Edição nº 152 abril 2010

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ANO XVI - Nº 152 - ABRIL DE 2010

MENSAGEM DESMEMBRADA

COMEMORAÇÃO AO DIA DO POLICIAL CIVIL


www.sinpoldf.com.br

Meio século de vida, infinitas possibilidades! Parabéns Brasília.

Revista do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal SEDE: Plano Piloto: SCLRN 716, Bl. F, Lj. 59, Ed. do Policial Civil - CEP: 70.770-536 - Brasília-DF Fone: (61) 3701-1300 / Fax: (61) 3701-1334 E-mail: secpre@sinpoldf.com.br FILIAL: Taguatinga Norte: QNA 29 - Casa 06 Fone: (61) 3352-6923 / 3352-6429 Horário de Funcionamento: Segunda a sexta-feira das 8h às 12h e 14h às 18h DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente:

Wellington Luiz de Souza Silva 1º Vice-Presidente:

Ciro José de Freitas 2º Vice-Presidente:

Hélio Ferreira das Chagas Secretário-Geral:

Divinato da Consolação Ferreira 1º Secretário:

Ernani Batista de Lucena Tesoureiro Geral:

Aristeu Pereira da Silva 1º Tesoureiro:

Renato de Oliveira Mendonça Diretor Jurídico:

Sérgio Luiz Barbosa Silva Diretor Jurídico Adjunto:

Fauzer Domingos da Costa Diretor de Comunicação Social:

Renato Cardoso Bezerra Diretor de Comunicação. Social Adjunto:

Luciano Marinho de Morais Diretor de Relações Sindicais:

Fransbert Rodrigues Bijos Diretor de Relações Sindicais:

Marcelo Silva de Carvalho Diretor de Planej. e Administração:

Públio Cezar A. Moreno Diretor de Plan. e Adm. Adjunto:

Roberto Cláudio Costa Diretor de Cultura e Esportes:

Wellington Torres Antunes Diretor de Cultura e Esportes Adjunto:

Gilmar Oliveira Alves Diretor de Formação Sindical:

Agnaldo Soares Rodrigues Diretor de Formação Sindical Adjunto:

Uma homenagem do Sinpol-DF aos 50 anos da Capital da República

Elisângela Freire Dias Diretor de Ass. de Apos. e Pensionistas:

Sandra Lôbo de A. Moura e Silva Dir. de Ass. de Apos. e Pens. Adjunto:

João Ferreira Pimenta Diretor de Políticas Sociais:

Francisco José Pereira Diretor de Políticas Sociais Adjunto:

Antônio Carlos de Sousa Diretor de Informática:

André Luiz Neiva Rizzo Diretor de Informática Adjunto:

Carlos Alberto Elias de Souza Diretor Médico:

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Sinpol em Ação

Paulo César Gomes da Silva Diretor Médico Adjunto:

Carlos José Vieira de Arruda

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Armas não letais

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14ª DP e Deam eleitas delegacias modelo

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Baile em homenagem ao dia do Perito Papiloscopista

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PLP 554 e Lei Orgânica

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Centro de Observação Criminológica da PCDF

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TRIBUNA POLICIAL

Março de 2010

CONSELHO FISCAL: Renato Neves Pereira Filho Watson Fonseca da Cunha Theodoro E. Gonçalves Leite Ivan Marcos de Oliveira Gustavo Monteiro Mathias Direção Geral: Luciano Marinho Jornalista Responsável: Tatiana Drumond - DRT/DF 6170 Dida Brasil - DRT/RR 159 Impressão: S&S Gráfica e Editora - 3344.4331 Diagramação: Célio Martins - 3344.4331 Fotos: Hélio Pereira

O Tribuna Policial não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.


ARTIGO

DIREITO DE GREVE NA

DIALÉTICA FASCISTA LUCIANO MARINHO Agente de Polícia e Diretor do Sinpol-DF

A

história de greve remete aos primeiros movimentos de resistência ao trabalho escravo na história da humanidade. Após a revolução industrial, houve maior pressão sobre o trabalhador, o que também fez eclodir as primeiras manifestações organizadas da massa operária contra os excessos cometidos pelos patrões. E, aos poucos, a greve foi ganhando importância como instrumento de negociações, na abolição de ações de vandalismos que causavam prejuízos irreparáveis entre as partes litigantes – o empregado e o empregador. Embora tarde, frente aos movimentos trabalhistas da Europa e Estados Unidos, a primeira greve de grande impacto no Brasil foi registrada somente no ano de 1917, quando a massa operária se organizou e conseguiu parar os maiores centros industriais do setor produtivo em diversos Estados. O movimento foi combatido com violência pelo governo e findou com algumas mortes e pouco avanço nas negociações. Mas foi o marco de um processo de discussão que não mais retroagiria. Já no final da década de 70 e início dos anos 80, o Brasil novamente foi sacudido com a maior onda de resistência dos operários do ABC paulista, liderados pelo então metalúgico Lula. O que era para ser uma reivindicação setorial de um grupo de trabalhadores, terminou por fazer escola e culminou na fundação de um dos mais combativos partidos políticos do Brasil e, talvez, um dos maiores da

história do operariado mundial. Porém, sob os auspícios do mesmo metalúrgico de outrora, e hoje presidente do Brasil, estão criando um novo modelo de controle social dos trabalhadores, em especial dos policiais civis. Em um anteprojeto em trâmite por alguns gabinetes do poder executivo, apregoa em um de seus artigos a proibição de greve por parte de segmentos armados da sociedade, no caso, os policiais civis e congêneres. De redação fascista e com forte carga patronal, o anteprojeto faz discrimação injustificada a partir do momento que busca em um direito – o livre porte de arma, a supressão de uma garantia constitucional, a greve. Temos o direito ao livre porte de arma, não por opção e sim por imposição da profissão que escolhemos exercer. É inaceitável que o anteprojeto em andamento tenha a soberba intenção de sequestrar de uma categoria o exercício do mais importante

recurso de coerção sobre aqueles que, podendo muito, não querem se obrigar a nada. A greve não é o único instrumento de negociação de uma categoria mas, se banido, a sociedade pode se tornar vítima de meios bem mais rudes e perigosos de pressão pela categoria em revolta pelo que é justo, seja por condição de trabalho ou por salário. Se os trabalhadores forem tratados com respeito e dignidade jamais precisarão fazer greve para reivindicar e garantir seus direitos. Se não conseguirmos ser notados pela falta dos serviços que prestamos, também não conseguiremos convencer quem não se preocupa com a qualidade de vida e condições de trabalho a que estamos submetidos. Causa-nos espanto e indignação a supressão de tais direitos, em especial, quando provocado pelo presidente operário sindicalista e seu partido, gerando covarde e deslavada afronta aos servidores da Segurança Pública, que usam como instrumento de trabalho a própria vida. Aos poucos, a casa do operário vai ser tornando a cozinha do patrão. Março de 2010

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Março

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Sinpol reúne-se com agentes penitenciários

O presidente do Sinpol Wellington Luiz e diretores da entidade estiveram reunidos com uma comissão de agentes penitenciários. Preocupados com a ação do MP que determina o retorno imediato dos policiais que deixaram o sistema prisional. Wellington explicou aos policiais que desde o início, o Sinpol vem tomando providências para que os agentes penitenciários tenham opção de lotação. “O Sindicato ingressou com um pedido para atuar como assistente na ação principal para apresentar argumentos que esclareçam o mal entendido, uma vez que o MP baseou em dados estatísticos desatualizados. Outro problema que encontramos é que o MP arvorou-se na condição de indicar onde a PCDF deve lotar seus policiais. Isso não podemos permitir”.

Homenagem ao Dia do Policial Civil

Fevereiro

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A Câmara Legislativa do DF realizou sessão solene em homenagem ao Dia do Policial Civil, requerida pelo deputado distrital e ex-diretor geral da PCDF Milton Barbosa. Receberam moção de louvor vários policiais civis, pelos relevantes serviços prestados à comunidade do Distrito Federal. O presidente do Sinpol Wellington Luiz participou da homenagem e parabenizou os policias pelo importante trabalho que desempenho no combate à criminalidade. O agente Morais recebe homenagem das mãos do presidente da Feipol, Divinato da Consolação

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SERVIÇO

IMPOSTO DE RENDA

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á mais de dez anos o Sinpol oferece a seus sindicalizados aposentados e pensionistas o serviço de declaração do Imposto de Renda. Só neste ano foram preenchidas e entregues à Receita mais de 500 declarações. O diretor do Sinpol, Ernani Lucena ressalta os cuidados observados ao se efetivar as informações. “É exigência do Sinpol que a declaração seja feita com base em documentos. Os valores são declarados a partir de recibos de despesas médicas, dentistas, laboratórios, educação, entre outros. É a forma legal e evita que o declarante caia na malha fina”, afirma o diretor. O presidente do Sinpol Wellington Luiz explica que o serviço é direcionado aos aposentados e pensio-

nistas, pois esses são os grupos que mais manifestam dificuldades para fazerem a declaração anual de IR. “O sindicato disponibiliza o serviço e esclarece as dúvidas dos filiados, além de oferecer um profissional treinado para preencher a declaração. Tudo é feito com muita responsabilidade para que o sindicalizado não tenha problema”. O atendimento ao público foi realizado na sede do Sinpol toda quarta-feira e no restante da semana, na matriz de Taguatinga. “O movimen-

Diretor do Sinpol, Ernani Lucena

to foi grande, mas muitas declarações foram de isentos”, informa o profissional responsável pelo serviço, Inácio Júnior, enfatizando que todos que buscaram no Sinpol foram atendidos.

OPÇÃO BANCÁRIA

O

Diretor do Sinpol, Sérgio Barbosa

Sinpol apresentou no dia 5 de abril denúncia, notícia crime e informação de descumprimento de decisão judicial por parte do GDF contra a livre opção bancária para os policiais civis sindicalizados. A denúncia foi oficializada na Corregedoria do DF, a notícia crime encaminhada ao Promotor de Justiça Criminal do Ministério Público do DF e a informação de descumprimento de decisão judicial foi recebida pelo desembargador relator do processo no Conselho Especial do TJDF. O objetivo do Sinpol é que, ao apre-

sentar esses remédios jurídicos, o GDF comece a cumprir a determinação da justiça já transitada em julgado e passe a transferir os subsídios dos policiais civis para a instituição bancária que o servidor preferir. “Estamos atentos aos direitos dos policiais, pois sabemos que não é justo que a categoria tenha prejuízo naquilo que foi arduamente conquistado”, ressaltou o diretor do Sinpol, Sérgio Barbosa. No dia 27 de maio, o Sinpol participou de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a Lei Orgânica e uma segunda audiência iria ocorrer no dia 4 de maio. Abril de 2010

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TREINAMENTO

TECNOLOGIAS NÃO LETAIS

Instrutores e participantes do curso

Por Tatiana Drumond

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uso de tecnologias não letais vem se tornando habitual em vários segmentos da segurança e os resultados provam que é possível conter atos de violência sem a necessidade de armas de fogo. A Secretaria de Segurança do DF decidiu investir na utilização desses equipamentos e alguns policiais passaram por treinamento para dominar as técnicas de manejo desses instrumentos. O agente Adenauer Dantas, conta que a Secretaria de Segurança Pública juntamente com uma grande empresa fabricante de novas tecnologias não letais, promoveu curso com obje-

tivo de formar policiais multiplicadores para que tenham meios alternativos à utilização da arma de fogo. O curso, que foi dividido em dois dias de treinamento, tendo início com a parte teórica em 8 de março e término no dia 10 com a parte prática, foi ministrado de acordo com as normas estabelecidas pela ONU e sistematizado pelo Ministério da Justiça. Participaram do curso, policiais civis do DF, do Sistema Penitenciário (DPOE) e ainda policiais militares. Dantas relata que a principal técnica repassada aos policiais foi em relação à utilização do espargidor (gás) de pimenta por ser uma tecnologia mais segura, mas ele esclarece: “se for mal utilizada, a vítima pode, inclusive, vir ao óbito, pois não existe tecnologia

Major Soares (PME-RJ) e Agente João Pedro

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Projétil de espuma sintética

totalmente capaz de prever isso”. Para conhecer os efeitos do gás de pimenta, os policiais se submeteram ao uso do material químico e aprenderam como socorrer as pessoas contaminadas com o agente. Além do espargidor de pimenta, a Polícia Civil do DF utiliza ainda as seguintes tecnologias não letais: granadas de emissão de fumaça, gás lacrimogêneo e projéteis de impacto controlado, que são as conhecidas balas de borracha. Esse dois últimos são armamentos restritos à DOE. Para Dantas o maior benefício desses equipamentos é fazer uma abordagem mais segura: “Quando um policial tem à mão o espargidor, por exemplo, sente-se mais a vontade em utilizá-lo, pois sabe que o dano físico causado a um possível suspeito será menor e o impedirá de dar continuidade do ato criminoso” relata. O Sinpol parabeniza a iniciativa da Academia de Polícia Civil e de todos os policiais que participaram do treinamento voltado para o uso de tecnologias não letais, por achar que o policial, durante uma ocorrência, pode fazer uso de meios alternativos eficientes e não letais na condução do seu trabalho nas ruas.


DIVISÃO DE INFORMÁTICA

PATENTES RESGUARDAM SOFTWARES DA PCDF Por Tatiana Drumond

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á cerca de um ano e meio a Divisão de Informática (Dinf) da PCDF deu início ao processo de concessão de patente dos softwares desenvolvidos exclusivamente por policiais daquela unidade. O objetivo é resguardar a Polícia Civil do DF de possíveis cópias e falsificações. Por enquanto, três softwares já foram patenteados: Coliseu, Milenium e Proced. Vários outros, como o Sentinela, ainda estão em fase de registro. Os softwares criados pela Dinf são referências nacionais e revolucionaram a maneira de trabalhar da PCDF. Hoje, todos os sistemas da Polícia Civil do DF estão integrados e permitem aos policiais das 126 unidades desempenharem um melhor serviço de investigação. SOFTWARES O chefe da Dinf, Wellington Cunha conta que já ocorreram casos em que empresas ofereceram softwares semelhantes aos que a PCDF Equipe da Dinf

PROGRAMAS COMO ESSES CHEGAM A CUSTAR MILHÕES SE ADQUIRIDOS EM EMPRESAS PRIVADAS. ENTÃO, TEMOS DE VALORIZAR ESSES PROFISSIONAIS QUE SÃO VERDADEIROS HERÓIS ANÔNIMOS já possuía. Em determinada ocasião uma empresa de tecnologia da informação propôs a apresentação de um software revolucionário: “Chamamos diversas unidades policiais para conhecer o programa, mas logo todos perceberam que o software era praticamente igual ao que já tínhamos, o Milenium. Inclusive o nome do deles era similar: Boletim Milenium”, conta Wellington. Caso parecido aconteceu em Florianópolis, quando uma equipe da

Dinf foi ao local visitar outra empresa, para conhecer um programa de monitoramento: “Para nossa surpresa era o software que chamamos de Cérebro, sendo comercializado lá”, informa o chefe da Dinf. Além de evitar casos como os citados acima, a PCDF precisa resguardar-se, pois várias unidades da Federação já demonstraram interesse em implantar os softwares da PCDF em seus órgãos policiais: “Mas como ficaríamos se repassássemos esse conhecimento sem nenhum respaldo e mais tarde alguém o copiasse? Teríamos de pagar pela utilização do software que nós mesmos criamos”, explica Wellington. ECONOMIA Ponto importante a ser destacado é a grande economia para a PCDF devido aos softwares terem sido desenvolvidos por policiais civis: “Programas como esses chegam a custar milhões se adquiridos em empresas privadas. Então, temos de valorizar esses profissionais que são verdadeiros heróis anônimos”, elogia o chefe da Dinf. Ele acrescenta que além de criar e manter esses softwares, os servidores da Divisão de Informática ainda participam de operações e plantões: “Ninguém sabe o que está por trás desses softwares. O trabalho é muito grande”, afirma Wellington. Abril de 2010

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REESTRUTURAÇÃO

Policiais em frente ao Ministério do Planejamento

MENSAGEM DESMEMBRADA Por Dida Brasil

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GDF reenviou à Casa Civil da Presidência da República, no dia 16 de abril, as mensagens nº 53 que trata da Reestruturação de Carreira da PCDF e a nº 52 que versa sobre o reajuste salarial da PM e Corpo de Bombeiros. O subsecretário de Segurança Pública, delegado Miguel Lucena foi o responsável pela entrega dos documentos em substituição à mensagem nº 21 que tratava dos assuntos em conjunto. É importante destacar que o desmembramento ocorreu sem qualquer prejuízo, seja em relação ao tempo de tramitação ou ao conteúdo da proposta. “Agora vamos continuar pressionando os órgãos fede-

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Presidente do Sinpol, Wellington Luiz e representantes de outras entidades em reunião

rais para que o trâmite da mensagem seja totalmente concluído até 30 de junho. Temos esperança que o Governo Federal tenha sensibilidade em lidar com uma matéria de tamanha importância. O GDF, que é a fonte

pagadora, já reconheceu a necessidade de valorização desses servidores e cabe ao Executivo Federal apenas enviar a devida medida legal para o Congresso”, afirmou o presidente do Sinpol, Wellington Luiz.


VAMOS CONTINUAR PRESSIONANDO OS ÓRGÃOS FEDERAIS PARA QUE O TRÂMITE DA MENSAGEM SEJA TOTALMENTE CONCLUÍDO ATÉ 30 DE JUNHO. TEMOS ESPERANÇA QUE O GOVERNO FEDERAL TENHA SENSIBILIDADE Policiais caminharam até o CCBB, sede provisória do Governo Lula

As ações que visam sensibilizar o Governo Federal já começaram. No dia 14 de abril, policiais da PCDF, PF, PMDF e CBMDF se concentraram em frente à Catedral de Brasília para reivindicar atendimento de seus pleitos. Após discursos de presidentes de várias entidades representativas das categorias, os policiais seguiram em carreata e passeata até o Centro Cultural do Banco do Brasil, sede provisória da Casa Civil da Presidência da República, onde ocorreu nova concentração. Na ocasião, a comissão composta pelos representantes do Sinpol Wellington Luiz, da APDF Marcos Leôncio, da APCF Otávio Brandão, da PM coronel Brambilla, e do Corpo de Bombeiros sargentos Élvio e Geova-

ni, foi recebida pelo assessor da Secretaria Nacional da Articulação Social, Weber Silva. Na reunião, o presidente Wellington Luiz, apresentou os anseios dos servidores e a necessidade do imediato encaminhamento da medida legal no sentido de garantir a reestruturação de carreira da PCDF e PF e reajuste salarial para a PM e Corpo de Bombeiros. “Pela primeira vez a Segurança Pública do DF teve oportunidade de se manifestar perante autoridades do Governo Federal”, ressaltou Wellington. Outra manifestação em conjunto ocorreu no dia 9 de abril, em frente ao Ministério do Planejamento, onde o presidente Wellington Luiz conduziu assembleia, concedendo a palavra a

O presidente Wellington e diretores do Sinpol, com representantes do Sindepo e Adepol, em frente ao CCBB.

todos representantes de entidades, momento em que todos reafirmaram a importância da união para que a reestruturação e o reajuste salarial possam ser defendidos com maior força política e institucional, uma vez que os interesses são comuns. O presidente do Sinpol afirmou que está convicto que a Casa Civil dará o devido encaminhamento à mensagem em breve: “Se isso não ocorrer, o prejuízo será para o Governo e existe, inclusive, a possibilidade de greve geral”, afirmou o presidente Wellington ressaltando a importância da categoria se manter unida. O Sinpol agradece a todas as entidades que participaram dos atos e estão unidas em torno da reivindicação, entre elas as da PCDF: Feipol, Adepol-DF, ABPC, Asbrapp, Sindepo, Apcap, Feipol, AAgPC, Agepol, ABrML; da Polícia Federal: Fenapef, ADPF, Sinpec, Associação dos Peritos Federais; PM e Corpo de Bombeiros representados pelo Fórum de Associações. “O Sinpol continua contando com o apoio de todos os sindicalizados, entidades e parlamentares que colaboram para que a mensagem seja aprovada pelo Congresso o mais rápido possível”, finalizou Wellington. Abril de 2010

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HOMENAGEM

“POLICIAL CIVIL: BRAÇOS DA JUSTIÇA, MÃOS QUE PROTEGEM”

Por Tatiana Drumond

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festa em comemoração ao Dia do Policial Civil foi um grande sucesso e centenas de servidores da PCDF puderam confraternizar e desfrutar de um bom churrasco. O evento começou pouco antes das 12h e se estendeu até à noite. Além dos policiais, autoridades como o secretário de Segurança João Monteiro, o diretor geral da PCDF Pedro Cardoso e seu adjunto Adval Cardoso, o chefe da Assessoria Parlamentar do Ministério da Previdência Wasny de Roure, o presidente da Agepol Francisco D’Sousa, o presidente da Adepol José Werick, entre vários outros, também prestigiaram a festa.

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O presidente do Sinpol Wellington Luiz, em breves palavras destacou a importância de cada servidor da PCDF e os parabenizou por fazer desta, a melhor Polícia do país. Ele agradeceu ainda à Agepol, por ter cedido o local para a festa e às demais entidades de classe da PCDF que diariamente estão ao lado do Sinpol para defender os interesses da categoria. Wellington falou ainda aos presentes que o Sinpol tem orgulho dos policiais civis, que sempre demonstram muita força: “É essa união que nos garantirá a reestruturação da carreira e o pagamento de pendências financeiras, como a licença prêmio em pecúnia para aqueles que se apo-


ESTOU MUITO FELIZ POR ESTAR DE VOLTA A ESTE LOCAL E POR REENCONTRAR TANTOS AMIGOS AQUI HOJE. TENHO MUITO ORGULHO DE FAZER PARTE DA HISTÓRIA DA PCDF Policial aposentado Ivan Kojac

sentaram antes de 2000”, finalizou o presidente desejando um feliz dia do policial a todos. O deputado distrital Milton Barbosa, que esteve presente na festa, parabenizou a todos os policiais pelo seu dia e disse que sente-se orgulhoso por fazer parte dos quadros da PCDF. Ele afirmou ainda que tem trabalhado arduamente para garantir os direitos dos policiais civis e aposentados. O deputado federal Laerte Bessa não compareceu ao evento, justificou sua ausência, informando que estava cuidando da discussão que

envolve a Lei Orgânica da Polícia Federal e Polícia Civil do DF, na Câmara Federal. Ele parabenizou todos os policiais pelo seu dia e ressaltou que luta a cada dia, no Congresso Nacional pelos direitos de sua categoria. Ponto marcante do evento foi o discurso emocionado de um dos policias mais antigos da PCDF, Ivan Kojac, de 74 anos: “Estou muito feliz por estar de volta a este local e por reencontrar tantos amigos aqui hoje. Tenho muito orgulho de fazer parte da história da PCDF”, disse o aposentado. Abril de 2010

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ATENÇÃO

AUMENTO DO USO DE

DROGAS Por Dida Brasil

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ecentemente, todo o Brasil vem tomando conhecimento da situação caótica em que se encontra a Capital Federal no que se refere ao uso indiscriminado de drogas, em especial, do crack, por crianças, adolescentes e adultos, que as consomem despreocupadamente em vários pontos da área central de Brasília, bem como em todo o Distrito Federal. O programa Fantástico da Rede Globo, em edição veiculada no dia 28 de março, apresentou esta triste realidade e o que mais chamou a atenção foi exatamente o uso indiscriminado a céu aberto e, muitas vezes, às portas do poder público. Esta situação serviu como mau exemplo para o Brasil e provou a ineficiência da política implementada pelo ex-governador Arruda, que tratou de distanciar a polícia ostensiva

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de seu mister. Chocada, a sociedade questiona os motivos que levam cada vez mais jovens para a dependência das drogas e o que fazer para mudar este cenário e evitar que esta situação continuasse a fazer parte do cotidiano da capital conforme vem sendo apresentado pelo país afora. O agente Alberto (chefe da SAA/CORD) explica que, na sua visão, as diversas unidades da PCDF têm desenvolvido excelentes trabalhos de investigação, realizando a prisão em flagrante e desarticulando várias quadrilhas de traficantes, bem como instaurado inúmeros inquéritos que apuram a prática do crime de tráfico de drogas. O Agente Ximenes, Chefe da Seção de Análise e Difusão de Informações-CORD, destacou que, não obstante o objetivo maior de perseguição aos grandes traficantes, a CORD também tem desenvolvido trabalhos mais enxutos e rápidos que visam a atin-

O TRABALHO OSTENSIVO COM CERTEZA COIBIRIA O USO E O TRÁFICO DE DROGAS. PORÉM, O QUE VEMOS É QUE MUITOS POLICIAIS MILITARES QUE ESTAVAM NO POLICIAMENTO PREVENTIVO FARDADO EVITANDO O COMETIMENTO DESSE E DE OUTROS CRIMES, ESTÃO SENDO DESVIADOS PARA A SEGUNDA SEÇÃO Chefe da SAA da Cord, Agente Alberto Elias

gir grupos locais e menos expressivos de criminosos que não deixam de incomodar a população tanto quanto os maiores fornecedores. Ou seja, é um trabalho desenvolvido nas duas pontas do comércio de drogas, digamos, no “atacado” e no “varejo”. Na percepção dos demais policiais, o retorno das Seções de Repressão a Tóxicos e Entorpecentes (SRTE), desde que coordenadas


pelas CORD, seria uma medida importante no combate local e mais efetivo ao pequeno tráfico, ainda mais, se aliado com um intenso trabalho de policiamento preventivo que evitasse a permanência ou concentração de usuários de drogas em locais públicos. Reiteramos o incremento da mercancia do “crack” que vem, em progressão geométrica, substituindo a “merla” por se tratar de uma droga mais barata e de maior potencial quanto à capacidade de causar dependência. “Não obstante seu valor reduzido, o crack se torna mais vantajoso ao traficante, haja vista que paradoxalmente gera mais lucros do que a merla, por exemplo, sendo mais um fator de relevo para seu crescimento na capital federal. Isto tem trazido um tremendo mal-estar na sociedade, porque os usuários não se importam com a grande exposição, perdem totalmente a noção dos valores, tornam-se mais violentos e se entregam de vez ao vicio em locais públicos, constrangendo os demais cidadãos”, observam os Agentes Marciano Fagundes e Cida Landim, lotados na CORD.

Chefe da SAA/CORD, agente Alberto Elias

Os policiais ainda acrescentam que outro aspecto importante a ser considerado diz respeito à possibilidade de se promover mudanças na legislação. Atualmente a Lei prevê um procedimento em que o usuário, para ser liberado, precisa apenas assinar um Termo de Compromisso, dando garantia de que comparecerá em juízo quando convocado. Na lei anterior, o usuário era autuado em flagrante e para responder em liberdade tinha de pagar fiança, não deixando de ser processado. “O legislador entendeu que o usuário é um doente e que, portanto, deve receber tratamento, todavia, o Estado ainda não implementou políticas de tratamento o que torna a lei inócua. O que, na prática, tem ocorrido é a geração de vários Termos Circunstanciados, que posteriormente acabam arquivados, já que o prazo da justiça para examinar os casos, muitas vezes, prescreve, além do que, muitos dos usuários são moradores de rua, dificultando sobremaneira a sua localização e apresentação para audiência no judiciário”, destaca o Agente Alberto. Para os agentes, o problema não é meramente caso de Polícia, mas também de saúde pública. “Grande parte desses usuários tem interesse em abandonar o vício, mas o Governo não disponibiliza clínicas para o tratamento que facilitem essa iniciativa. Na verdade, quando o Estado mudou a lei não mais prendendo o usuário, deveria também ter se preo-

Presidente do Sinpol Wellington Luiz

ENTENDEMOS QUE A PARTIR DO MOMENTO EM QUE HÁ DESVIO DE FUNÇÃO, A MAIOR PREJUDICADA É A POPULAÇÃO. POR ISSO, AS DENÚNCIAS E COBRANÇAS SÃO CONSTANTES POR PARTE DE NOSSA ENTIDADE cupado em oferecer condições para que o usuário pudesse se livrar do vício, enfrentando os rigores da síndrome de abstinência, ressaltam os policiais. O Sinpol-DF sempre esteve atento nas causas da Segurança Pública. “A legislação de entorpecentes no Brasil foi alterada de forma a contribuir com o aumento da criminalidade, portanto, a culpa não pode ser da polícia”. Ressaltou o presidente do Sinpol, Wellington Luiz. Abril de 2010

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POLÍCIA CIVIL

14ª DP E DEAM: DELEGACIAS MODELO

Por Tatiana Drumond

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entidade não governamental chamada Altus, que premiou tanto a Deam como 14ª DP, é uma aliança global que atua em vários continentes e adota uma perspectiva multicultural para melhorar a segurança pública e o sistema de justiça criminal. Sediada em seis países, enfocam especificamente o monitoramento e controle da polícia. Em outubro de 2009 (assim como em 2008 e 2007), foi realizada pesquisa em 19 países, envolvendo mais de mil delegacias. No Distrito Federal, 21 unidades participaram da avaliação. A pesquisa teve como objetivo analisar a qualidade de serviços prestados por departamentos de polícia, entre outros aspectos. Os pesquisadores utilizam um formulário padrão, entrevistando tanto policiais quanto cidadão que utilizam o trabalho policial. Em seguida as avaliações/ notas são baseadas na percepção individual dos pesquisadores sobre as delegacias e como resultado elegem as melhores. Com isso, a Deam foi considerada a melhor do Brasil entre as unidades especializadas no público feminino e a 14ª DP a melhor do DF pela qualidade no atendimento ao público em geral.

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14ª DP Para o agente Waldir Moreira e Silva, que recebeu a equipe da Altus, “a 14ª Delegacia de Polícia foi eleita a melhor DP do Distrito Federal por contar com uma equipe de trabalho muito empenhada no atendimento à comunidade e por dar celeridade na solução de casos, desde o mais simples aos de maior repercussão”. O agente acrescenta ainda que além da ótima equipe, as condições de trabalho também influenciaram muito na premiação: “As instalações físicas, Equipe da 14ª DP

viaturas, materiais e equipamentos estão sempre em condições para um melhor desempenho das atividades dos policiais”. Waldir acrescenta ainda que no Brasil a pesquisa foi realizada pelo Centro de Estudo de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, em parceria com organizações não governamentais, centros acadêmicos, instituições de pesquisa e associações comunitárias afliadas à Altus.


DEAM Em relação à Delegacia de Atendimento à Mulher, especializada no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, a Altus levou em consideração importantes serviços que a Deam presta, como a unidade móvel, que leva a delegacia para perto da comunidade; a ajuda psicológica especializada que as vítimas recebem; as cartilhas de orientação e prevenção que são entregues em qualquer atendimento; o projeto Brasília Mulher Segura; e o mais importante, o atendimento diferenciado ao cidadão. “Aqui acolhemos as vítimas e fazemos com que ela se sinta confortada e confiante que iremos atuar de forma profissional, por menor que seja o delito”, relata a delegada chefe da Deam, Sandra Melo. A premiação aconteceu no dia 16 de março, em São Paulo, durante o Fórum Nacional de Segurança

QUANDO OUVI ISSO, FIQUEI EXTREMAMENTE FELIZ. ESSE PRÊMIO É DA EQUIPE, POIS SÃO ELES QUE FAZEM A DIFERENÇA. AGRADEÇO A CADA UM DELES QUE TORNOU ISSO POSSÍVEL. TODOS RECEBERÃO ELOGIOS PARA SUA FICHA FUNCIONAL POR ESSA CONQUISTA Pública. A delegada conta que o momento foi de muita emoção, pois quando anunciaram um dos principais quesitos para que a Deam ganhasse a primeira colocação, foi justamente qualidade do atendimento: “Quando ouvi isso, fiquei extremamente feliz. Esse prêmio é da equipe, pois são eles que fazem a diferença. Agradeço a cada um deles que tornou isso possível. Todos receberão elogios para sua ficha funcional por essa conquista”. A delegada ressalta que ainda que “o prêmio é muito importante, pois o policial merece ser reconhecido. Isso nos incentiva para manter o que estamos fazendo de bom e melhorar o que ainda está deficiente”.

WASHINGTON – Antes de receber a premiação em São Paulo a delegada Sandra Melo esteve em Washington, pois foi convidada para integrar uma rede mundial de combate a violência contra mulher. Ela foi selecionada pelo Departamento de Estado Americano, por meio da ONG Vital Voices, voltada para a defesa dos direitos das mulheres. “Eles conheceram o nosso trabalho, por meio da embaixada americana e durante uma semana participei desse encontro mundial, com todas as despesas custeadas por eles. Agora vamos trocar experiências e com isso, aprimorar o combate da violência contra mulher”, relata a delegada.

Equipe da Deam

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SOCIAL

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Animação da Joy Band

BAILE DO

PERITO PAPILOSCOPISTA Por Dida Brasil

O

dia do perito papiloscopista foi comemorado com o tradicional baile da categoria, no dia 16 de abril, no Clube Naval, ricamente decorado para a ocasião. O evento, organizado pela Associação Brasiliense de Peritos Papiloscopistas (Asbrapp), reuniu mais de 600 papiloscopistas e familiares. Também prestigiaram o evento vários convidados, como o diretor geral da PCDF Pedro Cardoso, o secretario de Segurança João Monteiro, o deputado Federal Rodrigo Rollemberg, o vice-presidente do Sinpol Ciro de Freitas e diretores da entidade, entre outros. O Sinpol parabeniza os peritos papiloscopistas pelo seu dia e ressalta o excelente trabalha da Asbrapp na organização do baile da categoria.

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Peritos

papilo

scopista

s

Peritos papiloscopistas

Secretario de Segurança Pública, João Monteiro e esposa

Os novinhos

Diretor do Sinpol, Agnaldo Soares e convidados Presidente da Asbrapp, José Luiz parabeniza os Peritos Papiloscopistas e ressalta as conquistas que a categoria vem tendo nos últimos anos.

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CONGRESSO NACIONAL

Parlamentares dizem não ao PLP 554 e apoiam LEI ORGÂNICA

uanto ao PLP 554/10, de autoria do Executivo Federal, que trata da aposentadoria diferenciada para as atividades de risco, o Sinpol tenta combatê-lo desde o início, uma vez que é extremamente prejudicial. O projeto traz prejuízos para a Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, pois suprime garantias já asseguradas pela Lei Complementar 51/85, gerando grande retrocesso e prejuízo ao sistema de aposentação dos policiais civis e outras carreiras. Caso aprovado, o projeto elevaria o tempo de serviço estritamente policial, de 20 anos para 25 anos (ambos os gêneros) e estabelece ainda idade mínima de 50 anos para apo-

sentadoria, no caso das mulheres e para 55 anos, no caso dos homens, mesmo que tenham alcançado os 30 anos de contribuição. Outro prejuízo é em relação à integralidade dos vencimentos, que passa a ser a média das remunerações de 80% do período contributivo. “Esse PLP representa um completo retrocesso e lamentamos que o Executivo Federal tenha apresentado um projeto que poderá, se aprovado, prejudicar os policiais de uma forma nunca vista anteriormente. Mas estamos atuando fortemente para que esse PLP não siga em frente e para isso contamos com a importante colaboração dos deputados federais Laerte Bessa, Tadeu Filippelli e Geraldo Magela”, argumenta o presidente do Sinpol Wellington Luiz.

No início de março foi votado na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados o requerimento nº 179/10, de autoria do presidente desta comissão, o deputado Laerte Bessa solicitando à Mesa Diretora que promovesse a revisão do despacho de distribuição do PLP nº 330/06 e seu apensado PLP 554/10 para análise de mérito das respectivas proposições. Em seguida, após gestão junto aos três parlamentares, houve importante andamento uma vez que o requerimento foi revisto e o deputado Laerte Bessa deve ser designado relator da matéria. Segundo Bessa, “não é possível permitir que direitos já garantidos como a integralida-

Deputado Federal Laerte Bessa

Deputado Federal Tadeu Filippelli

Deputado Federal Geraldo Magela

Por Tatiana Drumond e Dida Brasil

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ANDAMENTO


de e paridade sejam retirados. O que esse projeto faz na verdade, é dar tratamento dispensado a servidores comuns aos policiais que diariamente arriscam suas vidas”. Já o deputado Geraldo Magela afirma que o direito da aposentadoria especial para os policiais não pode ser alterado: “Esta atividade é de alta periculosidade e não pode ser tratada como se não fosse. Todos nós sabe-

mos que a tensão característica desta profissão é transferida, inclusive, para os familiares. Além disso, todos os policiais sabem como começará seu dia de trabalho, mas nunca sabem como terminará. Este projeto de lei deve ser combatido e rejeitado.” O deputado Tadeu Filippelli, outro defensor ferrenho da PCDF afirmou: "Neste exato momento, estou estudando com mais atenção o PLP 554. Entre-

tanto, é possível dizer, com segurança, que todo projeto que proponha a revisão de direitos já anteriormente assegurados a qualquer categoria de trabalhadores precisa ser muito bem debatido antes de ser aprovado. Meu posicionamento será sempre de defender os direitos já conquistados e lutar pela garantia de novos avanços nas relações de trabalho. Nunca prejudicando a classe trabalhadora”

LEI ORGÂNICA No dia 14 de abril, o deputado Federal Laerte Bessa foi indicado relator do projeto de lei nº 6493/2009, que trata da Lei Orgânica da PCDF e Polícia Federal. A indicação foi do presidente da Comissão Especial, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), que junto com o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF) e Geraldo Magela (PT-DF), soube entender o pleito da categoria, atendendo a solicitação do Sinpol-DF e demais entidades da PCDF, Adepol Brasil, ADPF e APCF. Para tratar da Lei Orgânica na Câmara dos Deputados, o PMDB, por compor a maior bancada, teria direito à relatoria, que já estava sendo reivindicada também pelo PT. Contudo, por entender que o assunto é de suma importância para os policiais civis, o Sinpol solicitou intervenção dos deputados Tadeu Filippelli e Geraldo Magela para que a vaga fosse cedida ao deputado Bessa, que é policial civil e há anos luta para efetivação da Lei Orgânica. Após intensa negociação, os parlamentares fizeram os ajustes necessários e atenderam ao pedido da entidade. “Agora vamos encaminhar para análise do relator todas as sugestões

Sinpol participa das discussões da Lei Orgânica

colhidas dos polimissão divina, ciais e entidades tenho certeza dos AGORA VAMOS representativas desígnios de da PCDF para Deus para eu ENCAMINHAR PARA acréscimo ao assumir a relatoANÁLISE DO RELATOR texto da Lei Orgâria. Esse projeto é nica”, explica o um sonho não só TODAS AS SUGESTÕES presidente do Sinda Polícia FedeCOLHIDAS DOS pol Wellington ral, mas da nossa Luiz. POLICIAIS E ENTIDADES Polícia Civil do Para o depuDF”, discursou REPRESENTATIVAS DA tado Laerte Bessa Bessa, ao se coma indicação foi a PCDF PARA ACRÉSCIMO prometer empenhar-se com todo realização de um AO TEXTO DA LEI esforço na garansonho. “Lembro tia da identidade que há 20 anos, ORGÂNICA das polícias. nós, policiais, O Sinpol agradece a todos os parbatíamos de porta em porta pedindo lamentares pelo apoio à categoria e e buscando o apoio de autoridades e parabeniza o deputado Laerte Bessa políticos para a nossa Lei Orgânica. com votos de sucesso nesta nova Nessa época, nunca imaginei poder empreitada. estar nesta Casa, cumprindo essa Abril de 2010

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

CENTRO DE OBSERVAÇÃO CRIMINOLÓGICA DA PCDF Por Dida Brasil

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Centro de Observação Criminológica (CO) é responsável pela análise do perfil de condenados para efeito de progressão do regime da pena, quando requisitado pelo Juiz, exigência amparada na legislação. O CO surgiu devido à Lei de Execução Penal que em seu artigo 8° prevê a realização do Exame Criminológico para a individualização da execução da pena, em princípio para todos presidiários, para posteriormente fazer acompanhamento e saber se o condenado teve alguma melhora. O Centro recebe ainda requisições de juízes da Vara de Execuções Penais para casos de crimes de natureza sexual ou para aqueles que aparentam possuir distúrbios mentais. O Ministério Público entende que, para esses casos há também a necessidade de requisição judicial determinando o encaminhamento da análise. O CO realiza em média 300 laudos por ano. Em 2008, um dos laudos assinados pelos profissionais foi do serial killer Ademar Jesus da Silva, que aterrorizou a cidade goiana de Luziânia com o assassinato de seis jovens e se suicidou uma semana após ter sido preso e confessado os crimes. Na ocasião, os psicólogos descreveram sinais de psicopatia e sadismo, além de conflitos sexuais que favoreceriam as práticas de novos atos libidinosos contra menores de idade. Mesmo em posse desse

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laudo, o juiz concedeu liberdade a Ademar, atendendo apenas aos requisitos primários da lei. O Agente Penitenciário Glauber Vieira, um dos psicólogos que assinaram o laudo do serial killer, explica que o CO atua no atendimento aos presidiários. “Primeiro fazemos entrevistas para saber sobre a vida deles desde o nascimento até a atualidade. Pesquisamos o comportamento que tiveram na escola, no trabalho, as amizades, se têm envolvimento com drogas ou se usam remédios controlados”. Após as entrevistas, os psicólogos aplicam testes de personalidade. “Existem características que não podem ser analisadas somente por entrevistas, por isso os testes são necessários”, explica o chefe do CO, Márcio Fischer, que ressalta que os testes são projetivos, à base de deseEquipe do CO da PCDF

nhos ou questionários dependendo de cada caso. “Após a correção dos testes, fazemos uma diagnose criminológica e apresentamos o laudo que pode ser para a individualização da pena, que ocorre quando o preso acaba de ser condenado e sugerimos ao Estado o que deve ser feito para favorecer a ressocialização do preso”, ressalta Fischer. Segundo Glauber, os testes realizados com o autor das mortes em Luziânia mostraram muitos fatos negativos. “Em casos como o do serial killer Ademar, pedimos avaliação psiquiátrica e acompanhamento psicológico, o que não ocorreu”, observa o psicólogo. Contudo, a legislação é falha e o número de profissionais é baixo em comparação à população carcerária do DF, que hoje abriga no Sistema Penitenciário cerca de oito mil e seiscentos detentos.


SAÚDE

ATENDIMENTO DIFERENCIADO PARA

APOSENTADOS U Por Tatiana Drumond

ma novidade que vai agradar aos aposentados da Polícia Civil é o tratamento diferenciado que receberão do Centro de Condicionamento Físico (Cecof), localizado no Departamento de Polícia Especializada (DPE). A partir de agora, no turno vespertino todos os aposentados que quiserem praticar atividades físicas, terão atendimento praticamente individualizado, uma vez que os profissionais do Cecof ficarão à disposição desse público. O coordenador do Cecof e agente de polícia formado em Educação Física, Carlos Eduardo afirma que a iniciativa pretende incentivar a prática de exercícios físicos e reaproximar os aposentados dos policiais da ativa: “Queremos que essas pessoas que tanto contribuíram para a PCDF participem da vida policial uma vez que o Cecof fica próximo a diversas

unidades. E a atividade física proporciona um envelhecimento mais saudável e beneficia os ossos, além de dar força muscular, aspecto muito importante para quem tem mais de 60 anos”. Além de disponibilizar os professores para atendimento prioritário a esse público, o coordenador do Cecof estuda ainda a possibilidade de uma redução no valor da mensalidade: “Queremos fazer de tudo para atrair esses policiais. Assim que tivermos com essas duas propostas concretizadas, informaremos a todos”. O Cecof oferece diversas atividades e entre as que mais agradam o público da terceira idade estão o Pila-

Aposentados praticando atividade física no Cecof

tes e o Yoga. “Mas além dessas temos o Jiu-Jitsu que tem como instrutor o policial aposentado de 70 anos, Ari Sardela e variados equipamentos para a prática de musculação e exercícios aeróbios”, conta Carlos Eduardo. Ele acrescenta que o Cecof está disponível para os aposentados e seus dependentes em qualquer horário. Apenas no turno vespertino é que terão atendimento diferenciado. Outro diferencial que o Cecof oferece aos aposentados é o monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca durante os exercícios físicos: “Fazemos isso para respeitar os limites de cada um e também evitamos futuros problemas de saúde”.

O Centro de Condicionamento possui hoje 300 alunos e 20 instrutores entre professores e estagiários. O horário de funcionamento é de 6h às 22h, de segunda a sexta-feira e de 9h às 13h, aos sábados. Filiados ao Sinpol pagam R$ 80; dependentes e não sindicalizados, R$ 95. O Cecof oferece ainda uma ótima infraestrutura, ideal para os policiais, aposentados e dependentes malharem com tranquilidade e conforto. Como o centro fica dentro do DPE, o servidor não tem problemas de segurança. Coordenador do Cecof, Carlos Eduardo Abril de 2010

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em

Diretores

Por Tatiana Drumond

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diretor do Sinpol e agente de polícia Francisco José Pereira é natural de Bandeirantes (PR) e chegou em Brasília em 1970, aos seis anos de idade. Da infância até a adolescência trabalhou fazendo frete na feira de Planaltina e ainda como vendedor de picolé, engraxate, dentre vários outros serviços, para auxiliar na economia doméstica. “Precisava ajudar nas despesas, pois meu pai ganhava apenas um salário mínimo e minha mãe cuidava de oito filhos e ainda lavava roupa para fora”, conta o diretor.

Aos 15 anos conseguiu seu primeiro emprego com carteira registrada como cobrador de ônibus. Já aos 18 anos foi convocado para prestar serviço militar no Exército Brasileiro e com 21 anos conseguiu seu primeiro emprego público no Departamento de Estradas e Rodagem (DER), onde ficou por cerca de três anos. O próximo passo de Pereira foi ingressar na Polícia Militar do DF: “Trabalhei na corporação por seis anos até conseguir a almejada aprovação para o cargo de agente de polícia da PCDF, há quase 17 anos”. Sua primeira lotação foi na DRFV, onde trabalhou por dois anos e quatro

O SINPOL PRECISA DA FORÇA DE TODOS OS SEUS SINDICALIZADOS SEM MEDIR ESFORÇOS PARA QUE POSSAMOS CHEGAR AO ÚNICO OBJETIVO QUE NOS INTERESSA, A VITÓRIA

Diretor do Sinpol, Francisco Pereira

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meses e em seguida foi lotado na 16ª DP, onde trabalha até hoje. Passou por várias seções e encontra-se no Plantão. Pereira é casado e pai de quatro filhos. O diretor relata que a situação na 16ª DP, assim como em todas as unidades da PCDF vêm funcionando precariamente em virtude do quadro reduzido de policiais, devido a inauguração de outras delegacias, sem que houvesse aumento de efetivo: “Como se não bastasse, somos escalados em serviços extras para fazer policiamento ostensivo, enquanto a PMDF, de forma velada, está investigando. Está havendo uma inversão de atribuições e não podemos fechar os olhos diante disso”. Pereira, antes mesmo de ser diretor do Sinpol, já defendia um movimento ferrenho para que os direitos e deveres dos policiais fossem respeitados, assim como os salários: “Continuo com o mesmo propósito, todavia, precisamos de união para colocá-lo em prática”. Quanto a entrada na vida sindical Pereira conta que foi representante de base por vários anos até que recebeu convite da diretoria do Sinpol para compor a chapa 1, para o triênio 2008/2011: “Fomos vitoriosos e passei a fazer parte da diretoria”. Ele completa: “O Sinpol precisa da força de todos os seus sindicalizados sem medir esforços para que possamos chegar ao único objetivo que nos interessa, a vitória”.


Por Tatiana Drumond

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aposentado Sebastião Pedro dos Santos, natural de Luziânia (GO) entrou para a Polícia Civil em 15 de janeiro de 1962 como motorista, ainda na época da antiga Guarda Especial de Brasília (GEB). Aposentou-se em janeiro de 1986 como agente de polícia, devido a problemas cardíacos. Sua primeira lotação foi na 1ª DP, que ficava localizada na W3 Sul, num barracão de madeira: “Naquela época os prédios e casas eram todos assim e havia poeira em qualquer lugar, devido a construção de Brasília”. Logo em seguida, Sebastião decidiu trabalhar na 11ª DP, no Núcleo Bandeirante: “Me perguntaram se eu estava doido, pois lá havia muito mais trabalho e a escala de 24/24.

Mas queria aprender mais sobre o serviço policial. E não me arrependo, tanto que por lá fiquei por 18 anos, até me aposentar”. Nesse período, Sebastião juntamente com vários outros, foi encaminhado para o antigo Instituto de Desenvolvimento de Recursos Humanos (IDR) para fazer curso para agente de polícia ou escrivão: “Lembro que levantava duas da manhã para estudar e fui aprovado”. Sebastião conta que tanto tempo em um mesmo local lhe rendeu muito conhecimento e inclusive delegados novos que passavam por lá o consultavam vez ou outra: “Eu dizia que as coisas eram uma coisa na teoria e outra totalmente diferente na prática. E eles sempre me escutavam”.

Policial civil aposentado, Sebastião Pedro dos Santos

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São várias as histórias que o aposentado se lembra da época em que estava na ativa. Ele conta que determinada vez, um camarada furtou alguns objetos e foi levado para a delegacia: “Trabalhava na Sevic, que era a seção de investigação e tínhamos de obter a confissão dessa pessoa em relação aos furtos. Foram dois dias interrogando o rapaz, mas ele não abria. Então no terceiro dia, saí para tomar café enquanto um companheiro ficou com o preso na sala. Quando voltei o criminoso disse que ia contar tudo. Achei estranho, mas o levei para o escrivão para colher o depoimento. Depois perguntei para o meu colega o que havia acontecido e ele disse que falou assim para o assaltante: Você não conhecesse o goianinho? Ele é o maior matador dessa polícia, já foram mais de 30. Ele te mata de hoje para amanhã”, conta Sebastião sorrindo. O aposentado é casado, pai de sete filhos, sendo seis homens e uma mulher e tem 12 netos (o mais velho tem 22 anos e mais nova completou um ano de vida). “Convivo muito bem com minha família e tenho muito orgulho de todos”, conta Sebastião, que hoje dedica-se a cuidar de seu sítio, localizado próximo a Brazlândia. Ocasionalmente também viaja para Caldas Novas com a família e para a cidade natal de sua esposa, Campos Gerais (MG).


21 de Abril - Dia do Policial Civil POLICIAL CIVIL, BRAÇOS DA JUSTIÇA, MÃOS QUE PROTEGEM.

Homenagem


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