Põe na Mesa - Edição 43

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Nelson Almeida/AFP

Ministério da Educação teve 30% dos recursos bloqueados Thinkstock

o orçamento do Fundo Setorial do Audiovisual. O projeto prevê, também, a maior redução na captação de recursos por meio de participação em empresas e projetos. Em 2020, esse orçamento passará de 650 milhões para 300 milhões. Em agosto, o presidente determinou que a sede da Ancine fosse transferida do Rio de Janeiro para Brasília, com o intuito de o governo poder ter mais controle sobre o órgão. Na época, o presidente afirmou que o governo iria fazer uma seleção das obras que teriam apoio público e que filmes como “Bruna Surfistinha”, que retrata a vida de uma garota de programa, não iriam mais receber dinheiro do governo. Especialistas da área classificaram a atitude do presidente como censura.

Aparelhamento

Ancine: governo cortou 43% do orçamento do Fundo Setorial do Audiovisual

e a pesquisa de 202.000 mestrandos e doutorandos. Distribuídas as faturas para cada ministério, a Educação acabou sendo a pasta que mais sofreu bloqueio de recursos. Em termos absolutos foram 30% dos recursos da pasta (equivalente a 5,8 bilhões de reais), embora a suspensão tenha sido proporcionalmente menor do que a ocorrida em outros ministérios. E como as universidades são responsáveis por grande parte da verba gasta pela pasta, foram essas as instituições que mais sofreram.

Teve universidade que não tinha como pagar a conta de luz. Lembrando que a verba integral do Orçamento já não vinha sendo suficiente para cobrir os gargalos e tirar o país dos péssimos lugares que ocupa em rankings de avaliações referentes à educação.

Cultura No setor cultural, o governo batalha em uma ofensiva contra a indústria do cinema. Para 2020, o governo propôs um projeto ao poder legislativo que corta em 43%

Ao longo do primeiro ano de governo, o aparelhamento de importantes instituições federais gerou desconforto até mesmo em sua base aliada. Uma crise na Polícia Federal foi registrada em agosto pelo fato de que o presidente determinou a demissão do Ricardo Saadi, até então superintendente da PF do Rio de Janeiro. Ao comentar a demissão, o presidente afirmou que “que quem manda sou eu” e ainda aventou a possibilidade de nomear para o posto um nome “amigo”, Alexandre Saraiva, que comanda a PF no Amazonas. A troca de comando ameaçou uma demissão coletiva de delegados. Já na Receita Federal, a indignação está no fato de que o governo determinou a demissão Mário Dehon, chefe do órgão no Rio de Dezembro de 2019

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