conservada e até excedentes, tendo como base a le gislação vigente. Além disso, podem ser citadas as práticas conservacionistas já amplamente adotadas nas proprie dades rurais, e comprovadamente be néficas para a conservação ambiental. Então, podemos avançar muito mais na política de PSA aqui no estado”, frisou.
Ana Beatriz deixa claro que, ver o PSA em ação no estado, é uma conquis ta também do Sistema Famasul. Ela ex plica que há anos a discussão sobre o tema é levantada em aproximadamente 45 colegiados relacionados às questões ambientais e de recursos hídricos, dos
quais a instituição participa (conselhos, comissões, comitês, câmaras técnicas, grupos de trabalho, entre outras), com abrangência federal e estadual.
“É importante este reconhecimen to, e que a remuneração, em todas as modalidades, seja atrativa, inclusive financeiramente, para que, além da conservação ambiental, possibilite um diferencial competitivo, daqueles produtores interessados em receber. Porém, ainda hoje um dos principais gargalos e discussões trata-se da fonte de recursos para realização dos paga mentos”, pontua.
Ana complementa que existe a pos sibilidade e a necessidade de expansão, visto que boa parte das propriedades rurais já pratica diversos serviços am bientais. “É primordial haver recursos, para conseguirmos abrir para as outras temáticas previstas em legislação. Com isso, mais produtores interessados po derão se habilitar e o pagamento ser ampliado. E, neste sentido, o Sistema Famasul tem atuado levando estas de mandas aos diversos colegiados já men cionados”, complementa.
No primeiro semestre deste ano, por conta dos incêndios nas áreas rurais, o governo de Mato Grosso do Sul decretou e depois a De fesa Civil Nacional homologou situação de emergência em 14 cidades do estado.
Para evitar o agravamento desse quadro, esperado em determinados períodos do ano, em razão de fato res como altas temperaturas, estia gem severa e baixo índice de chuvas, o Sistema Famasul tem investido em parcerias para promover ações de conscientização e capacitação para prevenção e combate ao fogo.
“É muito importante conscienti zar os proprietários e trabalhadores rurais sobre o perigo do incêndio. O fogo usado da forma errada prejudica. Além de destruir a pastagem, pode consumir a vegetação, matar animais, danificar as instalações físicas, e mui tos outros estragos”, relata Roberto Ballatore, bombeiro voluntário e ins trutor do Senar/MS.
A capacitação na prevenção e com bate aos incêndios nas áreas rurais é desenvolvida em parceria com o Cor po de Bombeiros com objetivo de levar conhecimento para produtores rurais e funcionários estarem preparados dian
te de um foco.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Antônio Cézar Pereira da Silva destaca a importância da mobi lização sindical neste trabalho. “Nós capacitamos os produtores e pessoas que trabalham em geral para preven ção e combate ao incêndio. O Senar/ MS entra em contato com os sindica tos rurais para que façam o chama mento dos proprietários rurais. O Corpo de Bombeiros está sempre dis posto a ajudar!”.
As práticas de combate ao incêndio são sempre atualizadas, como Ballato re reforça. Porém, as ações preventivas e educacionais são as melhores opções quando se fala em incêndios florestais. Entender sobre as técnicas de forma consciente é fundamental.
“O curso tem como foco trabalhar na prevenção. Se a preventiva falha, en tramos na corretiva, que é combate ao incêndio. Nosso curso é cheio de orien tação, sempre considerando que nosso estado tem vários tipos de vegetação, com cargas de combustível e potencial de queimada diferentes. Assim, busca mos adaptar as abordagens da capacita ção para cada área específica, para cada região”, finaliza Ballatore.
Senar/MS tem como parceiro o Corpo de Bombeiros em programa que capacita produtores e trabalhadores rurais para a prevenção e combate aos incêndios
Despertando realiza sonho da alfabetização de jovens e adultos no campo
Em rodas, como se estivessem entre amigos tomando o tereré. Longe das enxadas, do suor. Com profissionais capacitados para ensinar as palavras, os números. É assim que jovens, adultos e idosos do campo têm dado início à realização de sonhos. Sonhos estes que, para muita gente, são hábitos simples do dia a dia: escrever o próprio nome, somar, diminuir.
Para eles, ser independente com a es crita e com a leitura agora é possível graças ao olhar do Senar/MS. A partir de relatos dos técnicos de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), sobre a dificuldade de muitos assistidos em lidar com letras e números, a entida de criou o programa Despertando.
E é no Despertando que os so nhos começam a tomar forma. São aulas com no máximo 10 alunos, três vezes por semana, das 18 às 21 horas. E há ainda aulas online. Os professores ensi nam mais do que o alfabeto; mais do que somar e diminuir. Levam esperança de liberdade, de independência, com palavras e números.
Esse sonho de não depender mais de ninguém para ler ou fazer contas simples e de deixar de vez a assinatura com a di gital dos dedos é que faz Maria Auxiliadora sair de casa, desde agosto de 2022, após um dia todo de trabalho na roça, e ir às aulas no polo do distrito de Pontinha do Cocho, em Camapuã.
Ali, junto com a professora e colegas do campo, Maria Auxiliadora deixa de lado a enxada e a força dos braços. Se concentra no sonho. “Quero aprender a escrever meu nome”. Desafio que já a fez “chorar de nervoso” por ter tentado outras vezes e não conseguido. “Já até fui em uma escola normal”. Agora, nas aulas do Despertando, muitas Marias têm a oportunidade de aprender a ler, escrever, fazer contas, mais perto de quem ensina. Com poucos alunos, é possível entender, avaliar e desenvolver o trabalho mais in dividualizado, focado nas habilidades e dificuldades de cada um. Ajudar, de perto, a realizar os sonhos de quem bus ca melhorias na qualidade da rotina.
Ilka Minari é uma das instrutoras. Desde fevereiro de 2022, ela tem se de dicado para levar esperança a produtores e trabalhadores rurais não alfabetizados do distrito de Pontinha do Cocho. “Poder contri buir com aprendizagem de pessoas simples que, por diferentes motivos, não tiveram oportunidade de estudar na idade adequada é gratificante, pois para eles, aprender a ler e a escrever é muito importante para conquistar autonomia e liberdade”, resume Ilka.
Os sonhos que o Senar/MS tem ajudado a construir, aos poucos, também chegam ao desejo do ensino superior. “Tem gente que quer terminar os estudos, fazer uma faculdade”, comenta Ilka. E há ainda os que emocionam.
“Meu sonho é ler a Bíblia. Quando vou à igreja, eu vejo tanta gente que chega lá na frente e lê um capítulo e eu quero um dia também fazer isso”, diz Maria de Paula Thiobaldo de Oliveira, 60 anos.
No que depender do desempenho e do ânimo da Maria de Paula, rapidinho ela já vai estar onde tanto sonha. “Ela está pela primeira vez em uma sala de aula. Chegou aqui colocando a digi tal na folha de frequência. Na sétima aula, já escreveu o próprio nome”, conta a professora.
A busca por melhorias na qualidade de vida de trabalhadores do campo motivou o Senar/MS a levar o Despertando a muni cípios de quase todos os cantos do estado. As primeiras aulas começaram em maio, em Aral Moreira.
Mas bem antes disso, a equipe do programa já trabalhava na pedagogia de alfabetização destes jovens, adultos e idosos.
Outras duas turmas começaram em julho, ambas em Corum bá. A quarta, em Coxim, seguida de Camapuã, Novo Horizonte do Sul e Terenos.
“Tivemos uma grande procura, por alunos que querem me lhorar de vida em todos os aspectos. Aderir ao programa é gratificante, especialmente com o empenho das equipes do Sindicato e do Senar em promover educação local e auxiliar no desenvolvimento das áreas rurais. Esse sempre será o nosso objetivo”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Camapuã, Antônio Silvério.
As aulas acontecem nos polos do Senar ON, programa do Senar/MS que instala equipamentos e internet em áreas remo tas. O objetivo é que o Despertando chegue às 60 unidades do
programa no estado.
Letras. Números. Informação. Tudo isso integra o programa Despertando. Durante as aulas esses trabalhadores recebem in formações sobre saúde e cultura. Na saúde, os alunos são cons cientizados sobre a importância da prevenção de doenças físi cas e mentais, alguns sintomas e a necessidade de diagnóstico médico. Na cultura, o que há na história de Mato Grosso do Sul, no povo, que o diferencia dos demais estados. Assim, o Senar/MS vai levando conhecimento e transformando as vidas de quem vive e trabalha no campo.
Em seis meses, setor gerou mais de 5 mil empregos em MS
Aprodução florestal gerou mais de 5 mil em pregos formais em Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2022, de acordo com levantamento do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O estado conta com uma grande reserva da matéria-prima para abastecer as fábricas de celulose que se instalaram na região. Com o desenvolvimento do setor, áreas antes subuti lizadas e em processo de degradação são recuperadas, se transformando em solos férteis, que possibilitam a plantação de florestas.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pe cuária e Abastecimento (Mapa), divulgados no último Boletim da Casa Rural, a celulose exportada de janei ro a junho deste ano corresponde a 98,69%, sendo o principal produto florestal exportado no estado. O segundo é a madeira com 0,75%, seguido pelo papel com 0,56%.
O presidente da Reflore/MS (Associação Sul-Mato -Grossense de Produtores e Consumidores de Flores tas Plantadas), Junior Ramires, afirma que a cadeia de produção da celulose é uma das principais da econo mia do estado.
“Temos uma grande demanda pelo produto ma deira, principalmente para a empresa de celulose. O fator de crescimento está ligado à industrialização do estado, que vem superando muito além dos planos já preconizados”, disse.
No período, considerando o faturamento, a Chi na foi o destino de 48,8% dos produtos florestais do estado. O segundo posto foi ocupado pelos Estados Unidos, com 13,8%, e o terceiro pela Itália com 9,8%.
Entre os fatores que favorecem essa ascensão do setor florestal em MS, o consultor técnico do Sistema Famasul, Clóvis Tolentino Júnior, destaca a fertilidade do solo, relevo, clima, logística, vias de escoamento da produção, aptidão de terras e disponibilidade de mão de obra.
“O setor florestal em Mato Grosso do Sul tem se desenvolvido de forma bastante intensa. Hoje, o estado é re ferência nacional na área de silvicul tura, principalmente pela implantação de empresas consumidoras de florestas plantadas. Todo esse contexto favore ceu a expansão da atividade, que deve continuar crescendo”, afirmou.
Nos primeiros seis meses de 2022, os produtos florestais de Mato Grosso do Sul foram exportados para 44 pa íses, gerando uma receita superior a US$ 764 milhões para um volume ex portado de 2,22 milhões de toneladas.
Com o objetivo de capacitar a cres cente demanda no setor florestal, 40 alunos formam a primeira turma do curso técnico em Florestas Plantadas, ministrado pelo Senar/MS em Três La goas. As aulas gratuitas e presenciais tiveram início em abril deste ano, no Sindicato Rural do município.
Com certificado em mãos, o aluno pode atuar como empresário de pro dução de mudas de árvores nativas e exóticas em viveiros, empresas de flo restas plantadas, instituições públicas e privadas ligadas à agroindústria e meio ambiente, operação e manutenção de máquinas, topografia e georreferencia mento, além da assistência técnica.
O Sistema Famasul e o Senar/MS
disponibilizam outros cursos para qua lificar os trabalhadores rurais. Clóvis Tolentino detalha que, entre as capaci tações disponíveis estão cursos de ope ração de máquinas, preparo de mudas, colheita, plantio, condução de viveiros, entre outros. Segundo ele, a procura por capacitações voltadas ao setor flo restal tem aumentado devido ao cresci mento de oportunidades.
“O desenvolvimento do setor opor tunamente abre espaço para mão de obra. O Sistema Famasul atua qualifi cando gratuitamente trabalhadores e produtores. Qualquer pessoa que tenha interesse na área florestal pode procu rar o sindicato rural do seu município para demandar o curso”, disse.
O presidente da Reflore também ressalta o importante apoio da Famasul e do Senar/MS, por meio de cursos e consultorias. “As instituições são im portantes no processo de desenvol vimento do setor florestal em Mato Grosso do Sul. Quando falamos na produção de florestas, estamos falando de uma lavoura de madeira, que recebe todo apoio dessas entidades, por meio da qualificação e Assistência Técnica e Gerencial”, pontua.
De acordo com dados da Reflore, Mato Grosso do Sul possui atualmente mais de 1 milhão de hectares cobertos
por florestas, sendo 90% na região en tre Campo Grande e Três Lagoas. Ju nior Ramires reitera que a atividade flo restal chegou como uma diversificação do campo no estado, além da pecuária, e garante o aumento da área cultivada.
“O crescimento do setor florestal gera oportunidade de emprego e for talecimento econômico, ou seja, gera oportunidade social, além do desenvol vimento sustentável, pois a área culti vada entra com a cobertura do solo em pastagem às vezes degradada ou subu tilizada”.
Ramires acrescenta que a ativida de florestal deve continuar se desta cando no estado pela próxima década devido às indústrias e a capacitação disponível. “A expectativa é de que o desenvolvimento continue exponen cial, uma vez que temos três indús trias do setor em atividade e outras previstas. Acredito que temos po tencial de expansão garantido para a próxima década”.
Visando a manutenção e cuidado com as florestas, o Senar/MS oferece também curso gratuito que ensina as estratégias para prevenir e combater incêndios em áreas rurais. De acordo com um levantamento feito pela Uni dade Educacional, de janeiro de 2021 a junho deste ano, foram capacitadas 700 pessoas em 87 cursos realizados em todo estado.
O segundo semestre teve início sem demonstrar direção clara para o preço da arroba. Constata-se o desequilíbrio entre oferta e demanda. A exportação segue em alta. A expectativa é que a retomada dos empregos e o recurso injetado na economia por meio dos auxílios financeiros do governo resultem em aumento de consumo e, combinado ao bom desempenho das exportações, possam reverter o movimento de queda dos preços da arroba.
O mercado de carne de frango tem se mostrado resiliente e registra desempe nho positivo no início do 2º semestre. O preço do frango abatido no atacado de Campo Grande valorizou pelo quinto mês consecutivo e em agosto apresen tou alta de 29,6% em relação ao mês de janeiro. A produção do setor ocorre de modo a se adequar ao consumo. Outro fator que contribui para reduzir o excedente no mercado interno é a exportação, o que ajudou a garantir menor volume de carne internamente.
A produção de suínos enfrentou muitas adversidades no primeiro semestre de 2022, em especial os produtores independentes. A remuneração foi prejudica da com o preço do suíno em baixa, o custo de produção em alta pressionando a rentabilidade do setor e reduzindo o poder de compra do produtor. Para o segundo semestre o cenário tende a ser melhor, porque o valor do suíno vivo se recupera, por conta das exportações e a melhora do consumo interno, enquan to os preços dos insumos cederam.
A produção de leite registrou queda de 4,83% nos sete meses de 2022 em re lação a 2021. Os menores volumes foram nos meses em que as chuvas estão mais escassas e interferem na qualidade da pastagem. A perda na qualidade do pasto impacta no volume produzido, assim como o aumento do custo de produ ção. Os altos valores de insumos utilizados na alimentação animal, a valorização de combustível e a energia desestimularam incrementos na produção. A menor oferta elevou o preço.
Com área cultivada de 3,842 milhões de hectares (2,5% a mais que no ciclo passado) e produtividade de 53,4 sacas por hectare, a previsão é de uma safra recorde de 12,318 milhões de toneladas – segunda maior da história. Sexto maior exportador brasileiro, MS destina quase 80% dos embarques para a China. O aumento do custo dos insumos e a expectativa de crescimento na demanda favorecem o aumento dos preços da oleaginosa no mercado interno.
Na segunda safra, a área cultivada deve totalizar 1,992 milhão de hectares. Com a expectativa de que a produtividade alcance 96 sacas por hectare, a produção deve atingir os 11,477 milhões de toneladas. Mato Grosso do Sul é o terceiro maior exportador do cereal. Os maiores compradores são Irã (41,18%), Japão (14,82%) e Egito (10,68%). A demanda internacional está aquecida, o que, junto com a alta dos custos dos insumos, favorece o aumento de preços no mercado local.
Os analistas técnicos do Sistema Famasul, Eliamar José de Oliveira e Jean Carlos da Silva Américo, retratam o panorama atual de produtos do agro e as tendências baseadas nos principais indicadores e previsões de mercado. Confira: SUINOCULTURA SOJA FRANGO DE CORTE BOVINOCULTURA DE CORTE BOVINOCULTURA DE LEITEProdutor rural há mais de três décadas, Marcelo Bertoni sempre teve uma grande atuação em entidades representativas do agro. Foi um dos fundadores do Movimento Nacional dos Produtores (MNP Jovem), diretor-secretário da Associação dos Criadores do Vale do Aquidaban e Nabileque (Acrivan), secretário, delegado e presidente do Sindicato Rural de Bonito, de 2011 a 2016.
Entre 2018 e 2021 foi diretor-tesoureiro do Sistema Famasul. Se destacou na discussão de pautas e desenvolvimento de ações voltadas à sustentabilidade, em especial, às iniciativas que conciliavam produção e preservação ambiental.
Em 2021 foi eleito presidente do Sistema Famasul. Assumiu a gestão do triênio com o compromisso de estimular o empreendedorismo dos produtores e a implementação de ferramentas tecnológicas para assegurar aumento de produtividade, melhoria de renda e de qualidade de vida no campo, alicerçados nos pilares do ESG.
Nesta entrevista à Revista Famasul, Marcelo Bertoni faz um balanço do primeiro ano de mandato, da responsabilidade de presidir também a Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da CNA, de diversificação da economia do estado, do Agro 4.0, de eleições e das celebrações dos 45 anos do Sistema Famasul.
Em agosto, o senhor completou um ano à frente do Sistema Famasul. Quais as principais realizações do seu mandato até agora?
Marcelo Bertoni - Foram muitas no vas realizações, além de dar sequência às ações que a Famasul e o Senar/MS já realizavam.
Com foco na qualificação da mão de obra e na melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem e tra balham no campo, realizamos 4.463 cursos de Formação Profissional Rural e Promoção Social, totalizando 34 mil pessoas capacitadas. Lançamos o Pro grama Despertando, que leva alfabeti zação a jovens e adultos e já apresenta resultados extremamente positivos, com homens e mulheres que há pouco tempo não sabiam ler nem escrever, e hoje vivem com mais autonomia.
Na Educação Formal inovamos ofe recendo os Cursos Técnicos em Zootec nia, Florestas Plantadas e Fruticultura, e a Especialização em Sistemas de Pro dução de Animais Ruminantes.
Na Promoção Social retomamos o Programa Agrinho, destacando a im portância das práticas agropecuárias
nas escolas e ampliando o atendimento à rede de ensino particular. No Pro grama Saúde do Homem e da Mulher Rural, que é uma ação pela qual tenho muito carinho, ampliamos o núme ro de atendimentos médicos gratuitos com as especialidades de urologia, gi necologia, dermatologia e oftalmologia, promovendo mais acesso à saúde para a população rural com prevenção e diag nósticos precoces.
Falando ainda das ações de promo ção social, entregamos mais de 118 toneladas de alimentos para cerca de 8 mil famílias em 67 municípios do es tado, por meio do programa Agro Fra terno. As entregas foram feitas ainda durante a pandemia, quando muitos não tinham o que comer. É muito gra tificante saber que contribuímos, pelo menos um pouco, em um momento tão difícil.
Para esclarecer e orientar a comuni dade do meio rural sobre a prevenção e o combate à violência doméstica e familiar em Mato Grosso do Sul, capacitamos 40 técnicos no Projeto Acolhe no Campo, uma parceria entre a Famasul, o Senar/ MS e o Ministério Público Estadual.
Quando se olha para a representa tividade, que é um grande pilar da Fa masul, tivemos avanços importantes, como o anúncio de que o estado será área livre de febre aftosa sem vacina ção, conquistado após muitos anos de dedicação de produtores rurais e do trabalho conjunto entre instituições públicas e privadas, que reforça nosso compromisso com a segurança alimen tar da população.
Temos também o Representantes do Agro, iniciativa que orienta e acompa nha os Sindicatos Rurais, incentivando -os a se envolverem nos colegiados mu nicipais, pautando assuntos relevantes para o desenvolvimento de suas regiões.
Em 12 meses, foram mais de 200 eventos com a participação institucio nal, exercendo a representatividade e debatendo importantes pautas. Foram diálogos que trouxeram avanços para nosso setor, a exemplo da implementa ção da Deleagro (Delegacia de Combate a Crimes Rurais e Abigeatos), da Polícia Civil, e da Patrulha Rural, da Polícia Militar.
No âmbito técnico, estruturamos sete boletins, publicações periódicas
com conteúdo sobre diversas cadeias produtivas, que auxiliam o produtor rural nas tomadas de decisão.
E ainda vem muita novidade pela frente! Cada uma delas é minuciosa mente planejada por nossa equipe, pensando sempre em auxiliar nosso produtor rural para trazer os melhores resultados ao agro sul-mato-grossense.
O senhor assumiu a gestão tendo a ampliação da representatividade institucional como uma de suas metas. Assumir a presidência da Comissão de Assuntos Fundiários da CNA é mais um passo nesse sentido?
Marcelo Bertoni - Com certeza! Presidir a Comissão Nacional de As suntos Fundiários da CNA é uma grande responsabilidade, pois ela trata do assunto no âmbito nacional e cada região tem sua particularidade e sua necessidade. Ampliar a segurança jurí dica no campo, garantindo o direito de propriedade, regularização de imóveis rurais e articulação junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, é uma necessidade comum a todos.
Mato Grosso do Sul cresce alicerça do no agro. Diversifica sua produção, mas mantém sua vocação. Assim ocorre com as florestas plantadas que alimentam a indústria da celulose. A cana que abastece o setor sucroener gético e piscicultura que atende os frigoríficos de pescado. Como a entidade tem trabalhado para estimular esse processo, mas sem perder o foco em atividades tradicionais, como a agricultura e a pecuária?
Marcelo Bertoni - A diversificação da produção agropecuária do estado acompanha o seu desenvolvimento. E isso só foi possível devido à ciência e à tecnologia. A Famasul caminha muito próxima às instituições de ensino e pes quisa apoiando o avanço de técnicas de produção e inovações tecnológicas para transferi-las aos produtores rurais, es timulando o uso das melhores práticas agropecuárias. A integração de produ ções é muito atual e estratégica. Exem plo disso é a posição de Mato Grosso do Sul com maior área de sistemas integra dos de produção na agropecuária. São
mais de 3,1 milhões de hectares com Integração-Lavoura-Pecuária-Flores ta (ILPF) em diferentes configurações, mesclando dois ou três componentes de cultura no sistema produtivo.
Porém, para inovar é preciso conhe cer. Por isso temos trabalhado forte mente na capacitação de produtores e na formação e qualificação de técnicos, além do acompanhamento contínuo por meio da Assistência Técnica e Ge rencial que, em 2022, alcançará 8 mil produtores rurais.
O agro sul de MS é reconhecido mun dialmente pela inovação e tecnologia de sua produção. Quais ações foram desenvolvidas para capacitar a mão de obra e, também, os próprios produto res para essa versão 4.0 do setor?
Marcelo Bertoni - Vivemos o “Agro 4.0”, que utiliza tecnologias cada vez mais modernas para auxiliar na pre cisão do campo e no trabalho diário. A capacitação, novamente, é essencial para que se possa utilizar essas ino vações, que exigem um novo perfil do trabalhador rural. Nesse sentido, o Senar/MS oferece cerca de 270 cursos para levar conhecimento aos interes sados, seja presencial ou a distância (ead.senarms.org.br/).
Para quem tem dificuldade de acesso à internet, o Senar/MS estruturou, em parceria com os Sindicatos Rurais, 60 polos digitais em 40 municípios, por meio do Projeto Senar On. Nestes lo cais, a população tem acesso a equipa mentos e internet de qualidade para se informar e se capacitar.
Nunca o mundo precisou tanto das proteínas e grãos produzidos pelo es tado. Mas, ao mesmo tempo, cresce também a exigência por uma produ ção cada vez mais sustentável. Como a entidade tem trabalhado para es timular esse crescimento, mas com respeito ao meio ambiente?
Marcelo Bertoni - Nossa pecuária, que já é sustentável, pode e deve ser ainda mais! O produtor rural sempre preservou o meio ambiente em suas propriedades rurais, porque esse é o seu maior bem. Exemplo disso é o Pantanal, ocupado há mais de 300 anos pelo ho mem pantaneiro e que tem 87% de sua extensão preservada. Além disso, o nos so estado possui cerca de 30% de sua extensão preservada, sendo a maior par te desta área presente em propriedades privadas, e se incluirmos as pastagens nativas, esse percentual sobe para 40%, enquanto a legislação exige a preserva ção de 20% das áreas. O trabalho da Fa masul tem sido de fortalecer este concei to de preservação junto aos produtores rurais e demais elos do setor.
Quais potencialidades ainda podem ser desenvolvidas no agro sul-mato -grossense nos próximos anos?
Marcelo Bertoni - Mato Grosso do Sul figura como um estado de grande potencial para expandir a produção total de alimentos frente ao cresci mento populacional global, sendo nossos produtores rurais os empre endedores comprometidos com um modelo produtivo cada vez mais sus tentável e eficiente.
Em 2022, temos eleições gerais para a Presidência da República e para o Governo do Estado. De que modo o Sistema Famasul tem participado deste processo de modo a assegurar uma presença robusta do agro nas plataformas dos candidatos?
Marcelo Bertoni - As eleições para Presidência da República e Governo do Estado são momentos importantes que vão definir as diretrizes socioeco nômicas dos próximos quatro anos. E quando se fala em desenvolvimen to econômico no Mato Grosso do Sul,
logo se pensa em agronegócio. Durante o período, recebemos os candidatos ao governo para conhecer seus respectivos planos de governo, suas experiências no setor, bem como as propostas para as principais demandas do agro.
Neste ano, a Famasul completa 45 anos de criação. Quais iniciativas vão marcar essa data tão representativa?
Marcelo Bertoni - Evidenciar a presença da Famasul no desenvolvi mento do estado. Uma trajetória de muito trabalho, responsabilidade e importantes decisões. Para celebrar estes 45 anos, desenvolvemos ao lon go de 2022 ações norteadas pelo tema da campanha institucional “Famasul 45 anos: Das raízes ao futuro do cam po”, evidenciando este crescimen to conjunto da Federação e do Mato Grosso do Sul.
Para marcar a data, dentre várias ações, teremos uma Websérie, com per sonalidades que fizeram e fazem parte de nossa história e um novo capítulo do livro “Celeiro de Fartura”. Aguardem!
Agrinho se consolida com uma das mais importantes ferramentas pedagógicas em MS
aplicação da metodologia do Agrinho para meus alu nos é de suma importân cia, pois é muito rica de aprendizagem, possibilita trabalhar de forma interdisci plinar e transdisciplinar promovendo a autonomia de assumirem novos conhe cimentos”. A avaliação sobre o programa – a maior iniciativa de responsabilidade social do Sistema Famasul e Senar/MS–é da professora Eliane Vieira da Silva Muchon, do 4º ano da Escola Municipal de ensino fundamental Paulo Ney, em Anaurilândia.
“A
Ela destaca a diversidade de conteúdos que o Agrinho dis ponibiliza aos alunos. “Agrega relevantes informações sobre o tema abordado, não apenas conhecimentos técnicos, mas principalmente uma visão macro, por meio de diversos tra balhos que foram realizados, como debates, dramatizações, redações, leitura, despertando, nos participantes, interesses por assuntos ligados à produção de alimentos, meio ambiente, sustentabilidade, tecnologia, máquinas e sua importância no preparo do solo, colheita e na industrialização das matérias -primas”.
A professora também ressalta a preparação que os educa dores recebem para trabalhar com a metodologia. “A aprendi zagem é constante e infinita. Uma capacitação sobre um tema tão específico como esse é mais importante ainda, pois trata de temas que o educador não aprendeu em sua graduação”.
O coordenador do Agrinho, Carlos Henrique de Paula Ge raldo, evidencia a evolução da iniciativa desde sua implanta ção, em 2014. “No primeiro ano, foram atendidos mais de 31 mil alunos e quase 2 mil professores, em oito municípios.
Em 2019, atingimos 100% das nossas cidades, com mais de 150 mil alunos e 8 mil educadores participantes. Tivemos uma paralisação de dois anos, por causa da pandemia, mas para 2022 voltamos com uma proposta mais interativa, com vários conteúdos de fácil acesso para estudantes e mestres, no portal do programa”.
Um dos destaques, além da aprendizagem multidisciplinar, é o Concurso Agrinho. Instituições públicas e privadas de ensino que aderiram concorreram com trabalhos em dez diferentes cate gorias. As inscrições terminaram em 15 de setembro.
Nesta sétima edição, o tema é “Práticas agropecuárias que garantem alimentos saudáveis”. Poderiam concorrer escolas, professores e alunos matriculados do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, nas categorias: Desenho, Carta, Poema, Fábula, Relato Pessoal, Narrativa de Aventura, Conto, Enigma, Pod cast, Reportagem, Experiência Pedagógica e Escola Agrinho. Serão premiados do 1º ao 3º lugar de cada categoria, com itens como smartphone, tablet, smart tv e notebook.
Pelo cronograma, a avaliação dos trabalhos ocorre em outu bro, a divulgação dos classificados em novembro e a cerimônia de premiação com encerramento das atividades em dezembro.
A professora Eliane Vieira recorda que, em 2019, conquis tou o terceiro lugar no concurso ao trabalhar com seus alunos
um projeto sobre as influências tecnológicas na produção de milho. Ela ressaltou que sempre desenvolve projetos pedagó gicos a partir da metodologia do programa.
“Para cada trabalho desenvolvido por um professor é pre ciso levar em conta não apenas os aspectos metodológicos, mas também a natureza de cada tema e o contexto em que se trabalha. A metodologia do Agrinho é bem elaborada, sendo possível adaptá-la para outros momentos, sobre outros as
suntos. Eu mesma tenho feito isso, porque aprendi muito. Foi uma experiência exitosa e perfeitamente aplicável no dia a dia de um professor.”
Para o presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, o Agrinho estimula a comunidade escolar.
“A ideia é que o programa seja um agente transfor mador deste ambiente e que todos os envolvidos mergulhem no agro, conhecendo as boas práticas agropecuárias no campo, a partir de uma metodo logia que trabalha a teoria e prática e incentiva o debate sobre diferentes temas dentro e fora da sala de aula”, analisa.
ATeG ajuda a melhorar renda de apicultores ao reduzir custos e aumentar produtividade
Em pouco mais de três anos, a ATeG Apicultura do Senar/MS já está apresentando resultados efe tivos para os produtores de Mato Gros so do Sul. O Custo Operacional Efetivo (COE) caiu em média 18%, e houve cres cimento da produtividade das colmeias, o que resulta em melhor rentabilidade.
“Atualmente são atendidas 417 pro priedades distribuídas em 40 municí pios do estado. As ações são baseadas em cinco passos: diagnóstico produtivo individualizado; planejamento estratégi co; adequação tecnológica; capacitação profissional complementar e avaliação sistêmica dos resultados. Esses passos são executados pelos técnicos de campo
durante o período de 24 meses, no qual o produtor recebe a assistência”, explica a coordenadora da ATeG Apicultura, Ja naina Gheller.
Nas visitas, segunda ela, os técnicos abordam assuntos que vão das melho rias das colmeias, e consequentemente a produção de mel, até aspectos geren ciais, voltados a questões financeiras do negócio. “Além disso, os participantes têm acesso a cursos de capacitação em diversas áreas da apicultura, o que con tribui ainda mais para o resultado posi tivo da propriedade”.
O trabalho está beneficiando produ tores como Eduardo Moreno, da Estân cia Sagrado, em Três Lagoas, no leste de Mato Grosso do Sul. Ele conta que, dos 30 anos na atividade, há três rece be orientações do Senar/MS. Entre os principais avanços obtidos neste perío do, estão a recuperação de colmeias que haviam sido perdidas com as geadas de 2021 e o crescimento da produção para a média de 30 quilos de mel por alveário. Satisfeito com as conquistas, já pla neja a expansão. “Este ano, em parceria com outro produtor, começamos mais um apiário, com previsão de produção ainda para 2022”.
Para atender os apicultores em mais da metade do estado, o Senar/MS con ta com uma equipe de 17 técnicos de campo. O supervisor da ATeG, Michel
Crepaldi, explica que, além das proprie dades atendidas, mais de 100 já conclu íram o período de orientação, e apresen tam excelentes índices na atividade.
“A apicultura está crescendo muito, com grande possibilidade de ser a renda primaria de uma propriedade. O Mato Grosso do Sul tem muito potencial para a atividade, pois encontramos diversas floradas e uma pequena entressafra, além da ótima enxameação de espécies de abelhas com e sem ferrão”.
Dados da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal) reforçam o aumento e interesse pela cadeia pro dutiva no estado: salto de 14,9% no número de caixas de abelha em apenas sete meses, passando de 27,7 mil em dezembro de 2021 para 31,8 mil em julho de 2022.
Aliando empreendedorismo e agropecuária, Programa Negócio Certo Rural orienta sobre práticas empresariais em propriedades rurais de MS
Aplicar conceitos e iniciativas de gestão, com intuito de es timular o empreendedoris mo no campo, transformando pro priedades em verdadeiras empresas rurais. Esse é o objetivo do Progra ma Negócio Certo Rural (NCR), uma iniciativa do Senar/MS em parceria com o Sebrae/MS.
O NCR é um curso de curta du ração, com foco no desenvolvimento empreendedor dos produtores rurais. Os encontros são divididos em cinco módulos, distribuídos em seis etapas. Todas as atividades são feitas para au
xiliar na melhoria do negócio rural já existente, ou na implementação de um novo projeto.
O instrutor da iniciativa em Mato Grosso do Sul, Hélcio Sandim, co menta que os produtores rurais do Brasil já mostram as competências e capacidade nas suas atividades. Po rém, com o curso, a eficiência das propriedades pode ser elevada, trans formando o entendimento dos produ tores de que no campo existem gran des empresas rurais.
“No começo de cada turma sem pre faço uma pergunta: ‘quem é um
empresário rural?’ Às vezes, tem tur ma que ninguém levanta a mão. Os produtores não se veem como empre sários. No curso buscamos alavan car a propriedade rural a partir de um objetivo, visando renda através da produção. Assim, nós mudamos o comportamento. Transformamos o sentimento também, o produtor passa a entender que ele faz parte da mu dança e pode alavancar o agronegó cio. Ele passa a se ver como um em presário rural, e a propriedade como uma empresa”, descreve Hélcio. Além de gerar conhecimento, o
Munir os produtores de informações. A partir deste tópico que os cinco módulos vão se desenhando para oferecer algumas condições aos proprietários. Hélcio explica que ao longo da capacitação os participantes conhecem conceitos e ferramentas para a elaboração de um plano de negócio.
Os cinco módulos do programa são:
Realize o diagnóstico da propriedade rural;
Identifique ideias de negócios;
Descreva o negócio;
Verifique a viabilidade do negócio;
Organize e administre o negócio.
Negócio Certo Rural pretende desen volver atitudes que contribuem para a mudança de postura em relação ao planejamento e gestão da propriedade no campo. Ao fim dos encontros, os proprietários colocam em prática to dos os aprendizados ao elaborar um plano de negócio que irá auxiliá-los nas tomadas de decisões.
“Todos os módulos são pensa dos para que os produtores tragam e aprendam cada vez mais. Tudo isso gera uma mudança. Eles produtores passam a pensar para além do sentido empírico, já que apresentamos a técni ca. O grande objetivo é fazer com que a propriedade rural seja vista como uma empresa no campo. Apresentamos um norte para tudo isso”, comenta Hélcio.
O programa é oferecido pelos sindi
catos rurais de cada cidade do estado. O produtor também pode ser indicado após ter passado pelo atendimento da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG).
Todo o curso é fundamentado sob uma metodologia intitulada de CHA, que é a sigla para as palavras: Conhe cimento; Habilidade; e Atitude. Hélcio explica que a partir dos primeiros en contros, os participantes começam es timular habilidades empreendedoras, que posteriormente vão gerar atitudes diferentes, com ênfase nas proprieda des rurais.
“Através do treinamento, trazemos o conhecimento. A habilidade será trabalhada no programa com as fer ramentas de gestão. Apresentamos
formas de cálculo, utilização de calcu ladoras e técnicas empresariais para o campo. Realizamos também dinâmi cas em grupo, para que o participante desenvolva atitude. Se ele enxergar de forma diferente, a atitude também será diferente”, disse.
O instrutor deixa claro que a me todologia, com visão empreendedora, tem a capacidade de ampliar os hori zontes, oferecer possibilidades e evi denciar o potencial empresarial no campo.
“Vemos a mudança das realidades. Nós trazemos para o produtor uma visão para que ele enxergue sua pro priedade como uma empresa. Além da teoria, nos últimos encontros vamos até a propriedade e buscamos entender os potenciais e déficits”, finaliza.
Durante a pandemia, Isabella Almeida deixou a ci dade e passou a administrar uma das proprieda des da família, em Ribas do Rio Pardo. No início, a criadora de gado de corte teve dificuldade em entender todos os processos da fazenda, mas graças a Assistên cia Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/MS, a administradora viu a melhora na gestão e no manejo dos bovinos.
A família de Isabella administra três fazendas, todas dedicadas à pecuária de corte, em Mato Grosso do Sul. Com as adequações alcançadas por meio do acompanhamento do Senar/MS, a pro dutora ressalta os resultados obtidos na relação entre os funcionários e o funcio namento de sua propriedade.
“O Senar/MS nos propôs um projeto e achamos interessante. Coincidiu com o período em que comecei a trabalhar na fazenda, e essa par ceria está sendo muito importante. Eles me mostraram que a propriedade é uma empresa, que é necessário pesquisar preços e cuidar financeiramente do negócio”.
Com foco na gestão da propriedade, Isabella implemen tou as medidas sugeridas pela assistência técnica e as mu danças já estão proporcionando melhorias. Ela detalha que a consultoria conta com planilhas e atividades especialmen te desenvolvidas para atender desde o produtor até o traba lhador rural. “Já existia o planejamento financeiro anual na fazenda, mas a equipe apresentou um planejamento muito mais detalhado. Atualmente estou fazendo cursos e apren dendo. Sem a ajuda do ATeG não conseguiria”, disse.
Além do planejamento de gestão, o acom panhamento também promoveu mudanças na relação entre os colaboradores. “Reali zamos um curso de manejo com os fun cionários da fazenda e de propriedades vizinhas, foi uma experiência muito im portante. Além da vivência, eles pude ram aprender na teoria e na prática. Essa é uma parceria que só traz benefícios, to dos saem ganhando”, afirma.
O Senar/MS orienta os produtores rurais a produzir com sustentabilidade dentro e fora da porteira, seja na área ambiental, social e governamen tal, preceitos dos elementos ESG (Environmental, Social and Governance). “A consultoria nos trouxe um olhar mais foca do na pastagem, nutrição do gado, cuidados com o rebanho e outros aspectos essenciais para o bom funcionamento dos trabalhos. Tudo em fazenda é um processo”, disse.
Uma iniciativa que Isabella implementou em sua proprie dade, após as orientações do Senar/MS, foi a de reuniões periódicas entre os funcionários, em grupos e individual. “A ideia de fazer reuniões mostra a importância do trabalho em equipe e o envolvimento de todos. Hoje percebo que todos estão se abrindo mais para novas ideias. A convivência me lhorou bastante”, finaliza.
Superação e oportunidade. As palavras resu mem a história de Silmara Batista do Nascimento, de 48 anos. Ela vem de uma família de produtores rurais de Dois Irmãos do Buriti. Mãe de três filhos: Lorena, Larissa e João, em 2011 sofreu um Aciden te Vascular Cerebral (AVC) que paralisou parte do seu corpo e mudou sua vida.
Se separou do companheiro e, em 2014, se mu dou de uma propriedade rural em Ribas do Rio Par do para a cidade de Água Clara. Foi como ela mesma diz, “com uma mão na frente e outra atrás”. Depen dia da pensão que o ex-marido pagava para sobrevi ver. Chegou a entrar em depressão, mas com apoio dos filhos e usando a busca pelo conhecimento como motivação, conseguiu superar a doença.
Ela fez primeiro um curso de assistente de RH, pelo Senai. Depois, aconselhada por um amigo, procurou o Sindicato Rural da cidade. A entidade a acolheu e abriu uma janela de oportunidades com suas capacitações.
“O primeiro curso que fiz foi de instalação de cerca elétrica. Logo depois o de inseminação artifi cial e aí, peguei gosto. Não queria ficar em casa to mando tereré e falando da vida dos outros. Queria mais para minha vida. A cada curso que fazia apren dia mais e meu interesse pelo campo crescia”.
Participante assídua das capacitações, entre 2017 e 2022 ela fez 82 cursos do Senar/MS minis trados em parceria com o Sindicato Rural de Água Clara. Foi se familiarizando com a rotina e o traba lho no Sindicato Rural. “Quando não estava apren dendo, estava ajudando voluntariamente o pessoal do sindicato. Estava lá direto”.
Motivada, capacitada e integrada, em 2021, ela teve a oportunidade que tanto almejava. Sem mobi lizador no sindicato, ela se ofereceu à direção da en tidade para ocupar a função e foi prontamente con tratada. “Na época, o presidente era o Moacir Reis. Ele me disse que eu já conhecia tudo ali e que já era de casa. Agradeço muito a ele e à sua esposa, Bruna, que me ajudaram muito, assim como minha orien tadora, Lilian Oliveira Daniel. Foi ela que me incen tivou a não desistir da vida e a continuar lutando”.
Fazendo o que gosta, na área que ama, Silmara se destaca pela simpatia e dedicação ao trabalho. “Meu plano agora, também com suporte do atual presidente, Ricardo Catarin, é continuar estudan do. Quero fazer um curso técnico na área rural. Quando o mobilizador está presente, os alunos se sentem ainda mais motivados. Sou apaixonada pela agricultura e pela pecuária. Vivo na cidade na marra, mas se pudesse moraria no campo”.
A 53ª Exposição Agropecuária de Aquidauana (Expoaqui) foi um completo sucesso de público, de crítica e de negócios. Durante quatro dias, o Parque de Exposições Manoel Antônio Paes de Barros recebeu mais de 8 mil pessoas, que acom panharam gratuitamente uma programação de shows com grandes artistas nacionais: Davi Sa cer, Lino e Nando, Henrique e Diego, Maria Cecí lia e Rodolfo e Daniel.
Além dos shows, a Expoaqui contou com es tandes de empresas oferecendo os mais variados tipos de produtos e serviços, da alimentação a máquinas e implementos agrícolas, além de mos tra e leilão de animais e rodeio.
“A exposição foi um sucesso. Tenho que agrade cer a minha diretoria, a toda a equipe que me aju dou, além da Prefeitura e do Governo do Estado. Não teve problema, não teve uma ocorrência. Foi
perfeita. A maior emoção que senti depois dos dias de festa foi andar pelas ruas e ouvir todo mundo elogiando. Não escutei um 9,5, só escuto 10. Um sucesso!”, diz o presidente do Sindicato Rural de Aquidauana, Paulo Ricardo Pereira Chedid.
Ele explicou que a expectativa para a festa era muito grande, já que não ocorreu por dois anos devido à pandemia. O público, que estava sau doso, marcou forte presença, e a movimentação econômica foi muito além das expectativas.
Com os bons resultados da edição deste ano, Paulo Ricardo revela que começa a planejar a Expoaqui 2023. “Neste ano, houve pouco tem po para planejar. Recebi o sindicato no dia 30 de março, minha posse foi no dia 9 de abril. A prefei tura ajudou muito. Foram muitas reuniões, mas deu tudo certo. Conseguimos reformar o parque de exposições a tempo”.
Com apoio do Sistema Famasul, a Exposição Agropecuá ria de Amambai (Expobai) retornou em setembro, trazendo shows, leilão, palestras e vitrines técnicas.
O Senar/MS patrocinou o evento. Programação também teve atrações culturais e agendas técnicas voltadas a produ tores rurais.
Após dois anos sem ser realizada, a Expobai teve sua aber tura oficial na noite de 1º de setembro, no Parque de Exposi ções de Amambai. O diretor-tesoureiro da Famasul, Frederico Stella, participou do evento.
Expobai retorna com shows, leilão, palestras e vitrines tecnológicas
A Festa do Peão de Boiadeiro de Cassilândia completou 50 anos em 2022. A comemoração não poderia ter sido melhor. Recorde de público, um dos melhores currais de elite, grandes premiações do rodeio brasileiro, vasta programação cultural e palestras técnicas voltadas aos produtores rurais marcaram o meio século do evento.
“Estamos na capital do rodeio em Mato Grosso do Sul. Após dois anos, o público estava com sau dades e ansioso pela festa, tanto que registramos um recorde de visitantes. Nos seis dias, mais de 65 mil pessoas passaram pelo parque de exposições”, conta Cilas Alberto de Souza, que na época era o
presidente do Sindicato Rural de Cassilândia.
Para estimular a disputa entre os profissionais do rodeio, foi oferecida premiação de R$ 2909 mil, uma das maiores do país.
Outro destaque foi a Vitrine Tecnológica da Horticultura do Senar/MS, em parceria com a pre feitura e a Câmara Municipal, em uma estrutura de 1.200 m², com palestras de difusão de tecnologias e visitas aos canteiros.
Para 2023, a expectativa é aumentar a área de plantio de hortifrútis no Sindicato Rural e iniciar um projeto em fruticultura com o cultivo de varie dades de frutas em uma área de 10,5 mil m².
A 29ª Exposição Agropecuária de Caarapó (Expoac) foi retomada em agosto dete ano, após dois anos, com uma ampla programação cultural. O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Berto ni, acompanhou a abertura do evento ao lado do presidente do Sindicato Rural do município, Carlos Eduardo Macedo, o Cacá.
“Espero que aproveitem todas as atrações da exposição que, nesse ano de retorno, foi ampliada, demonstrando a força do agro na região, resultado do empenho dos produtores e da representativida
de do setor”, enfatizou Bertoni.
“Foram dois anos de muita dificuldade, mas superamos com a união de todas as instituições apoiadoras, como a Famasul e o Senar, os colabora dores do sindicato, e estamos realizando essa gran de festa”, agradeceu Cacá.
Simultaneamente à exposição, foram promovidas a 17ª Festa do Milho, a 17ª Festa do Leite e a 17ª Festa do Laço, com patrocínio do Senar/MS. Houve ainda expo sição de animais, shows regionais e nacionais, mostra de máquinas agrícolas e palestras técnicas.
Um empreendedor nato que, com sua lideran ça e idealismo, ajudou a desbravar o Paiaguás e a trazer desenvolvimento para o Pantanal. O pro dutor rural e empresário Clóvis de Barros faleceu em 2013, mas seu amor e dedicação pelo bioma continuam a inspirar as novas gerações. Em ho menagem ao pioneiro, a MS-214, estrada que vai do entroncamento da BR-163 em Coxim até Co rumbá, recebeu seu nome.
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa, a pedido do Sindicato Rural de Corumbá, propôs a homena gem. O projeto foi aprovado no Legislativo e san cionado pelo governador Reinaldo Azambuja.
“Ele foi pioneiro na introdução de modernas técnicas como inseminação artificial e confina mento. Sempre acreditou que o progresso, com estradas e energia, chegaria na região do Paia guás, o que está ocorrendo hoje”, aponta o pre sidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson Araújo de Barros.
Clóvis nasceu em Cuiabá, mas veio para Co rumbá ainda criança, em 1927. Perdeu o pai e, para amparar a mãe, começou a trabalhar como auxiliar de escritório na charqueada de um tio. Ajudou a formar os quatro irmãos. Se tornou ge rente e, com as economias, conseguiu comprar sua primeira propriedade, na região do São Lou renço. Em 1948 fez uma permuta e adquiriu uma fazenda no rio Piquiri, no Paiaguás.
Se mudou com a família para formar a fazen da. “Não tinha nada. Fizeram a mudança de car ro de boi. Levaram algumas cabeças de gado de leite, galinhas, cachorros. Chegaram até o Porto São João, onde tinha uma tapera velha, e ali foi a primeira sede da fazenda”, relata um dos filhos de Clóvis, João Lins de Barros.
Nas décadas seguintes, em parceria com o tio, adquiriu uma charqueada em Poconé. Depois, com o declínio da atividade, investiu em outros setores. Foi um dos fundadores da Companhia Telefônica Corumbaense e um dos criadores do
Banco do Povo. Mesmo com a venda da insti tuição, permaneceu na direção do banco até os 79 anos. “Após a aposentadoria, se tornou uma espécie de conselheiro em Corumbá. A casa era aberta e todos o procuravam para pedir orienta ção. Foi assim até o fim da vida. Ele faleceu com 97 anos”, diz João.
Após a morte, a família descobriu sua solida riedade anônima. Foram inúmeros relatos de pessoas que haviam sido ajudadas por ele em momentos difíceis.
“Ele era um apaixonado por Corumbá e pelo Pantanal. Acreditava demais que o Pantanal não era só beleza, tinha que produzir, senão era uma beleza morta. Essa homenagem mexe conosco. É um reconhecimento aos pioneiros, como ele. Ele dá nome à rodovia, mas todos os outros que ajudaram a desbravar essa região estão sendo homenageados também”, acredita.
Casado com Eunice Lins de Barros (in memo riam), Clóvis de Barros teve três filhos: Ricardo Lins de Barros e Beatriz de Barros Bumlai (in me moriam), além de João Lins de Barros.
Estrada que corta o Pantanal recebe o nome de pioneiro do Paiaguás: Clóvis
Dourados recebeu a 38ª edição da Festa do Peão Boiadeiro, promovida pelo Sindicato Rural em parceria com a agência Opa Marketing Digital. Realizada no Parque de Exposições João Humber to de Andrade Carvalho, a iniciativa teve como ob jetivo resgatar a elegância do esporte e a cultura sertaneja, manter a história de sucesso e fomen tar a economia da região.
“A Festa do Peão acontecia simultaneamente à Expoagro até 2014. Desde então, com o au mento da nossa exposição agropecuária, não tínhamos mais como comportar as duas festas juntas no mesmo local. Por isso, houve essa in terrupção, e a festa retornou agora com força total”, explica o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Ângelo Cesar Ajala Ximenes.
Mais de 70 competidores participaram das dis putas na arena do rodeio em touros e cavalos. Reforçando o time da festa, marcaram presença as companhias Tropa 40 Anos, Paulo Emillio, WF, Marca e CF, além dos locutores Piracicabano, Sid ney Correa e Fagner Rangel e o comentarista, Es nar Ribeiro.
A programação musical incluiu Bruno & Marro ne, Brenno & Matheus, Luan Pereira, Léo & Rapha el. “Atraímos um público diversificado, seja pelos shows musicais, seja pelo tão esperado rodeio, além de atividades como disputas de laço com prido, de team roping e prova de três tambores”, disse.
“Pensamos sempre em fazer melhor. Buscando tornar a nossa Festa do Peão ainda mais atrativa. Para 2023, faremos uma etapa que vai anteceder a disputa em Barretos – São Paulo. Com isso os atletas farão em Dourados a última etapa que é a classificatória para Barretos. Iremos antecipar a data do evento para o primeiro final de semana de agosto”, concluiu.
Sindicato Rural de Bandeirantes
Sindicato Rural de Cassilândia
Presidente: Luiz Antônio Enderle Bannak
Presidente: Adenilson Pereira Camargo
Sindicato Rural de Costa Rica
Presidente: Eloy Bortolini
Festa do Peão de Dourados fomenta economia, resgatando a cultura sertaneja e a elegância do esporte
Maracaju é o maior produtor de soja e milho de Mato Grosso do Sul. Graças à força da sua agricul tura, é o oitavo município mais rico do agro no país, segundo o Mapa. Mas nem sempre foi assim. A pe cuária já foi o destaque em sua economia. Para resgatar a história e deixar regis trada para as futuras gerações toda essa transformação, o Sindicato Rural lançou um livro, com apoio do Senar/MS.
“A História da agricultura de Maracaju, dos campos de vacaria para o maior produtor de grãos do Mato Grosso do Sul” foi escri to pela jornalista Vanessa Bordin. Com 17 anos de experiência e pas sagens por televisão, assessoria de imprensa, revista e rádio, a paranaense está radicada há quase dois anos na cidade.
Com o olhar de quem conviveu com o agro des de pequena – além do seu pai ser técnico agrícola, ela trabalhou por diversas vezes diretamente com o setor, recebeu o convite e aceitou o desafio. “O projeto surgiu no final de 2020, no Núcleo de Mu lheres do Sindicato Rural, de uma necessidade de ter registrada a história do agro e de como as coisas foram acontecendo aqui. Como eu estava ficando conhecida na cidade em razão do programa sobre agro que fazia em uma rádio, me procuraram para fazer parte do projeto. Me fizeram o convite e acei tei na hora. Sempre gostei de escrever e a ideia me fez brilhar os olhos”.
Mais do que retratar a transformação do agro no município, o livro mostra a importância dos pro dutores. “Tudo começou da vontade dos produ tores em ver a lavoura dando certo. Eles acredita ram, buscaram conhecimento, implementaram as tecnologias. Enfrentaram crises econômicas, mas persistiram. Foi um longo processo para Maracaju se tornar esse berço de tecnologias no agro que é hoje, e isso precisa ser valorizado”.
Nesse caminho, Vanessa escreveu sobre a fun dação, a chegada dos imigrantes, o conhecimento dos produtores que vinham de fora (holandeses,
gaúchos, paranaenses), a introdução do plantio da soja no lugar do arroz já no início dos anos 1970 e depois o destaque estadual e nacional.
Para o presidente do Sindicato Rural de Maraca ju, Fábio Caminha, o projeto é especial para toda região, por relatar a história da cidade, que é berço e referência na agricultura. “Apostamos no livro como um resgate histórico funda mental para ficar registrado para as futuras gerações. Contar uma história é mergulhar em fatos que aconteceram, estudar, pes quisar e, sobretudo, é aprender.
Isso vem ao encontro do nosso propósito à frente do Sindicato, que é de transformar realidades por meio da educação”, enfatizou.
O livro tem 140 páginas e sua primeira edição foi de 500 exemplares, sem fins lucrativos. O município, entretanto, já manifesta interesse em inserir a publicação nas aulas de história das esco las, para valorizar a memória local.
Está previsto um relançamento neste ano para, também, divulgar a versão online da obra.
A 11ª edição do Concurso do Milho Safrinha foi histórica. Promovido pelo Sindicato Rural de Rio Brilhante no fim de agosto, o evento dobrou de ta manho, assim como a Festa do Milho – que ocorre em paralelo à programação do certame. Além dis so, houve um recorde de participantes e de público e foram apresentadas as espigas de melhor quali dade desde o início da competição, em 2012.
“Foi o maior evento que fizemos nos últimos anos. Das edições anteriores foi a que mais reper cutiu dentro de Rio Brilhante. Duplicou de tama nho, tanto o concurso quanto a exposição. Foi um sucesso absoluto”, ressaltou o presidente do Sindi cato Rural, Leandro Fabricio Martins Aléssio.
Ele lembrou que, em 2020 e 2021, em razão da pandemia de Covid-19, o concurso foi promo vido, mas com algumas modificações. “Em 2020 houve o certame, com premiação para os ga nhadores, mas sem a Festa do Milho. E em 2021, como houve uma grande quebra da segunda sa fra, fizemos em um formato diferente também, mas não interrompemos”.
Mesmo com a manutenção do concurso nos úl timos dois anos, o presidente diz que produtores e a população estavam eufóricos e ansiosos pelo re torno da disputa e da celebração de modo presen cial, sem restrições. “Isso foi o que mais nos marcou nesta edição. Essa euforia, essa alegria. Nos impôs também um desafio. Temos que fazer cada vez me lhor para superar essa festa”, analisou.
Além do público, Leandro comentou que as em presas e instituições parceiras da Festa do Milho tiveram muito a comemorar em razão das opor tunidades de negócios encaminhadas e fechadas durante o evento. “Também foi recorde essa mo vimentação financeira. Somente uma empresa fe chou mais de R$ 20 milhões. Foi muito satisfatório esse resultado”.
Com tamanha expectativa na cidade pelo even to, o presidente diz que os produtores ficaram ain da mais animados em participar do concurso, tanto que o número de concorrentes foi histórico. Com maior diversidade de participantes, a qualidade
das espigas concorrentes foi a melhor dos 11 anos de evento.
Confira abaixo a lista dos vencedores:
Modalidade Municipal:
1º Diego Felipe Bazan, Peso líquido: 326,25 Híbrido: Fs587PWU - Fazenda Remanso Alegre
2º Darci Meazza, Peso líquido: 319,63 Híbrido: Fs564pwu - Fazenda Remanso Alegre 3º José Grotto Belle, Peso líquido:316,54 Híbrido; Fs564pwu - Fazenda Chácara União 4º Paulo Sponchiado, Peso líquido: 314,38 Híbrido: P3858pwu - Fazenda Jaraguá
5º Marciano C.Belle, Peso líquido: 310,29 Híbrido Fs564pwu - Fazenda Palma
Modalidade Estadual:
1º Leandro Luiz Batistella, Peso líquido: 307,61 Híbrido: Pioneer 3858 - Fazenda Estância Torres
2º Marcelo Ferreira Ceolin, Peso líquido: 294,62 Híbrido: Dlk290pro4 - Fazenda Lanceiro
Produtividade:
1º Adriano Paulo Prevedello, Fazenda Boa Vista Híbrido: AG 8480 - Sacas por hectare: 183,47
2º Diego Felipe Bazan, Fazenda Remanso Híbrido: DKB255PRO3 - Sacas por hectare: 175,77
3º Darci Meazza, Fazenda Remanso Híbrido: DKB255PRO3 - Sacas por hectare: 171,86
4º Paulo Henrique Ceolin Barbosa, Fazenda Panorama Híbrido: DKB255PRO3 - Sacas por hectare: 171,67
5º Antônio Cuel, Fazenda 3 de Maio Híbrido: B2702 - Sacas por hectare: 157,11
Em 1980, fui a Boa Vista, a convite da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do então Territó rio Federal de Roraima - ASTER-RO, para oferecer um curso concentrado de melhoramento animal aos seus técnicos: agrônomos e médicos veterinários.
Voltado para gado de corte, o curso foi apresentado em sala envolvendo conceitos básicos, estratégias de melhoramento (seleção e cruzamentos), descrição das principais raças e algumas práticas rela cionadas a planos de cruzamento e evolu ção de rebanho.
Ao longo daqueles dias fui informado de que a produção de leite no Território era praticamente uma atividade extrativa, com baixa produção, muito aquém da de manda potencial do próprio município de Boa Vista.
Decidido a resolver este problema, o Se cretário de Agricultura do Território havia importado um lote de vacas e um touro da raça Holandesa, diretamente do Uruguai! Considerada uma ideia inovadora, fui convidado pelos extensionistas a conhecer este rebanho, ao final do curso.
Chegando a Campo Grande, passei este material ao meu co lega pesquisador da área de entomologia, Dr. José Raul Valério. Levada ao Museu de História Natural de Londres, a praga foi identificada: Haematobia irritans, a famosa mosca dos chifres! Minha atitude foi espontânea. Fiz a minha parte. O Dr. Zé Raul, no entanto, leal, cuidadoso, na verdade um gentleman, como ele é, reconheceu esta minha participação citando o meu nome no artigo que publicou para descrever esta nova praga, pela primeira vez no Brasil! (1)
Ao chegar à fazenda, fiquei alarmado com o que vi. Embo ra com abundância de pasto, como normalmente se observa em áreas tropicais com calor e chuva o ano todo, os animais estavam muito magros. Logo percebi o porquê: não tinham tempo, nem sossego para pastar! O pouco da energia que ain da restava era só para movimentos, na tentativa de espantar a verdadeira nuvem de moscas que os deixavam atordoados! Aliás, alguns dos animais já tinham morrido, disseram-me.
Perguntei aos técnicos que me acompanhavam que praga era aquela. Ninguém soube me dizer. Minha primeira reação foi fazer uma coleta de moscas para investigação. Fumante, ainda, naquela época, joguei fora os palitos de fósforo que ti nha e com rápidos movimentos de mão sobre o costado do touro, enchi a caixinha de fósforo de mosca. Com uma estru tura admirável, ficava imaginando aquele touro naquela planí cie uruguaia... a elegância que deveria ser...
Ao chegar de volta ao hotel, percebi que havia amassado muito as moscas e pedi que me levassem de volta à fazenda no dia seguinte. Aí, sim! Fiz uma coleta caprichada, enchendo um vidrinho com aquelas moscas, pequenas, na verdade, mas que faziam um estrago danado!
Deste ponto em diante se montou uma verdadeira maratona de trabalhos, liderados na Embrapa Gado de Corte pelos pesquisadores Drs. Ivo Bianchin e Michael Honer: estudos de simulação, para se ter uma ideia de quanto tempo a mosca levaria para chegar até o Brasil Central Pecuário, alertas ao Mapa para vigilância sanitária, controle biológico (com a importação do besouro “rola -bosta” da Austrália), e controle da mos ca com inseticidas.
Decorrido este tempo, graças aos trabalhos realizados e às características da própria natureza no Brasil Central, com estações mais bem definidas de verão (chuvoso e quente) e inverno (seco e mais frio), esta praga se encontra praticamente estável.
Geralmente se observam apenas dois picos de infestação (início e final do período de chuvas), exigindo-se atenção e controle em rebanhos com animais na turalmente mais sensíveis, es pecialmente aqueles com mais proporção de sangue taurino (origem europeia), leiteiro ou de corte.
Antônio do Nascimento Ferreira Rosa (Toti) Eng. Agr., D. Sc. pesquisador e chefe-geral da Embrapa Gado de Corte