Jornal Sinpol-DF - Ed. 14 - Nov./19

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Ano III - Edição 14 Novembro de 2019

PUBLICAÇÃO DO SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO DISTRITO FEDERAL

FOTO: COMUNICAÇÃO/SINPOL-DF

Distribuição grauita www.sinpoldf.com.br

JORNAL SINPOL-DF

No dia 6 de outubro, a categoria realizou um ato para cobrar assinatura da Medida Provisória com a recomposição

Luta pela paridade marca atuação do Sinpol-DF nos últimos meses

Os policiais levaram diversas faixas reiterando o apelo pela assinatura da Medida Provisória (MP) com a proposta de recomposição salarial dos policiais civis. As faixas também destacavam que a categoria é a única que está há mais de dez anos sem reajuste salarial e, por essa razão, acumula perdas salariais de mais de 50%. Os dois chefes do Executivo federal e distrital acabaram não comparecendo à cerimônia, mas, no dia seguinte, em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, conseguiu abordar Bolsonaro diretamente. Na ocasião, o presidente da República afirmou que o pagamento da recomposição salarial dos

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

policiais civis teria que vir acompanhado de um mesmo percentual para os policiais militares do DF. “O dinheiro é do Fundo, não vou discutir. Eu não vou brecar o reajuste de ninguém. Mas, PM e Civil juntos”, disse.

REAÇÃO Em resposta, nos dias seguintes o Sinpol-DF, por meio de notas à imprensa, fez um alerta sobre a nova condição, explicitando como policiais e bombeiros militares têm sido extensamente beneficiados, em detrimento dos policiais civis. A diretoria do sindicato também manteve a articulação política como foco de atuação, na tentativa de evitar prejuízos à categoria. Na manhã do dia 21 de outubro, por exemplo, houve uma reunião com o senador Izalci Lucas (PSDB), vice-líder do governo no Senado. Além de tratarem da recomposição salarial – pauta central do encontro –, os diretores esclareceram a diferença de regime jurídico em relação a outras carreiras. Na mesma reunião, os diretores ressaltaram também a necessidade de um maior suporte do Estado à saúde dos policiais – uma

Diretoria também aproveitou atos públicos para cobrar do governador celeridade quanto à publicação da MP FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Cerca de 200 policiais civis acompanharam, na manhã do dia 6 de outubro, a cerimônia de substituição da Bandeira Nacional na Praça dos Três Poderes. O grupo, convocado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), fez um ato pacífico e ordeiro com o objetivo de reiterar o pleito da recomposição salarial ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Em reunião com Izalci, foram discutidas recomposição salarial, Reforma da Previdência e saúde dos policiais civis do DF vez que a contratação de planos de saúde privados tem comprometido grande parte da renda desses servidores. A diretoria do Sinpol-DF, representada por Gaúcho e pelo diretor Alex Galvão, também acompanhou, no dia 29, a solenidade de assinatura do decreto que regulamenta o pagamento de pecúnias aos servidores distritais,

regidos pela LC 840 (regime jurídico distrital). Os policiais aproveitaram a ocasião para cobrar o pagamento das pecúnias devidas aos aposentados da PCDF. Cobraram, ainda, celeridade na publicação da MP com a recomposição salarial da categoria ao governador e ao secretário de Segurança Pública Anderson Torres.


EXPEDIENTE

APOSENTADOS

DIRETORIA EXECUTIVA Rodrigo Franco “Gaúcho” Presidente / Paulo Roberto Vice-presidente / Rodrigo Meneses Secretário-geral-adjunto / Elcimar Nunes Tesoureira / Fernandão diretor Jurídico / Bruno Cançado diretor Jurídico-adjunto / Thallys Passos diretor de Comunicação-adjunto / Marcele Alcântara diretora de Assuntos Sindicais / Jackson Dantas diretora de Assuntos Sindicais-adjunto / Marcão diretor de Planejamento, Administração e Informática / Lidenberg Melo dir. de Planejamento, Administração e Informática-adjunto / Renato Santos dir. de Benefícios, Cultura, Esportes e Políticas Sociais / Alex Galvão dir. de Benefícios, Cultura, Esportes e Políticas Sociais-adjunto / José Carlos Saraiva diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas / Sueli de Barros diretora de Assuntos de Aposentados e Pensionistas-adjunta.

“Sinpol em Casa” visita aposentado Leci Coutinho da Chaga

CONSELHO FISCAL Sônia Christiansen Presidente Cesias Alves Conselheiro fiscal Keila Patrícia Conselheira fiscal Ernandes Sousa Conselheiro fiscal Danny Nunes Conselheiro fiscal Anelita Maria 1ª suplente Rosi Santos 2ª Suplente. PRODUÇÃO: CONVERSA COLETIVO DE COMUNICAÇÃO CRIATIVA | Coord. de Comunicação Diógenes Santos (DRT 1585/SE) / Ass. de Comunicação Iuri Max Silva (DRT 1982/SE)/ Revisão Kadydja Albuquerque / Repórter Fotográfico Arnon Gonçalves/ Criação Publicitária (estagiária) Emanuelle Arcângela / Jornalismo (estagiário) David Jordan Projeto Gráfico Everton Pinheiro Diagramação Dudu Lessa Tiragem: 7.500 exemplares.

Esbanjando sorrisos e simpatia, o policial civil aposentado Leci Coutinho da Chaga, de 78 anos, recebeu em sua casa, em Águas Claras, o grupo do “Sinpol em Casa”. Em uma tarde chuvosa, no dia 7 de outubro, Leci compartilhou um pouco de sua trajetória como policial – história que começou Chaga, como é conhecido, foi visitado, à companhia dos ainda na Guarda Especial filhos, pelos diretores do sindicato e pelo capelão da PCDF de Brasília (GEB). “Chaga”, como sempre foi conhecido na corporação, deixou muito claro o orgulho que tem da Polícia. Sentados à mesa estavam José Carlos Saraiva, diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas, Sueli de Barros, diretora-adjunta, Paulo César Rodrigues, capelão da Policlínica da PCDF, e os filhos do aposentado, Adriana e Leandro. Nascido em Campos (RJ), Leci chegou à Brasília em 1959. Ele recorda-se saudoso da união que existia entre os colegas de trabalho naquela época, pois todos se reuniam regularmente para almoços e comemorações. “Eu sinto muita falta daqueles tempos. Nós nos abraçávamos e estávamos sempre apoiando uns aos outros. Por isso, estou tão feliz com essa visita de vocês”, comemorou. Aposentado há 31 anos, Leci é viúvo, pai de três filhos, avô de cinco netos e, agora, também, bisavô. Ele diz que a sua família é seu bem mais precioso: “Papai do céu decidiu que o tempo da minha esposa na terra tinha acabado e eu entendi. Hoje, sou muito abençoado de ter filhos tão bons e dedicados, assim como meus netos”, afirmou. Ele recebeu de Sueli uma miniatura de uma viatura da PCDF com seu nome na placa, um botton com o brasão do sindicato e um certificado de agradecimento pelos anos de dedicação à corporação. “Sinto-me muito honrado e acho até que não mereço uma homenagem tão linda. Nunca imaginei que receberia essa visita. Por favor, sejam sempre bem-vindos à minha casa”, frisou Leci. •

APOSENTADOS Esta é a décima quarta edição do Jornal Sinpol-DF, mais um produto de comunicação criado pela atual gestão do Sindicato como parte dos esforços para manter a categoria atualizada sobre as ações da entidade. Voltado, sobretudo, aos policiais civis que, eventualmente, não têm acesso aos demais meios de comunicação online, este periódico tem frequência mensal* e condensará as principais notícias do período. *Nos meses em que houver publicação da Revista Sinpol-DF, o jornal não será produzido.

SINPOL-DF Site: www.sinpoldf.com.br Sugestões de Pauta e Críticas: comunicacao@sinpoldf.com.br Sede: SCLRN 716, Bloco F, Entrada 61, Loja 59, Edifício do Policial Civil. Brasília-DF. CEP 70770-536. Telefone: (61) 3701-1300 E-mail: contato@sinpoldf.com.br Filial: QNA 25, Casa 34 – Taguatinga Norte. Brasília-DF. CEP: 72.110-250. Telefones: (61) 3352-6429. E-mail: sinpoltag@sinpoldf.com.br Acompanhe o Sinpol-DF nas redes sociais: facebook.com.br/sinpoldf twitter.com.br/sinpol_df instagram.com/sinpoldf_

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Bazar do Sinpolzinho faz sucesso entre sindicalizadas e comunidade externa A filial do Sinpol-DF em Taguatinga, o Sinpolzinho, deixou de lado os cursos e atividades tradicionalmente oferecidos para dar lugar à segunda edição do Bazar “Novo, de novo”, que ocorreu no dia 4 de outubro. O evento durou todo o dia e, como na primeira edição, foi um sucesso, com os mais variados itens colocados à venda: roupas, acessórios, itens para casa e artesanato. Entre os comerciantes estava Dinorá Vilela, agente de polícia aposentada há sete anos. Ela, que é presença frequente nas atividades oferecidas pelo Sinpolzinho, montou um boxe para vender acessórios e artesanato – este último, com peças que ela aprendeu a fazer no curso oferecido pelo sindicato. “Participar do bazar é uma oportunidade excelente para podermos apresentar o trabalho aos colegas e familiares”, disse. Ela já havia participado da primeira edição, em maio deste ano, e se surpreendeu com a aceitação. “As pessoas têm gostado”, acrescentou. Quem também passou a explorar as habilidades manuais e estava com uma banca montada no bazar foi a escrivã aposentada Marinalva Souza. Há um ano, ela começou a produzir laços para vender, fundou uma marca – Lacinhos BsB – e passou a participar de diversos eventos como esse. “A ideia da diretoria é maravilhosa. É uma oportunidade para fazermos negócio, seja por lazer ou até necessidade financeira”, afirmou. Segundo Sueli de Barros, diretora do Sinpol-DF, ver sindicalizadas comercializando produtos que aprenderam a fazer nos cursos oferecidos lá também é motivo de grande satisfação. “Isso, para a gente, é muito bom; significa muito porque, além de fazer pra vender, algumas utilizam as novas técnicas para reforçar um trabalho que já realizavam”, explicou. •

FOTO: DAVID JORDAN (ESTAGIÁRIO)/SINPOL-DF

Jornal Sinpol-DF / Novembro de 2019


Jornal Sinpol-DF / Novembro de 2019

INSTITUCIONAL

Diretoria participa de ato em apoio ao Sinpol-SE FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Diretores do Sinpol-DF participaram do Ato de Alerta Geral dos policiais civis de Sergipe, para pedir a aprovação do projeto “Oficial de Polícia Civil” (OPC). O ato ocorreu em frente à Assembleia Legislativa do Estado, na capital Aracaju, no dia 15 de outubro, e contou com a participação de representantes entidades de todo o país. O objetivo do OPC, proposto pelo Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol-SE), é reestruturar e unificar os cargos de base da Polícia Civil naquele estado – agentes, escrivães e agentes auxiliares passariam a ser oficiais de polícia civil. Inicialmente, o projeto recebeu apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, que, inclusive, ajudou no desenvolvimento da proposta. O andamento foi interrompido, porém, em razão do movimento de oposição da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Sergipe (Adepol–SE). Segundo o presidente do Sinpol-SE, Adriano Bandeira, o OPC “não tem nenhum custo adicional para o governo, tem previsão constitucional e de forma alguma pretende ocupar

Quatro diretores do Sinpol-DF se juntaram a representantes de entidades de todo o Brasil em apoio aos policiais civis sergipanos atribuições dos delegados”, mas mesmo assim tem encontrado resistência. Por isso, a importância do apoio das demais entidades. “Estamos aqui somando à luta por um projeto inovador, importante não só para Sergipe, mas para o Brasil inteiro”, explicou Alex

Galvão, diretor do Sinpol-DF e vice-presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). Além dele, os diretores Marcos Campos, Lindenberg Melo e Fernando Ferreira também estiveram em Aracaju para apoiar os policiais civis sergipanos. •

PLEITOS

FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

PCDF quer transformação de cargos e Sinpol-DF propõe debate

Em reunião na DCCP, sindicato ouviu os agentes sobre o que querem para a carreira O Sinpol-DF promoveu, no dia 1º de outubro, uma reunião com os agentes policiais de custódia. Realizado na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), o evento possibilitou que a base fosse ouvida sobre o futuro almejado para a carreira na instituição. Essa discussão se intensificou após uma audiência pública da Câmara Legislativa do DF (CLDF), convocada pelo gabinete do deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante), em que se debateu a possibilidade de unificação, transformação ou mesmo extinção do cargo. Ao mesmo tempo, o sindicato tomou ciência de que, com o conhecimento da Direção Geral da PCDF, circulava uma minuta de projeto

transformando o cargo de agente policial de custódia em agente de polícia – em tese, as atribuições de ambos os cargos seriam unificadas. Durante o encontro na DCCP, a diretora de Assuntos Sindicais do Sinpol-DF e também agente policial de custódia, Marcele Alcântara, expôs as implicações das três alternativas em questão, ressaltando, sobretudo, a necessidade de que qualquer alteração tenha a segurança jurídica como base. Para o Sinpol-DF, é necessário aprofundar o debate – permitindo uma maior participação dos cargos envolvidos – para que essa construção esteja de acordo também

com as expectativas dos servidores. “Nesse sentido, o sindicato continuará promovendo outros fóruns de discussão e, em breve, também convocará assembleia geral para tratar desse tema”, anunciou Gaúcho na ocasião. Dias após a reunião, o sindicato disponibilizou uma enquete para que todos os agentes policiais de custódia registrassem a sua opinião acerca do assunto. Outros dois formulários também estiveram disponíveis, voltados aos escrivães e agentes de polícia. A ideia foi ter a manifestação do maior número possível de servidores sobre o que eles pensam sobre a possibilidade de unificação desses cargos. •

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PLEITOS

Diretoria visita Ceflags para tratar do Serviço Voluntário e outros pleitos FOTO: ARQUIVO PESSOAL

A diretoria do Sinpol-DF, representada pelo presidente Rodrigo Franco “Gaúcho”, realizou, no dia 25 de outubro, uma rodada de visitas às unidades da Polícia Civil do DF. Ele esteve na 6ª Delegacia de Polícia (DP) do Paranoá e na 9ª DP, no Lago Norte. A ideia foi conversar com as equipes de plantão, seja de Centrais de Flagrantes (Ceflags) ou demais delegacias. As unidades têm sido visitadas por causa das mudanças recentemente aplicadas no Serviço Voluntário Gratificado (SVG), que passou a contemplar, também, as Ceflags.

Além de discutir o Serviço Voluntário, visitas trataram dos demais pleitos da categoria

Com as visitas, a diretoria do sindicato tem averiguado qual o impacto dessas mudanças entre as equipes de plantão, como tem sido a percepção dos policiais e, ainda, se as condições de trabalho têm melhorado. Pleitos e outros assuntos de interesse da categoria também foram discutidos. •

JURÍDICO

Delegado da 35ª DP quer que policiais civis façam o trabalho da PMDF e DF Legal

No documento, o delegado determina que as equipes do plantão da unidade sejam responsáveis pela segurança do perímetro adjacente à delegacia e realizem atividades que não são de competência dos policiais civis, estabelecendo, flagrantemente, desvio de função. Ao rebater o ato, o Sinpol-DF pontuou

que, conforme dita a Constituição Federal, compete às polícias militares o trabalho ostensivo e de preservação da ordem pública, bem como de prevenção de crimes e perturbação da ordem. O sindicato reivindicou à Direção Geral a revogação do documento, argumentando que as determinações induzem os policiais civis à ilegalidade e podem trazer consequências danosas à população. Embora tenha solicitado, prioritariamente, medidas administrativas, o Sinpol-DF já acionou seu departamento jurídico para reverter as decisões ilegais adotadas pelo delegado-chefe da 35ª DP. •

FOTO: ARQUIVO SINPOL/DF

Em ofício enviado ao diretor-geral da PCDF, Robson Cândido, a diretoria do Sinpol-DF reivindicou a revogação de uma Ordem de Serviço (OS) emitida pelo delegado-chefe da 35ª DP, em Sobradinho II, por entender que ela fere o regimento interno da corporação.

Delegado-chefe da 35ª tenta, mais uma vez, inovar ao estabelecer funções que não existem na PCDF

JURÍDICO

STF decide em ação sobre revisão anual de vencimentos de servidores públicos FOTO: ARQUIVO SINPOL/DF

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em sessão extraordinária dia 25 de outubro, que o Executivo não é obrigado a conceder revisões gerais anuais no vencimento de servidores públicos. Nesse caso, no entanto, o chefe do Executivo deve apresentar uma justificativa ao Legislativo.

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Sinpol-DF participou da ação como “amicus curiae”

O resultado do processo, que contou com a participação do Sinpol-DF como “amicus curiae”, tem repercussão geral reconhecida – aplicando-se à União e todos municípios e estados. Para a entidade, apesar de a maioria dos ministros (6 a 4) ter votado pela não obrigação do Executivo em conceder as

revisões, a decisão traz um importante avanço. Agora, presidente, governadores e prefeitos devem prestar contas sobre a impossibilidade de adotar a medida. Após o julgamento, foi fixada a seguinte tese de repercussão geral: “O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão”. •


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EM AÇÃO

Julgamento do Crime da 113 Sul reafirma condição de peritos aos papiloscopistas FOTO: IGO ESTRELA/METRÓPOLES

O laudo papiloscópico que se transformou numa das evidências mais importantes do “Crime da 113 Sul” esteve, também, no centro de uma importante discussão sobre a carreira dos papiloscopistas – debate que acabou roubando a cena no julgamento de Adriana Villela, condenada pelo Tribunal no Júri como mandante do assassinato dos pais e a empregada da família, em 2009. O ponto de partida para esse protagonismo foi uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF. O magistrado acatou parcialmente um pedido da defesa e decidiu que o juiz presidente do Tribunal do Júri deveria esclarecer ao Conselho de Sentença que os papiloscopistas do Instituto de Identificação (II) da PCDF, que assinaram aquele laudo “não são considerados peritos oficiais” – uma alegação dos advogados de Adriana embasada por um perito criminal do Instituto de Criminalística (IC) da PCDF. O documento analisou uma impressão palmar de Adriana encontrada na cena do crime que desmentia a versão dela sobre a última vez em que esteve no apartamento dos pais.

PERITOS OFICIAIS Dias depois, já com o julgamento iniciado, a Primeira Turma do Supremo anulou a decisão de Barroso e determinou que os jurados considerassem o laudo como se tivesse sido feito pelos peritos oficiais. A contradição entre os laudos levou dois policiais civis ao julgamento, na condição de testemunhas: Rodrigo Meneses de Barros, papiloscopista que assinou o laudo posto em xeque, na acusação, e Juliano de Andrade Gomes, perito criminal, na defesa.

FOTO: VITOR MENDONÇA/JORNAL DE BRASÍLIA

O depoimento de ambos ocorreu no dia 27 de

Defesa de Adriana Villela questionou laudo do II setembro. Rodrigo, que também é dirigente do Sinpol-DF, reiterou as conclusões da perícia realizada na cena do crime – em agosto de 2009 – e da que foi realizada um ano depois, quando, ao reproduzir as condições climáticas, chegou-se à conclusão de que a impressão palmar de Adriana apresentou compatibilidade com um intervalo de tempo mais recente do que afirmava a acusada. O papiloscopista, que recentemente recebeu o título de doutor em nanociência e nanobiotecnologia pela Universidade de Brasília (UnB), lembrou que a segunda perícia foi demandada

pela então Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida). A solicitação tinha por objetivo verificar se seria possível que a impressão palmar de Adriana tivesse sido produzida no dia 13 de agosto (20 dias antes da perícia papiloscópica no local do crime, quando a ré disse ter sido a última vez em que esteve na casa dos pais). “Para responder, fizemos diversas análises que utilizam métodos científicos difundidos na literatura internacional especializada”, afirmou Rodrigo, que depôs por cinco horas. Ele utilizou uma apresentação em slides para mostrar todo o embasamento teórico utilizado no estudo, bem como detalhar as técnicas utilizadas.

ATRIBUIÇÃO Apesar de ficar evidente a qualidade técnica e científica do documento, a defesa de Adriana insistiu em afirmar que o laudo não tem metodologia comprovada. Os advogados de defesa utilizaram um parecer técnico do IC, produzido três anos após o crime, sobre o laudo do II. Juliano de Andrade Gomes, perito criminal e testemunha da defesa, argumentou que a análise dos papiloscopistas teria deixado de considerar algumas variantes, que poderiam alterar os resultados. No entanto, quando confrontado, o perito criminal reconheceu que o material produzido por Rodrigo Meneses se trata de um laudo oficial. Ele também admitiu que esse trabalho está regulamentado como atribuição dos papiloscopistas na PCDF.

Rodrigo depôs durante cinco horas no julgamento

Apesar do embate, o laudo do II foi validado como prova e considerado pelo júri. O veredito do julgamento mais longo da história do DF resultou na condenação da ré, pelo triplo homicídio, a 67 anos de prisão em regime fechado. •

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EM AÇÃO

Caso Pe. Casemiro atesta mais uma vez compromisso dos policiais civis em solucionar crimes complexos FOTO: PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDE/FACEBOOK

Com a investigação do latrocínio contra o Padre Casemiro – como era conhecido o religioso Kazimerz Wojno, 71 anos – os policiais civis do DF demonstraram, mais uma vez, o compromisso em desvendar crimes, por mais complexos que eles sejam, apesar das inúmeras dificuldades que, diariamente, impõem-se na rotina de trabalho. No dia 21 de setembro, sábado, poucas horas após a notificação do crime (que ganhou bastante repercussão pela figura que o padre representava para a comunidade brasiliense e pela crueldade com que ele foi morto), a equipe de investigadores da 2ª DP, onde a ocorrência foi registrada, começaram a apuração do que tinha ocorrido. Já no dia 24, terça, com apenas dois dias de diligências, dois dos quatro suspeitos haviam sido presos em uma operação conjunta daquela delegacia com as divisões de Operações Espe-

Morte brutal de Kazimerz Wojno, o padre Casemiro, ocorreu no dia 21 de setembro; criminosos foram identificados e presos pela PCDF

FOTO: IGO ESTRELA/METRÓPOLES

ciais (DOE) e de Operações Aéreas (DOA), Delegacia de Repressão a Sequestros (DRS) e com o Instituto de Identificação (II). Um deles admitiu a participação no crime. O terceiro criminoso foi preso no dia seguinte, 25, por policiais civis de Novo Gama, Goiás, após a divulgação do nome e fotografia pela PCDF. O quarto autor, foragido, já havia sido identificado pelos policiais.

FOTO: IGO ESTRELA/METRÓPOLES

Trabalho conjunto de policiais civis da PCDF possibilitaram a elucidação do crime

O Sinpol-DF vem, nos últimos quatro anos, denunciando, sobretudo, o alto déficit no efetivo (atualmente, mais de 50%) e a defasagem salarial (também de mais de 50% de perdas inflacionárias) como aspectos que têm decorrido em total desalento da categoria – sem, no entanto, corroer o profissionalismo que a torna referência em todo o Brasil.

Em poucos dias, criminosos foram identificados e presos pela PCDF

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Assim como no caso do feminicídio sofrido pela advogada Letícia Curado, ocorrido quase um mês antes, e elucidado também poucos dias depois da denúncia de desaparecimento da vítima, o caso do Padre Casemiro atesta a dedicação dos policiais civis em entregar resultados à população do DF ainda que enfrentem um período de grave desvalorização.

Mesmo com esse cenário completamente desfavorável, os policiais civis do DF tentam, diariamente, entregar cada vez mais resultados à população para que se estabeleça uma melhor sensação de segurança ou, pelo menos, para que fique claro que há, sim, punição para os crimes cometidos na capital federal. •


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TALENTOS

Agente de polícia lança livro sobre inteligência emocional FOTO: EDITORA CONQUISTA

A policial civil e escritora Thaise Possa lançou, no dia 31 outubro, o livro “Inteligência Emocional na Prática”. Ao todo, o livro conta com 20 coautores, que contribuem com conhecimentos em diversas áreas. A agente de polícia Thaise participa com o capítulo “Inteligência emocional aplicada aos estudos”, onde divide uma série de técnicas do coaching voltada à produtividade nos estudos e concursos. Segundo a policial, atualmente lotada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), o foco do seu capítulo é apresentar ao leitor a importância da inteligência emocional para que a alta performance nos estudos seja alcançada. Na prática, ela mostra maneiras de associar o estudo a uma sensação positiva para que, assim, torne-se um hábito e até mesmo algo prazeroso. Publicada pela editora Conquista, a obra conta ainda com temas como “Os 5 pilares para desenvolver a inteligência emocional dos nossos filhos”, “O poder do perdão para conquistar a felicidade”, “Inteligência emocional para um emagrecimento consciente” e “Como minha criança interior se comporta hoje”. O livro pode ser adquirido diretamente com Thaise, que também oferece desconto aos demais policiais civis. O contato com a autora é possível através do número (61) 99978-8640. •

Thaise Possa é uma das coautoras do livro

CIDADANIA

Projeto para empoderamento de mulheres repercute dentro e fora da PCDF FOTO: ARQUIVO PESSOAL

depressão, recebeu o desafio de criar o projeto da diretora da Policlínica, Zildinai de Oliveira. O projeto, gratuito, é voltado a todas as servidoras da PCDF, de qualquer faixa etária, que estejam dispostas a rever comportamentos e desenvolver habilidades de autoconhecimento e liderança. Para cada edição são realizados cinco encontros com duração de três horas, sempre às quartas, das 9h às 12h, na própria Policlínica.

Alline e Danielle são as idealizadoras e executoras do projeto, que tem suporte da Policlínica A agente de polícia aposentada e modelo plus size Alline Campos está à frente de uma iniciativa, em parceria com a Policlínica da PCDF, voltada à orientação da autogestão,

inteligência emocional e empoderamento das mulheres policiais civis. Trata-se do projeto “Bellona”, cujo objetivo é desenvolver habilidades que garantam melhor desempenho na vida pessoal e profissional.

Tocado pela policial civil e pela master coach Danielle Currlin, o projeto já orientou cerca de 60 mulheres de todos os cargos da PCDF. Atualmente o projeto está na 5ª edição – a última deste ano, que

ocorre entre novembro e dezembro. Alline, que tem uma reconhecida história de superação na luta pela restauração da autoestima no enfrentamento à

Além de participarem de dinâmicas, orientações de coaching e das tradicionais rodas de conversa para compartilhar vivências pessoais, as policiais civis recebem, ao final do programa, workshops de maquiagem, estilo e imagem, e também participam de ensaios fotográficos. •

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TV SINPOL

Confira as últimas edições do programa “Policial Civil em Foco” Desde junho deste ano, o Sinpol-DF tem exibido na TV o programa “Policial Civil em Foco”. Produzido pelo sindicato e transmitido aos sábados, às 11h50, pela TV Brasília (RedeTV), o programa busca aproximar ainda mais a categoria da sociedade brasiliense. Abaixo, confira as edições que foram exibidas durante o mês de outubro. Para assisti-las, basta digitar o link de cada tema no navegador do seu computador ou celular. FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

5 DE OUTUBRO

O quadro abordou o trabalho desenvolvido pelos policiais civis da Divisão de Tecnologia (Ditec) da PCDF. Os agentes de polícia Charles Alves, diretor da unidade, e Rogério Alves, chefe da Seção de Avanço Tecnológico, foram entrevistados pelo diretor do sindicato, Alex Galvão. Durante a conversa, eles explicaram como a tecnologia se tornou uma aliada das investigações criminais. Assista no link: http:// bit.ly/2QitYkD

FOTO: ARQUIVO SINPOL/DF

12 DE OUTUBRO

FOTO: REPRODUÇÃO

FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

O programa exibiu o ato convocado pelo Sinpol-DF para a Praça dos Três Poderes. A manifestação, pacífica e ordeira, foi realizada durante a cerimônia de substituição da Bandeira Nacional, para reiterar ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador Ibaneis Rocha a cobrança pela recomposição salarial da categoria. Confira em: https://bit. ly/2OhfFKm

19 DE OUTUBRO

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Nesta edição especial sobre o cargo de agente de polícia, Alex Galvão, diretor do Sinpol-DF, entrevistou Roberto Marcio da Costa e Luana De Ávila Oliveira, que atuam, respectivamente, na 20º DP, no Gama, e na 6ª DP, no Paranoá. Na conversa, eles explicam por que decidiram se tornar policiais, contam um pouco de como foi a formação na Academia de Polícia Civil (APC) e o que lembram do primeiro dia de trabalho. Os agentes falam, ainda, sobre a rotina e os desafios que os profissionais da área enfrentam. Veja em: https://bit.ly/2Oaq5LX

26 DE OUTUBRO

Foi mostrado como é o treinamento dos policiais que conduzem cães de detecção – popularmente conhecidos como “cães farejadores”. Alex Galvão acompanhou as aulas da última turma formada pela PCDF com servidores da corporação e de outras forças da Segurança Pública. Além de conversar com alguns dos alunos, ele também entrevistou Ricardo Textor, agente de polícia e um dos instrutores do curso. Assista em: https://bit.ly/2OhhKpE


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