Jornal Sinpol-DF - Ed. 4 - Mai/18

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Ano II - Edição 4 Maio de 2018 Distribuição grauita www.sinpoldf.com.br

JORNAL SINPOL-DF

PUBLICAÇÃO DO SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO DISTRITO FEDERAL

Protesto dos policiais civis toma canteiro do Buriti Centenas de policiais civis participaram, na tarde de 19 de abril, de uma grande manifestação contra o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) em frente ao Palácio do Buriti. No ato convocado pelo Sinpol-DF e realizado em conjunto com o Sindepo, a categoria expressou toda a indignação com a reiterada quebra de promessas do chefe do Executivo distrital. No local, foram erguidos dois bonecos do Enrollemberg, caricatura gigante que associa o governador ao personagem Pinóquio. O Criminômetro, placar eletrônico que contabiliza o número de crimes durante a atual gestão também foi levado – registrando mais de 870 mil ocorrências. Ao longo do Eixo Monumental, dezenas de faixas foram espalhadas com críticas a Rollemberg e, sobretudo, ao seu projeto de reeleição. Durante toda a tarde, o buzinaço constante dos motoristas que passavam ali deixou claro que a rejeição ao governo é geral. Além disso, durante horas, os próprios policiais civis ergueram várias outras faixas no jardim em frente ao Palácio do Buriti. “O PSB está acabando com Brasília”, “Não reeleja Rollemberg! Ele é omisso e negligente com a Segurança, Saúde e Educação” e “Rollemberg está acabando com a Polícia que investiga os corruptos” foram algumas das mensagens levadas à porta do Governo do Distrito Federal (GDF). Além de receberem milhares de adesivos com a hashtag #RollembergNuncaMais para compartilhamento entre amigos e familiares, os policiais civis contaram ainda com a animação de um boneco de Olinda – também caricaturando Rollemberg com o nariz de Pinóquio.

PROMESSAS Mesmo antes de ser eleito e em diversos momentos ao longo do seu mandato, Rollemberg assegurou à categoria que a paridade legal e histórica de

FOTO: LUCAS C. RIBEIRO/SINPOL-DF

Com o Enrollemberg e dezenas de faixas, os policiais civis, mais uma vez, expressaram indignação com o governador

vencimentos com a Polícia Federal seria mantida. Com a quebra desse direito, no entanto, os servidores da Polícia Civil do DF (PCDF) amargam, hoje, nove anos de estagnação salarial. Além disso, nos últimos Manifestação durou toda a tarde e conquistou o anos, a instituição apoio de quem passava no Eixo Monumental tem recebido uma parcela cada vez menor dos recursos do Fundo Constitucional – ainda que o montante seja anualmente reajustado pela União para que GDF garanta os serviços de Segurança Pública.

Discursando para os presentes, o vice-presidente do Sinpol-DF, Paulo Roberto lembrou o quanto o governador tem sido negligente com a área e, especialmente, com a PCDF. “Por tudo isso, até o dia da eleição, nós iremos às ruas e mostraremos que a falta de palavra e o desrespeito com que ele tratou os policiais civis irão se voltar contra ele. Nós assinaremos não só a saída de Rollemberg do GDF como o fim de sua carreira política”, anunciou. Na mesma linha, partiu a fala do presidente do Sindepo, Rafael Sampaio, que ressaltou ainda a mentira do discurso do governador, que, recentemente, tentou imputar ao Sinpol-DF a culpa pelas negociações infrutíferas. “Eu participei desse processo de negociações e posso afirmar que não foi uma suposta agressividade do Sindicato que impediu os avanços, mas sim a falta de vontade política em atender os nossos pleitos. Não podemos aceitar mais quatro anos de Rollemberg no poder”, ressaltou o delegado. •


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JURÍDICO

DIRETORIA EXECUTIVA Rodrigo Franco “Gaúcho” Presidente / Paulo Roberto Vice-presidente / Mayra Alice Secretáriageral / Rodrigo Meneses Secretário-geral-adjunto / Elcimar Nunes Tesoureira / Marcelo Ferreira Tesoureiro-geral-adjunto / Fernandão diretor Jurídico / Bruno Cançado diretor Jurídico-adjunto / Celma Lima diretora de Comunicação / Thallys Passos diretor de Comunicação-adjunto / Marcele Alcântara diretora de Assuntos Sindicais / Jackson Dantas diretora de Assuntos Sindicais-adjunto / Marcão diretor de Planejamento, Administração e Informática / Lidenberg Melo dir. de Planejamento, Administração e Informática-adjunto / Renato Santos dir. de Benefícios, Cultura, Esportes e Políticas Sociais / Alex Galvão dir. de Benefícios, Cultura, Esportes e Políticas Sociais-adjunto / José Carlos Saraiva diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas / Sueli de Barros diretora de Assuntos de Aposentados e Pensionistas-adjunta.

TCDF determina à PCDF que convoque aprovados no último concurso

CONSELHO FISCAL Sônia Christiansen Presidente Cesias Alves conselheiro Fiscal Keila Patrícia conselheira Fiscal Ernandes Sousa conselheira Fiscal Danny Nunes conselheiro Fiscal Anelita Maria 1ª suplente Rosi Santos 2ª Suplente. PRODUÇÃO: CONVERSA COLETIVO DE COMUNICAÇÃO CRIATIVA | Coord. de Comunicação Diógenes Santos (DRT 1585/SE) / Ass. de Comunicação Iuri Max Silva (DRT 1982/SE)/ Revisão Kadydja Albuquerque / Repórter Fotográfico Lucas C. Ribeiro / Criação Publicitária (estagiário) Lucas Sousa / Jornalismo (estagiário) David Jordan Diagramação e Projeto Gráfico Everton Pinheiro. Tiragem: 3.500 exemplares.

Esta é a quarta edição do Jornal Sinpol-DF, mais um produto de comunicação criado pela atual gestão do Sindicato como parte dos esforços para manter a categoria atualizada sobre as ações da entidade. Voltado, sobretudo, aos policiais civis aposentados que, eventualmente, não têm acesso aos demais meios de comunicação online, este periódico tem frequência mensal* e condensará as principais notícias do período. *Nos meses em que houver publicação da Revista Sinpol-DF, o jornal não será produzido.

SINPOL-DF Site: www.sinpoldf.com.br Sugestões de Pauta e Críticas: comunicacao@sinpoldf.com.br Sede: SCLRN 716, Bloco F, Entrada 61, Loja 59, Edifício do Policial Civil. Brasília-DF. CEP 70770-536. Telefones: (61) 3701-1300 / 3701-1334 E-mail: contato@sinpoldf.com.br Filial: QNA 25, Casa 34 – Taguatinga Norte. Brasília-DF. CEP: 72.110-250. Telefones: (61) 3352-6429. E-mail: sinpoltag@sinpoldf.com.br Acompanhe o Sinpol-DF nas redes sociais: facebook.com.br/sinpoldf twitter.com.br/sinpol_df instagram.com/sinpoldf_

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FOTO: LUCAS C. RIBEIRO/SINPOL-DF

EXPEDIENTE

Grupo de aprovados e dirigentes do Sinpol-DF acompanharam a sessão O pleno do Tribunal de Contas do Distrito Federal ( TCDF) decidiu, por unanimidade, em sessão no dia 12 de abril, determinar à Polícia Civil do DF (PCDF) que suspenda a validade do último concurso para agente e escrivão de polícia e não convoque nenhuma outra seleção até que todos os 217 aprovados no último certame sejam convocados para curso de formação na Academia de Polícia Civil (APC). A decisão atende a um pedido de medida cautelar do Ministério Público. gundo o relator do processo no TCDF, o conselheiro Inácio Magalhães, dos pontos críticos é o edital, considerado por ele “confuso porque não tipulou cadastro reserva, mas deixou aberta a possibilidade de convocar número além dos 900 inicialmente convocados”.

Seum esum

“A Polícia Civil não quer convocar esses aprovados, mas pediu à governança do GDF a realização de concurso para 1.800 vagas. Está claro que a PCDF necessita de policiais. Os candidatos não podem ser despejados, pois o concurso está em validade. Por que estão postergando a convocação?”, indagou o conselheiro Márcio Michel. Por sua vez, o conselheiro Renato Rainha argumentou que o critério para deixar os 217 aprovados de fora do Curso de Formação “não tem razoabilidade nenhuma”. E, para o conselheiro Manoel Andrade, a decisão do TCDF “atende, sobretudo, aos critérios de economicidade e razoabilidade da administração pública”. “É inadmissível que eles não sejam convocados”, afirmou. •

JURÍDICO

Licenças-prêmio de 96 a 2006 já podem ser convertidas em pecúnia Ainda em abril – no dia 20 – o TCDF publicou decisão colegiada que assegurou aos policiais civis do DF o direito de converter em pecúnia as licenças-prêmio não usufruídas entre 1996 e 2006. Com isso, o Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) da PCDF confeccionou um formulário de solicitação. A orientação é que os servidores aposentados que adquiriram o benefício entre 15 de outubro de 1996 e 19 de dezembro de 2006, e não utilizaram essas licenças, dirijam-se ao DGP para requererem o pagamento. Conforme entendimento do TCDF, o direito só está disponível para os aposentados. Os policiais civis da ativa, por sua vez, deverão aguardar a aposentadoria para que possam receber como pecúnia as respectivas licenças-prêmio. •


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PLEITOS

Nova medida da Polícia Civil diminuirá ainda mais o número de policiais para a população Em parceria com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), dia 6 de abril, a Polícia Civil inaugurou o Núcleo de Polícia Judiciária Restaurativa, na 31ª DP (Planaltina), que se propõe à mediação e conciliação em casos de crimes de lesão corporal, calúnia, difamação, injúria, ameaça e dano. Contrário à medida, o Sinpol-DF lançou nota à imprensa destacando que o núcleo irá retirar ainda mais policiais civis da atividade fim, a investigação. Em meio à onda de violência existente em Brasília, a PCDF cria mais uma situação que acarretará em aumento dessa trágica realidade. Não bastasse o aumento dos crimes graves registrados em Planaltina, com a inauguração do núcleo, ainda mais policiais serão retirados da rua. Com a nova demanda, os agentes e escrivães terão que realizar uma função totalmente diferente daquilo que está previsto em lei. Enquanto isso, milhares de ocorrências deixarão de ser investigadas. A nota ressaltou, ainda, que há aproximadamente 4.300 policiais na Polícia Civil, enquanto o recomendado seriam 8.900 servidores. Cada delegacia atua com menos da metade de servidores com os quais deveria contar. E na 31ª DP não é diferente. Isso porque as equipes contam com apenas quatro agentes, embora devessem contar com no mínimo oito. Todos os dias há diligências externas a serem realizadas e não é raro o plantão ficar somente com um policial no atendimento – o que é um risco e aumenta drasticamente a possibilidade de haver violência. As seções de investigações, todas elas, estão com um número de policiais abaixo do mínimo para darem andamento nas investigações.

A falta de efetivo tem gerado impunidade, uma vez que não há policiais suficientes para investigar. A grande maioria dos crimes registrados acaba não sendo investigada e vai parar em uma gaveta.” Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sinpol-DF A previsão do sindicato é que a cidade mergulhará em um novo caos – que começará por Planaltina, mas seguirá por outras regiões do Distrito Federal. O Sinpol-DF, no entanto, atuará fortemente para que a situação de violência não se perpetue e também não permitirá que ilegalidades sejam cometidas no âmbito da Polícia Civil. “A falta de efetivo tem gerado impunidade, uma vez que não há policiais suficientes para investigar. A grande maioria dos crimes registrados acaba não sendo investigada e vai parar em uma gaveta. O sucateamento da Polícia Civil tem transformado a instituição onde a entrega do serviço se resume a uma folha de papel, que é o registro da ocorrência. Ao retirar mais policiais civis da investigação, para fazer o papel do juiz ou do conciliador, a Polícia Civil age em desvio de finalidade e seus agentes em desvio de função”, criticou o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”. •

PLEITOS FOTO: LUCAS C. RIBEIRO/SINPOL-DF

Roubo em Comércio aumenta 28% em abril, aponta Sinpol-DF Em mais uma nota, o sindicato informou à imprensa sobre um crime que ocorreu na madrugada de 15 de abril: bandidos levaram R$ 40 mil de uma loja de materiais para construção na QNM 33, em Ceilândia. O caso engrossa as estatísticas do crime de Roubo a Comércio no DF, que aumentou em 28%: de 1º a 14 de abril deste ano, foram registrados 72 casos; no mesmo período do ano passado, o número de ocorrências foi de 56. O crime foi registrado na 23ª Delegacia de Polícia, localizada no P. Sul, em Ceilândia, apesar de a loja estar sob a área de atuação da 15ª DP, que fica no Centro de Ceilândia. A 15ª DP não funciona aos finais de semana porque é uma das 20 delegacias cujo plantão foi fechado pela falta de policiais civis – a PCDF enfrenta, hoje, um déficit de mais de 4 mil cargos. É a primeira vez na história de Brasília que delegacias são fechadas por falta de efetivo e, com isso, as investigações ficam seriamente prejudicadas, inclusive porque crimes que ocorrem na área de uma delegacia acabam sendo investigados por outra. Além disso, as delegacias que ainda se mantém em funcionamento têm um quadro reduzido de policiais civis, que já trabalham em sobrecarga e, além dos crimes da área em que já atuam, precisam lidar com as ocorrências de outras regiões. “Enquanto o GDF comemora números fictícios da criminalidade, a população segue acuada e amedrontada vendo o patrimônio constituído ao longo de anos de trabalho ser tomado pelos bandidos. Enquanto o governo insistir na retirada de recursos da Segurança Pública, os números continuarão a piorar”, afirmou “Gaúcho” no texto enviado aos veículos de comunicação. •

População deixa de ser atendida por falta de efetivo nas delegacias do DF

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PLEITOS

Rollemberg dá aumento apenas para os mais próximos e privilegia poucas carreiras Em outra nota enviada à imprensa, o Sinpol-DF denunciou como às vésperas de fechar o prazo para conceder reajustes, o governador se apressou para privilegiar os amigos mais fiéis, enquanto a grande maioria dos servidores públicos ficou de fora.

A Secretaria de Fazenda teve autorizado o concurso para 120 vagas de auditores – o mesmo cargo do atual secretário, Wilson de Paula. A Secretaria auxiliou no aumento da arrecadação, apesar do discurso de crise. Já para o Planejamento foram autorizadas 750 vagas para a carreira de gestão.

O prazo para reajustar os vencimentos das carreiras do GDF acabou em 10 de abril. E, ilustrando como a falta de valorização profissional gera a falência do serviço público, no mesmo dia, mais uma consequência foi evidenciada: ladrões furtaram cabos do Metrô – deixando a população prejudicada com a interrupção do serviço. Ao longo dos últimos três anos, o que se viu foi uma falta de diálogo com o funcionalismo sem precedentes. Ao mesmo tempo, verifica-se o caos nos sistemas de segurança, saúde e educação, além de outras áreas do serviço público.

A então secretária Leany Lemos, por sua vez, foi uma das responsáveis pelo travamento de todos os pleitos dos servidores públicos e agora é candidata para as próximas eleições pelo mesmo partido do governador.

As carreiras militares e a carreira de Finanças foram as únicas que haviam recebido benefícios financeiros durante o calote dado nas trinta e duas carreiras de servidores – além dos policiais civis, que estão sem recomposição há nove anos. •

FOTOS: LUCAS C. RIBEIRO/SINPOL-DF

No entanto, algumas atividades do GDF vão muito bem, obrigado. Aliados de primeira ordem, como os secretários da Fazenda, do Planejamento e da Procuradoria-Geral, que forneceram e fortaleceram o discurso de “crise artificial”, foram beneficiadas no apagar das luzes. As três áreas fazem parte da chamada equipe de Governança, que ajudou o governador a travar o funcionamento da prestação de serviços.

Para a Procuradoria foi autorizado um aumento indireto, travestido de mudança de classes, que deve beneficiar praticamente toda a carreira de assessoria jurídica do GDF. A procuradora-geral, Paola Aires, também é integrante da Governança. Ela se empenhou pessoalmente na aprovação recorde da matéria na CLDF, um dia depois de o projeto ter chegado na Casa Legislativa.

No dia 10 abril, o Sinpol-DF realizou uma manifestação contra o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) na Rodoviária do Plano Piloto, área central de Brasília. Além de distribuir à população milhares de exemplares do jornal “Brasília Capital do Crime”, o ato veio com mais uma surpresa: um boneco de Olinda do Enrollemberg, que chamou a atenção dos passageiros, que a todo momento tiravam fotos com ele. •

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Algumas semanas antes, foram os Enrollembergs gigantes que marcaram outra manifestação do sindicato. Os dois bonecos foram inflados durante o Fórum Mundial da Água, aproveitando a visibilidade internacional do evento para chamar a atenção para a falta de investimentos em Segurança Pública e o aumento da criminalidade no DF. Também foi distribuído um informativo em inglês alertando para a violência na cidade. •


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POLÍTICA

FOTO: REPRODUÇÃO

Santana e Rosso confirmam falta de vontade política de Rollemberg

Críticas ao governador vieram durante solenidade na Câmara Federal O vice-presidente do Sinpol-DF, Paulo Roberto Sousa, acompanhou, dia 23 de abril, a Sessão Solene em Homenagem a Brasília pelo aniversário de 58 anos da capital do país. A solenidade foi realizada pelo gabinete do deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF). Em todos os discursos, predominou o tom de desolação pela maneira como Brasília vem sendo conduzida pelo governador Rollemberg. O pronunciamento mais duro veio do vice-governador Renato Santana (PSD), que se queixou do desprezo recebido pelo então aliado. “Sou servidor de carreira. Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudossocialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos”, acusou Santana. O vice-governador também confirmou que Rollemberg não teve nenhuma vontade política de resolver a situação dos policiais civis. Renato revelou uma conversa com o então ministro do Planejamento, Dyogo Nogueira (hoje, presidente do BNDES), depois de ter ido ao presidente Michel Temer (PMDB) tratar da Segurança Pública do DF. “Ouvi do ministro que tem recurso – e tem recurso sobrando -, mas não havia vontade do governador em fazer. Isso, por si só, já justifica todo o texto que li aqui”, assegurou. Para o vice-governador, porém, faltou “coragem e atitude” em Rollemberg para resolver a questão. “Os índices de criminalidade no DF já nos apontam que, daqui a pouco, não olharemos mais para Rj, CE e RN”, completou Santana.

Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudossocialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos.” Renato Santana, vice-governador (PSD) O mesmo tom veio do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que endossou as palavras de Renato – os dois estavam juntos com o então ministro, na mesma ocasião. “O minsitro Dyogo me disse o seguinte: Rosso, eu não posso fazer se não for um pedido do Governo do DF porque eu não quero quebrar o pacto federativo. É só me mandar um WhatsApp que eu faço; o Fundo Constitucional permite e tem dinheiro de sobra para a Segurança Pública”, revelou o parlamentar. Para Rosso, constatou-se que Rollemberg não quis resolver a crise que assola a Segurança Pública do DF. “Essa reunião, pra mim, foi impactante porque ali eu percebi que, de fato, aquilo que eu não queria acreditar: que é uma ação política e não de estado. Nossas polícias tem muita eficiencia, muita qualidade. mas eu, confesso, nunca uma força de segurança pública tão desvalorizada e tão desmotivada na história do DF”, lamentou o deputado. •

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ARTICULAÇÃO POLÍTICA

FOTO: SINPOL-DF/ARQUIVO PESSOAL

Frejat e Bessa recebem diretoria do Sinpol-DF no PR Dirigentes do Sinpol-DF reuniram-se dia 25 de abril com Jofran Frejat, perito médico-legista aposentado e pré-candidato a governador, Laerte Bessa, deputado federal, e Alexandre Bispo, presidente do Partido da República (PR) no DF. O encontro foi pautado por assuntos relacionados à situação dos policiais civis e da PCDF. Na oportunidade, os dirigentes sindicais frisaram que um dos maiores responsáveis pelo aumento da sensação de insegurança do DF é o governador Rollemberg. O total descaso com que ele trata a Polícia Civil, juntamente com seu aliado, o diretor Eric Seba, tem enfraquecido a instituição e, por consequência, quem perde é a sociedade. Os presentes ressaltaram que a PCDF precisa resgatar seu protagonismo no combate à criminalidade e que, para isso, é necessário o reconhecimento e a valorização de seus profissionais, principalmente encontrando caminhos para solucionar os pleitos da categoria. Para isso, Frejat entende que o melhor caminho é o diálogo. Especificamente com Bessa, a diretoria tratou, ainda, dos projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. •

Encontro com Frejat e Bessa ocorreu na sede do PR-DF

ARTICULAÇÃO POLÍTICA

Sindicato intensifica presença no Congresso Nacional

A presença constante da diretoria no Congresso Nacional busca garantir, junto aos parlamentares, que a atuação do ministério esteja alinhada aos interesses da população brasiliense e às necessidades dos policiais civis do Distrito Federal. Nesse sentido, o principal objetivo da entidade é que a criação do novo órgão atenda, de maneira prática e objetiva, à norma constitucional que coloca a União como responsável por organizar e manter as forças de Segurança Pública do DF.

FOTO: SINPOL-DF/ARQUIVO PESSOAL

A diretoria do Sinpol-DF tem acompanhado direta e atentamente a tramitação da Medida Provisória (MPV ) 821/2018 no Congresso Nacional, sobretudo as reuniões de trabalho da comissão mista criada para tratar do tema. Formada por dez deputados federais e dez senadores, ela tem realizado os primeiros debates acerca da medida que cria o Ministério Extraordinário da Segurança Pública.

Diretoria acompanha a tramitação de todos os projetos de interesse da categoria

DEMANDAS Os diretores do Sinpol-DF também têm acompanhado as atividades do Grupo de Trabalho (GT) criado na Câmara dos Deputados para listar propostas prioritárias para a Segurança Pública. O relatório deverá trazer as principais propostas escolhidas pelos integrantes do colegiado, agrupadas de acordo com temas. Ainda em março, os diretores estiveram com o deputado Laerte Bessa, um dos integrantes do GT, para apresentar uma lista de projetos de interesse da categoria. Na lista estão itens como o porte de arma para policiais aposentados, o adicional de insalubridade e o adicional noturno para os trabalhadores da Segurança Pública, a obrigatoriedade dos equipamentos de segurança para esses profissionais, entre outros. No encontro com Bessa, recentemente eleito presidente da Comissão de Segurança Pública, os dirigentes sindicais também frisaram a importância do andamento de projetos como o que trata da Federalização da PCDF, da Lei Orgânica da PCDF, da normatização da paridade e da regulamentação da previdência dos servidores da PCDF. •

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RECONHECIMENTO

Médicos legistas são homenageados com matérias especiais Em alusão ao Dia do Médico Legista, comemorado em 7 de abril, a Comunicação do Sinpol-DF produziu uma série de três matérias destacando o trabalho dos peritos médico-legistas da PCDF. O foco da primeira delas foi a atuação dos servidores do Laboratório de Antropologia Forense do Instituto de Medicina Legal (IML). Graças a esse trabalho, inúmeros corpos encontrados em avançado estado de decomposição são identificados e os respectivos casos, solucionados. Elvis Adriano Oliveira é um dos médicos-legistas lotados na Antropologia, como é conhecido o setor. Ele explica que a seção trabalha com casos de necropsias especiais, “como de corpos encontrados abandonados no cerrado, em áreas de desova de crimes ou cemitérios clandestinos”. O objetivo principal é a identificação da pessoa. Em seguida, busca-se esclarecer a causa da morte, as circunstâncias do crime – o que é especialmente desafiador, uma vez que normalmente a equipe tem apenas os ossos para analisar. “É algo difícil, muito trabalhoso e que poucas pessoas gostam, mas que sempre despertou meu interesse justamente por conta dos desafios”, revela o médico. Ele lembra, por outro lado, que o desinteresse geral pela área era tão grande, que o setor acabou surgindo não por um projeto institucional, mas por iniciativas pessoais. “A Antropologia não fazia parte da estrutura do instituto e acabou sendo criada pela vontade de pessoas históricas como o médico-legista Eduardo Reis”, conta o colega, que há 12 anos está no setor e mais de 25 na PCDF. Ele pontuou ainda os nomes dos médicos Balbino Gonçalves dos Santos, Malthus Fonseca Galvão e Aluísio Trindade Filho como fundamentais para a criação e avanço do laboratório.

CIÊNCIA A segunda matéria mostrou que, assim como na Antropologia, a busca pelo esclarecimento da causa da morte também é objeto de atuação dos médicos da Tanatologia, outra seção do IML. O foco deles, por sua vez, são as mortes recentes, como por arma de fogo, facadas, pauladas ou mesmo acidentes de trânsito e até quedas. É uma em média, dez cadáveres por dia. A imprevisibilidade, no entanto, é uma das principais características do trabalho. Há dias em que cada médico legista tem somente uma necropsia para fazer, mas há dias em que ficam encarregados de três ou mais casos. “Você nunca sabe o que é que vai chegar, o que estará programado para você amanhã. Se conseguirá escrever os laudos dos exames feitos anteriormente ou se ficará o dia inteiro na sala de necropsia examinando novos cadáveres”, revela o médico legista Malthus Galvão. Ele conta, ainda, que cada necropsia é um desafio, “e sempre dá um friozinho na barriga. Mesmo assim, eu não me vejo fazendo outra coisa senão isso”, garante. “Eu considero um trabalho muito gratificante e me sinto realizado, principalmente porque eu não trabalho com hipóteses e opiniões, mas sim fazendo ciência diariamente”, conclui o médico legista. O que muita gente não sabe, entretanto, é que muito mais tempo do que o exame em si é gasto com o trabalho pós-necropsia, com a confecção do laudo. É um trabalho extremamente técnico e minucioso, que vai desde a seleção, ordenação e legendagem das fotografias tiradas, até o referenciamento bibliográfico e a produção textual. O laudo também foi destacado na terceira matéria da série, que mostrou um outro lado do trabalho dos médicos legistas: a perícia em

As matérias destacaram o trabalho de diferentes áreas de atuação dos médicos legistas da PCDF

pessoas vivas. Enquanto o IML produz cerca de 3.500 laudos de mortos, mais de 50 mil perícias em pessoas vivas são realizadas, anualmente, no instituto – cerca de 14 vezes mais. Além de abordar o trabalho da Seção de Psicopatologia Forense, da Seção de Sexologia Forense e da Seção de Perícias Médicas, o texto revelou que, em meados de abril, a Direção-Geral da PCDF, com base em determinações da Corregedoria, retirou dos médicos legistas a prerrogativa de contarem com um tempo específico, dentro da jornada, para revisão e elaboração dos laudos. “Agora, você tem que, ao mesmo tempo em que está atendendo um paciente, redigir também aqueles laudos mais complexos”, contou o médico legista Hugo Ricardo Valim. “A impossibilidade de um tempo para realização de pesquisa, de discussões técnico-científicas e redação dos laudos fragiliza as conclusões do perito e, em alguns casos, prejudica a capacidade de elaborar uma prova técnica robusta, com base na literatura científica”, criticou, acrescentando que “a categoria ainda está tentando entender as razões para a administração pública adotar uma medida como essa, que só trouxe prejuízo”. •

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INSTITUCIONAL

Policiais civis recebem homenagem do SinpolDF e da CLDF

Mesmo em momento difícil da PCDF, homenagem emocionou policiais Às vésperas do Dia do Policial Civil, celebrado, assim como o aniversário de Brasília, em 21 de abril, centenas de policiais receberam na sexta, 20, o reconhecimento público pelos anos de serviço e dedicação à segurança da população brasiliense. Eles foram homenageados em uma sessão solene realizada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O evento, promovido pelo Sinpol-DF em parceria com o deputado distrital Claudio Abrantes (PDT), homenageou os policiais civis que se aposentaram no último ano. Para os participantes, o evento marcou a antecipação de uma saudade inevitável e o reconhecimento da dedicação, trabalho e competência que, durante décadas, foram as bases para a atuação desses profissionais. “Estamos aqui, em nome da Câmara Legislativa, para fazer essa justa e verdadeira homenagem aos policiais civis do Distrito Federal”, afirmou Abrantes ao abrir a solenidade. “Nós vivemos um tempo muito difícil e, por isso, mais do que nunca, temos que lutar para resgatar a Polícia Civil em sua plenitude de reconhecimento, de respeito, de condições de trabalho e de valorização profissional”, acrescentou.

“Mesmo diante da crise que temos vivido, esse é o momento de lembrarmos o Dia do Policial Civil, um dia especial e que não pode passar em branco”, ponderou o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”. “O policial trabalha 20, 30 anos nessa nossa carreira e acaba saindo sem nada, sem mesmo um “muito obrigado” da instituição. Por isso, nos últimos anos, decidimos homenagear todos os policiais que se aposentam no período”, esclareceu. Também participaram da solenidade os deputados federais Rôney Nemer (PP-DF) e Laerte Bessa (PR-DF) e os deputados distritais Joe Valle (PDT) e Chico Leite (Rede). Wasny de Roure (PT) e Robério Negreiros (PSD) não puderam participar, mas mandaram os agradecimentos aos policiais homenageados. •

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FOTOS: LUCAS C. RIBEIRO/SINPOL-DF

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