JORN AL DO SiNDiMETRÔ/RS
PORTO ALEGRE, 25 DE JUNHO DE 2024
PORTO ALEGRE, 25 DE JUNHO DE 2024
Maio foi marcado pela maior catástrofe ambiental que já atingiu do Rio Grande do Sul.Dia 11 de maio, o Estado ultrapassa a marca de 2 milhões de pessoas afetadas em 446 municípios. Dia 12 de maio, o nível do Guaíba atingiu 5,50 metros. Centenas de metroviários(as) foram afetados pelas inundações.
O abastecimento de água, luz e comércio foram interrompidos. O transporte foi severamente afetado. Ruas, bairros, rodovias, pontes e viadutos ficaram comprometidos com alagamentos e deslizamentos. A Trensurb suspendeu as operações no dia 3 de maio, ficando quase um mês inoperante.
Com a situação de calamidade pública, investimentos federais foram anunciados para a recuperação do serviço. Lula já liberou R$ 164 milhões para a reconstrução da Trensurb. Nós, do Sindimetrô RS seguimos vigilantes e pedimos transparência neste processo. A falta de comunicação entre a empresa e os(as) trabalhadores(as) é preocupante. Desde o início dessa situação calamitosa, a Diretoria de Operações da Trensurb não se reúne com a entidade, temos que aproveitar a oportunidade para modernizar a empresa, qualificar o serviço e desterceirizar a manutenção.
No dia 30 de maio, a operação da Trensurb voltou a funcionar de maneira emergencial entre de Novo Hamburgo à estação Mathias Velho. Os prejuízos ainda precisam ser avaliados e não há previsão de retorno das estações de Porto Alegre. No dia 12 de junho, foi finalizada a drenagem da água da Estação Mercado, que estava submersa. Recebemos denúncias e encaminhamos à
empresa diversas ações para resolver as condições precárias e insalubres que os(as) metroviários(as) enfrentam desde o retorno da operação. A falta de efetivo e de segurança preocupam e são de responsabilidade da gestão da Trensurb.
O presidente da Trensurb, Ernani parece não enxergar a importância da categoria metroviária. Estamos com problemas de efetivos apesar de estar sem o sistema da bilhetagem e sem as estações de Porto Alegre. Nas entrevistas à imprensa, Ernani fala que a volta de toda a operação depende apenas de fatores estruturais.
Os problemas se agravaram após as enchentes, como falta de sinalização na via, o abastecimento de energia elétrica, furtos de cabos, falta de abastecimento de água, espaços de trabalho que foram depredados. O Sindimetrô RS segue reinvindicando ações da empresa para solucionar os problemas de comunicação e a garantia de condições de trabalho adequadas.
Leite e Melo são responsáveis pela demora e incompetência em apresentar soluções que amparem e reconstruam a vida dos gaúchos após a enchente. Foram cúmplices dos desmontes das políticas de combate à destruição do meio ambiente e da infraestrutura pública.
O resultado da devastação fez o povo gaúcho ser vítima do colapso climático e social. É inaceitável que o trabalhador e a trabalhadora paguem a conta do caos. Nestes momentos de crise, se torna ainda mais importante a ação do serviço público. É a hora de pressionar os governantes e cobrarmos ações efetivas para a melhora da vida de quem mais precisa.
4 de junho de 2024
No dia 10 de junho, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou um levantamento que revela o tamanho da tragédia causada pelas enchentes. Foram 173 mortes. Ao todo, 478 municípios gaúchos foram atingidos por inundações, quedas de barreiras e deslizamentos de terra. Cerca de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelos efeitos das chuvas nas regiões Central, dos Vales, Serra e Metropolitana de Porto Alegre. Mais de 442 mil moradores tiveram que deixar suas residências.
O aeroporto de Porto Alegre também foi um dos serviços impactados nas enchentes. Privatizado pelo então presidente Michel Temer em 2017, a alternativa de modernização através da venda do patrimônio público segue falhando. Hoje, quase todos os funcionários são terceirizados e uma denúncia de uma demissão em massa de cerca de 300 funcionários foi denunciada no MP durante o mês de maio. Chega da classe trabalhadora pagar pela conta da crise!
A Fraport, empresa responsável pela gestão do aeroporto Salgado Filho, chegou a anunciar que devolveria a concessão caso não houvesse um aporte federal para a re-
cuperação do aeroporto. O lucro é deles, mas na hora do prejuízo, a conta é pública.
Os empresários da Fraport foram recebidos em Brasília dia 18 de junho para tratar da recuperação e avaliação dos danos estruturais. O encontro foi comandado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, além do ministro da secretaria extraordinária para a Recuperação do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Enquanto nós, trabalhadores da Trensurb, seguimos sem resposta de Rui Costa sobre o futuro da Trensurb pública. Uma audiência com O Minstério das Cidades foi solicitada junto à Dep. Fernanda Melchionna para tratar da Trensurb estatal. Também solicitamos audiência com o Ministro Paulo Pimenta.
Defendemos a TARIFA ZERO, como uma contrapartida para a reconstrução neste momento em que milhares de gaúchos precisam recomeçar. Precisamos construir um projeto político para destinar investimentos na expansão de um sistema de transporte coletivo, público e com responsabilidade ambiental. Transporte é direito, não mercadoria! Contra as privatizações e as terceirizações!
Nossa sede foi afetada pela inundação. Ficamos quase um mês sem conseguir acessar o local, localizado em um dos bairros mais atingidos de Porto Alegre. Mesmo à distância, a diretoria se fez presente e solidária aos colegas metroviários e suas famílias. Desde o início de junho, retomamos o funcionamento do Sindimetrô RS. Nosso auditório foi totalmente comprometido.
Auxiliamos os(as) metroviários(as) desde o início da emergência climática que assola o estado. Além da campanha solidária de arrecadação de verba para quem foi atingido, realizamos ações como a distribuição de cestas básicas, 150 kits de limpeza e organizando 11 mutirões de limpeza na casa dos(as) metroviários(as).
Dia 17 de junho os atingidos pelas enchentes se reuniram na sede do Sindimetrô RS. A ação do sindicato visa ajudar financeiramente os colegas que tiveram perdas materiais nas enchentes de maio.
Algumas pessoas não conseguiram comparecer pela dificuldade de deslocamento ou por estarem em escala de trabalho. As sugestões foram ouvidas, expostas e o grupo decidiu por deliberar a inclusão de metroviários não associados ao Sindimetrô RS que se inscreveram através do formulário.
O grupo também votou a forma de como será a divisão do valor arrecadado. A quantia será dividida de forma igual pelo número de atingi-
dos que preencheram o formulário disponibilizado pela instituição.
A reunião contou ainda com a presença de Gabi Tolotti, que tirou dúvidas sobre informações de direitos e como solicitar os auxílios municipais, estaduais e federais para os afetados.
A diretoria já está em contato para solicitar os dados bancários para realizar os depósitos. O Sindimetrô RS está à disposição para auxiliar os(as) metroviários(as) desde o início da emergência climática que assola o estado. O Sindicato segue cobrando da Trensurb iniciativas para amenizar as perdas dos metroviários.