Jornal Sinpol-DF - Ed. 13 - Set/19

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Ano III - Edição 13 Setembro de 2019

PUBLICAÇÃO DO SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO DISTRITO FEDERAL

FOTO: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Distribuição grauita www.sinpoldf.com.br

JORNAL SINPOL-DF

Suspeito foi preso após trabalho em conjunto de 50 policiais civis, de várias delegacias

“Caso Letícia” atesta dedicação dos policiais civis mesmo em conjuntura desfavorável Apesar de trágico, o desfecho do desaparecimento de Letícia Sousa Curado, funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC), atesta, mais uma vez, o alto grau de comprometimento dos policiais civis do DF em solucionar crimes – desde os mais simples aos mais intrigantes –, ainda que em uma conjuntura desfavorável à categoria.

saíram à procura de Letícia; esse trabalho resultou na prisão do suspeito.

O corpo de Letícia foi encontrado na tarde do dia 26 de agosto, depois que o principal suspeito do crime, o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, preso na madrugada do dia anterior, levou a equipe de investigação da 31ª DP (Planaltina) ao local onde teria ocultado o corpo da vítima.

Dezenas de diligências, com a participação de outras delegacias, foram realizadas a partir daquele momento a fim de encontrá-la com vida. No dia 25 de agosto, domingo, boa parte dos policiais civis que saíram em busca da vítima estavam de folga, deixando o descanso com a família de lado para ajudar nas investigações.

As investigação do caso – que repercutiu em todo o DF e gerou grande comoção nas redes sociais – mobilizou muito mais policiais civis do que os que estão lotados na delegacia local: só no dia 25 de agosto, 50 deles, que participam de um grupo de WhatsApp,

Aqueles 50 policiais saíram de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e do Plano Piloto para vasculhar a zona rural de Planaltina, incluindo localidades de mata. Até aquele momento, o suspeito, relutante, ainda não

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

No entanto, o empenho dos servidores da Polícia Civil do DF começou tão logo o desaparecimento foi registrado na 31ª DP, no dia 23 de agosto, horas depois de a família de Letícia tentar contato com ela sem obter sucesso.

Caso Letícia comoveu todo o DF havia confessado o crime e não ajudava na localização de Letícia, ainda que diversas evidências apontassem o seu envolvimento. Entretanto, após uma série de interrogatórios, Marinésio revelou o assassinato e a ocultação do cadáver. Embora o caso tenha tido um final lamentavelmente triste, ele deixa claro, mais uma vez, que os policiais civis do DF não se furtam do dever à sociedade e se dedicam, incansavelmente, à tarefa

de investigar os crimes cometidos na cidade. Ainda que enfrentem uma situação de total desvalorização e desrespeito, esses servidores têm cumprido, com louvor, a parte que lhes cabe. Apesar da omissão dos governos em melhorar as condições de trabalho dos policiais civis, novamente eles demonstraram o compromisso que possuem com a sociedade da Capital Federal. •


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PREVIDÊNCIA

DIRETORIA EXECUTIVA Rodrigo Franco “Gaúcho” Presidente / Paulo Roberto Vice-presidente / Mayra Alice Secretáriageral / Rodrigo Meneses Secretário-geral-adjunto / Elcimar Nunes Tesoureira / Marcelo Ferreira Tesoureiro-geral-adjunto / Fernandão diretor Jurídico / Bruno Cançado diretor Jurídico-adjunto / Thallys Passos diretor de Comunicação-adjunto / Marcele Alcântara diretora de Assuntos Sindicais / Jackson Dantas diretora de Assuntos Sindicaisadjunto / Marcão diretor de Planejamento, Administração e Informática / Lidenberg Melo dir. de Planejamento, Administração e Informáticaadjunto / Renato Santos dir. de Benefícios, Cultura, Esportes e Políticas Sociais / Alex Galvão dir. de Benefícios, Cultura, Esportes e Políticas Sociais-adjunto / José Carlos Saraiva diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas / Sueli de Barros diretora de Assuntos de Aposentados e Pensionistas-adjunta.

Senador protocola emenda em defesa da aposentadoria policial

CONSELHO FISCAL Sônia Christiansen Presidente Cesias Alves Conselheiro fiscal Keila Patrícia Conselheira fiscal Ernandes Sousa Conselheiro fiscal Danny Nunes Conselheiro fiscal Anelita Maria 1ª suplente Rosi Santos 2ª Suplente. PRODUÇÃO: CONVERSA COLETIVO DE COMUNICAÇÃO CRIATIVA | Coord. de Comunicação Diógenes Santos (DRT 1585/SE) / Ass. de Comunicação Iuri Max Silva (DRT 1982/SE)/ Revisão Kadydja Albuquerque / Repórter Fotográfico Arnon Gonçalves/ Criação Publicitária (estagiária) Emanuelle Arcângela / Jornalismo (estagiário) David Jordan Projeto Gráfico Everton Pinheiro Diagramação Dudu Lessa Tiragem: 7.500 exemplares.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

EXPEDIENTE

Em reunião com senador Marcos do Val, Sinpol-DF foi representado pelos diretores Alex e Saraiva O senador Marcos do Val (Podemos-ES) recebeu, no dia 27 de agosto, um grupo de dirigentes das entidades de classe dos servidores das polícias que são organizadas e mantidas pela União – entre eles estavam Alex Galvão e José Carlos Saraiva, do Sinpol-DF. A reunião com o senador integra a agenda de articulação política das entidades e representa mais uma investida em defesa da aposentadoria policial. Com a tramitação da PEC 06 no Senado, há mais uma oportunidade de conseguir alterações no texto e, assim, minimizar os impactos da “pior aposentadoria policial do mundo”. Alex destacou que Marcos do Val sempre se mostrou sensível às demandas dos policiais e esteve com as entidades nas manifestações recentemente realizadas pela União dos Policiais do Brasil (UPB). “Continuamos na luta para melhorar o texto e tentar reduzir, ao máximo, as perdas que teremos”, assegura. Durante a reunião, mais um sinal desse apoio foi demonstrado: o senador protocolou uma emenda que traz melhorias no texto que trata da aposentadoria dos policiais. “Pedi à minha equipe que preparasse esse documento para protocolá-lo o mais rápido possível. Vamos lutar até o último minuto. Vamos cair atirando”, afirmou Marcos do Val. •

PREVIDÊNCIA

Sinpol-DF e entidades ligadas à UPB discutem PEC 06/19 na AGU e no Senado Representado pela diretora Marcele Alcântara, o Sinpol-DF esteve entre as entidades que participaram de reuniões para tratar de melhorias no texto da Reforma da Previdência para a aposentadoria policial. Além do sindicato, participaram dirigentes de entidades que também integram a UPB. A agenda aconteceu no dia 19 de agosto, articulada pela Associação Nacional das Mulheres Policiais (Ampol).

SINPOL-DF Site: www.sinpoldf.com.br Sugestões de Pauta e Críticas: comunicacao@sinpoldf.com.br Sede: SCLRN 716, Bloco F, Entrada 61, Loja 59, Edifício do Policial Civil. Brasília-DF. CEP 70770-536. Telefone: (61) 3701-1300 E-mail: contato@sinpoldf.com.br Filial: QNA 25, Casa 34 – Taguatinga Norte. Brasília-DF. CEP: 72.110-250. Telefones: (61) 3352-6429. E-mail: sinpoltag@sinpoldf.com.br Acompanhe o Sinpol-DF nas redes sociais: facebook.com.br/sinpoldf twitter.com.br/sinpol_df instagram.com/sinpoldf_

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Em uma das reuniões, o grupo foi recebido, na Advocacia-Geral da União (AGU), por Renato de Lima França (advogado-geral da União substituto). O encontro discutiu o parecer que o órgão prepara para garantir que os servidores da Segurança Pública tenham asseguradas a integralidade e a paridade – o documento foi acordado entre os deputados federais e o governo durante as negociações para a aprovação da PEC na Câmara. Apesar do apelo dos líderes que representam as categorias, nem o governo e nem a Câmara dos Deputados deixaram essas questões claras, uma vez que, com a promulgação da PEC, haverá uma remissão à LC 51/85, que vem sendo questionada judicialmente sobre esses temas. O grupo entregou uma série de documentos para subsidiar a AGU na elaboração desse parecer. O assunto também esteve em pauta na visita que os dirigentes fizeram aos gabinetes dos senadores Mara Gabrilli (PSDB) e Lasier Martins (PSD). Além deles, os representantes das entidades ligadas à UPB têm ido aos gabinetes de vários outros senadores, com o mesmo objetivo. •


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PREVIDÊNCIA

FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

Cobrapol define rumos da luta pela aposentadoria policial

Policiais civis do DF foram representados no evento pela Diretoria Executiva do Sinpol-DF Dirigentes do Sinpol-DF participaram do Congresso Nacional Extraordinário da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol). O evento ocorreu entre os dias 12 e 14 de agosto, no Hotel Nacional, em Brasília, e contou com a presença de delegados base e integrantes das entidades sindicais filiadas de todo país.

“O evento foi de uma importância ímpar, pois nos permitiu avaliar as ações até aqui e, principalmente, traçar as próximas estratégias no sentido de garantir os direitos dos policiais civis”, resume Alex Galvão, que também ocupa o cargo de vice-presidente da Cobrapol. “Por conta da tramitação da Reforma da Previdência no Senado, teremos um segundo semestre de muitas lutas. Graças às discussões e deliberações feitas no congresso, no entanto, já temos um norte claro de atuação”, explica o diretor do Sinpol-DF.

FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

Além de questões internas da Cobrapol, como apresentação, discussão e aprovação da prestação de contas e das propostas de reforma estatutária da entidade, o momento serviu para que diversas questões de interesse da categoria fossem debatidas. A Lei Orgânica Nacional da Polícia Civil e a aposentadoria dos profissionais de Segurança Pública, frente à PEC 06, foram os temas centrais do congresso.

Representando os policiais civis do DF, os diretores do Sinpol-DF Alex Galvão, Fernando Ferreira, Elcimar Nunes, José Carlos Saraiva e Marcos Campos acompanharam as atividades durante os três dias de programação.

ABERTURA Durante a cerimônia de abertura, o presidente da Cobrapol, André Luiz Gutierrez, saudou e agradeceu todos os presentes, destacando “a importância do momento vivido pelos trabalhadores policiais civis brasileiros e os desafios da entidade para defender as suas causas, como a aposentadoria diferenciada, e melhores condições de trabalho diante do grave quadro de sucateamento que vive a instituição Polícia Civil”. O ato inaugural do congresso contou, ainda, com pronunciamento do também do deputado federal Luiz Miranda (DEM-DF). O parlamentar falou, sobretudo, acerca da defesa da aposentadoria dos profissionais de Segurança Pública enquanto a Reforma da Previdência tramitava na Câmara dos Deputados. Segundo Miranda, “é preciso lutar para que as pessoas tenham consciência da valorização da Segurança Pública e de seus profissionais, pois sem isso não há desenvolvimento econômico e social”.

ESTRATÉGIAS Nos dois últimos dias de congresso, além de discussões de cunho jurídico, financeiro e orçamentário, ocorreu uma palestra de Daisson Portanova, jurista, consultor em matéria previdenciária e de Direito Social, professor em Direito Previdenciário e ex-presidente da Comissão de Previdência Social da OAB-RS. Após a apresentação do professor, foram debatidas as consequências para os policiais civis e demais profissionais da Segurança Pública da aprovação da PEC na Câmara dos Deputados. Também foi discutida a implantação da Reforma nos estados e seus reflexos para a categoria.

Congresso Extraordinário da Cobrapol ocorreu de 12 a 14 de agosto em Brasília

Houve, ainda, a discussão sobre as estratégias a serem adotadas pela Cobrapol e suas entidades filiadas na continuidade da luta pela defesa da aposentadoria policial. Segundo Alex Galvão, “o nosso foco, agora, volta-se à tramitação da Reforma no Senado, onde buscaremos, principalmente, garantir a paridade e a integralidade no texto Constitucional”. •

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PLEITOS

Sinpol promove reunião entre chefes de SIC-VIO e Direção Geral da PCDF FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

da PCDF, após decisão do STF que considerou inconstitucionais as leis distritais que organizam a instituição. “Não se falou sobre núcleo. Nós reconhecemos que isso causa repercussão, mas acreditamos na autonomia do delegado-chefe e do chefe de seção”, completou.

MODELO Já Robson Cândido, diretor-geral da PCDF, afirmou que a corporação vem estudando modelos que tendem a “melhorar a comunicação nas unidades, gerando aproximação entre os colegas”. Mas, assim como Jefferson, informou que não há intenção de “tirar a autonomia, nem as atribuições dos chefes de seção”.

Reunião com chefes das SICVIO e direção da PCDF foi provocada pelo sindicato O Sinpol-DF conclamou à Direção Geral da PCDF e ao Departamento de Polícia Circunscricional (DPC) para esclarecerem sobre a criação dos “Núcleos de Investigação” nas unidades da PCDF. Em algumas delegacias circunscricionais, percebeu-se uma divergência na investigação das ocorrências de maior complexidade, o que gerou muitas dúvidas e um ambiente ruim. A reunião, realizada no dia 7 de agosto, ocorreu juntamente com os chefes das Seções de Investigação de Crimes Violentos (SIC-VIO). Jefferson Lisboa, diretor do DPC, assegurou

que não há, na PCDF, nenhuma tentativa de mexer com a autonomia dos chefes de seção. Ele também garantiu que convocará uma reunião com todos os delegados-chefe para abordar a questão. “O que há, em algumas unidades, são casos pontuais de gestão da equipe que têm gerado bons resultados. Alguém deu o nome de “núcleo”. Cada delegacia tem sua forma de administrar as equipes e o trabalho”, afirmou Jefferson. O diretor do DPC acrescentou, inclusive, que esse assunto não surgiu no Grupo de Trabalho (GT) que está tratando da reestruturação

“Soubemos de algumas situações nas delegacias, mas não imaginávamos que chegaria a esse ponto. Jamais quisemos fazer uma ruptura [nas seções]. Nós não vamos aceitar que o policial trabalhe descontente e não vamos permitir que um ou outro desagregue a instituição. Este não é o momento de atrito; é de estarmos unidos”, afirmou o chefe de polícia. Robson acrescentou, ainda, que todos os problemas relacionados a esse assunto serão resolvidos. Ele defendeu a postura do sindicato em cobrar a Direção Geral sobre essa e outras demandas. “Estou sempre em contato com o Gaúcho, que a todo momento me aciona. Vocês são a base e representam a maior força de trabalho na Polícia”, confirmou. •

PLEITOS

Diretoria discute pleitos da categoria com representantes sindicais FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

temos mantido uma postura de diálogo com o governo porque, de fato, já houve grandes mudanças em relação ao governo anterior, tanto que a chamada mensagem foi finalmente enviada”, afirmou.

PRAZO

Gaúcho apresentou panorama das negociações; ele informou que o sindicato tem dialogado com políticos do cenário distrital e federal

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Em reunião no dia 28 de agosto, os representantes sindicais discutiram com a Diretoria Executiva do Sinpol-DF a continuidade dos esforços de articulação política em torno da recomposição salarial da categoria. O grupo avaliou que o diálogo político é o caminho mais adequado neste momento.

O presidente do sindicato, Rodrigo Franco “Gaúcho” reconheceu que há um cenário de incertezas em razão das recentes notícias apontando para a fragilidade das contas do GDF, mas lembrou que os recursos para que a recomposição seja paga este ano já estão aprovadas no orçamento. “Nós

Os diretores do Sinpol-DF ressaltaram que todos os atores políticos que, de alguma forma, estão envolvidos com o pleito apontam, de forma unânime, que qualquer avanço nesse sentido só deve ocorrer depois de encerrada a votação da Reforma da Previdência. “Isso deve ocorrer até o dia dez de outubro e essa deve ser nossa data limite”, anunciou Gaúcho. Ele destacou, por outro lado, a importância de estímulo à união e organização da base já a partir

de agora. “Havendo necessidade, temos que estar prontos para retomarmos a luta com a mesma disposição que sempre foi a marca da nossa categoria”, ponderou. O mesmo entendimento, de forma geral, foi feito pelos representantes sindicais. Eles decidiram que foco do sindicato deve se manter na costura política, a fim de garantir a assinatura pelo presidente da Medida Provisória com a recomposição salarial. Além dessa questão, o grupo levou à diretoria reivindicações e sugestões da base e recebeu as últimas informações acerca de demandas como o atendimento à saúde dos policiais, o Serviço Voluntário Gratificado (SVG), o pagamento das licenças-prêmio e a Reforma da Previdência. •


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PLEITOS

FOTO: ARQUIVO SINPOL-DF

Norma da PCDF levará à insegurança e piora no atendimento das delegacias

15ª DP funciona como Ceflags recebe um número grande de cidadãos Uma portaria do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC) da PCDF, publicada no dia 14 de agosto, determina que os policiais civis inscritos no Serviço Voluntário Gratificado (SVG) lotados nas delegacias circunscricionais poderão ser requisitados pelas delegacias que funcionam como Ceflags. Para o Sinpol-DF, a medida precisa ser repensada por causa das consequências negativas que pode gerar

no funcionamento das unidades e no atendimento ao público. Atualmente, as delegacias circunscricionais têm operado com o mínimo de quatro policiais civis no plantão noturno, um número muito aquém do ideal. Se houver a cessão de pelo menos um policial civil de alguma dessas unidades para as Ceflags, principalmente durante a noite, as equipes serão

reduzidas para dois ou três servidores – isso torna inviável o atendimento ao público e compromete a segurança da unidade, ameaçando a integridade dos policiais civis.

AMPLIAÇÃO O sindicato considera que a melhor solução seria o aumento dos recursos disponíveis para o SVG na PCDF, possibilitando, por-

tanto, a ampliação no número de vagas para o serviço. O GDF, contudo, disponibiliza apenas R$ 10 milhões de reais por ano para esse serviço, o que tem se mostrado ser insuficiente. A evasão de policiais, seja em razão da aposentadoria ou em razão de serem nomeados para outros concursos, tem feito com que mais policiais sejam retirados das investigações para cobrirem plantões. Por exemplo, uma delegacia que reabriu, como a 19ª DP, que atende o Sol Nascente, trabalha com o mesmo número de agentes que a 15ª DP que, por também funcionar como uma Ceflag, recebe um número ainda maior de ocorrências criminais. O sindicato entende que o correto, ao invés de retirar um policial voluntário de uma delegacia que foi reaberta, seria oportunizar que mais policiais se voluntariassem

a trabalhar no plantão das Ceflags.

EFETIVO Apesar das últimas nomeações, não houve lotação de delegados nas delegacias que foram reabertas no governo Ibaneis e, hoje, há 18 delegacias circunscricionais funcionando sem um delegado de plantão e escrivão. Assim, ao invés de o flagrante e outros procedimentos serem realizados na delegacia da área onde ocorreu o crime, as vítimas, o policial militar e o preso precisam se deslocar até outra delegacia, mais distante, onde deverão aguardar na fila para atendimento. A solução apresentada pela Polícia Civil, portanto, além de ser paliativa, poderá acarretar em prejuízos no serviço público de Segurança Pública prestado pela corporação. •

JURÍDICO

Sindicato participa de reunião que trata de vetos ao PL do Abuso de Autoridade FOTO: ARQUIVO PESSOAL

A diretoria do Sinpol-DF tem acompanhado, na Câmara Federal, o debate em torno do Projeto de Lei do Abuso de Autoridade (PL 7.596/17), uma vez que ele traz grandes prejuízos para as investigações principalmente contra grandes organizações criminosas. O PL prevê punição a agentes públicos, incluindo policiais, juízes e procuradores, em uma série de situações e é considerada uma reação da classe política às operações recentes contra corrupção. Ela também abrange integrantes de tribunais ou conselhos de contas, servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas. Alex Galvão, dirigente do Sinpol-DF e vice-presidente da Cobrapol, e José Carlos Saraiva, diretor de Aposentados e Pensionistas, participaram, no dia 19 de agosto, da reunião entre o líder do governo, o Major Vitor Hugo (PSL-GO), e entidades que representam também juízes e promotores. O deputado assegurou que apresentará ao presidente Jair Bolsonaro sugestões de vetos a dez dos artigos do PL, já aprovado pela Câmara e pelo Senado. “Todos esses vetos se referem a questões que envolvem o trabalho policial. A liderança do governo vai compilar

Alex Galvão e José Carlos Saraiva, dirigentes do Sinpol-DF, e o Major Vitor Hugo, líder do governo na Câmara esses vetos em um documento e as entidades ligadas ao setor que concordam com eles, devem assinar em sinal de apoio”, resumiu Alex.

CONDUTAS PUNÍVEIS COM PRISÃO Condutas que são praticadas diariamente

pelos policiais, que estão na ponta das investigações e custódia de presos, passarão a ser puníveis, como o uso de algemas. A medida passará a ser punida com até dois anos de detenção. Se o autor do crime for menor, o policial que algemá-lo poderá ser punido com quatro anos de detenção, além da perda do cargo. •

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EM AÇÃO

Palestra sobre polícia dos EUA mostra desafios que o Brasil precisa superar

Apesar de evitar fazer comparações e inferências com a realidade brasileira, ficou claro para aqueles que acompanharam a palestra que o Brasil está atrasado há pelo menos 100 anos no processo de modernização do sistema de Segurança Pública – principalmente no que compete ao modelo de polícia – e de valorização dos servidores da área. Também ficou evidente, com o panorama apresentado, que todas as iniciativas na busca por uma reconfiguração no sistema policial brasileiro emperram em interesses corporativos e, por isso, as discussões no Congresso Nacional não avançam. “Todos os policiais começam pela mesma porta de entrada. Não há diferença de atribuição. Todos fazem a mesma coisa. Não tem ego. Há espírito de corpo em todas as forças”, sintetizou o palestrante.

PERFIL A idade de aposentadoria do policial americano é de 55 anos – “justamente por causa das peculiaridades da carreira e os reflexos na saúde física e mental”, destacou Eliel –

FOTO: COMUNICAÇÃO SINPOL-DF

O modelo de polícia adotado nos Estados Unidos foi tema de uma palestra conduzida por Eliel Teixeira, brasiliense que é policial naquele país. O evento ocorreu no dia 8 de agosto o no auditório do Sindipol-DF e foi promovido pela Faculdade Real, com o apoio do Sinpol-DF.

Alex Galvão, diretor do Sinpol-DF, mediou os debates após a palestra inicial de Eliel Teixeira enquanto a do trabalhador comum é dez anos depois. Quando se aposenta, o policial chega a ganhar até 105% do salário. No entanto, a expectativa de vida é de 60 anos. Apesar de viverem situações bem distintas, alguns aspectos da carreira policial continuam iguais em várias partes do mundo: o risco à profissão e as consequências do trabalho policial são as mesmas. Lá nos Estados Unidos, em média 135 policiais morrem, por ano, em razão do trabalho. Em 2018, 159 tiraram a própria vida.

SEGURANÇA PÚBLICA Para Alex Galvão, a iniciativa de promover

a palestra é bastante positiva pelo momento em que o Brasil vive desde as últimas eleições, quando a Segurança Pública foi o assunto que dominou a campanha eleitoral, até agora, quando a Reforma da Previdência coloca em xeque a atividade policial. “Conhecer a experiência de outros países é fundamental para que nós possamos defender melhorias – sobretudo quando estamos, diariamente, no Congresso Nacional acompanhando como o assunto vem sendo discutido. Muito do que há lá fora poderia ser adotado aqui, como exemplo uma carreira com entrada única e ascensão baseado na meritocracia, mas ainda há muita resistência”, afirma. •

EM AÇÃO

PCDF busca colaboração para criar acervo de museu FOTO: DIVULGAÇÃO

Por meio da Escola Superior de Polícia Civil (ESPC), a PCDF está desenvolvendo um projeto para criação do “Museu Histórico da PCDF”. A iniciativa está em fase de planejamento e, nesta etapa, depende da colaboração de policiais civis, da ativa ou aposentados, que disponham de objetos, arquivos, fotografias e outros materiais que ajudem na criação do acervo. Os trabalhos estão sob comando do agente de polícia Wesley Antônio Ferreira Bonfim, atual diretor da Divisão de Polícia Comunitária (DIPCOM) da ESPC. A unidade também está solicitando a ajuda de policiais civis com formação em Museologia que possam auxiliar na curadoria do acervo do futuro museu. Outra maneira de ajudar é disponibilizando o contato de exservidores da Polícia Civil que possam dispor de itens para que a equipe da DIPCOM possa encontrá-los e, assim, buscar as doações.

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Mais informações pelos telefones (61) 3207-5481 e 98362-3671. •

Projeto encontra-se em fase inicial de criação do acervo


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CIDADANIA

Policial civil aposentada preside ONG de referência em autismo FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Para a agente de polícia Maria Leidismar Araújo, o trabalho em defesa da comunidade não cessou com a aposentadoria em 2014. Ela, que em 2012 já havia fundado com duas amigas a Associação Tudo Azul, passou a se dedicar à atividade filantrópica com mais afinco. A ONG funciona em uma casa na área central do Gama (DF) e é especializada em atender crianças e adolescentes que possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Autismo. Desde 2017, quando assumiu a presidência da entidade, Leide Araújo – como a policial civil aposentada é conhecida entre os colegas de Polícia Civil – transformou-a em uma referência não só na localidade onde funciona, mas em todo o DF: atualmente, mais de 200 famílias que têm filhos autistas são atendidas.

PREVIDÊNCIA

Projetos desenvolvidos na ONG chegam a atender mais de 200 famílias do DF

Para isso, a Tudo Azul conta com oito terapeutas especializados e voluntários que atendem a um preço social – R$ 35 por consulta

– nas áreas de Terapia Ocupacional, Psicologia e Fonoaudiologia. O trabalho é reforçado com a atuação de mais 50 universitários, também voluntários, das mais diversas faculdades de Brasília, sob supervisão daquela equipe de especialistas. Além dos atendimentos terapêuticos, a Tudo Azul dispõe de outros três projetos voltados às famílias de crianças autistas e à comunidade: o “Monitoria Voluntária”, “Família em Foco” e o “Pais Fortes e Unidos”. Saiba mais sobre os projetos que compõem os serviços da casa e mais detalhes do acontecimento que foi determinante para a policial civil criar a ONG acesse o link: bit.ly/2ktyCyH

SERVIÇO A Associação Tudo Azul funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 20h. Aos sábados, das 8h às 11h. O telefone de contato da ONG é o (61) 985788237. •

TALENTOS

Disco de rock de policial civil é aclamado dentro e fora do país FOTO: ARQUIVO PESSOAL

banda [Hate By Hate / Ódio Por Ódio]. Éramos cinco jovens enfurecidos, com raiva da realidade que nós enfrentávamos naquela época. O nome soou legal e ficou”, relembra Sandro.

Banda começou em 1994, mas só em 2018 veio o primeiro disco Com a vinda a Brasília para assumir o cargo de agente de polícia na PCDF em 1999, Sandro Santana pôde realizar um sonho que havia deixado na cidade de Cachoeiro do Itapemirim (ES): gravar um disco e subir aos palcos com a sua banda de heavy-thrash metal, a “Hate By Hate”.

Passada essa fase, agora, com a aposentadoria próxima, o policial civil quer se dedicar integralmente à banda. O projeto foi iniciado por Sandro em 1994, com mais quatro amigos. O grupo se inspirou nas bandas de heavy e thrash metal dos anos

80, como Mercyful Fate, Overkill, Exodus, Iron Maiden e Metallica. À época, eles chegaram a gravar uma fita K7 demo com oito músicas, contendo instrumental e letras compostas com ironias e críticas à violência e injustiça que aconteciam no Brasil . “É o que justifica o nome da

Porém, a realidade não era nada fácil para os cinco integrantes capixabas da Hate By Hate e diante de diversas dificuldades, em 1996, os planos foram engavetados e cada um seguiu o seu destino. Em 2015 o sonho foi retomado: Sandro entregou a fita K7 com as músicas para a produtora MS Metal Records, pagou um designer para fazer a marca da banda e a capa do disco. Finalmente, em 2018, foi lançado o “An Ancient Hate Reborn”, primeiro disco da Hate By Hate. “É a

concretização de um sonho pessoal pensado há 25 anos. A satisfação é imensurável”, diz. Apesar das composições musicais terem sido feitas 25 anos atrás, o primeiro disco da banda soa atual e progressivo. “O cenário não mudou muito de lá para cá”, afirma Sandro. A fama inesperada do álbum já rendeu resenhas em mídias especializadas do rock, entrevistas para rádios nacionais e as músicas também foram incluídas em três coletâneas internacionais. Conheça um pouco mais da carreira do policial civil e saiba mais detalhes sobre a trajetória da banda até os dias atuais. Acesse o link: bit.ly/2lww2bn •

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TV SINPOL

FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

Abaixo, confira as edições que foram exibidas durante o mês de agosto. Para assisti-las, basta digitar o link de cada tema no navegador do seu computador ou celular.

3 de agosto O quadro mostrou a preparação dos policiais civis do DF para a última edição dos Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros, o World Police and Fire Games (WPFG), que aconteceu na cidade chinesa de Chengdu, entre os dias 8 e 18 de agosto. Assista no link: bit.ly/2lzdp6G

10 de agosto

Fernando Ferreira, diretor Jurídico do Sinpol-DF, e Alex Galvão, também dirigente do

sindicato e vice-presidente da Cobrapol, esclareceram os principais pontos da Reforma da Previdência (PEC 06/19) e o reflexo do texto em tramitação no Congresso Nacional para a Aposentadoria Policial. Confira em: bit.ly/2lFVVW4

FOTO: HELOÍSA ABREU / ARQUIVO SINPOL -DF

Desde junho deste ano, o Sinpol-DF tem transmitido na TV uma série de vídeos com o programa “Policial Civil em Foco”. Produzido pelo sindicato e exibido aos sábados, às 11h30, pela TV Brasília (RedeTV ), o programa busca aproximar ainda mais a categoria da sociedade brasiliense.

FOTO: REPRODUÇÃO

Confira as últimas edições do programa “Policial Civil em Foco”

17 de agosto

24 de agosto

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O programa mostrou a história de uma família inteira de policiais civis: a personagem central é Doralice Pessoa Lopes, agente de polícia aposentada desde 1990. Além dela, também são policiais a filha (perita criminal), o genro (agente de polícia) e os dois

FOTO: COMUNICAÇÃO/SINPOL-DF

Ele falou sobre o modelo americano de Segurança Pública. Durante o programa, Eliel tratou de aspectos da formação, remuneração, incentivos fiscais, entre outros tópicos. O tema é oportuno por causa do debate que se criou, nos últimos anos, sobre o modelo de polícia brasileiro e as propostas de unificação que circulam no Congresso Nacional. Veja em: bit.ly/2k1s5uR

FOTO: ARNON GONÇALVES/SINPOL-DF

Foi exibido uma entrevista com Eliel Teixeira, brasiliense que é policial no Condado de Los Angeles (EUA). netos, uma agente policial de custódia e um agente de polícia. Assista o vídeo em: bit.ly/2k1uoOx

31 de agosto

A última edição do mês trouxe um dos investigadores do “Caso Letícia”, o agente de polícia Clênio Rodrigues, da Seção de Investigação de Crimes Violentos (SIC-VIO) da 31ª DP (Planaltina), que foi entrevistado pelo presidente do Sinpol-DF. Foram apresentados detalhes da investigação, desde quando ainda se tratava apenas de um desaparecimento, até quando o crime foi confessado e o corpo da jovem encontrado. Confira em: bit. ly/2kkiijW •


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